MRP - MATERIAL REQUERIMENT PLANNING (PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE MATERIAS)



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Transcrição:

MRP - MATERIAL REQUERIMENT PLANNING (PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE MATERIAS) SILVA M. C. Melo. UFSe (2001)

MRP e MRP II O objetivo do conteúdo dessas aulas é enfocar os sistemas MRP e MRPII no processo de evolução dos sistemas integrados de gestão 1. MRP (MATERIAL REQUERIMENT PLANNING) PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE MATERIAS São sistemas de planejamento baseados na explosão da estrutura dos produtos, visando controlar as necessidades de materiais com o uso do computador (Simcsik, 1992). As representações de estruturas de produtos auxiliam a responder: o que (componentes necessários à produção do produto); quanto produzir e comprar; quando devemos comprar ou produzir. Daí a lógica do MRP é programar as atividades para o momento mais tarde possível de modo a minimizar os estoques carregados. 1.1 Parâmetros do MRP Parametrização é uma atividade que permite que possíveis restrições e características da realidade sejam informadas e, portanto, consideradas pelo sistema. Ou seja, é a forma de adaptarmos o cálculo do MRP às necessidades específicas da organização. Como essas necessidades e características da organização estão sempre mudando, é também necessário revisar periodicamente a parametrização para que a realidade seja refletida o mais fielmente possível no sistema Ex: tamanho dos lotes de compra, estoques... Principais parâmetros do MRP: a) Definição do lead times (tempo de espera): consiste no tempo decorrente entre a liberação de uma ordem de compra ou de produção e o momento a partir do qual o material referente à ordem está pronto e disponível para uso. Componentes dos lead times de produção: tempo de emissão física da ordem; tempo de tramitação da ordem até responsável no chão-da-fábrica; tempo de formação do kit de componentes no almoxarifado; tempos de transporte de materiais durante o tempo em que a ordem está aberta; tempos de fila, aguardando processamento nos setores produtivos; tempos de preparação de equipamentos; tempo de processamento propriamente ditos; tempos gastos com possíveis inspeções de qualidade. Vale ressaltar que é comum encontrar erros na definição de lead times de produção, principalmente quando se considera os tempos de processamento e preparação de máquina e desconsidera os tempos de fila (é complexo devido ao nível de congestionamento local no setor da fábrica). Assim como um superdimensionamento, ou seja, registro maior que a realidade. Aplicações Administrativas em Computadores Profª Maria Conceição 2

Componentes dos lead times de compras: tempo de emissão da ordem física; tempo de transformação da ordem de compra em pedido; tempo de envio do pedido até o fornecedor; tempo de entrega do fornecedor; tempos de recebimento e liberação; tempos gastos com possíveis inspeções de recebimento e armazenagem. Vale ressaltar que alguns tempos são difíceis de calcular principalmente quando fala do fornecedor, utilizando-se como critérios: dados históricos, médias e desvios padrão. b) Definição dos tamanhos dos lotes de compra e produção (lotes mínimos, máximos e períodos fixos) c) Definição de estoques de segurança: objetivam fazer frente a incertezas em processo de transformação. As razões para uso desses estoques podem ser incertezas quanto à fase de fornecimento do item analisado, quanto ao processo que o produz ou quanto a sua demanda. Além desses parâmetros é válido ressaltar que para um bom desempenho do MRP também deve ser observado: o sistema previsão de vendas (decisões ruins são baseadas em previsões ruins) e a acurácia dos dados em estoque para garantir um desempenho global da organização onde o sistema se encontra. 1.2 Gestão do MRP Nos sistemas MRP, a gestão dá-se por meio de informações trocadas entre planejador e sistema. Consiste em confrontar o planejado com o ocorrido e administrar as exceções. Corrêa etal (2001) explica a gestão por exceção da seguinte forma: o planejador informa ao sistema as ocorrências da realidade (apontamento), da visão de futuro, de parametrização e de controle e o sistema, após os processamentos cabíveis, disponibiliza informações ao planejador de modo a permitir a tomada de decisão sobre o que, quanto, quando e com que recursos produzir e comprar. Diante da grande quantidade de ocorrências, confrontando-se com as planejadas (esperadas), em alguns casos a realidade pode está diferente do planejado, exemplo, um recebimento esperado para segunda-feira chegou incompleta, uma ordem de produção não ficou pronta, uma máquina quebrada etc. Sobre estas é que o planejador terá de concentrar a maior parte de sua atenção, observar as conseqüências da diferença identificada entre o planejado e o realizado. São as chamadas mensagens de ação ou exceção que precisam ser gerenciadas. 1.3 Objetivos do MRP - Ajudar a produzir e comprar apenas o necessário e apenas no momento necessário (no último momento possível), visando eliminar estoques, gerando uma série de encontros marcados entre componentes de um mesmo nível, para operações de fabricação ou montagem (Côrrea etal, 2000). - Gerar ordens de produção e solicitações de compras baseado em uma previsão de vendas. Ou seja, o que o MRP faz é uma projeção do saldo em estoque,

