Princípios de Finanças. Prof. José Roberto Frega, Dr.
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1 Princípios de Finanças Prof. José Roberto Frega, Dr.
2 Material didático e acesso Site da disciplina Login: UFPRPRINCFIN 2
3 Prof. José Roberto Frega, Dr. Graduado em Engenharia Eletrônica (UFRJ, 1980) Especialista em Engenharia de Equipamentos (PETROBRÁS-UFRJ, 1980) Especialista em Tecnologia da Informação e Comunicação (FAE, 1999) Mestre em Administração Estratégica (PUCPR, 2005) Doutor em Administração Estratégica (PUCPR, 2009) 3
4 Aula de hoje O valor do dinheiro no tempo: o processo de formação das taxas de juros;
5 Porque o dinheiro muda de valor com o tempo? Quais são os processos que fazem o dinheiro mudar de valor com o tempo? O que se pode fazer para preservar esse valor? Como se expressa essa mudança de valor com o tempo? 5
6 Circulação dos recursos Como já se viu, a circulação dos recursos é fundamental para o funcionamento de uma economia. Como em um ecossistema, se o recurso não circula, ele fica estagnado e o sistema entra em colapso. 6
7 Como os recursos circulam? Recursos circulam de um agente superavitário para um agente deficitário, por meio de algum mecanismo de intermediação financeira. 7
8 Qual a melhor opção? Agentes superavitários têm várias opções de investimento. Agentes deficitários têm várias opções de financiamento. Quais as técnicas que permitem avaliar quais as melhores opções em cada caso? 8
9 O valor do dinheiro no tempo O dinheiro recebido hoje tem mais valor do que a mesma quantia recebida amanhã. Porque? 9
10 Porque o valor do dinheiro muda com o tempo? Inflação Estrutura de preços muda Necessidades das pessoas mudam Preferência pela liquidez 10
11 O que é a inflação? Um exercício de abstração: Em uma economia fechada e estável, o meio circulante e os bens de consumo e de capital estão em equilíbrio. 11
12 Economia fechada Antonio, o dono da padaria, foi almoçar fora e gastou 100 reais com o almoço no restaurante do João. João, de posse dos 100 reais, correu comprar um estoque de café em promoção no mercado de Claudio e gastou os 100 reais com ele, que correu pagar uma dívida com o Francisco, dono do açougue que, por sua vez, liquidou a fatura pendente com o Luiz, fornecedor de sacolas plásticas, que correu falar com sua esposa, a Julia, para ver a melhor destinação do dinheiro. Julia disse a ele para liquidar a conta pendurada na padaria do Antonio, no valor de 100 reais... 12
13 Conclusão Se todos os agentes econômicos trabalham dentro de um determinado sistema, sem atitudes de acumulação, o volume de recursos circulando é constante. Se o tamanho da economia não muda, os preços se mantém constantes. 13
14 Se o meio circulante se altera... Imagine, para simplificar, que na economia só há bananas e dólares circulando. Em uma economia com 100 mil bananas e um milhão de dólares, estabelece-se, naturalmente, a proporção de 10 dólares para cada banana. Como só existem bananas, esse é o preço fixado para cada unidade de banana disponível: 10 dólares. 14
15 Caso 1: retração na oferta de bananas Imagine que, nessa economia, a oferta de bananas caia para 90 mil unidades e a quantidade de dólares se mantenha constante. O valor de cada banana passará para 11,11 dólares por unidade, estabelecendo um novo ponto de equilíbrio. A escassez de bananas fez com que seu preço subisse. 15
16 Caso 2: governo emite moeda para financiar a dívida Se, na mesma economia, as bananas se mantivessem constantes mas o governo, para gerar recursos para se financiar, emitisse mais cem mil dólares e colocasse no mercado. Haveria 100 mil bananas e 1,1 milhão de dólares, estabelecendo um preço de 11 dólares por banana. A oferta de moeda fez o preço subir. 16
17 Casos 3 e 4 Se a oferta de bananas aumentar sem o aumento da base monetária ou Se a base monetária diminuir para a mesma oferta de bananas O efeito é o mesmo: o preço unitário da banana diminui! 17
18 Inflação É o efeito no qual se observa uma diminuição do poder de compra da moeda corrente de uma economia, ou seja, são necessárias mais unidades monetárias para adquirir a mesma quantidade de bens ou serviços. 18
19 Valor do dinheiro com inflação Como a inflação deteriora o poder de compra, é como se desvalorizasse o valor da moeda. Para que haja equivalência no recebimento, a quantia recebida no futuro deve ser maior que a quantia recebida no presente. O acréscimo é quantificado por meio do valor da inflação. 19
