UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Campo Mourão Curso de Tecnologia em Alimentos. Laís Behrenchsen



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Transcrição:

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Campo Mourão Curso de Tecnologia em Alimentos Laís Behrenchsen IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE NA EMPRESA SOINVIE DO BRASIL LTDA. BENEFICIAMENTO E CARA CTERIZAÇÃO DE DA INDÚSTRIA DE NA RAGIÃO DE CORUMBATAÍ DO SUL: APROVEITAMENTO DA CASCA ESTÁGIO SUPERVISIONADO Campo Mourão Agosto/2013 1

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Resumo Este relatório tem o objetivo de apresentar as atividades desenvolvidas no decorrer do estágio obrigatório para a conclusão do Curso de Tecnologia em Alimentos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. As atividades de estágio ocorreram na empresa Soinvie do Brasil LTDA, no período de 26 de novembro de 2012 a 10 de maio de 2013, totalizando uma carga horária de 400 horas. As atividades desenvolvidas foram: elaboração do manual do Sistema de Gestão da Qualidade, adequação de Instruções de Trabalho (IT s), Procedimentos (PRO.) e Formulários já existentes, bem como a participação no processo de produção de produtos de limpeza. 3

1. Introdução 1.1 Qualidade A palavra qualidade pode assumir diversos significados em função do observador. Segundo Arruda (2002), Qualidade é a capacidade de um produto ou serviço satisfazer necessidades expressas ou implícitas a um custo competitivo. Em muitos casos as necessidades podem evoluir com o tempo. Tal fato implica na necessidade de revisão periódica dos requisitos da qualidade (LOBO, 2010). Para Ishikawa (1962), qualidade significa a busca contínua das necessidades do consumidor visando sua satisfação, aspecto que é garantido pela qualidade em seu sentido amplo: qualidade do produto ou serviço, da empresa, das pessoas, da administração, pelo custo do produto e serviço, pelo atendimento no prazo certo etc. De nada adianta fabricar um produto de qualidade, que cumpra os requisitos do projeto, se não satisfaz ao consumidor (BASTOS, 2013). Para Crosby (1992), a qualidade é vista como conformidade com os requisitos, a qual teria um enfoque na fabricação. Portanto, de acordo com esta definição, quanto maior a qualidade, menores serão os custos, pois menores serão os retrabalhos e desperdícios (BASTOS, 2013). Juran (1991) define a qualidade a partir de dois significados: qualidade é adequação ao uso e, qualidade é ausência de falhas. (BASTOS, 2013). A importância da qualidade em qualquer ramo de atividade não pode ser apenas vista como um diferencial, mas sim como uma das únicas formas de manter-se competitivo buscando a cada dia novas maneiras de melhorias na cadeia produtiva e garantindo a satisfação do cliente, conseqüentemente um aumento nas vendas e receitas da organização. Diante de um mundo globalizado onde as barreiras sócio-econômicas estão diminuindo, cada vez mais os clientes estão buscando produtos e serviços com qualidade e as empresas têm que se adequar a este cenário eliminando atividades que não 4

agregam valor, oferecendo produtos com qualidade e valor reduzido (SILVA, BARBOSA e MICHEL, 2006). Para que um produto alcance total qualidade, não deve apenas ser adequado ao uso e satisfazer os clientes, mas também devem seguir os níveis de tolerância e requisitos que se expressam através de normas, padrões e especificações. Este conjunto de especificações é que permite uniformizar os critérios de avaliação qualitativos e quantitativos de cada produto (FERREIRA, 2002). 1.2 Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001:2008 Os sistemas da qualidade proporcionam os instrumentos necessários para assegurar que os requisitos e atividades especificados sejam acompanhados e verificados de uma maneira planejada, sistemática e documentada. Deste modo, estabelecer um sistema da qualidade não significa aumentar ou reduzir a qualidade dos serviços ou produtos, mas sim, aumentar ou reduzir a certeza de que os requisitos e atividades especificados sejam cumpridos (ISRAELIAN, et. al., 2013). O ponto central nesta evolução do conceito de qualidade foi a mudança do enfoque tradicional (baseado no controle da qualidade e na garantia de qualidade) para o controle de gestão e melhoria de processos, que garante a produção da qualidade especificada logo na primeira vez (ISRAELIAN, et. al., 2013). Para que uma empresa implante a gestão da qualidade, deve conhecer as normas ISO 9000, analisar a possibilidade de apoio de consultoria, preparar os seus colaboradores nos conceitos básicos de qualidade, definir um cronograma, organizar um manual da qualidade e pedir a auditoria de um organismo certificador, no caso de pretender a certificação (LOBO, 2010). É preciso ressaltar que a elaboração de toda a base documental que suporta o sistema da qualidade deve ser constituída pelo manual da qualidade, pelos procedimentos de garantia da qualidade, diretamente relacionadas com os requisitos da norma de referência, pelos procedimentos operacionais e instruções de trabalho que envolve apenas uma área funcional ou tarefa 5

