INFORMAÇÃO PRINCIPAL LEGISL AÇÃO DO PERÍODO JURISPRUDÊNCIA E DOUTRINA ADMINISTRATIVA. Semana sem legislação relevante.

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1 INFORMAÇÃO N. º 25 P E R Í O D O D E 22 A 28 D E AB R I L D E 2011 PRINCIPAL LEGISL AÇÃO DO PERÍODO Semana sem legislação relevante. JURISPRUDÊNCIA E DOUTRINA ADMINISTRATIVA A - F I SCAL IRS/LGT Tribunal Central Administrativo Sul Acórdão de 7 de Abril de 2011 RESUMO: - Impugnação Domicílio fiscal União de facto O conceito de domicílio fiscal estatuído no disposto no art.º 19.º da LGT, nomeadamente no seu n.º 1, é um domicílio especial que se refere a um lugar determinado para o exercício de direitos e o cumprimento dos deveres previstos nas normas tributárias, o qual, sendo especial, é independente do estipulado no art.º 82.º, do Código Civil, embora ideologicamente e na sua essência, o disposto naquele primeiro diploma legal se conecte com a necessidade de o sujeito passivo e a Administração Fiscal estarem em contacto sempre que for necessário para o exercício dos respectivos direitos e deveres, em homenagem ao princípio da colaboração ínsito no art.º 59.º da LGT. Vivendo o impugnante em união de facto com outra pessoa, preenchendo os pressupostos constantes da lei respectiva, podiam optar pelo regime de tributação dos sujeitos passivos casados e não separados judicialmente de pessoas e bens e, visto que existia identidade de domicílio fiscal dos sujeitos passivos durante o período exigido pela lei para verificação dos pressupostos da união de facto e durante o período de tributação, bem como da assinatura, por ambos, da respectiva declaração de rendimentos,

2 tudo está em conformidade com o disposto nos n.ºs 1 e 2 do art.º 14.º, do Código do IRS. IMT/LGT Tribunal Central Administrativo Sul Acórdão de 12 de Abril de 2011 RESUMO: - Impugnação judicial Direito de audição O direito de audição consagrado nas normas dos art.ºs 267.º, n.º 5, da Constituição da República Portuguesa (CRP) e 60.º da Lei Geral Tributária (LGT), confere aos contribuintes o direito a serem ouvidos e a pronunciarem-se nos procedimentos que lhes digam respeito, antes de ser tomada a decisão final, devendo ser informados do sentido dela. No âmbito da liquidação do IMT, devem ser observadas as formas de participação do contribuinte hoje previstas nos respectivos Códigos (IMT e IMI), como seja no procedimento de avaliação, normas destes mesmos Códigos que devem ser aplicadas em bloco ou globalmente, por prescreverem no sentido diverso, a que se refere a citada norma da LGT. Na liquidação do IMT, no caso de o contribuinte aceitar e se conformar com o resultado da avaliação do prédio que lhe foi notificado, não requerendo a 2.ª avaliação, nenhuma norma deste Código do IMT impõe que o contribuinte seja notificado do projecto de decisão da liquidação adicional correspondente, não sendo, assim, o mesmo de ser ouvido acerca da mesma liquidação. IVA Supremo Tribunal Administrativo 2.ª Secção Acórdão de 13 de Abril de 2011 RESUMO: - Compensação Renúncia Arrendamento Não constitui um verdadeiro trespasse o negócio em que o transmitente cede o seu estabelecimento comercial instalado em local arrendado sem que o adquirente lhe suceda na posição de arrendatário, antes celebrando um novo contrato de arrendamento. O pagamento efectuado ao titular do estabelecimento pelo suposto trespassário, a título de compensação pela renúncia ao arrendamento, está sujeito a IVA, nos termos do n.º 1, do art.º 4.º do Código. IVA Ofício-Circulado n.º 30125/2011, de 15de Abril, da Direcção de Serviços do IVA, da DGCI RESUMO: - Água oxigenada (peróxido de hidrogénio) Com base num entendimento da Infarmed, de que a água oxigenada a 10 volumes não é considerada medicamento, a Direcção-Geral dos Impostos vem, pelo presente Ofício-Circular, dar a conhecer o despacho de concordância do Subdirector-Geral dos Impostos, exarado em informação vinculativa da Direcção dos Serviços do IVA, de revogação do entendimento até agora vigente do enquadramento da

