IV O Modelo IS-LM - O equilíbrio simultâneo nos mercados de bens e serviços e de moeda

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1 1 IV O Modelo IS-LM - O equilíbrio simultâneo nos mercados de bens e serviços e de moeda O modelo IS-LM trata do equilíbrio do produto, incorporando os movimentos do mercado monetário. Trata-se de considerar os impactos causados pela variação da taxa de juros na economia. O pressuposto básico desse modelo é a existência de dois mercados distintos: O mercado de bens e serviços, correspondente ao lado real da economia, no qual o equilíbrio entre oferta agregada e demanda agrega ocorre a partir da igualdade entre o investimento planejado pelas empresas e a poupança planejada pelos indivíduos, ou: S p = I p Considerando S p = Poupança planejada e I p = investimento planejado. Havendo essa coincidência de planos, ocorrerá o equilíbrio macroeconômico levando à igualdade: Y = DA O outro mercado é o mercado de moeda, onde o equilíbrio se dá pela igualdade entre a demanda e a oferta de moeda, ou: M = L Considerando M = Oferta de Moeda e L = Demanda por moeda. Atenção: Não confundir esse M, que corresponde à Oferta Monetária, com o M relativo às importações de mercadorias. Normalmente se utiliza a mesma letra para essas duas variáveis. Por isso, observe sempre o contexto em que a notação está sendo usada para saber do que se trata (se importações ou oferta de moeda). O modelo IS-LM parte do princípio de que existem várias combinações possíveis de Renda (Y) e taxa de juros (i) que equilibram o mercado de bens de serviços. Além disso, existem várias outras combinações de Renda (Y) e taxa de juros (i) que equilibram o mercado monetário. Mas, existe somente uma combinação de Y e i que equilibra simultaneamente os dois mercados, correspondente ao chamado Equilíbrio Geral. O modelo ainda se preocupa em descrever os meios pelos quais a política fiscal e a política monetária afetam a economia. Vamos ver como isso acontece.

2 2 A curva IS e o Equilíbrio no mercado de bens A curva IS mostra as diversas combinações de taxas de juros e níveis de renda que permitem o equilíbrio do mercado de bens, ou seja, em que a despesa agregada se iguala à renda agregada. Nesse mercado o equilíbrio dá-se na igualdade entre a poupança (S) e o investimento (I). Vamos considerar por enquanto uma economia fechada e sem Governo. As nossas equações serão, portanto, as seguintes: Função Consumo: Função Investimento: Onde: C = C a + c.y I = I a h.i Ca = consumo autônomo (consumo mínimo) da coletividade, que ocorre mesmo que não haja renda; c = propensão marginal a consumir; Y = renda nacional O investimento agora é composto de duas partes: I a = investimento autônomo, ou seja, a parcela do investimento que acontece com base nas expectativas dos empresários e -h.i = parcela do investimento afetada pela taxa de juros, sendo h a elasticidade do investimento à taxa de juro e i a própria taxa de juros. No modelo Keynesiano o investimento era totalmente autônomo, portanto determinado de forma exógena. Agora vamos incorporar ao nosso modelo a idéia de que, como boa parte dos investimentos (que são, por definição, despesas com a compra de bens de capital, construções, etc) são financiados através de recursos tomados no mercado monetário, deveremos considerar a influência da taxa de juros sobre os níveis desse investimento. Ao decidir pela realização de um determinado investimento, o empresário faz uma comparação entre a Eficiência Marginal do Capital, que corresponde à taxa de retorno dos ganhos futuros, e a taxa de juros, que representa o custo de aquisição dos recursos para fazer o investimento. Suponhamos que ao planejar, por exemplo, uma expansão de suas instalações, um empresário chegue aos seguintes valores: Taxa de retorno esperada para o projeto de expansão: 18% a.a. Taxa de juros dos financiamentos bancários: 12% a.a. Nesse caso, haverá um ganho líquido para o empresário, de modo que ele terá incentivos para realizar o investimento.

3 3 Enquanto isso, um outro empresário que deseje investir, mas cujos projetos apresentem uma taxa de retorno de, por exemplo, 8% a.a. não realizará tais investimentos, pois a taxa de juros dos financiamentos (que representa o custo do dinheiro) será maior do que o retorno esperado. Considerando a hipótese de uma única taxa de juros existente na economia, e levando em conta as premissas que dirigem o comportamento dos empresários nesse modelo, percebe-se que quando a taxa de juros se eleva, muitos investimentos deixam de ser realizados, em virtude do seu retorno ser menor do que o custo do dinheiro. Por outro lado, quando a taxa de juros se reduz, muitos investimentos passam a ser atrativos, pois possibilitam um ganho líquido para a empresa. Assim, podemos afirmar que a taxa de juros e o investimento têm uma relação inversamente proporcional. Vimos antes, no modelo keynesiano, que alterações no investimento levam à ampliação da renda, tanto pelo maior dispêndio autônomo como pelo efeito do multiplicador. Quando introduzimos agora no modelo a taxa de juros, influenciando o investimento, veremos que, reduções na taxa de juros levam ao aumento no investimento e, conseqüentemente ao aumento da renda. Isso pode ser visto na figura a seguir: Se a taxa de juros for igual a i 1, haverá um certo nível de investimento I(i 1 ), correspondente a uma renda de equilíbrio igual a Y 1. Se a taxa de juros se reduz para i 2, o investimento se eleva para I(i 2 ), causando com isso aumento na renda de equilíbrio para Y 2. Como o investimento é inversamente relacionado com a taxa de juros, a relação entre taxa de juros e renda que equilibra o mercado de bens é negativamente inclinada. Ou seja, i I Y.