específica dentro da empresa e pelos registros da qualidade (LOBO, 2010). No controle de documentos deve-se dar atenção também aos documentos externos como normas, especificações, desenhos, métodos de trabalho e requisitos para o produto, apresentados de forma explícita ou implícita pelos clientes, fornecedores ou pelos organismos regulamentadores e reguladores, que influenciam na qualidade do que se faz. Esses documentos devem ter seus originais e suas cópias controladas da mesma forma que os documentos de origem interna (CERQUEIRA, 2006). Normalmente, costuma-se hierarquizar os documentos na figura de um triângulo, conforme mostra a Figura 1, onde, no vértice, estaria o Manual da Qualidade, pela sua importância, pois nele estão contidas todas as diretrizes e as políticas da qualidade. Na parte central, encontram-se os Procedimentos sistêmicos e na base do triângulo, encontram-se as instruções de trabalho e os registros (CERQUEIRA, 2006). Figura 1: Hierarquia da documentação do SGQ O manual da Qualidade descreve todo o sistema da qualidade e define a política da qualidade da empresa. Os procedimentos escritos têm por finalidade descrever as atividades a 6

serem realizadas, passo a passo, com um texto claro, evitando o excesso de detalhamento, porém sem omitir etapas (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2005). As instruções de trabalho são documentos utilizados para a descrição de funcionamento das atividades de um determinado processo, ou seja, todos os participantes do mesmo serão orientados por este procedimento (DESIDÉRIO, 2012). Os registros servem como evidência de que as atividades (inspeções, verificações de equipamentos, análise de água, entre outros) estão sendo realizadas e também para que a organização tenha um controle destas atividades. O principal objetivo do estágio foi participar da implantação do Sistema de Gestão da Qualidade na empresa Soinvie do Brasil LTDA, visando melhorias no processo de fabricação de produtos saneantes. 2. Descrição do local A Soinvie do Brasil foi fundada em 2011 na cidade de Peabiru na Rodovia BR 158, SN Parque Industrial; é uma indústria que desenvolve e fabrica produtos saneantes, empregados na higienização de ambientes, como casas, hospitais e clínicas odontológicas. A Soinvie tem como missão cuidar da qualidade de vida e bem estar das pessoas, seus produtos atualmente comercializados são: detergente de uso geral, amaciante, limpador perfumado, limpeza pesada, multiuso. As atividades desenvolvidas na empresa visam a padronização e a melhoria do processo de fabricação dos seus produtos a fim de atender às normas e legislações pertinentes a estes produtos, bem como, alcançar um alto padrão de qualidade para seus produtos, e conseqüentemente satisfazer seus clientes. A empresa possui e utiliza vários equipamentos e instrumentos para produção e controle de qualidade de seus produtos: reator em aço inox, phmetro, viscosímetro, termômetros, densímetro, balanças, entre outros. A supervisão das atividades realizadas pelos colaboradores é feita pelo responsável técnico do setor de produção. 7

