Construção do. Incidência da abertura externa sobre IS-LM Construção, interpretação e deslocamento da curva BP
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- Jónatas Santiago Fraga
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1 Construção do Modelo IS-LM-BP Incidência da abertura externa sobre IS-LM Construção, interpretação e deslocamento da curva BP
2 Modelo IS-LM MODELO IS-LM: mostra as condições de equilíbrio interno (sem inflação e desemprego), em economia fechada, através da interação entre: o setor real (IS: mercado de bens) e o setor monetário (LM: mercado monetário). IS para direita = f( Y ) = f( C, I, G, [X-M] ) IS para esquerda = f( causas simétricas: A / P, T, e r ) LM = f( M s = M d ) M s = f( AM ) M d = f( i, Y d )
3 Equilíbrio do Balanço de Pagamentos Em economia aberta, há mais uma condição de equilíbrio: o equilíbrio externo e/ou do balanço de pagamentos (representada pela curva BP) = f( 1. não há entradas nem saídas líquidas de divisas; 2. o mercado de câmbio está em equilíbrio ): BP = BTC + BCA = 0 1. para dadas taxa de juros internacional i* e taxa de câmbio real e r, o equilíbrio do BP é determinado por uma combinação de Y e i. 2. BTC = f( Y ) 3. BCA = f ( i )
4 Curva BP Curva BP: representa o conjunto das combinações de taxa de juros e de renda que são compatíveis com o equilíbrio do balanço de pagamentos (BTC + BCA) => representa a relação crescente entre i e Y. Para nível estável de X, a elevação de Y resulta em déficit de BTC: Y => (X M) => M s => i => i > i* até que a entrada líquida de capital (superávit de BCA > 0) compense, exatamente, o déficit de BTC < 0 => relação entre i e Y é crescente.
5 Pontos de Desequilíbrio Externo à esquerda de BP => 1. i elevada (in > i0), para dada Y0 => entradas líquidas de capitais => superávit de BCA; 2. Y fraca (Y0 < Yn), para dada i0 => importações fracas => superávit no BTC => superávit do BP. i i 1 i 0 A D Superávit C B BP Déficit 0 Y Y 0 Y 1
6 Pontos de Desequilíbrio Externo à direita de BP => 1. a taxa de juros e as entradas de capital são muito fracas e/ou 2. a renda e as importações são muito fortes para equilibrar BP => déficit do BP. i i 1 i 0 A D Superávit C B BP Déficit 0 Y Y 0 Y 1
7 Interpretação da inclinação da BP a inclinação de BP e o efeito sobre a taxa de juros são tão mais fortes quanto mais: 1. a demanda por importações for elástica ao produto interno e 2. a oferta de capitais for inelástica à taxa de juros. a inclinação de BP é completamente determinada por dois indicadores de abertura externa da economia: 1. o de abertura comercial. 2. o de abertura financeira, que determina o grau de mobilidade dos capitais.
8 Primeiro efeito de variação da renda sobre a taxa de juros A mesma variação de Y tem efeito importante sobre i quando há inclinação forte de BP e efeito limitado sobre i quando a inclinação de BP for fraca: 1. Y => M => o déficit BTC a financiar é tanto mais elevado quanto mais a demanda por importações for elástica à renda. i 1 i 2 i BP 1 BP 2 0 Y Y
9 Segundo efeito de variação da renda sobre a taxa de juros A mesma variação de Y tem efeito importante sobre i quando há inclinação forte de BP e efeito limitado sobre i quando a inclinação de BP é fraca: 2. BTC < 0 => M d * => M s < M d => i > i* => a alta de taxa de juros será fraca se os capitais têm muita mobilidade e são muito elásticos à taxa de juros; senão, será necessário elevar muito o diferencial dos juros, para atrair capitais externos. i 1 i 2 i BP 1 BP 2 0 Y Y
10 Grau de mobilidade de capitais Ausência de movimento de capitais Perfeita mobilidade de capitais Mobilidade imperfeita de capitais Superávit BP=BTC Déficit Superávit Déficit BP Superávit Déficit BP
11 Três casos segundo o grau de mobilidade de capitais 1. Imobilidade de capitais: ausência de conexões entre os diversos mercados financeiros nacionais ou controles interditando a troca de capitais com os não-residentes = caso extremo => capitais insensíveis às taxas de juros => variações da taxa de juros interna não têm efeito sobre o equilíbrio externo => curva BP vertical e BP = BTC (é a mesma situação de quando a política econômica fixa como objetivo somente o equilíbrio do BTC).
