A curva de Phillips demonstrada na equação abaixo é ampliada e com expectativas racionais (versão contemporânea da curva de Phillips):
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- Inês Bento Leveck
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1 Concurso TCE/MG elaborado pela FCC em abril de Atendendo a alguns pedidos de colegas que frequentaram o curso de Economia parte teórica nos meses de fevereiro, março e abril de 2007 bem como aqueles que realizaram o concurso do Tribunal de Contas do estado de Minas Gerais, em abril do ano corrente, realizado pela banca examinadora da Fundação Carlos Chagas (FCC), extremamente presente no cenário nacional, faremos as questões pertinentes ao conteúdo de Macroeconomia e veremos que estamos na direção certa. Hoje veremos Curva de Phillips e demanda por moeda! 01 - (FCC-TCE-MG 2007) A Curva de Phillips: a) é vertical no curto prazo e tende a ser horizontal no longo prazo. b) indica uma correlação positiva entre a taxa de inflação e a taxa de desemprego da economia. c) desloca-se para a esquerda, em caso de expectativa de aceleração inflacionária. d) é influenciada por choques exógenos da oferta agregada. e) é positivamente inclinada porque relaciona a taxa de inflação com a taxa de crescimento da economia. Vou reproduzir aqui fragmentos do nosso curso teórico de economia concluído em meados de abril de 2007: A curva de Phillips é assim chamada por ter sido descoberta em 1958, quando Phillips traçou um diagrama relacionando a taxa de desemprego à taxa de inflação no Reino Unido, de 1861 a Desde então, difundiu-se a implicação para a política econômica de que seria possível escolher em que ponto a economia deveria estar na curva de Phillips: inflação baixa com desemprego alto, inflação alta com desemprego baixo ou um ponto intermediário. A discussão de política econômica nos EUA na década de 60 teve muito a ver com a escolha do melhor ponto sobre a curva de Phillips. Naquela década, a taxa de desemprego dos EUA se reduziu à custa da elevação da inflação, como previa a curva de Phillips. ( a assertiva b está falsa) 1
2 No entanto, a realidade que deu origem à concepção da curva de Phillips como um menu para escolha entre inflação e desemprego desapareceu na década de 70. Foram duas as razões. A primeira e mais importante razão foi a mudança no processo de formação das expectativas de inflação dos agentes econômicos. Os choques do petróleo da década de 70 foram a segunda razão do desaparecimento da versão original da curva de Phillips. Grandes choques de oferta eram novidades no pós-guerra. Eles impulsionaram a inflação para cima, ao mesmo tempo em que causaram recessão, gerando o novo fenômeno da estagflação. ( a assertiva d está correta) No curto prazo, há uma relação inversa entre inflação e desemprego. A qualquer tempo, o formulador de políticas econômicas que controlam a demanda agregada pode escolher a combinação de inflação e desemprego ao longo de uma curva de Phillips no curto prazo. A opção entre inflação e desemprego no curto prazo depende da inflação esperada. Quanto maior for essa expectativa, mais distante da origem ficará a curva. A curva de Phillips no curto prazo depende da expectativa inflacionária. Se a expectativa inflacionária aumenta, a curva se desloca para a direita e a opção enfrentada pelo formulador da política econômica piora: a inflação é mais alta para qualquer nível de desemprego. ( a assertiva c está falsa) Como as pessoas ajustam, ao longo do tempo, suas expectativas sobre a inflação, essa opção conflitiva entre inflação e desemprego só se sustenta no curto prazo. O formulador de política econômica não pode manter a inflação acima do nível da inflação esperada por tempo indeterminado: as expectativas acabarão por se adaptar a qualquer taxa de inflação que o formulador de política escolher. No longo prazo, a dicotomia clássica é mantida, o desemprego volta à sua taxa natural e não há opção conflitiva entre inflação e desemprego. A constatação de que a curva de Phillips original não mais funcionava deu origem ao nascimento de uma segunda versão, que é a contemporaneamente aceita em macroeconomia. 2
3 A curva de Phillips demonstrada na equação abaixo é ampliada e com expectativas racionais (versão contemporânea da curva de Phillips): π = π e - β(u - u n ) + ε onde: π = taxa de inflação (π e = taxa esperada de inflação) u = taxa de desemprego (u n = taxa natural de desemprego) ε = choque aleatório de oferta β = parâmetro que mede a sensibilidade da taxa de inflação aos desvios da taxa de desemprego efetivo em relação à taxa natural. Logo, quando se tem π = π e.e considerando a inexistência de choques aleatórios de oferta, tem-se u = un e a curva de Phillips será vertical no nível da taxa de desemprego natural. ( a assertiva a está falsa) Abaixo temos a curva de Phillips em sua versão contemporânea, com a incorporação das expectativas. Figura - Curva de Phillips versão contemporânea. π u n u A assertiva d está correta. 3
4 02- (FCC-TCE-MG-2007) A demanda de moeda de uma economia: a) é função inversa da renda per capita. b) depende da proporção entre a moeda manual e a moeda escritural. c) independe da velocidade-renda da moeda. d) é constante e fixada pelo Banco Central. e) aumenta quando a taxa de juros diminui. Vou reproduzir aqui fragmentos do nosso curso teórico de economia concluído em meados de abril de 2007: A todo momento um indivíduo tem que decidir se entrega a sua riqueza em títulos e/ou moeda. A obtenção de títulos garante o rendimento de juros ao passo que a obtenção de moeda garante a liquidez. A poupança pode ser alocada em encaixes monetários ou em outros ativos que pagam juros (os últimos chamaremos de títulos). Os títulos e os encaixes monetários são considerados substitutos. A escolha da alocação de poupança é determinada pelas taxas de juros pagas pelos títulos. Quanto mais altas forem essas taxas, menos atraentes serão os encaixes monetários e menores serão os encaixes que as pessoas preferirão manter. Quanto mais baixas as taxas de juros, menos atraentes serão os títulos e maiores os encaixes que as pessoas preferirão manter. A restrição da riqueza será, pois, igual à soma da demanda individual por moeda e por títulos. Em termos reais: W = L + V onde: P W riqueza nominal de um indivíduo P nível geral de preços L demanda nominal por moeda dividido pelo nível geral de preços = demanda real por moeda ( ou demanda por encaixes reais) V demanda nominal por títulos dividido pelo nível geral de preços = demanda real por títulos 4
5 Vejamos, então, no quadro abaixo, o efeito da taxa de juros sobre a restrição da riqueza do indivíduo. Efeito da taxa Demanda por Demanda de juros encaixes reais real por títulos A demanda por encaixes reais depende do nível de renda (Y) e da taxa de juros (i): depende do nível de renda porque os indivíduos precisam de moeda para financiar suas despesas. Esta demanda é conhecida por demanda por moeda para transação e depende da taxa de juros porque tal instrumento representa o custo de reter moeda e, conseqüentemente, de não reter títulos, que rendem juros. Esta demanda é conhecida como demanda por moeda para especulação. Quanto mais alta a taxa de juros, pior será reter moeda por causa do alto custo que isto representará e melhor será empregá-la em outros ativos que renderão juros. Quanto maior o nível de renda, melhor será reter moeda para cobrir a propensão marginal a gastar. A demanda por moeda aumenta com a renda e diminui com a taxa de juros. A assertiva e está correta. No próximo encontro, comentaremos as duas questões sobre macroeconomia de Keynes do citado concurso. O curso de Economia em Exercícios Comentados começou ontem dia 02 de maio de 2007 e está com matrículas abertas! Fiquem com Deus e bons estudos! Marlos 5
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