3. Atividades Desenvolvidas As atividades desenvolvidas durante o período de estágio foram: 1. Calibração de equipamentos; 2. Acompanhamento e participação no processo de produção dos produtos de limpeza; 3. Recebimento de matérias-primas e embalagens; 4. Auxílio no preenchimento dos registros de controle de qualidade; 5. Readequação e elaboração dos Procedimentos, IT s (Instruções de Trabalho), formulários e do Manual do Sistema de Gestão da Qualidade. 6. Acompanhamento da implantação do Sistema de Gestão da Qualidade. 3.1 Calibração de Equipamentos Todos os dias é feita a calibração do phmetro e da balança após 30 minutos do instante em que estes equipamentos são ligados. A calibração destes equipamentos exerce um papel fundamental para a qualidade do produto que será fabricado. O objetivo da calibração é verificar se a medida obtida pelo phmetro e pela balança é verdadeira, excluindo assim, qualquer tipo de erro, já que no caso de produtos de limpeza o ph acima ou abaixo do valor permitido (no caso de phmetro descalibrado) ou maior quantidade de um componente na formulação (no caso de balança descalibrada) pode causar sérios problemas à saúde do manipulador, além de afetar a qualidade do produto. Para calibração da balança utiliza-se um peso padrão de 500g, o qual deve ser manipulado com papel toalha para que as impurezas das mãos do manipulador não passem para o peso padrão. A balança é tarada e o peso é colocado sobre ela, o peso medido pela balança deve ser de 500g, caso o valor mencionado pela balança seja maior ou menor que 500g, deve-se fazer novamente a calibração. Os resultados e as observações oriundas desta atividade são anotados em formulário próprio que é então assinado pelo colaborador responsável pela calibração. 8

Para a calibração do phmetro utiliza-se os tampões 4,01 e 7,01. O eletrodo é retirado da solução de descanso, lavado com água destilada e seco com papel toalha, em seguida é mergulhado no tampão 7,01, conforme pedido pelo phmetro, e depois do tempo de espera o eletrodo é novamente lavado e seco e, então, mergulhado ao tampão 4,01, aguarda-se o tempo necessário e então tem-se o resultado que deve ser entre 90 98% de certeza. O resultado é anotado em formulário próprio e assinado pelo responsável pela calibração. Além das verificações diárias, os aparelhos são calibrados ao menos uma vez por ano por empresa terceirizada e estas calibrações devem ser registradas e conter o certificado de calibração que será arquivado pela indústria. 3.2 Acompanhamento e participação no Processo de Produção Quanto à fabricação dos produtos as atividades desenvolvidas foram: Envase; Fechamento dos frascos; Rotulagem dos frascos; Encaixotamento dos frascos; Lavagem de utensílios e vidrarias utilizados na fabricação dos produtos. Na execução destas atividades faz-se necessário um rigoroso controle de qualidade para impedir que produtos não-conformes cheguem até os pontos de venda. Desta forma o controle de qualidade é realizado para seleção de frascos defeituosos, para certificação da correta rotulagem, se contém todas as informações necessárias como: lote, data de validade, data de fabricação, informações de uso, número para contato com a empresa ou outro órgão responsável, entre outras informações. Deve-se ainda certificar-se de que o frasco foi devidamente fechado e não está ocorrendo vazamento de produto. Durante o encaixotamento deve-se fazer a seleção de caixas com defeito; conferencia da quantidade de frascos dentro da caixa (para não faltar nenhuma unidade); verificação da identificação da caixa com o produto correto, ex. Detergente maçã. Após todas as verificações as caixas são fechadas e levadas 9