4 4 A curva IS reúne todos os pontos de equilíbrio do mercado de bens, determinando para cada nível de renda a taxa de juros correspondente. Qualquer ponto ao longo da curva IS representa um equilíbrio no mercado de bens. Pontos fora da curva IS correspondem a desequilíbrios no mercado de bens. Pontos à direita (ou acima) da curva IS correspondem a situações de excesso de oferta de bens, porque o nível de produto é maior do que a demanda agregada correspondente àquela taxa de juros. Seguindo a lógica keynesiana, com preços constantes, havendo excesso de oferta, ocorrerá acúmulo de estoques, fazendo com que as empresas diminuam a produção. Pontos à esquerda (ou abaixo) da curva IS representam, por sua vez, excesso de demanda de bens, porque, nesse caso, o nível de produto é menor do que a demanda agregada correspondente àquela taxa de juros. Havendo excesso de demanda, os estoques diminuirão, forçando um aumento na produção. Assim, sempre que houver desequilíbrios no mercado de bens, o ajuste ocorrerá via quantidades, alterando o nível de produto (e de renda). A inclinação da curva IS reflete a resposta da renda às variações na taxa de juros. Ela é negativa, como dissemos, devido à relação inversa entre investimento e taxa de juros. A inclinação dependerá essencialmente de dois fatores: Da sensibilidade (elasticidade) do investimento em relação à taxa de juros e; Da propensão marginal a consumir (portanto, do multiplicador keynesiano). No que diz respeito ao primeiro, temos que, quanto maior a elasticidade do investimento em relação à taxa de juros, mais horizontal será a curva IS, isto é, maior a sua inclinação, pois uma pequena variação na taxa induzirá a uma grande variação no investimento e, portanto, na renda agregada.

5 5 O oposto ocorrerá quando o investimento for pouco sensível à taxa de juros: variações na taxa de juros produzirão um pequeno impacto sobre o investimento e a renda, levando a uma IS pouco inclinada, próxima da vertical. No modelo Keynesiano simples, em que o investimento não dependia da taxa de juros, poderíamos visualizar uma curva IS totalmente vertical, ou seja, o investimento totalmente inelástico em relação à taxa de juros. Quanto ao multiplicador, temos a seguinte relação: se a propensão marginal a consumir for elevada e, portanto, o multiplicador for grande, então pequenas variações no investimento levarão a grandes expansões na renda, e vice-versa. Desse modo, quanto maior o multiplicador, maior será o impacto das variações na taxa de juros, sobre o nível de renda, ou seja, maior será a inclinação da IS (mais horizontal). O inverso ocorrerá com uma pequena propensão marginal a consumir. Observa-se, nos gráficos a seguir, que para a mesma queda na taxa de juros, de i 1 para i 2, a renda cresce mais no segundo caso, em que a IS é mais inclinada. Assim, variações na taxa de juros fazem a renda variar, fazendo o ponto de equilíbrio deslocar-se ao longo da curva IS. Além disso, a própria curva IS pode se deslocar inteiramente, para a direita ou para a esquerda. O que faz a própria curva deslocar-se para os lados? A posição da curva IS depende do volume de gastos autônomos, nos quais se incluem o consumo e o investimento autônomos, gastos públicos (G) e as exportações líquidas (X-M).

6 6 Quanto maiores os gastos autônomos, mais para a direita se localizará a curva IS. Uma expansão nos gastos autônomos ou uma diminuição dos tributos desloca a IS para a direita (e para cima) e uma contração dos gastos ou um aumento nos impostos a desloca para a esquerda (e para baixo). O montante do deslocamento será dado pelo multiplicador vezes a variação na despesa. Ou seja, dado o nível da taxa de juros, o deslocamento da renda de equilíbrio será determinado como no modelo keynesiano simples. A curva LM e o Equilíbrio no mercado monetário Passemos agora a analisar o lado monetário da economia. Vamos considerar que existam dois tipos de ativos na economia, nos quais os indivíduos alocam sua riqueza, ou seja, guardam seu poder de compra. Estes são moeda e títulos públicos. Vimos que a característica da moeda é possuir liquidez absoluta, mas não apresentar qualquer rendimento, isto é, sua posse não gera nenhum ganho adicional ao detentor. Os títulos, por sua vez, rendem juros, porém possuem uma liquidez inferior à da moeda, isto é, existe um custo de oportunidade ao transformá-los em moeda. Considerando que existe um determinado estoque real de riqueza na economia, composta pelas quantidades de moeda e de títulos públicos que existem naquele momento, se um dos dois mercados estiver em equilíbrio, o mesmo valerá para o outro. Se houver excesso de demanda por moeda, haverá excesso de oferta de títulos, e vice-versa. Assim, basta analisar um mercado para saber o que está acontecendo no outro. Podemos, então, desenvolver a análise em relação ao mercado monetário. A curva LM representa a relação entre a renda e a taxa de juros no mercado monetário. Nesse mercado, o equilíbrio se dá quando a demanda de moeda (L) se iguala à oferta de moeda (M). Já sabemos que a oferta de moeda (M) é determinada exógenamente, a partir das emissões feitas pelo Banco Central, e da aplicação dos instrumentos de política monetária sobre o setor financeiro, restringindo a expansão dos meios de pagamento (reservas obrigatórias, controle e seleção do crédito, taxa de redesconto, etc).

7 7 Assim, a oferta de moeda é dada, sendo totalmente inelástica em relação à taxa de juros. Por outro lado, a demanda por moeda resulta de três componentes: a demanda por moeda pelos motivos transação e precaução (dependentes do nível da renda) e a demanda por moeda pelo motivo especulação (fazendo com que a demanda por moeda seja inversamente proporcional à taxa de juros). Assim, temos, de um lado, a oferta de moeda, controlada pelo Banco Central, totalmente inelástica à taxa de juros. A curva da oferta de moeda será representada graficamente através de uma constante, sendo simbolizada por uma reta vertical, paralela ao eixo da taxa de juros. Enquanto isso, a demanda de moeda depende de duas variáveis: a renda e a taxa de juros. Vimos anteriormente que os indivíduos demandam moeda para satisfazer os motivos transação, precaução e especulação. Os dois primeiros motivos estão ligados ao nível da renda; o último se relaciona com o nível da taxa de juros. Assim, a curva de demanda terá a aparência descrita no gráfico ao lado.

