INFORMAÇÃO PRINCIPAL LEGISL AÇÃO DO PERÍODO JURISPRUDÊNCIA E DOUTRINA ADMINISTRATIVA

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1 INFORMAÇÃO N. º 18 P E R Í O D O D E 4 A 10 D E M A R Ç O D E 2011 PRINCIPAL LEGISL AÇÃO DO PERÍODO Dec. Lei n.º 32/2011, de 7 de Março Adopta medidas de simplificação do processo de constituição das sociedades por quotas, passando o capital social a ser livremente definido pelos sócios, alterando, de conformidade, além de outros diplomas, o Código das Sociedades Comerciais. O diploma entra em vigor 30 dias após a sua publicação. DEc. Lei n.º 36-A/2011, de 9 de Março Aprova os regimes de normalização contabilística para microentidades e para as entidades do sector não lucrativo, transpondo Directivas Comunitárias. Lei n.º 6/2011, de 10 de Março Procede à alteração da Lei n.º 23/96, de 26 de Julho, que cria no ordenamento jurídico alguns mecanismos destinados a proteger o utente de serviços públicos essenciais, com a criação de um mecanismo de arbitragem necessário no acesso à justiça por parte dos utentes desses serviços. Dec. Lei n.º 37/2011, de 10 de Março Altera e republica o regime dos contratos de utilização periódica de bens, de aquisição de produtos de férias de longa duração, de revenda e de troca (time sharing), transpondo Directiva Comunitária. JURISPRUDÊNCIA E DOUTRINA ADMINISTRATIVA A - F I SCAL IRC Tribunal Constitucional Acórdão n.º 18/2011, publicado na II Série do Diário da República de 9 de Março RESUMO: - Constitucionalidade Inconstitucionalidade Lei n.º 64/2008, de 5 de Dezembro Não julga inconstitucional a norma do art.º 5.º da Lei n.º 64/2008, de 5 de Dezembro, na

2 parte em que faz retroagir a 1 de Janeiro de 2008 a alteração ao art.º 81.º, n.º 3, alínea a), do Código do IRC taxa de tributação autónoma incidente sobre os encargos relativos a despesas de representação e a viaturas ligeiras de passageiros ou mistas - (art.º 88.º, n.º 3, alínea a), na renumeração dada pelo Dec. Lei n.º 159/2009, de 13 de Julho e anterior à redacção introduzida pela Lei do Orçamento do Estado para 2011), consagrada no art.º 1.º-A do aludido diploma legal. RGIT Tribunal Constitucional Acórdão n.º 26/2011, publicado na II Série do Diário da República de 9 de Março RESUMO: - Responsabilidade civil por multas e coimas Julga inconstitucional a norma do art.º 8.º do Regime Geral das Infracções Tributárias (aprovado pela Lei n.º 15/2001, de 5 de Junho, com as alterações posteriores), na parte em que se refere à responsabilidade subsidiária dos administradores e gerentes pelos montantes correspondentes às coimas aplicadas a pessoas colectivas em processo de contra-ordenação fiscal, efectivada através do mecanismo da reversão da execução fiscal. IS Supremo Tribunal Administrativo 2.ª Secção Acórdão de 24 de Fevereiro de 2011 RESUMO: - Sublocação Imposto do Selo Da conjugação do disposto no n.º 1, do art.º 1.º, do Código do Imposto do Selo com o disposto na Verba 2 da Tabela Geral do Imposto do Selo, resulta que o acto/operação jurídica de locação/sublocação (arrendamento/subarrendamento) está sujeito a esse imposto e que, sendo o próprio negócio que está sujeito, estamos perante imposto devido pela operação, que não será devido no caso de aquele acto/operação de sublocação estar sujeito a IVA. IMT Informação Vinculativa Proc.º IVE n.º 431 da Direcção- Geral dos Impostos RESUMO: - Isenção de IMT na aquisição de imóveis no âmbito de processo de insolvência Analisando um pedido de informação vinculativa sobre a matéria em questão, a DGCI conclui que a aplicação dos benefícios fiscais do art.º 270.º, n.º 2, do CIRE, depende de os bens imóveis transmitidos se integrarem na universalidade da empresa ou estabelecimento vendidos, permutados ou cedidos no âmbito de plano de insolvência ou de pagamentos ou de liquidação da empresa insolvente, pelo que, tratando-se da transmissão isolada de um imóvel, se verifica que não tem aplicabilidade os benefícios previstos no referido n.º 2, do art.º 270.º.