ao estoque de produto acabado. Para controle da qualidade são recolhidas e mantidas amostras de cada lote para contra prova, pelo prazo de até 6 meses após o vencimento do prazo de validade. 3.3 Recebimento de matérias-primas e embalagens Ao receber matéria-prima ou embalagens estas passam por inspeção conforme descrito nas instruções de trabalho. Durante a verificação é preenchido o formulário de inspeção, sendo essencial constar a data de realização da inspeção, o número do lote da matéria-prima ou embalagem inspecionadas, e o responsável pela inspeção, além dos resultados. Se o produto inspecionado for aprovado será encaminhado ao estoque e receberá um selo de APROVADO. Caso seja detectada alguma não-conformidade com o produto, este será encaminhado a área de produtos não conformes para devolução ou uso interno da empresa, dependendo da não-conformidade detectada. Após as verificações e preenchimento do formulário de inspeção, é elaborado o laudo do produto recebido evidenciando o resultado obtido e certificando-se que o lote recebido está apto para ser utilizado na fabricação dos produtos da empresa. 3.4 Auxílio no preenchimento dos registros de controle de qualidade Os registros são preenchidos toda vez que as seguintes atividade são realizadas: Verificação diária de equipamentos (balança e phmetro); Calibração externa dos equipamentos (devem ser mantidos com os laudos de calibração); Determinação de temperatura e umidade do estoque de matéria-prima (diário); Limpeza da caixa d água e exaustão; Controle de vetores e pragas; 10

Organização da ordem de produção e elaboração do laudo do produto acabado; Inspeção e laudos de matéria-prima e embalagens. Todos os registros ou formulários devem ser preenchidos com a data de realização da atividade, número do formulário, assinatura do responsável pela atividade e resultados obtidos. Nos formulários referentes a produto acabado, matéria-prima e embalagem deve constar ainda o número do lote do produto. Após preenchimento de todas as informações os registros são arquivados em pastas por tempo pré-determinado no SGQ. 3.5 Readequação e elaboração dos Procedimentos, IT s (Instruções de Trabalho), formulários e do Manual do Sistema de Gestão da Qualidade. 3.5.1 Procedimentos e Instruções de Trabalho Para elaboração e adequação dos Procedimentos e IT s fez-se necessário conhecer todos os processos realizados dentro da empresa, desde a compra e recebimento da matéria-prima até a expedição dos produtos acabados. Na elaboração dos Procedimentos e das instruções (It s) foi utilizada a ordem a seguir: Cabeçalho contendo logo da empresa, título e número ou código do documento que serve para identificar e seqüenciar os documentos, Ex. IT01(Instrução de Trabalho n 1), paginação, revisão, data, aprovação do responsável. Objetivo: descreve qual o objetivo/finalidade do documento. Documentos Complementares: Indica os documentos relacionados (complementares), com o documento que está sendo descrito. Responsabilidades: Indica quem será responsável pelo gerenciamento e execução da atividade. Metodologia: Descrição detalhada da atividade que será desenvolvida. Registros: Informa qual/quais formulários, planilhas, entre outros serão 11

utilizados para registrar a realização da atividade descrita no procedimento. 3.5.2 Elaboração de formulários Os formulários foram elaborados seguindo as seguintes regras: são identificados por letras (3 ou 4) que façam referência ao processo ao qual pertencem ou que lembrem a atividade a ser realizada, ex: INSP (formulário para inspeção); dois números que indicam o número do formulário, ex. INSP.01; INSP.02. Os formulários não seguem padronização de formatação e de tamanho de folha, sendo livre a utilização de qualquer formato. Devem ser completamente preenchidos e assinados pelo responsável. Os formulários são elaborados para registrar atividades realizadas, segundo a descrição dos procedimentos e instruções de trabalho. Eles são necessários para o controle da qualidade dos produtos e serve como evidência de que a atividade foi realizada, quem foi o responsável, quando foi realizada e se houve algum problema na realização, garantido desta forma que a realização está em conformidade com o SGQ da empresa. 3.5.3 Elaboração do Manual de Sistema de Gestão da Qualidade O manual do Sistema de Gestão da Qualidade foi elaborado tendo os seguintes itens: 1- Histórico de Revisão 2- Generalidades Missão Visão Valores 3- Política da Qualidade 4- Escopo 5- Exclusão do SGQ 6- Objetivos Metas e Indicadores 7- Definição e Apresentação do Representante da Direção 12