8 8 O equilíbrio no mercado monetário ocorre quando a demanda por moeda se iguala à oferta de moeda. A última como já dito, pode ser considerada constante. Para que o equilíbrio ocorra, como a demanda por moeda responde positivamente à renda e negativamente à taxa de juros, elevações na renda devem ser acompanhadas por aumentos nas taxas de juros, de modo a compensar o impacto expansivo sobre a demanda por moeda decorrente do maior nível de renda. Se por algum motivo a Renda (Y) se eleva (por exemplo, em decorrência de um aumento nos gastos do Governo), a curva inteira de demanda por moeda (L) se desloca para a direita. Aumentos na Renda fazem com que se elevem as necessidades de moeda pelos indivíduos, para atender aos motivos transação e precaução. Se a demanda por moeda aumentou, e a oferta de moeda é a mesma, o resultado é uma maior escassez de dinheiro disponível para empréstimos. O resultado será um aumento da taxa de juros (que representa o custo de obtenção da moeda pelos agentes econômicos deficitários). Por outro lado, se a Renda (Y) se reduz, ocorrerá uma diminuição das necessidades dos agentes econômicos pelos motivos transação e precaução, levando a curva de demanda por moeda a se deslocar inteiramente para a esquerda. O resultado é que sobram mais recursos disponíveis para empréstimos no setor financeiro, o que leva a taxa de juros a baixar. Assim, ao contrário da curva IS, o que ocorre na curva LM é uma relação diretamente proporcional entre a taxa de juros (i) e o nível da renda (Y). Por isso a curva LM é positivamente inclinada. Qualquer ponto ao longo da curva LM corresponde a uma situação de equilíbrio no mercado monetário, enquanto pontos fora da curva mostram uma situação de desequilíbrio.

9 9 No caso de pontos à direita (abaixo), haverá excesso de demanda por moeda. Para pontos à esquerda (acima), haverá excesso de oferta de moeda. O excesso de demanda, como no ponto A da figura, pode ser explicado da seguinte forma: dada a oferta de moeda e o nível de renda correspondente ao ponto A, os indivíduos demandam moeda em excesso, pois a taxa de juros está abaixo do equilíbrio, gerando excesso de demanda por moeda. O inverso ocorre no ponto B, em que há um excesso de oferta. O ajustamento nesse mercado é feito por meio da taxa de juros. Quando há excesso de demanda por moeda, há excesso de oferta de títulos, ou seja, os bancos não conseguem captar recursos e passam a elevar a rentabilidade dos papéis para estimular os agentes a se desfazerem da liquidez (moeda). O inverso acontece quando há excesso de oferta de moeda: os indivíduos querem direcionar todos os recursos para os títulos, gerando um excesso de demanda por estes e provocando uma queda na taxa de juros, o que conduz o mercado monetário ao equilíbrio. Essa é a segunda regra de ajustamento: desequilíbrios no mercado monetário são corrigidos por variações na taxa de juros. Quando há excesso de oferta, a taxa de juros diminui, e quando há excesso de demanda, a taxa de juros elevase. Inclinação da curva LM Como dissemos, a inclinação da LM é positiva, pois, dada a oferta de moeda, quando um dos componentes da demanda por moeda (transação e precaução, ou portfólio) se eleva, o outro deve se reduzir. Assim, se tivermos uma elevação da renda, que provoca o aumento da demanda por moeda para transação, a taxa de juros deve se elevar para diminuir a demanda por moeda pelo motivo portfólio, isto é, deve-se desestimular os indivíduos a reter moeda como ativo. Portanto, a inclinação da LM nos mostra qual deve ser a variação na taxa de juros para compensar uma determinada variação no nível de renda.

10 10 Os fatores que afetam a inclinação da curva LM são as elasticidades da demanda por moeda em relação à renda e à taxa de juros. Quanto maior a sensibilidade da demanda por moeda em relação à renda, maior será a inclinação da curva LM, uma vez que uma pequena variação na renda levará a uma grande expansão na demanda por moeda, exigindo maior elevação na taxa de juros para compensá-la. Por outro lado, quanto maior a elasticidade de demanda por moeda em relação à taxa de juros, menor será a inclinação. Se a demanda por moeda for muito sensível à taxa de juros, qualquer variação nesta exigirá mudança significativa na renda para compensá-la; ou inversamente, qualquer alteração no nível de renda exigirá uma pequena mudança na taxa de juros para manter o mercado monetário em equilíbrio. A posição da curva LM é determinada pela oferta real de moeda. Como estamos considerando o nível de preços constante, essa oferta é afetada, basicamente, pela política monetária, ou seja, alterações na oferta e na demanda de moeda. Expansões na oferta de moeda deslocam a LM para a direita (para baixo) e contrações da oferta de moeda a desloca para a esquerda (para cima). Um aumento na oferta de moeda faz com que, para um certo nível de renda inicial, se gere um excesso de oferta de moeda, levando à queda na taxa de juros. Assim, com maior quantidade de moeda, teremos para qualquer nível de renda, menor taxa de juros que equilibra o mercado monetário, correspondendo ao deslocamento para a direita (para baixo) da curva LM, o que pode ser visto na figura anterior. O inverso ocorreria com uma redução na oferta de moeda em que, para qualquer nível de renda, requerer-se-ia maior taxa de juros para equilibrar o mercado monetário, o que corresponderia a um deslocamento para a esquerda da curva LM. Se o Banco Central alterar o estoque de moeda da economia, a taxa de juros irá variar. Uma política monetária expansionista, por exemplo, realizada com a compra de títulos públicos no mercado, resultará em diminuição da taxa de juros. Por outro lado, uma política monetária restritiva, realizada com a venda de títulos públicos, fará aumentar a taxa de juros. Mantida a demanda de moeda, uma diminuição na sua oferta é representada por um deslocamento da curva vertical para a esquerda. A taxa de juros sobe.

11 O Equilíbrio Geral 11 Denomina-se equilíbrio geral o equilíbrio simultâneo nos dois mercados: o mercado de bens e serviços e o mercado monetário. Ao longo da curva IS uma economia encontra-se em equilíbrio no mercado de bens e ao longo da curva LM ela se encontra em equilíbrio no mercado monetário, mas somente num ponto (Y o ;i o ) ela se encontra em equilíbrio geral. Para determinarmos o nível de renda e da taxa de juros que equilibram simultaneamente os mercados de bens e de moeda, basta juntarmos a IS e a LM conforme figura a seguir. Efeitos das Políticas Monetária e Fiscal Segundo a teoria das Finanças Públicas, cabe ao Governo realizar determinadas funções econômicas, que são: melhorar a alocação de recursos, manter a estabilidade econômica e promover a distribuição da renda. No que se refere à segunda dessas funções, denomina-se política de estabilização a aplicação, por parte do Governo, de instrumentos tais que lhe permita alcançar certos objetivos econômicos, como o combate a inflação e ao desemprego e o crescimento da renda. Os instrumentos mais comuns são as políticas monetária e fiscal. Elas são utilizadas para o controle da demanda agregada, que na visão keynesiana é a variável estratégica que determina o nível de produção da economia. A política monetária utiliza a oferta de moeda, e a política fiscal usa as despesas e receitas do Governo para essa finalidade. Política Monetária É definida como o controle da oferta de moeda, para atingir os objetivos da política econômica global. É também definida como a atuação das autoridades monetárias, por meio de instrumentos de efeito direto ou induzido, com o propósito de controlar a liquidez do sistema econômico. Já vimos os instrumentos que o Governo utiliza para reduzir ou ampliar a oferta monetária. Vamos agora analisar os efeitos dessas ações.

