Disciplina: Economia ECN001. Macroeconomia
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- Carmem Pinho Rosa
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1 Disciplina: Economia ECN001 Macroeconomia
2 Orçamento do Setor Público É a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas por um Governo em um determinado exercício (geralmente um ano). Expressa, num determinado período, o programa de atuação do governo, discriminando receitas e despesas Na prática, também opera como ferramenta de planejamento no curto prazo
3 O Orçamento Público Brasileiro é uma lei... O orçamento público é uma lei que, entre outros aspectos exprime em termos financeiros a alocação dos recursos públicos. Trata-se de um instrumento de planejamento que espelha as decisões políticas, estabelecendo as ações prioritárias para atendimento das demandas da sociedade, em face à escassez de recursos. É a lei que estima a receita e fixa a despesa Cujo projeto de lei, de iniciativa do Poder Executivo, tem que ser encaminhado ao Congresso e devolvido para sansão presidencial até o fim da sessão legislativa
4 Déficit Orçamentário Se as receitas superam os gastos, haverá um superávit orçamentário Se as receitas forem menores do que os gastos, haverá um déficit orçamentário Déficit nominal: diferença entre o total arrecadado e o total de gastos públicos, calculada como porcentagem do PIB. Inclui despesas com correção monetária, devido variação da taxa de inflação. O gasto com correção monetária e cambial refere-se à atualização da dívida e não a um crescimento real da mesma Déficit operacional: são excluídos gastos com correção monetária e cambial das dívidas interna e externa. Déficit primário: exclui, além dos pagamentos relativos à correção monetária, as despesas com juros reais das dívidas interna e externa, refletindo, na prática, a situação das contas públicas, caso o governo não tivesse dívida.
5 Déficit Orçamentário 2014 Déficit nominal 6,7% PIB Déficit primário 0,63% PIB 2013 Déficit nominal 3,25% PIB Superávit primário 1,88% PIB Estes resultados indicam que o saldo entre receitas e despesas públicas não foi suficiente para pagar os juros da dívida. Além disso, houve deterioração dos indicadores fiscais em relação ao ano anterior. Fonte: DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos)
6 O déficit primário em 2014 Causas de receitas: 3,6%, despesas: 12,8%. Desempenho das receitas: afetado pelo baixo crescimento econômico e pelas desonerações tributárias. Desempenho das despesas: crescimento de despesas de custeio e capital e aumento dos benefícios previdenciários
7 No caso das receitas. Apesar do aumento do Imposto de Renda 5,6% Houve queda na arrecadação da Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) em 3,1% e do PIS (Programas de Integração Social) em 5,8%. Enquanto a arrecadação do IR refletem o fraco crescimento econômico e da renda, o PIS/Cofins está ligado às desonerações. Em função do mercado de trabalho ainda favorável, as receitas da Previdência Social tiveram quase 10% de aumento, apesar da desoneração da folha.
8 No caso das despesas Pessoal e encargos não pressionou as contas públicas, com variação de 8,4%. As despesas de custeio e capital foram as que mais contribuíram para o déficit primário. Destaque para o aumento de 22% nas despesas do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e de 21,5% em outras despesas de capital para os Ministérios da Saúde, da Educação e do Desenvolvimento Social, investimentos do PAC e a compensação pela desoneração da folha. Houve aumento das despesas da Previdência Social, mas numa taxa de 10,4%, que não ficou muito distante do aumento das receitas. Assim, as contas da Previdência parecem não ter colocado muita pressão sobre as contas do governo central.
9 Com relação ao pagamento de juros Apesar do resultado primário negativo, a conta principal ainda é a dos juros sobre a dívida pública. O ciclo de alta dos juros, usado como forma de combater a inflação, causou, em 2014, culminou em pagamento de juros equivalentes a 5,33% do PIB. Significa uma enorme transferência de renda de toda a sociedade (dos contribuintes, aqueles que pagam impostos) para uns poucos privilegiados, detentores da dívida pública. As contas públicas mostram que, em 2014, os fatores que determinaram o déficit nominal recorde foram: a alta das taxas de juros, maiores gastos com investimentos, desonerações tributárias, funcionamento dos ministérios e programas da área social.