20 Valor do dinheiro com inflação 20
21 Prêmio de inflação Como a inflação é um evento futuro, faz-se hoje uma estimativa da inflação futura e cobra-se o que se chama de prêmio de inflação. 21
22 Exemplo Se estou contratando um empréstimo de $4.300,00 hoje, sujeito exclusivamente a um prêmio de inflação de 3,5% no período, qual será o valor futuro a ser pago? 22
23 Exemplo 23
24 24
25 Outros fatores que influenciam a taxa de juros 25
26 Outros fatores que influenciam a taxa de juros 26
27 Outros fatores que influenciam a taxa de juros 27
28 Outros fatores que influenciam a taxa de juros 28
29 Composição final 29
30 Assim sendo... O valor do dinheiro no tempo muda. O valor futuro é diferente do valor presente. O que determina essa mudança é a taxa de juros, o período de tempo envolvido, o número de períodos envolvido e eventuais pagamentos ou captações efetuados ao longo do período. 30
31 Algumas notações 31
32 O diagrama de fluxos Uma das tarefas mais importantes em finanças é a elaboração do modelo de empréstimo. O modelo, ou esquema do problema, é uma representação gráfica dos fluxos de capital. É sempre considerado do ponto de vista de quem elabora o diagrama. 32
33 Os sinais dos fluxos Se estou RECEBENDO um recurso, o sinal do fluxo é positivo. Se estou DESEMBOLSANDO um recurso, o sinal é negativo. 33
34 Exemplo Tomar um empréstimo e pagá-lo em 30 dias pode ser modelado pelo tomador do empréstimo com um diagrama contendo dois fluxos: Faça o diagrama 34
35 Exemplo Tomar um empréstimo e pagá-lo em 30 dias pode ser modelado pelo tomador do empréstimo com um diagrama contendo dois fluxos: O primeiro fluxo, em t=0, é positivo, pois o dinheiro está ENTRANDO no caixa. O segundo fluxo, em t=30 dias, é negativo, correspondendo à devolução do dinheiro (naturalmente acrescido dos juros) 35
36 Modelo do fluxo proposto (financiamento) 36
37 O investimento Se sou um investidor, como fica meu diagrama de fluxo? 37
38 O investimento Se sou um investidor, como fica meu diagrama de fluxo? No tempo t=0, o investidor DESEMBOLSA uma determinada quantia para o investimento; logo, o seu fluxo é negativo nesse momento. No tempo t=30 dias, o investidor RECEBE a quantia investida acrescida de juros, portanto o seu fluxo é positivo nesse momento. 38
39 Modelo do fluxo proposto (investimento) 39
40 Resumindo O problema do valor do dinheiro no tempo é dependente de uma série de variáveis; normalmente conhece-se todas, menos uma, que é a incógnita do nosso problema. Geralmente as variáveis envolvidas são VP, VF, PMT, N e i. 40
41 O dinheiro como mercadoria Já que se pode imaginar um cenário de oferta de fundos e de concomitante procura de fundos, pode-se imaginar os recursos financeiros como se fossem uma mercadoria qualquer, sujeita à oferta e à demanda. 41
42 42
43 O ponto de equilíbrio O par ordenado (M0; i0) é o ponto de equilíbrio de procura e oferta de fundos, onde M0 é o montante transacionado e i0 é a taxa de juros pura. I0 se chama taxa de juros pura porque desconsidera fatores como risco de mercado. 43
44 A remuneração pelo risco Quando o risco de uma operação financeira aumenta, a parte que oferta os recursos passa a exigir uma remuneração mais elevada, com caráter compensatório. Se eu corro um risco baixo, posso ganhar pouco; se eu corro um risco maior, quero ganhar mais. 44
45 45
46 Lembretes importantes As taxas de juros declaradas pelos agentes financeiros quase sempre são apresentadas expurgadas de despesas acessórias, como Taxa de abertura de crédito Imposto sobre Operações Financeiras Comissões Avais 46
47 Lembretes importantes Assim sendo, as taxas de juros EFETIVAS praticadas podem ser (e normalmente são) bem maiores que aqueles que são informadas no processo de negociação. 47
48 Lembretes importantes Uma taxa de juros deve, SEMPRE, ser referenciada a um período de tempo. Somente assim se pode comparar diferentes taxas em diferentes períodos de tempo para tomar uma decisão de investimento ou de financiamento. 48
49 Pequeno exercício de fixação Um cidadão resolve contratar um pequeno crédito de $1.000,00, a uma taxa declarada de 3% a ser paga ao fim do período. Investigando um pouco melhor, o cidadão descobre que pagará também um IOF de 0,38% sobre o valor contratado, mais uma tarifa de abertura de crédito de $27,00, uma taxa de aval de $10,00 e taxa de cartório no valor de $12,00. Pergunta-se: qual a taxa efetiva do crédito contratado? 49
50 Por hoje é só! Dúvidas?
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