12 12 Uma política monetária expansionista (com objetivo de combater o desemprego) tem os efeitos de aumentar a renda e diminuir a taxa de juros, enquanto que uma política monetária restritiva (com objetivo de diminuir os níveis de preços ou inflação) tem os efeitos de diminuir a renda e aumentar a taxa de juros. A política monetária expansionista desloca a LM para a direita. A renda sobe e a taxa de juros cai. O contrário acontece quando a política monetária é restritiva. A seqüência é a seguinte: uma expansão da oferta de moeda provoca uma redução na taxa de juros, o que estimula o investimento privado; isso significa aumento da demanda agregada, estimulando assim o setor produtivo. Como conseqüência, a renda se eleva, e a política monetária consegue, nessa situação, alcançar seu objetivo. A política monetária contracionista (restritiva) age no sentido oposto: reduz a oferta de moeda, o que leva a um aumento da taxa de juros, inibindo os investimentos, e desse modo reduzindo também a demanda agregada, e por fim a renda. Política Fiscal Política fiscal é a manipulação dos tributos e gastos pelo Governo para regular as atividades econômicas, já que este detém o controle direto sobre o nível de tributação e dos gastos públicos. Em princípio o Governo pode expandir sua demanda agregada em qualquer época, aumentando o montante de recursos que injeta o fluxo do setor privado através de suas compras de bens e serviços ou diminuindo o montante que retira desse fluxo via tributação. Da mesma forma ele pode contrair a demanda agregada em qualquer época, diminuindo seus gastos, com repercussão na demanda por bens e serviços no setor privado, ou aumentando o nível da tributação, o que provocaria um efeito similar sobre o setor privado. Os efeitos dos gastos públicos e da tributação dependem, em primeiro lugar, de quanto é injetado ou retirado da economia. Uma vez que o nível de renda da economia depende da demanda agregada, o Governo pode, claramente, aumentar ou diminuir o nível de renda através de sua política fiscal. Assim, a política fiscal torna-se o mais importante instrumento de política econômica do Governo. Ela opera de forma a manter um tolerável nível de estabilização econômica e de emprego.

13 13 Em geral, a política fiscal atua como um movimento anticíclico para controlar o nível de renda. Assim, a política fiscal do Governo funciona nas seguintes bases: a) Se há necessidade de expandir a renda, pode-se recorrer a aumentos nos gastos do Governo ou redução nos tributos (ou ainda aumentar o déficit fiscal); b) Num período de pressão inflacionária há necessidade de contrair a renda; o Governo pode reduzir os gastos públicos ou aumentar a tributação (ou ainda aumentar o superávit fiscal); Nos dois casos, o Governo pode ainda simultaneamente alterar os níveis de gastos e de tributação. Como visto, o gasto público é um elemento direto de demanda que afeta o volume dos gastos autônomos. Os impostos, por sua vez, afetam indiretamente a demanda ao alterar a renda disponível e, conseqüentemente o consumo. Portanto, os impostos afetam a propensão marginal a consumir, isto é, a parcela de renda que é destinada ao gasto e, portanto, o valor do multiplicador. Quanto maior o volume de impostos, menor será a renda disponível, o consumo e a renda. Vejamos os efeitos da política fiscal empregando os conceitos do modelo IS-LM: Uma política fiscal expansionista (com objetivo de diminuir o desemprego) tem o efeito de aumentar a renda e também aumentar a taxa de juros, enquanto que uma política fiscal contracionista (com objetivo de diminuir os níveis de preços ou inflação) tem o efeito de diminuir a renda e também diminuir a taxa de juros. Uma política fiscal expansionista desloca a IS para a direita. A renda sobe e a taxa de juros também.

14 14 Por que a taxa de juros sobe? A explicação está no fato de que, ao aumentar a renda, cresce a demanda de moeda para transações. Se a oferta de moeda for mantida constante, a taxa de juros refletirá a escassez e subirá. Esse incremento na taxa de juros resultará em queda nos investimentos privados, o que significa que a renda crescerá menos do que determinaria o multiplicador das despesas do Governo. Esse fenômeno é conhecido como crowding-out ou efeitodeslocamento. Entende-se que nesse caso o Governo está ocupando um espaço maior na economia, em relação ao setor privado. A interação das Políticas Monetária e Fiscal As políticas monetária e fiscal devem ser integradas, pois a aplicação de uma delas pode resultar em efeitos não desejados, que a outra pode corrigir. Como exemplo, suponha que Governo decida aumentar os gastos públicos para incrementar o emprego. Como já vimos, tal medida tende a elevar as taxas de juros, inibindo investimentos. Nesse caso, o Banco Central pode intervir, através de uma política monetária expansionista, evitando o aumento da taxa de juros. Podemos ver esse efeito no gráfico a seguir: Outro exemplo é a decisão de aumentar impostos para financiar o déficit público. Nesse caso, a renda e a taxa de juros caem. Para diminuir a queda na renda, o Banco Central pode aumentar a quantidade de moeda para estimular a demanda. Um aumento nos impostos faria a IS deslocar-se para a esquerda; a queda na renda pode ser evitada por um aumento na quantidade de moeda, deslocando LM para a direita.