3 água oxigenada (peróxido de hidrogénio) na alínea a) da Verba 2.5 da Lista I anexa ao Código do IVA, em que, os medicamentos, especialidades farmacêuticas e outros produtos farmacêuticos destinados exclusivamente a fins terapêuticos e profilácticos se encontram sujeitos à taxa reduzida do imposto (6% no Continente e 4% nas Regiões Autónomas), passando, em face disso e independentemente da sua concentração, a ser tributada à taxa normal (23% no Continente e 16% nas Regiões Autónomas), a que se refere a alínea c) do n.º 1, do art.º 18.º, do Código do IVA. Este novo entendimento entra em vigor na data da publicação do Ofício-Circulado, disponibilizado no site da DGCI em 15 do mês corrente, devendo os Serviços observar o disposto no n.º 2, do art.º 68.º-A, da Lei Geral Tributária (orientações genéricas não retroactividade de orientações genéricas que ainda não estavam em vigor no momento do facto tributário). IMT Ofício-Circulado n.º 40100/2011, de 18 de Abril, da DSIMT, da Direcção- Geral dos Impostos RESUMO: - Isenção de IMT, nos termos do art.º 3.º, do Dec. Lei n.º 311/82, de 4 de Agosto Apresentação do contrato de locação financeira nos Serviços de Finanças pelos locatários que solicitam o reconhecimento da isenção de IMT nos termos da legislação referida Suscitando dúvidas quanto à obrigatoriedade de apresentação do contrato de locação financeira conjuntamente com a declaração Modelo 1 do IMT, para o reconhecimento da referida isenção, a DGCI, em análise à matéria, conclui que, na transmissão por compra e venda a favor do locatário, no exercício do direito de opção de compra previsto no regime jurídico do contrato de locação financeira, da propriedade ou do direito de superfície constituído sobre o imóvel locado, o locatário financeiro, na posição jurídica de adquirente do imóvel objecto do contrato de locação financeira, deve apresentar, em qualquer Serviço de Finanças e antes do acto translativo, o respectivo Modelo 1 de IMT, fornecendo os elementos legalmente exigidos, e o contrato de locação financeira, o qual constitui documento probatório adequado à aferição dos pressupostos da isenção consagrada no art.º 3.º do Dec. Lei n.º 311/82, de 4 de Agosto. IMI Informação Vinculativa Proc.º 377/09, da Direcção-Geral dos Impostos RESUMO: - Obrigação de entrega da declaração Modelo n.º 1 do IMI nos casos de consolidação da propriedade com o usufruto Analisando a questão relativa à obrigatoriedade de entrega da declaração Modelo n.º 1 do IMI,

4 aquando da consolidação do usufruto com a propriedade, isto é, com a extinção do usufruto decorrente da morte do usufrutuário e se tal consolidação configura uma transmissão de prédio para efeitos do estatuído nos n.ºs 1 e 2 do art.º 15.º do Dec. Lei n.º 287/2003, de 12 de Novembro (avaliação de prédios já inscritos na matriz), a DGCI conclui que, no domínio do Imposto do Selo, essa consolidação constitui uma transmissão gratuita, abrangida pela incidência objectiva do imposto do selo, salientando-se que o valor tributável dessa transmissão é determinado pelo valor patrimonial tributário do prédio, deduzido do valor da nua propriedade. Assim, ao qualificar-se essa consolidação como transmissão, ela ficará abrangida pelo estatuído nos referidos n.ºs 1 e 2 do art.º 15.º do Dec. Lei n.º 287/2003, pelo que se verifica a obrigatoriedade de apresentação da mencionada declaração Modelo 1, no prazo previsto no n.º 3, do art.º 26.º do Código do Imposto do Selo (até ao final do 3.º mês seguinte ao do nascimento da obrigação tributária), reportando-se a avaliação à data da transmissão, isto é, à data da consolidação da propriedade. B - LABORAL Tribunal da Relação do Porto Acórdão de 11 de Abril de 2011 RESUMO: - Contrato de trabalho a termo Local de trabalho Alteração Constando do contrato de trabalho, como motivo justificativo da contratação a termo, o início de laboração de estabelecimento, tal estipulação de termo é inválida se, no mesmo contrato, se estabelece que o trabalhador dá o seu acordo às alterações de local de trabalho para outros estabelecimentos do empregador, conforme este vier a decidir. C C I V I L Supremo Tribunal de Justiça Acórdão de 14 de Abril de 2011 RESUMO: - Contrato de empreitada Incumprimento contratual Compensação Demandado o dono da obra pelo empreiteiro para pagamento do preço

5 convencionado para a empreitada e excepcionando o réu, por via da compensação, um crédito sobre o autor, emergente do funcionamento de cláusula penal estipulada para o incumprimento pelo empreiteiro do prazo imposto para a conclusão dos trabalhos, incumbe ao réu, nos termos do n.º 2, do art.º 342.º do Código Civil (ónus da prova), a prova dos factos genéticos ou constitutivos do invocado contra-crédito, alegadamente extintivo do direito ao preço, incluindo a culpa do empreiteiro na demora na conclusão da obra, perspectivada como idónea para desencadear o funcionamento da referida cláusula penal. NOTÍ CIA S DE IN TERE SSE GERAL Encontra-se disponível no site do Centro de Arbitragem Administrativa (Gabinete para a Resolução Alternativa de Litígios, do Ministério da Justiça) o Regulamento de Custas nos Processos de Arbitragem Tributária, e respectivas Tabelas, publicadas em conformidade com o n.º 1, do art.º 12.º do Dec. Lei n.º 10/2011, de 20 de Janeiro, que regula o regime jurídico da arbitragem em matéria tributável. Lembramos que termina amanhã, dia 29, o prazo de entrega da declaração Modelo 3 de IRS, em suporte de papel, pelos sujeitos passivos que obtiveram em 2010 outro tipo de rendimentos para além dos do trabalho dependente e pensões e no dia 30, por transmissão electrónica de dados, pelos contribuintes que apenas auferiram rendimentos do trabalho dependente e pensões. Na eventualidade de necessitar de qualquer esclarecimento adicional a respeito das matérias abordadas na presente informação, ou de outras com elas relacionadas, queira por favor endereçar a sua questão para os seguintes contactos: MARLA BRÁS Advogada Tel.:(+351) marlabras@ajsa.pt HAC/MRB 28/04/2011 O presente documento tem fins exclusivamente informativos. O seu conteúdo não constitui aconselhamento jurídico nem implica a existência de uma relação entre advogado e cliente. A reprodução total ou parcial do respectivo conteúdo depende de autorização expressa da AJ&A.