calculando as previsões de saída e as necessidades de acordo com os dados disponíveis (Haberkon,1999). 1.4 Conclusão O MRP permite que, com base na decisão de produção dos produtos finais, seja determinado o que, quanto e quando produzir e comprar os diversos semi-acabados, componentes e matérias-primas. Contribuindo para simplificar a gestão de materiais, sejam comprados ou fabricados. Entretanto para quem vive o ambiente fabril não basta garantir a disponibilidade de material p/ garantir a viabilidade da produção de determinados itens em determinado momento. Precisa-se descobrir os recursos humanos e equipamentos suficientes para cumprir o plano no prazo. 2.MRP II (MANUFACTURING RESOURCES PLANNING) PLANEJAMENTO DA CAPACIDADE/RECURSOS DE MANUFATURA 2.1Do MRP para o MRPII A popularização do uso da técnica MRP, fez com que pesquisadores percebessem que a mesma técnica do cálculo das necessidades poderia ser utilizada para calcular também as necessidades de outros recursos como equipamentos ou mão-de-obra, requerendo apenas algumas informações adicionais. Assim, avanços ocorreram a partir de 1975 com a ampliação do software para a cobertura de toda a área fabril. Concretizava-se o sonho dos programadores da fábrica, de dispor de uma ferramenta capaz de priorizar e sequenciar centenas de ordens de produção a ser conduzidas de um posto de trabalho ao outro, em instalações contendo diversas máquinas. Segundo Corrêa etal (2001: 139), o MRPII diferencia-se do MRP pelo tipo de decisão de planejamento que orienta; enquanto o MRP orienta as decisões de o que, quanto e quando produzir e comprar, o MRP II engloba também as decisões referentes a como produzir, ou seja, com que recursos. 2.2Conceitos e Características do MRPII O MRPII é um conjunto de programas de controle da produção e realimentação da informação emanada do chão da fábrica. É uma filosofia de planejamento baseada num processo hierárquico de decisão e apoiada pelo uso de software, cujas características são: integração dos diversos setores da empresa através da informação; priorização dos objetivos de redução dos estoques e garantia de confiabilidade de entrega; necessidade de alta acurácia dos dados; o sistema sugere que o usuário decida. Em outras palavras, os sistemas MRPII fornecem aos diferentes gerentes os dados e as ferramentas necessárias para a tomada de decisão, escolhas diárias e implementações dos objetivos de curto, médio e longo prazo. 2.3Estrutura do Sistema do MRPII O sistema MRPII possui a seguinte estrutura dividida nos seguintes grupos:

A) Comando: composto pelos níveis mais altos de planejamento (S&OP, Gestão de demanda e MPS/RCCP) que é responsável por dirigir a empresa e sua atuação no mercado, sendo portanto um nível de decisão de alta direção. B) Motor: é o nível mais baixo do planejamento (MRP/CRP), responsável por desagregar as decisões tomadas no bloco de comando, gerando decisões desagregadas nos níveis requeridos pela execução, ou seja, o que, quanto e quando produzir e/ou comprar, além das decisões referentes a gestão da capacidade de curto prazo; C) Rodas: composta pelos módulos de execução e controle (Compras e SFC), responsáveis por apoiar a execução detalhada daquilo que foi determinado pelo bloco anterior, assim como controlar o cumprimento do planejamento, realimentando todo o processo. Essa estrutura é visualizada na figura 1 abaixo.

S&OP MRP/MRPII estratégias orçamento plano de vendas agregado plano de produção agregado Gestão de de Demanda lista de recursos, tempos RCCP MPS política de estoques Comando centros produtivos, roteiros, tempos Motor CRP plano mestre de produção MRP plano detalhado de materiais e capacidade estruturas, parâmetros posição de estoques Compras SFC Rodas Figura 1: Estrutura do MRPII Fonte: Corrêa (2001) 2.4Módulos do MRPII programa de fornecedores programa detalhado de produção O sistema MRP II é composto de uma série de procedimentos de planejamento agrupados em funções. Estas funções estão normalmente associadas a módulos de pacotes de software comerciais, desenvolvidos para suportar esta filosofia de planejamento. - Cadastros básicos, incluem cadastros como: cadastro de estrutura de produto, cadastro de roteiros, cadastro de centros produtivos etc O primeiro aspecto importante para garantir a eficácia do MRPII é a existência de uma base de dados única, não redundante e acurada que interage toda a empresa por meio da informação.

- S&OP (Sales and operations planning Planejamento das vendas e operações): É um processo de planejamento que trata de decisões que requerem visão de longo prazo do negócio, como: aquisição de equipamentos, ampliação de linhas de produção, ativação e desativação de unidades fabris... Para não ocorrer incoerência de decisões é necessário a integração entre as principais áreas funcionais: Mktg, manufatura e finanças. O resultado do S&OP é um conjunto de planos coerentes que servirão de metas a serem perseguidas pelas áreas envolvidas. - MPS (Master Production Schedule Planejamento Mestre da Produção) / RCCP (Rough cut capacity planning Cálculo das Capacidades de Recursos Críticos) O módulo MPS é uma desagregação do plano de produção agregado ou de longo prazo, para que as decisões de curto e médio prazo estejam coerente com as decisões de longo prazo. (Inicialmente é necessário desagregar a previsão por famílias e mensal em previsões semanais e por produto). O módulo RCCP utiliza como dado de entrada a relação de ordens planejadas pelo MPS e tem como objetivo de apoiar a elaboração de um plano-mestre que seja viável em termos de capacidade, ou seja que se apresentar problemas de capacidade no CRP, estes sejam resolvidos com ajustes sem necessidade de voltar ao MPS. O processo de decisão do MPS deve ser realizado por uma equipe multifuncional, da qual façam parte elementos das áreas de planejamento e comercial. Pois a qualidade de decisão depende fortemente da qualidade da previsão de vendas, além do plano de produção ter grande impacto no desempenho do setor produtivo, pois irá definir a capacidade período a período, com implicações nos níveis de ociosidade, horas extras necessárias, subcontratações etc. Mudanças freqüentes neste plano de produção geram a necessidade de replanejamentos no nível do MRP/CRP e no chão da fábrica que normalmente vem acompanhada de custos adicionais. Daí ser necessário administrar a demanda. O processo MPS/RCCP é o responsável por elaborar o plano de produção de produtos finais ou plano mestre de produção, item a item, período a período que é o dado de entrada para que o MRP possa executar o cálculo de necessidades. - MRP/ CRP (Capacity requeriments planning) O MRP é o módulo que faz o cálculo de necessidades de materiais, precisando ser apenas parametrizado (tempos, estoques de segurança e tamanhos de lote). O MRP vai gerar mensagens de ação, no caso de não haver disponibilidade de determinados materiais, que caracterizam o gerenciamento por exceção (como já foi explicado no item 1.2). Uma vez verificada a viabilidade em termos dos materiais, o plano de produção é inserido no módulo de Cálculo de Capacidade CRP, que calcula as necessidades de capacidade para cada centro, período a período gerando um gráfico de carga que permite identificar excessos de necessidade de capacidade ou

