INFORMAÇÃO N.º 87 P E R Í O D O DE 27 D E J ULHO A 2 D E A G O S T O DE 201 2 PRI NCI PAL LE GISL AÇÃO D O PE RÍ ODO PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL PARA O PERÍODO DE 2013 A 2016 - Lei n.º 28/2012, de 31 de Julho de 2012 RESUMO: Aprova o quadro plurianual de programação orçamental para o período de 2013 a 2016. JURIS PRUDÊN CIA E DO UTRIN A ADMINIS TRATIVA A F I S C A L SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO FISCAL COMO CONSEQUÊNCIA DA MANIFESTAÇÃO DA INTENÇÃO DE APRESENTAR CONTENCIOSO CPPT Ofício-Circulado n.º 60.092, de 27 de Julho de 2012, da Direção de Serviços de Gestão dos Créditos Tributários RESUMO: O requerimento em que se manifesta a intenção de apresentar meio contencioso contra a ilegalidade ou inexigibilidade da divida, e a prestação de garantia devem ser apresentados em simultâneo, após o termo do prazo de pagamento voluntário da dívida, e enquanto não decorrer o prazo legal de apresentação do meio de reação a que se pretende recorrer. Não se verificando este pressuposto temporal, o órgão competente não poderá considerar verificada a suspensão do processo de execução fiscal. A REVERSÃO NOS PROCESSOS DE INSOLVÊNCIA LGT Ofício-Circulado n.º 60.091, de 27 de Julho de 2012, da Direção de Serviços de Gestão dos Créditos Tributários RESUMO: Sempre que seja declarada a insolvência do devedor originário, e independentemente da avocação dos processos de execução fiscal, deve o órgão de execução fiscal apreciar a possibilidade de reversão das dívidas tributárias, perante os indícios de insuficiência de bens penhoráveis que emergem da declaração de insolvência da pessoa coletiva executada. Nestes termos, o órgão de Campo Grande, 28, 4º A 1700-093 LISBOA Tel: +351 211 952 239 Fax: +351 211 947 694 advogados@ajsa.pt Capital Social: 100.000 NIPC 509 492 428 Ordem dos Advogados n.º 73/10
execução fiscal deve, obrigatoriamente, desencadear os procedimentos de instrução necessários para determinar a verificação ou não dos pressupostos legais de que depende a reversão contra os responsáveis subsidiários, assim como diligenciar no sentido da adoção de medidas cautelares aplicáveis. O dever de avaliar a possibilidade legal de reversão decorre não da avocação dos processos de execução fiscal, mas do conhecimento oficial ou oficioso da insolvência da executada. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS SUJEIÇÃO A IRS DOS RENDIMENTOS E RETENÇÃO NA FONTE CIRS e Decreto-Lei n.º 42/91, de 22 de Janeiro Informação Vinculativa, Processo n.º 993/12 RESUMO: A obrigação de retenção na fonte do IRS sobre os rendimentos da categoria B por parte das entidades devedoras dos rendimentos que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada, constitui-se no momento do pagamento ou da colocação à disposição dos rendimentos e de acordo com a taxa que estiver em vigor nessa data, sem prejuízo da possibilidade do exercício do direito de dispensa por parte do titular dos rendimentos. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA NÃO RETROATIVIDADE DA LEI FISCAL CRP e Código do IRC Tribunal Constitucional Acórdão n.º 382/2012, de 12 de Julho de 2012 RESUMO: Julga inconstitucional, por violação do princípio da não retroatividade da lei fiscal, a norma do artigo 5.º, n.º 1, da Lei n.º 64/2008, de 5 de Dezembro, que determinou a retroação de efeitos a 1 de Janeiro de 2008 da agravação de 5 para 10% da taxa de tributação autónoma aplicável aos encargos dedutíveis relativos a despesas de representação e relacionados com viaturas ligeiras ou mistas, motos ou motociclos. C CI V I L AVAL - Lei Uniforme relativa às Letras e Livranças Tribunal da Relação de Lisboa Acórdão de 28 de Junho de 2012 RESUMO: Na hipótese de pluralidade de avales prestados a favor de um mesmo avalizado, a Lei Uniforme relativa às Letras e Livranças não confere ao avalista que pagou a quantia em substituição do avalizado, direito de exigir aos restantes coavalistas repartição de responsabilidades. A repartição proporcional de responsabilidades entre os coavalistas tem de resultar de acordo prévio entre eles.