10 O déficit e seu financiamento O setor público tem aumentado sua participação na atividade econômica, na maioria dos países, incorrendo em déficits, que implica, por sua vez, em necessidades crescentes de financiamento. Impostos Criação de dinheiro Emissão de títulos da dívida pública
11 O déficit e seu financiamento Ainda que apareça como forma natural de financiar os Imposto gastos públicos, apresenta limitações: quando existe déficit são insuficientes para atender os gastos, durante uma recessão o aumento de impostos agravaria a situação
12 O déficit e seu financiamento Vantagens Não gera déficits futuros Criação de dinheiro Não é preciso elevar taxas de juros Desvantagens Provoca a perda do valor do dinheiro, e consequentemente provoca uma pressão inflacionária Se o financiamento é feito exclusivamente com emissão de moeda, o excesso de moeda pode gerar uma hiperinflação
13 O déficit e seu financiamento Vantagem Evita pressões inflacionárias do excesso de moeda, Emissão de títulos Desvantagem Aumenta a dívida interna, o que pressionará o próprio déficit no futuro Eleva as taxas de juros (para viabilizar a colocação de seus papéis) Se o financiamento for por meio de títulos públicos é um instrumento limitado, pois não é possível crescer indefinidamente a dívida pública, além de gerar desconfiança nos investidores
14 Política Monetária É o conjunto de ações do Banco Central para controlar a quantidade de dinheiro e a taxa de juros, e em geral, as condições de crédito O mercado monetário é como qualquer outro, onde existe demanda (por moeda), oferta (de moeda) e preço de equilíbrio, que nada mais é do que a taxa de juros O Banco Central do Brasil (BACEN) é o responsável pelo controle e funcionamento do sistema financeiro. Uma de suas tarefas fundamentais consiste em manter a quantidade de dinheiro ajustado aos objetivos preestabelecidos. Ao se controlar a quantidade de dinheiro, simultaneamente condiciona-se a taxa de juros
15 As funções do Banco Central Banco emissor: tem o monopólio das emissões de moeda; o BC deve colocar em circulação o volume de notas e moedas necessárias ao bom desempenho da economia; Banco dos bancos: é o órgão em que os bancos depositam seus fundos, também empresta aos bancos; Banco do governo: grande parte dos fundos do governo são depositados no BC, e quando o governo necessita de recursos ele emite títulos e os vende ao público, via BC; Banco depositário das reservas internacionais.
16 A política monetária Restritiva Engloba um conjunto de medidas que tendem a reduzir o crescimento da quantidade de dinheiro e a encarecer os empréstimos (elevar a taxa de juros) Expansiva É formada por aquelas medidas que tendem a acelerar o crescimento da quantidade de dinheiro e a baratear os empréstimos (baixar as taxas de juros)
17 A importância da taxa de juros A taxa de juros representa o preço do dinheiro no tempo. É uma taxa de rentabilidade para os aplicadores e o custo do empréstimo para os tomadores. Existem vários tipos de taxas, mas todas relacionadas com uma taxa básica da economia, que é a taxa que os bancos pagam pelos fundos de outros bancos (SELIC), que depende da oferta e demanda de dinheiro na economia.
18 SELIC Sistema Especial de Liquidação e Custódia É utilizada como taxa básica da economia e fixada mensalmente pelo Conselho de Política Monetária (COPOM), definida a cada 45 dias; Serve para definir o piso de juros no país; É usada nos empréstimos feitos entre os bancos; A partir dela os bancos definem a remuneração de algumas aplicações financeiras feitas pelos clientes; É usada como referência de juros para empréstimos e financiamentos: os bancos tomam dinheiro emprestado pela taxa SELIC, porém, ao emprestar a seus clientes a tx bancária é bem maior, porque embutem seus lucros
19 A oferta monetária e a taxa de juros Taxa de juros Se indivíduo ou empresa deseja $ para financiar seus gastos Empréstimos Se tem muita oferta moeda: taxa juros cai Se oferta monetária reduz: taxa aumenta Taxas de juros altas Agentes pegam menos dinheiro Menos dinheiro, menos investimentos produtivos, menos gastos Menos investimentos, menos crescimento Pouca oferta monetária inflação controlada E o contrário?