ociosidade. Verificada a viabilidade do plano de produção o resultado será o plano detalhado de materiais e capacidade. O processo MRP/CRP é considerado o motor do sistema MRPII por sua característica de automação de cálculo, além de ser um processo de planejamento, pois a execução vem em etapa posterior. - SFC (Shop Floor control Controle de Chão de Fábrica): É o responsável pela sequenciação das ordens, por centro de produção, dentro de um período de planejamento e pelo controle da produção propriamente dito no nível da fábrica. Ou seja, libera controla as ordens e avalia o desempenho da fábrica. - Compras : faz a liberação das ordens de compras, controla as ordens e faz a avaliação do desempenho dos fornecedores. O conjunto dos módulos apresentados forma uma estrutura de planejamento hierárquico, na qual as decisões tomadas nos níveis superiores condicionam as decisões de níveis inferiores. Além disso, esta estrutura permite vincular o planejamento de longo prazo, realizado pelo S&OP, às decisões detalhadas de curtíssimo prazo, gerenciadas e controladas pelo SFC, garantindo coerência vertical entre os diversos níveis de decisões tomadas na manufatura. Por essa estrutura pode-se dizer que o MRPII tem as seguintes características: passividade; tomada de decisão centralizada; natureza dinâmica (reage a mudanças); integração e altamente computadorizado. 2.5 Processo de implantação do MRPII Pelo apresentado até o momento nota-se que o sistema MRPII muda os métodos de trabalho em todas as áreas, portanto na implantação de um novo sistema de gestão é necessário definir onde se quer chegar, o que quer melhorar e quanto. Para Corrêa et al (2001), os aspectos a serem observados na implantação de sistemas MRPII são: comprometimento da alta administração; escolha adequada de sistema, hardware e software; acurácia/qualidade - veracidade dos dados de entrada; educação e treinamento dos usuários; educação e treinamento aos usuários; gerenciamento adequado da implantação. (* Para esse tópico utilizem o texto complementar de sistema integrado, discutido em sala de aula) 2.6Conclusões O sistema MRPII, que nasceu a partir do módulo do MRP, além de atender as necessidades de informação referente ao cálculo de necessidade de materiais passou a atender às necessidades de informação para tomada de decisão gerencial sobre outros recursos de manufatura. Exigindo na sua implantação a reflexão das características específicas da empresa e das áreas envolvidas no processo de integração.

Esse sistema de planejamento veio permitir a elaboração de planos de longo e médio prazo, incorporando o máximo de informações, relacionando vendas previsionais e capacidade de produção, além de permitir planejamento de curto prazo para organizar a fabricação. Referência Bibliográfica BASSI, Nilton G. Sistemas integrados de gestão de manufatura: utopia ou realidade? RAE Light. Set/out, 1994. CORRÊA, Henrique L., GIANESI, Irineu G. N., CAON, Mauro. Planejamento, programação e controle da produção: MRPII/ERP: conceitos, uso e aplicações. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001. HABERKORN, Ernesto. Teoria do ERP. 2.ed. São Paulo: Makron Books, 1999. Pedroso, Marcelo C. Modelo de gestão do sistema de planejamento, programação e controle da produção. Revista da Administração. SãoPaulo. V.34, n.2, abril/junho 1999. SIMCSIK, Tibor. Organização, métodos, informação e sistemas. São Paulo: Makron Books, 1992.