3 IMT Informação Vinculativa IVE n.º 765, da Direcção-Geral dos Impostos RESUMO: - Base tributável para a liquidação do IMT Pretendendo um consulente saber qual a base tributável, para efeitos de liquidação de IMT, de uma parcela de terreno para construção, não urbanizada, adquirida em 1973, mediante contrato-promessa de compra e venda (não tendo a respectiva escritura sido celebrada por o promitente-vendedor pretender anular o contrato de promessa de compra e venda, tendo havido interposição de recurso pelo promitente-comprador para obstar a tal anulação, com fixação pelo tribunal do valor por que deveria ser realizada a escritura, que era o constante do contrato), por se estar perante uma 1.ª transmissão do imóvel, após 1 de Janeiro de 2004, vem a DGCI, atendendo ao disposto no Dec. Lei n.º 287/2003, de 12 de Novembro, informar que servirá de base à liquidação do IMT o valor maior de entre o valor do acto ou contrato e o valor patrimonial tributário, procedendo-se, posteriormente, e se for caso disso, à liquidação adicional de IMT se o valor resultante da avaliação for superior àquele que serviu de base à liquidação. B - LABORAL Tribunal da Relação do Porto Acórdão de 21 de Fevereiro de 2011 RESUMO: - Retribuição em atraso Culpa No âmbito da vigência do Código do Trabalho de 2009, o direito à resolução do contrato de trabalho por iniciativa do trabalhador com justa causa sustentada na falta de pagamento da retribuição, seja ela inferior ou superior a 60 dias, tem por fundamento legal, apenas, o art.º 394.º do mencionado diploma (justa causa de resolução). Sendo inferior a 60 dias, a falta presume-se culposa (art.º 799.º, n.º 1, do Código Civil, incumbindo ao devedor provar que a falta de cumprimento ou incumprimento defeituoso da obrigação não procede de culpa sua), presunção essa ilidível, mas prolongando-se por 60 dias ou mais, essa falta considera-se culposa, nos termos do art.º 394.º, n.º 5, do Código do Trabalho de 2009, no que consiste uma presunção de culpa inilidível.

4 C C I V I L Tribunal da Relação do Porto Acórdão de 21 de Fevereiro de 2011 RESUMO: - Empreitada O reconhecimento da existência de defeito da obra feito pelo empreiteiro, dispensa o dono da obra de o denunciar, mas não o dispensa de intentar a respectiva acção no prazo de um ano a contar de tal reconhecimento. O reconhecimento do direito do dono da obra à reparação do defeito impede a caducidade, desde que o reconhecimento seja inequívoco, quer por palavras, quer por actos. Supremo Tribunal Administrativo 2.ª Secção Acórdão de 22 de Fevereiro de 2011 RESUMO: - Sociedade Falência Obrigação fiscal Liquidação oficiosa A sociedade dissolvida na sequência de processo falimentar continua a existir enquanto sujeito passivo de IRC até à data do encerramento da liquidação, ficando sujeita, com as necessárias adaptações e em tudo o que não for incompatível com o regime processual da massa falida, às disposições previstas no Código do IRC para a tributação do lucro tributável das sociedades em liquidação, mantendo-se vinculada a obrigações fiscais declarativas. A inexistência de facto tributário, em resultado da inactividade do sujeito passivo e falta de obtenção de quaisquer receitas, constitui um vício que pode ser imputado à liquidação oficiosa do imposto por falta de entrega da declaração periódica de rendimentos. NOTÍ CIA S DE IN TERE SSE GERAL Decorre, durante o mês de Março, o prazo de entrega da declaração de alterações pelos sujeitos passivos de IRS que pretendam alterar o regime de determinação do rendimento e que reúnam os pressupostos para exercer essa opção. Decorre, também durante este mês, o prazo de entrega da declaração de alterações, por transmissão electrónica de dados, para opção pelo regime especial de tributação de grupos de sociedades, ou para comunicação de inclusão ou de saída de sociedades do perímetro (excepto, neste último caso, se a

5 alteração ocorreu por cessação de actividade) ou ainda de renúncia ou cessação de aplicação do regime nos casos em que o período de tributação coincida com o ano civil. Durante o mesmo período, decorre o prazo de entrega, por transmissão electrónica de dados, do pedido de reembolso de IVA nos termos do Regime Anexo ao Dec. Lei n.º 186/2009, de 12 de Agosto (regime de reembolso do IVA a sujeitos passivos não estabelecidos no Estado membro de reembolso), pelas entidades com direito à dedução que, no ano de 2009, suportaram imposto noutro Estado Membro. Também durante o mês de Março decorre o prazo de pagamento da totalidade ou da 1.ª prestação do pagamento especial por conta de imposto sobre o IRC, de entidades residentes que exercem, a título principal, actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e não residentes com estabelecimento estável, com periodicidade coincidente com o ano civil. O Conselho de Ministros aprovou uma Proposta de Lei, a submeter à Assembleia da República, que altera o Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais e a Lei de Organização e Funcionamento dos Tribunais, no sentido de uniformizar os modelos de Presidência dos Tribunais Superiores, no que se refere à composição e termos dos mandatos. A Portaria n.º 98/2011, de 9 de Março, estabelece a uniformização das regras de concessão de apoios financeiros às instituições particulares de solidariedade social e outras entidades sem fins lucrativos que desenvolvem actividade no âmbito da educação especial. Na eventualidade de necessitar de qualquer esclarecimento adicional a respeito das matérias abordadas na presente informação, ou de outras com elas relacionadas, queira por favor endereçar a sua questão para os seguintes contactos: MARLA BRÁS Advogada Tel.:(+351) marlabras@ajsa.pt HAC/MRB 10/03/2011 O presente documento tem fins exclusivamente informativos. O seu conteúdo não constitui aconselhamento jurídico nem implica a existência de uma relação entre advogado e cliente. A reprodução total ou parcial do respectivo conteúdo depende de autorização expressa da AJ&A.