15 15 Eficácia ou Ineficácia das Políticas Fiscal e Monetária - As três áreas da curva LM Uma análise mais rigorosa divide a curva LM em três partes distintas, conforme o gráfico a seguir: 1) Na área keynesiana a política monetária é ineficaz. A taxa de juros é tão baixa que as pessoas já retêm bastante moeda e a taxa não pode baixar mais, por mais moeda que seja despejada na economia, o que impede que os investimentos e o consumo sejam incrementados, Essa situação é também conhecida como armadilha de liquidez. O efeito de uma política monetária expansionista, ao elevar a oferta de moeda, é deslocar a curva LM para a direita. Como a taxa de juros já está muito baixa, não há qualquer efeito sobre a mesma, portanto não ocorre nenhum estímulo aos investimentos produtivos. A renda não cresce. A parte horizontal da curva LM representa a área keynesiana, que Keynes disse ocorrer na economia durante a Grande Depressão do mundo capitalista na década de 30. A área vertical, ou clássica, está conforme os princípios da teoria clássica. Enquanto isso, a área intermediária é considerada normal. Cada uma dessas partes da curva são importantes, na medida em que, conforme onde se situar essa economia, a aplicação das políticas fiscal e monetária de estabilização resultam em efeitos distintos sobre o produto e a taxa de juros. São 4 casos possíveis:

16 16 2) Na área clássica a política monetária é plenamente eficaz A política monetária expansionista age aumentando a renda e diminuindo a taxa de juros. Segundo a teoria clássica, as pessoas não retêm moeda em razão da taxa de juros, o que significa, que todo incremento em sua oferta é canalizado para a demanda agregada, que se beneficia da queda na taxa de juros. O aumento da oferta da moeda provoca queda na taxa de juros e conseqüentemente estimula os investimentos, provocando aumento da demanda agregada. A renda cresce. 3) Na área keynesiana, a política fiscal é plenamente eficaz. O aumento nas despesas do Governo resulta em um aumento integral na renda, pois a economia possui alta liquidez e a taxa de juros não sobe, não prejudicando os investimentos. A seqüência, portanto, é essa: aumento nos gastos do governo (ou redução nos tributos) representa aumento na demanda agregada, estimulando o setor produtivo da economia. Mesmo com o acréscimo da renda e da demanda por moeda para transações, como a taxa de juros é muito baixa (existe muita liquidez) a mesma não se eleva, portanto não ocorre o crowdingout.

17 17 4) Na área clássica, a política fiscal é ineficaz. Nesse caso, o aumento das despesas do Governo encontra a economia com alta taxa de juros e sem liquidez que permita chancelar esse aumento. O resultado é um aumento na taxa de juros suficiente para diminuir os investimentos, de modo a anular todo o efeito inicial do aumento das despesas. É o crowding-out completo. Na área clássica a política fiscal é completamente ineficaz, sem aumento na renda, mas aumentando a taxa de juros. Questões de Concursos 01. (ESAF) No que se refere ao equilíbrio do produto nacional e da taxa de juros em uma economia, é correto afirmar: a) uma política monetária contracionista levaria a uma redução na produção e na taxa de juros. b) um aumento na tributação, tudo mais constante, provocaria redução na produção e aumento na taxa de juros da economia. c) uma política fiscal expansionista, de redução do superávit ou aumento do déficit do governo, provocaria aumento no produto nominal e na taxa de juros. d) uma política fiscal, conduzida para reduzir o déficit do governo, provocaria, tudo mais constante, aumento na taxa de juros de equilíbrio e redução no produto nominal. e) uma política monetária expansionista levaria a um aumento na taxa de juros e redução na produção.

18 (ESAF) No modelo IS-LM, para uma economia fechada, a) se o equilíbrio se der no chamado trecho clássico da curva LM, e a curva IS for negativamente inclinada, aumentos na oferta de moeda, tudo o mais constante, seriam incapazes de contribuir para o aumento do produto e da renda. b) a curva IS seria uma reta paralela ao eixo da taxa de juros se os investimentos forem elásticos com relação a variações na taxa de juros, tudo o mais constante. c) a curva IS é horizontal, no chamado trecho keynesiano. d) se o equilíbrio se der no chamado trecho keynesiano da curva LM, e a curva IS for negativamente inclinada, aumentos na oferta de moeda, tudo o mais constante, seriam incapazes de contribuir para o aumento do produto e da renda. e) se o equilíbrio se der no chamado trecho keynesiano da curva LM, aumentos no dispêndio do governo, tudo o mais constante, seriam incapazes de contribuir para o aumento do produto e da renda. 03. (ESAF) Dado o gráfico seguinte, referente à situação de equilíbrio, numa economia fechada: a) uma redução de tributos, tudo o mais constante, promoveria aumento da renda nominal. b) a única maneira de se promover aumento da renda nominal seria por meio de uma política monetária expansionista. c) a única maneira de se promover aumento da renda nominal seria por meio de uma contração dos meios de pagamento. d) a única maneira de se promover aumento da renda nominal seria por meio de uma política fiscal expansionista. e) uma redução de tributos, tudo o mais constante, não promoveria aumento da renda nominal. 04. (ESAF) Numa economia fechada e com governo, em que o equilíbrio do produto e da renda ocorre, em dado momento, abaixo do nível de pleno emprego, esse nível de renda pode crescer se, tudo mais mantido constante, a) o governo reduzir os gastos públicos. b) diminuir o volume de meios de pagamento, desde que os investimentos apresentem alguma elasticidade com relação a variações na taxa de juros e o equilíbrio inicial não se dê em uma situação de armadilha de liquidez. c) diminuir a oferta de moeda da economia. d) crescer o volume de meios de pagamento, desde que os investimentos sejam inelásticos com relação a variações na taxa de juros e o equilíbrio inicial não se dê em uma situação de armadilha de liquidez.