N O T Í C I A S D E I N T E R E S S E G E R A L O Conselho de Ministros aprovou: i) a operação de reprivatização da TAP Transportes Aéreos Portugueses, S.A., através da reprivatização do capital social da TAP - Transportes Aéreos Portugueses, SGPS, S.A.; ii) um diploma que transpõe uma diretiva comunitária relativa às formalidades de declaração exigidas aos navios à chegada e ou à partida dos portos dos Estados-membros; iii) uma resolução relativa à classificação dos institutos públicos de regime especial resultantes da alteração à Lei-Quadro dos institutos públicos. Decorre durante o mês de Agosto o prazo para entrega, por transmissão eletrónica de dados, do pedido de restituição de IVA pelos sujeitos passivos cujo imposto suportado, no ano civil anterior ou no próprio ano, noutro Estado-membro ou país terceiro (neste caso em suporte de papel), quando o montante a reembolsar for superior a 400,00 e respeitante a um período de três meses consecutivos ou, se período inferior, desde que termine em 31 de Dezembro de 2011 e o valor não seja inferior a 50,00. P R O C E S S O ES P E C I A L D E R E V I T A L I Z A Ç Ã O Foi aprovado pela Lei n.º 16/2012, de 20 de Abril, o Processo Especial de Revitalização (PER), um dos pilares estruturantes do Programa Revitalizar, aprovado pela Resolução de Ministros n.º 11/2012, de 3 de Fevereiro (vd. Noticias da Semana n.º 62 Período de 3 a 9 de Fevereiro). Este processo urgente, agora previsto no Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE), visa permitir a qualquer devedor (pessoa singular ou coletiva), que se encontre em situação económica difícil ou em situação de insolvência meramente iminente, mas que ainda seja suscetível de recuperação, estabelecer negociações com os respetivos credores de modo a concluir com estes, acordo conducente à sua revitalização económica. Note-se que o devedor que já se encontre em incumprimento generalizado das suas obrigações não poderá recorrer ao PER, porquanto, já se encontra em situação de insolvência atual.
O PER inicia-se pela manifestação de vontade do devedor e de, pelo menos, um dos seus credores, por meio de declaração escrita, de encetarem negociações conducentes à revitalização do devedor por meio da aprovação de um plano de recuperação. Munido da referida declaração, o devedor comunica ao Juiz do Tribunal competente para declarar a sua insolvência que pretende dar início às negociações conducentes à sua recuperação. Recebida esta declaração, o Juiz deve nomear, por despacho, um administrador judicial provisório. Após o despacho de nomeação do administrador judicial provisório, o devedor comunica a todos os seus credores que não hajam subscrito a declaração que deu início a negociações com vista à sua revitalização, convidando-os a participar, caso assim o entendam, nas negociações em curso. Qualquer credor poderá então reclamar créditos, devendo as reclamações ser remetidas ao administrador judicial provisório, que, no prazo de cinco dias, elabora uma lista provisória de créditos, que poderá ser impugnada. Findo o prazo para impugnações, as negociações devem ser concluídas num prazo de dois meses, prorrogado, se necessário, uma só vez, e por um mês. A instauração do PER obsta a que sejam instauradas quaisquer ações para cobrança de dívidas contra o devedor, ao que acresce que, durante todo o tempo em que perduram as negociações suspendem-se, quanto ao devedor, todas as ações com idêntica finalidade, assim como os processos de insolvência em curso que hajam sido instaurados, sendo estes extintos logo que seja aprovado e homologado plano de recuperação. Por outro lado, com a instauração do PER, o devedor fica impedido de praticar atos de especial relevo, tal como definidos no CIRE. Concluindo-se as negociações com a votação e aprovação do plano de recuperação conducente à revitalização do devedor, este é remetido ao processo para homologação ou recusa do Juiz. A homologação vincula todos os credores, mesmo que não hajam participado nas negociações. O processo de homologação tem custos, sendo estes suportados pelo devedor. Caso não seja possível alcançar acordo, ou caso seja ultrapassado o prazo de negociações sem que se obtenha acordo, o processo negocial é encerrado,
devendo o administrador judicial provisório comunicar tal facto ao processo. Nos casos em que o devedor ainda não se encontre em situação de insolvência, o encerramento do PER acarreta a extinção de todos os seus efeitos, caso contrário, o encerramento do processo acarreta a insolvência do devedor. As garantias convencionadas entre o devedor e os seus credores durante o processo especial de revitalização, mantêm-se mesmo que, findo o processo, venha a ser declarada, no prazo de dois anos, a insolvência do devedor. Acresce que os credores que, no decurso do processo, financiem a atividade do devedor disponibilizando-lhe capital para a sua revitalização gozam de privilégio creditório mobiliário geral, graduado antes do privilégio creditório mobiliário geral concedido aos trabalhadores. Na eventualidade de necessitar de qualquer esclarecimento adicional a respeito das matérias abordadas na presente informação, ou de outras com elas relacionadas, queira por favor endereçar a sua questão para os seguintes contactos: MARLA BRÁS Advogada Tel.:(+351) 21 195 22 39 marlabras@ajsa.pt MRB 02/08/2012 O presente documento tem fins exclusivamente informativos. O seu conteúdo não constitui aconselhamento jurídico nem implica a existência de uma relação entre advogado e cliente. A reprodução total ou parcial do respetivo conteúdo depende de autorização expressa da AJ&A.