20 Taxa de Juros aumenta o custo de oportunidade de estocar mercadorias, dada a atratividade de aplicar no mercado financeiro; Uma alta taxa de juros incentiva o ingresso de recursos financeiros de outros países; freia a atividade econômica, ao desestimular o consumo e o investimento produtivo, pois estimula aplicações especulativas; aumenta a dívida interna.
21 Os instrumentos de Política Monetária O BACEN não pode influir diretamente na taxa de juros. Ele o faz por meio de 3 instrumentos: Reservas compulsórias o BC obriga os bancos comerciais a reter uma parcela dos depósitos como depósitos obrigatórios, que não poderão ser utilizados pelos bancos para empréstimos ou outras aplicações. No Brasil, em média, essas reservas representam cerca de 50 a 60% dos depósitos à vista. Um aumento desta taxa representa uma diminuição dos meios de pagamento, dado que os bancos emprestarão menos ao público. São as reservas que os bancos devem legalmente manter, não podem emprestar. Esta porcentagem é decidida pelo BACEN e é obrigatoriamente cumprida por todas as entidades financeiras Se elevar o coeficiente de caixa, a quantidade de dinheiro para emprestar para os clientes diminuirá, provocando uma elevação da taxa de juros Acontecerá o contrário caso o BACEN reduzir o coeficiente
22 Os instrumentos de Política Monetária Compra e venda de títulos Operações de mercado aberto: vendas ou compras, por parte do BC, de títulos governamentais no mercado de capitais. Quando o governo vende esses títulos ao público, por meio do BC, ele enxuga moeda do sistema, quando recompra esses títulos, o dinheiro dado em troca do título representa um aumento nos meios de pagamento. Se o BACEN considera que a quantidade de dinheiro deve aumentar, uma possibilidade é comprar títulos das instituições financeiras e dos particulares, ficando com os títulos e pagando seu valor a seus antigos possuidores Se a pretensão é reduzir a quantidade de dinheiro, títulos serão vendidos às instituições financeiras, de forma que a quantidade de dinheiro em circulação será reduzida
23 Os instrumentos de Política Monetária Taxa de redesconto São dois tipos de redescontos: Normal, quando visa apenas socorrer os bancos quando de eventual saldo negativo na conta de depósitos voluntários, ou seja, visando equilibrar suas necessidades de caixa no caso de aumento acentuado da demanda de recursos dos depositantes.. Especial, quando o BC abre uma linha de crédito aos bancos comerciais, desde que estes utilizem essa verba adicional em setores específicos (ex. compra de fertilizantes, para exportação, etc); Linha de crédito especial aos bancos
24 Efeitos da Política Monetária Efeitos sobre a demanda agregada e sobre a inflação Aumento na oferta monetária Taxa de juros cai Aumenta a demanda agregada Economia cresce Desemprego diminui Gasto com consumo aumenta ($ emprestado para comprar carros, casas, etc.) Empresas decidiráo financiar seus investimentos Inflação
25 Efeitos da Política Monetária Efeitos sobre a entrada de capitais estrangeiros Uma taxa de juros elevada incentiva a entrada de capital estrangeiro no Brasil. Isso é bom ou é ruim????
26 Eficácia das Políticas Monetária e Fiscal A eficácia pode ser avaliada a partir de sua velocidade de implementação, pelo grau de intervenção da economia Velocidade de implementação: neste quesito a política monetária é mais eficaz do que a política fiscal, visto que as decisões das autoridades monetárias são aplicadas de imediato, enquanto que as decisões na área fiscal devem passar pelo Poder Legislativo e só implementadas no exercício fiscal seguinte (Princípio da Anterioridade) Grau de intervenção na economia: a política fiscal é mais eficaz, ela tem impactos mais fortes sobre o grau de distribuição de renda e sobre a estrutura produtiva (alteração na alíquota de impostos, criação de novos impostos, etc.).
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