19 19 e) crescer o volume de meios de pagamento, desde que os investimentos apresentem alguma elasticidade com relação a variações na taxa de juros e o equilíbrio inicial não se dê em uma situação de armadilha de liquidez. 05. (ESAF) Em relação ao modelo IS-LM, podemos afirmar que a) a eficácia da política fiscal está diretamente relacionada à elasticidade da demanda por moeda em relação à taxa de juros. b) quanto maior a sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros, menor a eficácia da política monetária. c) a política fiscal independe do multiplicador de gastos. d) a política fiscal será mais eficiente se for válida a teoria quantitativa da moeda. e) quanto maior a elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros, maior a eficácia da política monetária. 06. (ESAF) A curva IS, dentro do modelo IS-LM, pode deslocar-se para a esquerda caso a) as firmas invistam menos, dado um aumento na taxa de juros. b) o governo aumente as transferências previdenciárias. c) haja um aumento do crédito ao consumidor e um conseqüente crowding-out. d) as firmas invistam menos, independentemente da taxa de juros, por serem pessimistas suas expectativas com relação ao futuro. e) as firmas invistam mais, devido à ocorrência de uma inovação tecnológica, que aumenta, em termos discretos, a rentabilidade marginal do investimento. 07. (ESAF) Uma diminuição da oferta de dinheiro, no modelo IS-LM, provocaria um deslocamento a) da IS para a esquerda e uma queda das taxas de juros e da renda. b) da LM para cima e para a esquerda, um aumento da taxa de juros e uma diminuição da renda. c) da LM para a esquerda e uma diminuição da taxa de juros e do nível da renda. d) da LM para a esquerda e uma diminuição da renda, sem alterações nos juros, dada uma queda no crédito bancário. e) da IS para a esquerda, acompanhado de um aumento nos juros e de uma diminuição da renda. 08. (ESAF) Considerando o modelo IS/ LM com os casos denominados de "clássico" e de "armadilha da liquidez", podemos afirmar que a) no "caso clássico", deslocamentos da curva IS só alteram o nível do produto uma vez que a taxa de juros é fixa.

20 20 b) tanto no "caso clássico" como no caso da "armadilha da liquidez, elevações nos gastos públicos causam alterações no produto. A diferença entre os dois casos está apenas na possibilidade ou não de alterações nas taxas de juros. c) no caso da "armadilha da liquidez", a política fiscal é totalmente inoperante, ocorrendo o oposto no "caso clássico". d) tanto no "caso clássico" como no caso da "armadilha da liquidez" o nível do produto é dado. A diferença está apenas nos efeitos dos deslocamentos da curva IS sobre as taxas de juros. e) o "caso clássico" ocorre quando a demanda por moeda é totalmente insensível à taxa de juros; já o caso da "armadilha da liquidez" ocorre quando a demanda de moeda é infinitamente elástica em relação à taxa de juros. 09. (ESAF) De acordo com o modelo IS/LM, e em uma economia fechada, uma política monetária exercida através da compra de títulos pelo governo e venda (equivalente) de moeda, coeteris paribus, promove um deslocamento da curva LM e alterações na taxa de juros (i) e na renda (Y). Indique a opção que apresenta essas alterações em função da referida política monetária. a) LM para a esquerda, i redução e Y redução. b) LM para a direita, i aumento e Y redução. c) LM para a direita, i aumento e Y aumento. d) LM para a direita, i redução e Y aumento. e) LM para a direita, i aumento e Y redução. 10. (ESAF) Considerando o modelo IS/LM, teoricamente, é possível identificar alguns casos em que a política fiscal ou política monetária são totalmente ineficazes no que diz respeito aos seus efeitos sobre o produto. Tais casos são conhecidos como o "caso clássico" e o "caso da armadilha da liquidez". Pode-se então afirmar que a) no "caso da armadilha da liquidez" as alterações nas taxas de juros elevam a eficácia da política monetária sobre o produto. b) o "caso clássico" refere-se à situação em que se observa desemprego com abundância de liquidez, com taxas de juros e velocidade-renda da moeda muito baixas. c) no "caso da armadilha da liquidez" observa-se desemprego com aperto de liquidez, com taxas de juros e velocidade-renda da moeda altas. d) no "caso clássico" o multiplicador keynesiano funciona plenamente, já que não ocorrem alterações nas taxas de juros. e) no "caso clássico" uma política fiscal pura não tem qualquer efeito sobre o produto. Já no "caso da armadilha da liquidez" uma política monetária pura é inoperante no que diz respeito a seus efeitos sobre o produto.

21 (ESAF) Com relação ao modelo IS/LM, é incorreto afirmar que a) no chamado caso da "armadilha da liquidez", em que a LM é horizontal, uma elevação dos gastos públicos eleva a renda sem afetar a taxa de juros. b) excluídos os casos "clássico" e da "armadilha da liquidez", numa economia fechada a elevação dos gastos públicos eleva a renda. Esta elevação, entretanto, é menor comparada com o resultado decorrente do modelo keynesiano simplificado, em que os investimentos não dependem da taxa de juros. c) no chamado caso "clássico", em que a LM é vertical, uma elevação dos gastos públicos só afeta as taxas de juros. d) se a IS é vertical, a política fiscal não pode ser utilizada para elevação da renda. e) na curva LM, a demanda por moeda depende da taxa de juros e da renda. 12. (ESAF) Considere o modelo IS/LM. Suponha a LM horizontal. É correto afirmar que a) a situação descrita na questão refere-se ao chamado "caso clássico". b) uma elevação das exportações não altera o nível do produto. c) uma elevação dos gastos públicos eleva tanto as taxas de juros quanto o nível do produto. d) uma política fiscal expansionista eleva o produto, deixando inalterada a taxa de juros. e) não é possível elevar o nível do produto a partir da utilização dos instrumentos tradicionais de política macroeconômica. 13. (ESAF) Na construção do modelo IS/LM sem os casos clássico e da armadilha da liquidez, a demanda por moeda a) é sempre maior do que a oferta de moeda, uma vez que o equilíbrio no mercado de bens resulta num produto que é necessariamente menor do que o de pleno emprego. b) depende somente da renda: quanto maior a renda, maior a demanda por moeda. c) é sempre menor do que a oferta de moeda, o que garante que a curva LM seja positivamente inclinada. d) depende apenas da taxa de juros: quanto maior a taxa de juros, maior a demanda por moeda. e) depende da renda e da taxa de juros: quanto maior a renda maior a demanda por moeda, ao passo que quanto maior a taxa de juros menor a demanda por moeda. 14. (ESAF) A interferência do governo, via política fiscal (por exemplo, aumento dos gastos públicos), retirando recursos do setor privado e diminuindo a participação dos investimentos privados, denomina-se a) efeito-preço total b) efeito-renda