12 Três casos segundo o grau de mobilidade de capitais 2. Perfeita mobilidade internacional de capitais = outro caso extremo => capitais infinitamente elásticos (reagem fortemente) às taxas de juros => a taxa de juros é completamente exógena ao equilíbrio interno e à renda nacional => ela corresponde à taxa de juros internacional, corrigida pela depreciação ou apreciação antecipada ê => a curva BP é horizontal no nível i = i* => caso da nação hegemônica: i => i* 3. Mobilidade imperfeita de capitais = caso intermediário = próximo da realidade.
13 Fatores de deslocamento da IS Há variação na inclinação da curva IS de acordo com a variação da taxa de juros, dada a renda, segundo a: 1. Sensibilidade do I (investimento) em relação à i (taxa de juros). 2. PMgC (ou multiplicador dos gastos). A posição da curva IS depende do volume de gastos internos (absorção) e exportações líquidas: 1. IS para direita = f( Y ) = f( C, I, G, [X-M] ) 2. IS para esquerda = f( Y ) = f( causas simétricas: A / P, T, e r ) Dado o nível da taxa de juros, o montante do deslocamento da demanda (renda) será dado pelo multiplicador vezes a variação das despesas e/ou do saldo externo.
14 Interpretação da posição de BP a posição de BP depende de: 1. demanda estrangeira ( Y* ) 2. taxa de câmbio real ( e r = e P* / P ) 3. taxa de juros internacional ( i* ) 4. taxa de câmbio antecipada (ê ) DESLOCAMENTO DA BP PARA A ESQUERDA = f( se uma das variáveis citadas aumenta a taxa de juros i, qualquer que seja o dado nível de Y ) DESLOCAMENTO DE BP PARA A DIREITA = f( se abaixa a taxa de juros por causas simétricas )
15 Demanda estrangeira e BP 1. > demanda estrangeira = f( > PIB estrangeiro: Y* ) => > exportações nacionais: X => superávit do BTC > 0 => entrada de divisas: K* => aumento da oferta de moeda M s => baixa da taxa de juros i => saída de capitais K para o exterior até o déficit do BCA < 0 compensar o superávit do BTC > 0 => qualquer que seja Y, aumento de Y* abaixa a taxa de juros i => BP se desloca para a direita. inversamente, baixa de Y* desloca BP para a esquerda.
16 Taxa de câmbio real e BP 2. > taxa de câmbio real e r => eleva a competitividade dos produtos nacionais => X (exportações) e M (importações) => superávit do BTC > 0 => impacto monetário: M s => i => saída líquida de capitais K => déficit de BCA < 0 que compensa superávit de BTC > 0 e r = f( e, P*, P ) conduz à baixa de i qualquer que seja o dado nível de Y => BP se desloca para a direita.
17 Desvalorização cambial e pleno emprego (sem mobilidade de capital) i BP (e 1 ) BP (e 2 ) LM B e 2 >e 1 A IS (e 2 ) IS (e 1 ) 0 Y Y 0 Y P
18 Taxa de juros internacional, taxa de câmbio antecipada e BP 3. > taxa de juros internacional i* => atrai capitais para o exterior => déficit de BCA < 0 => equilíbrio de BP com i estável = f( superávit de BTC > 0 ) = f( M ) = f( Y ) => sem essa recessão => i para compensar i* 4. > taxa de câmbio antecipada ê => os agentes não deterão moeda nacional se o ganho com i não compensar a expectativa de perda cambial.
19 Conclusão sobre deslocamento de BP fator de melhoria do BP => maior entrada de divisas: K => BP para direita = f ( i ) fator de deterioração do BP => maior saída de divisas: K => BP para esquerda = f ( i )
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