8- Organograma 9- Matriz de Responsabilidade 10- Macro Processo 11- Matriz de Entrada e Saída dos Processos 12- Análise Crítica do Sistema 13- Gestão do Sistema da Qualidade 14- Controle de Registro e Lista Mestra. 3.6 Acompanhamento da implantação do Sistema de Gestão da Qualidade Estando todo o manual da qualidade, procedimentos, Instruções de trabalho e formulários elaborados e todos os funcionários devidamente treinados foram colocadas em prática as atividades descritas e o preenchimento de todos os formulários, arquivando estes em pastas identificadas e estabelecendo o controle de todos os documentos. Todas as atividades devem ser monitoradas pelos responsáveis da qualidade através do Plano de Auditoria Interna Anual. 4. Conclusão O estágio proporcionou a oportunidade de colocar em prática a teoria da disciplina de Gestão da Qualidade, o que possibilitou adquirir maior conhecimento na elaboração documental referente ao processo de implantação do Sistema de Gestão da Qualidade dentro de uma empresa, bem como, visualizar, entender e participar do processo de Implantação; e finalmente compreender a importância e complexidade de um Sistema de Gestão da Qualidade na organização, que atualmente é essencial para o bom funcionamento da mesma. O Sistema de Gestão da Qualidade padroniza todos os processos e procedimentos diários realizados pelos funcionários da empresa, permitindo a melhoria contínua destes processos buscando a qualidade dos produtos, redução de perdas e de custos, beneficiando tanto os consumidores, quanto os colaboradores da empresa e a empresa. 13

Além do conhecimento na área de gestão da qualidade, o estágio permitiu a experiência de se relacionar e conviver com os funcionários da organização, os quais contribuíram com o desempenho durante o estágio passando seus conhecimentos e experiências. Com a implantação do sistema de gestão da qualidade a empresa possui maior controle das atividades realizadas pelos seus funcionários, e em cada setor da produção há ações preventivas para evitar não-conformidades. Porém quando ocorrer alguma não-conformidade a empresa terá suporte para tomar uma ação corretiva imediatamente. 14

5. Referências Bibliográficas ARRUDA, G. A. Manual de Boas Práticas Unidades de Alimentação e Nutrição. v.2, São Paulo:Ponto Crítico, 2002. BASTOS, P. A. Jr. Sistemas da Qualidade: Parte I Conceitos e Históricos. 2013. Disponível em: https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0ccw QFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.fesppr.br%2F~bastosjr%2FQualidade%2520e%2520Produti vidade%2fapostilas%2fapostila%252001.doc&ei=jyauoalnincqggvt4hicq&usg=afqjcnfb pxfp6u5c6mqler0xhv4cvljjda&sig2=bu9mqb4d7lrsglsjlhafqa&bvm=bv.50165853,d.dmg Acesso em: 31 de jul. de 2013. CERQUEIRA, J. P. Sistemas de Gestão Integrados: ISSO 9001, NBR 16001, OHSAS 18001, AS 8000: Conceitos e aplicações. Rio de Janeiro: qualitymark, 2006. DESIDÉRIO, Z. Elaborando uma Instrução de Trabalho. 2012. Disponível em: http://www.qualidadebrasil.com.br/noticia/elaborando_uma_instrucao_de_trabalho. Acesso em: 04 de ago. de 2013. FERREIRA, S. M. R. Controle da Qualidade em Sistemas de Alimentação Coletiva. São Paulo. Varela. 2002. INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. 4.ed. Brasília. Ministério da Saúde. 2005. ISRAELIAN, E.; BECKER, K. S.; SEIXAS, M. de L. S. A.; RÖPKE S. Uma introdução às normas da série ISO 9000. 2013. Disponível em: <allchemy.iq.usp.br/pub/metabolizando/pdf/bd6c001z.pdf>. Acesso em: 22 de mai de 2013. LOBO, R.N. Gestão da Qualidade. 1 ed. São Paulo: Érica, 2010. SILVA, R. DA P.; BARBOSA J. R.; MICHEL, M. A importância da qualidade dos produtos para manter a competitividade das organizações. Revista Científica Eletrônica de Administração Periódicos Semestral. Junho de 2006. Disponível em: <WWW.revista.inf.br/adm11/pages/resenhas/ADM-anovi-nota01.pdf>. Acesso em: 22 mai. 2013. 15