22 c) efeito-deslocamento d) efeito-substituição e) efeito-marginal (ESAF) No modelo IS/LM para uma economia fechada, indique as conseqüências de um aumento dos gastos públicos, coeteris paribus, sobre o deslocamento da curva IS, sobre a renda real (Y) e sobre a taxa real de juros (i). a) IS - esquerda; Y - redução; e i - elevação. b) IS - direita; Y - elevação; e i - elevação. c) IS - esquerda; Y - elevação; e i - redução. d) IS - direita; Y - redução; e i - redução. e) IS - esquerda; Y - elevação; e i - elevação. 16. (ESAF) No modelo IS/LM um aumento dos gastos públicos (política fiscal expansionista) promove um deslocamento da curva IS, e um aumento da oferta de moeda (política monetária expansionista) promove um deslocamento da curva LM, respectivamente, para a) direita e direita b) esquerda e esquerda c) direita e esquerda d) esquerda e direita e) baixo e cima 17. (ESAF) Considere o modelo IS/ LM com as seguintes hipóteses: ausência dos casos "clássico" e da "armadilha da liquidez"; a curva IS é dada pelo "modelo keynesiano simplificado" supondo que os investimentos não dependam da taxa de juros. Com base nestas informações, é incorreto afirmar que a) um aumento nos investimentos autônomos eleva o produto. b) uma política monetária contracionista reduz o produto. c) um aumento no consumo autônomo eleva o produto. d) uma elevação nas exportações eleva as taxas de juros. e) uma política fiscal expansionista eleva as taxas de juros.

23 23 V - Economia Aberta Relações com o Setor Externo Comércio Internacional e Taxas de Câmbio Quando duas nações pretendem realizar trocas comerciais, é preciso existir algum mecanismo de conversão das suas moedas, que normalmente apresentam valores nominais diferentes. Por exemplo, se o Brasil deseja vender suco de laranja aos Estados Unidos, é necessário estabelecer alguma medida para converter o preço do suco de laranja brasileiro em dólares. Tal medida é exatamente a taxa de câmbio a taxa de conversão entre as moedas dos dois países envolvidos nesta transação: o Real e o Dólar. Se cada dólar custar R$ 2,50 e o litro de suco de laranja no Brasil custar R$ 2,00, então o suco de laranja custará R$ 2,00 / litro US$ 0,80 / litro = R$ 2,50 / US$ A taxa de câmbio é a medida pela qual a moeda de um certo país pode ser convertida em moeda de outro país. Assim, a taxa de câmbio corresponde ao preço de uma moeda em relação a outra. No exemplo dado, US$ 1,00 = R$ 2,50 ou ainda R$ 1,00 = US$ 0,40. Não esqueça, portanto, que a taxa de câmbio é um preço: representa quantas unidades da moeda nacional precisamos dispor para comprar uma unidade da moeda estrangeira. Comportando-se como um preço, a taxa de câmbio é também influenciada pela oferta e pela demanda da moeda estrangeira. Assim, o preço do Dólar em reais nasce no mercado de divisas, a partir da interação entre a oferta de dólares e a demanda por dólares; idem para o preço do Euro pela oferta e demanda por Euro, etc. Vamos conhecer como esse mercado se comporta: O Mercado de Divisas Quem realiza a Oferta de Divisas? Basicamente, os exportadores. Ao realizar suas vendas no exterior, os exportadores recebem moedas estrangeiras, que não podem ser utilizadas no país. Assim, eles necessitam trocar essas moedas estrangeiras por moeda nacional, para poder fazer seus pagamentos, gerir os seus negócios, enfim, realizar seus gastos internamente. Do mesmo modo as empresas que obtiveram empréstimos em moeda estrangeira, precisam convertê-la em moeda nacional. Assim, estas empresas também ofertam divisas.

24 24 Quem realiza a Demanda por Divisas? Em primeiro lugar, os importadores, pois estes necessitam de moedas estrangeiras para efetuar suas compras nos outros países, já que nesse caso a moeda nacional não é aceita. Também as empresas que são devedoras de empréstimos em moeda estrangeira necessitam da mesma para poderem quitar suas dívidas, pois os seus credores não vão aceitar a moeda nacional. A Oferta e a Demanda por Divisas representam desejos, intenções dos agentes econômicos aqui relacionados. Portanto, as curvas de oferta e demanda por divisas ilustram o comportamento psicológico dos exportadores e importadores em relação à taxa de câmbio e ao montante de moedas estrangeiras que desejam comprar e vender. Se a taxa de câmbio for muito alta, muitos produtores desejarão exportar mais, e a oferta de dólares será muito grande. Ou seja, quando a taxa de câmbio está elevada, significa que os exportadores recebem mais Reais para cada Dólar obtido nas vendas externas. Assim, eles têm um incentivo a exportar mais. O resultado dos aumentos das exportações é um aumento também nos dólares recebidos, portanto a Oferta de Divisas se eleva. Assim, a primeira regra do Mercado de Divisas é: se a taxa de câmbio aumenta, a oferta de divisas também aumenta, e vice-versa. Como qualquer curva de oferta, a oferta de divisas é crescente em relação ao preço, isto é, crescente em relação à taxa de câmbio. Do lado das importações, a situação se inverte: quanto maior a taxa de câmbio, menor a quantidade que as empresas desejam importar e menor, portanto, a demanda por divisas; quanto menor a taxa de câmbio, maior a quantidade que as empresas desejam importar e, portanto, maior a demanda por divisas. A segunda regra do Mercado de Divisas é: se a taxa de câmbio aumenta, a demanda por divisas diminui, e viceversa. Como qualquer curva de demanda, a curva de demanda por divisas é decrescente em relação ao preço, isto é, decrescente em relação à taxa de câmbio. Quando a taxa de câmbio for exatamente igual a ε 0, o volume de demanda por divisas é exatamente igual ao volume de oferta de divisas e o mercado de divisas está em equilíbrio: a quantidade de divisas que os exportadores estão dispostos a

25 25 vender é exatamente igual à quantidade de divisas que os importadores estão dispostos a comprar. Suponhamos, agora, que haja uma maior procura, pelo exterior, dos nossos produtos exportados. Os exportadores conseguirão preços maiores pelos produtos e, portanto, mais dólares. Logo, a curva de oferta de divisas se desloca para a direita pois, a uma mesma taxa de câmbio ε 0, os exportadores desejam ofertar mais dólares. Mas, a esta taxa de câmbio os importadores desejam comprar menos dólares. Conseqüentemente, sobrarão dólares nas mãos dos exportadores, que estarão dispostos a vendê-los a uma taxa de câmbio menor, ε 1, que será a nova taxa de equilíbrio. Imagine agora que o consumidor nacional aumente a demanda por bens importados. Então, aos mesmos preços os nacionais desejam comprar mais produtos importados e outros. Isso significa que os importadores desejam importar mais bens, mesmo a preços maiores, ou seja, a curva de demanda por divisas se deslocará para a direita como na figura ao lado. A nova taxa de câmbio de equilíbrio será ε 1, maior do que ε 0. A esta nova taxa de câmbio, a quantidade de divisas que os importadores desejam comprar será exatamente igual à quantidade de divisas que os exportadores desejam vender.

26 26 A demanda por divisas depende, por outro lado, da renda do país importador. Quando cresce a renda nacional, cresce a demanda por todos os bens de economia, inclusive a demanda por bens importados. Isso leva a uma expansão das necessidades de divisas, para pagar as importações. Qual é o efeito de uma inflação interna sobre esse mercado? Supondo que haja um processo inflacionário, os exportadores agora recebem a mesma quantidade de Reais na conversão dos dólares recebidos do exterior. No entanto, o valor real da moeda nacional está depreciado, de modo que eles têm menos incentivo a exportar. Além disso, seus custos de produção aumentaram, fazendo com que o preço do produto nacional suba em relação ao estrangeiro. Assim, ocorre uma redução nas exportações, levando a curva de oferta de divisas a se deslocar para a esquerda. Por outro lado, os importadores agora necessitam comprar de mais dólares, porque a demanda pelos produtos importados aumentou, visto que o preço do mesmo em relação ao nacional está relativamente menor. Assim, aumenta a procura por divisas, e a curva de demanda tende a se deslocar para a direita. Conclusão: quando cresce o nível de preços, ou seja, quando há inflação, diminui a oferta de divisas e aumenta a demanda por divisas, resultando num aumento da taxa de câmbio. Regimes Cambiais Vimos como ocorre a determinação da taxa de câmbio através das forças de mercado. Porém, alguns países do mundo adotam taxas de câmbio fixas, isto é, as taxas de câmbio são fixadas pelo governo. À primeira vista, as taxas de câmbio fixadas pelo mercado, como nos exemplos anteriores, parecem fornecer um mecanismo bastante simples de ajuste sem maiores

27 27 problemas. Entretanto, existem alguns motivos que podem levar o governo a optar por um regime de câmbio fixo. Por exemplo, se as elasticidades da demanda e da oferta de divisas forem muito baixas, então pequenas alterações na oferta e na demanda por divisas levarão a grandes alterações na taxa de câmbio. Vamos analisar o gráfico a seguir: Se a oferta de divisas O se deslocar para O, por causa de um aumento nos preços de um produto exportado, a taxa de câmbio passará a ser ε 1, subindo (ε 1 ε 0 ). Essas grandes alterações na taxa de câmbio provocam enormes alterações na economia e, se forem freqüentes, acabam por ocasionar problemas muito graves. Imagine se a taxa de câmbio aumentar de repente em 100%. Os preços dos produtos importados, como o trigo e a gasolina, subiriam de um dia para outro, provocando um aumento considerável nos preços dos transportes e nos preços dos alimentos, com repercussões danosas para a população. Outra razão para o Governo fixar as taxas de câmbio é a especulação. Se os compradores de divisas esperam que a taxa de câmbio se eleve, eles antecipam suas compras e compram quantidades maiores, isto é, aumentam a demanda. Por outro lado, se os ofertantes acreditam que a taxa de câmbio vai aumentar, eles diminuem a sua oferta para vender mais tarde e ter ganhos maiores. O resultado é que as expectativas dos compradores e dos vendedores sobre a elevação da taxa de câmbio acabam por diminuir a oferta e aumentar a demanda. Como conseqüência, a taxa de câmbio efetivamente vai aumentar, produzindo assim os efeitos indesejáveis sobre a estabilidade da economia. Mesmo com esses argumentos favoráveis ao regime de câmbio fixo, a maior parte dos países do mundo tem optado pelo regime de câmbio flutuante. A adoção da flutuação cambial é decorrência do forte crescimento do mercado financeiro internacional, que torna cada vez mais difícil para as autoridades monetárias administrar um regime de câmbio fixo.

28 28 Essa tendência mundial começou a partir dos anos 70, quando os Estados Unidos acabaram com o padrão-ouro, ou seja, a conversibilidade do dólar em ouro. Até então, o regime era de câmbio fixo entre as diversas moedas e o dólar, sendo que o papel dos Estados Unidos era o de garantir a conversão do dólar que circulava internacionalmente em ouro a uma paridade fixa. O crescimento do mercado financeiro internacional é a principal causa para que um número cada vez maior de países mude para o regime de câmbio flutuante. São três os fatores que explicam o rápido crescimento das transações financeiras internacionais: 1. O progresso tecnológico, notadamente nas áreas de telecomunicações e informática, o que reduziu substancialmente os custos das transações financeiras internacionais. Praticamente se eliminaram as fronteiras nacionais para o mercado financeiro. 2. A desregulamentação do mercado financeiro internacional possibilitou uma rápida diversificação de portfólio (carteira de aplicações) no âmbito global. Atualmente um administrador de fundos financeiros pode realizar aplicações em dezenas de países, tornando possível o fenômeno do "contágio": uma crise financeira em um país pode se espalhar para outros países. 3. As inovações nos instrumentos financeiros, com o aparecimento de novos produtos, como por exemplo, o mercado de derivativos (futuros, swaps, opções e outros) que passaram a dar ao mercado novas opções de hedge (garantia de posições financeiras) ou de especulação. Atualmente estima-se que no mercado cambial mundial sejam realizadas transações em torno de US $1,5 trilhão, sendo 90% desse total, transações financeiras. A entrada e saída de capitais nos diversos países é muito rápida, e em grandes montantes, tornando muito mais difícil para as autoridades monetárias administrarem o regime de câmbio fixo. Quando o câmbio é fixo e a mobilidade de capitais é grande, o Banco Central passa a usar um mecanismo de compra e venda de divisas para manter a paridade com a moeda nacional. Assim, para evitar uma apreciação da moeda nacional, o Banco Central entra no mercado comprando divisas, desse modo aumentando o valor destas frente à moeda nacional. Por outro lado, para evitar uma depreciação da moeda nacional, o Banco Central entra no mercado vendendo divisas, desse modo reduzindo o valor das mesmas frente à moeda nacional. Nos dois casos, a manutenção do câmbio fixo implica na perda da Política Monetária.

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