Orçamento do Estado. Orçamento do Estado 2006 Ordem dos Economistas. António Lobo Xavier
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1 Orçamento do Estado 2006 António Lobo Xavier Osório de Castro, Verde Pinho, Vieira Peres, Lobo Xavier & Associados Sociedade de Advogados
2 1. PRINCIPAIS MEDIDAS a) IRS Criação de um novo escalão máximo de IRS de 42% (Art.º 68.º CIRS) Para rendimentos colectáveis anuais superiores a Agravamento da tributação sobre os rendimentos de pensões (Cat. H) (Art. 53.º CIRS) Diminuição do montante de dedução máxima de para aos rendimentos brutos (redução de praticamente 10%). Alteração da regra de residência fiscal do cônjuge que habitualmente não reside em território português (Art. 16.º CIRS) O OE 2006 vem finalmente alterar esta regra de residência fiscal, prevendo-se que, se o cônjuge não tiver permanecido em território português por mais de 183 dias e se a maior parte das suas actividades não estiver relacionada com este território, não será tributado como residente em Portugal, sendo tributado relativamente aos rendimentos de fonte portuguesa, como não residente. Por sua vez, o cônjuge que permanece em Portugal será tributado de acordo com as regras aplicáveis à situação de separado de facto.
3 a) IRS (Cont.) Deduções à colecta (Art. os 21.º e 64.º EBF) Reposição de alguns benefícios fiscais à poupança prevendo-se a dedução à colecta relativamente aos valores aplicados em PPR e na aquisição de computadores. Mas Agravada a tributação dos rendimentos gerados no âmbito de PPR quando pagos sob a forma de reembolso (passam a ser tributados em 2/5 em vez do actual 1/5).
4 b) IRC Isenção automática de IRC aplicável às Pessoas Colectivas de Utilidade Pública Administrativa e às IPSS`s (Art. 10.º CIRC) A isenção deixa de depender de reconhecimento por parte do Ministro das Finanças. Dedução ao lucro tributável de estabelecimentos estáveis de entidades não residentes (Art. 15.º e novos Art. os 76.º-A a 76.º-C CIRC) Os prejuízos anteriores à cessação da actividade, por motivo de redomiciliação, apenas serão dedutíveis mediante a demonstração de que correspondem a elementos patrimoniais afectos ao estabelecimento estável e mediante autorização do Director-Geral dos Impostos. Nota: As sociedades que procedam à sua redemociliação para fora do território português passam a ser tributadas em IRC, no exercício da cessação da respectiva actividade, pela diferença entre os valores de mercado e os valores contabilísticos (fiscalmente relevantes), dos seus elementos patrimoniais à data da cessação da actividade, em termos similares aos aplicáveis às sociedades em liquidação. Tal tributação é, todavia, afastada caso mantenham um estabelecimento estável no território português.
5 b) IRC (Cont.) Não dedutibilidade das despesas constantes de facturas emitidas por entidades cuja cessação de actividade tenha sido declarada oficiosamente (Art. 42.º CIRC) No que constitui uma medida de combate à fraude (aguardam-se informações da DGCI). As variações patrimoniais negativas relativas às componentes do capital próprio, para além das partes de capital, passam a concorrer para a formação do lucro tributável em 50% (Art. 42.º CIRC) Designadamente, prestações suplementares. Pagamento Especial por Conta (PEC) (Art. 98.º CIRC) Subida do limite máximo de para (aumento de 75%!).
6 b) IRC (Cont.) Subcapitalização (Art. 61.º CIRC) Acolhimento da jurisprudência comunitária (Caso Lankhorst), deixando de ser aplicáveis as limitações à dedução quando a entidade concedente do crédito seja residente noutro Estado-Membro da EU; Quando se trate de endividamento junto de uma entidade residente num paraíso fiscal deixa de ser possível afastar este regime da subcapitalização. Preços de transferência (Art. 58.º CIRC) Alargamento do conceito de entidades relacionadas para as relações existentes entre estabelecimentos estáveis de não residentes e entidades sediadas em paraísos fiscais trata-se de um alargamento do conceito desnecessário, atento o regime de inversão do ónus da prova já existente nestas relações.
7 c) Benefícios Fiscais Operações realizadas no âmbito das Zonas Francas (Art. 33.º-A EBF) Passa-se a considerar que 40% do lucro tributável das instituições de crédito e sociedades financeiras que exerçam predominantemente a sua actividade na ZFM ou na Ilha de St a. Maria corresponde às actividades exercidas fora do âmbito institucional daquelas ZF; No entanto, se 80% da actividade for exercida no âmbito institucional das ZF pode ser requerida ao Ministro das Finanças a diminuição daquela percentagem de 40%.
8 d) Fundos de Investimento (Proposta de autorização legislativa) (Art. 55.º da Proposta de Lei) Tributação dos Fundos a uma taxa reduzida de IRC Com a abolição da actual diversidade de taxas; Tributação dos participantes Quer sejam PS ou PC, com a abolição da isenção para os sujeitos passivos de IRS; Fica por esclarecer se esta tributação dos participantes se aplica também aos não residentes (questão da competitividade internacional dos fundos de investimento portugueses).
9 e) Imposto do Selo Reposição da isenção que vigorou em 2002 relativamente às fusões e entradas de activos (Art. 7.º C.IS) Isenção de IS na constituição e nos aumentos do capital de sociedades quando realizados mediante entradas em espécie que consubstanciem um ou vários ramos de negócio; f) IVA Recuperação do IVA relativo a créditos em mora (Art. 71.º CIVA) Actualização significativa da generalidade dos montantes máximos dos créditos potencialmente abrangidos por este regime de dedução Dedução do IVA relativo a créditos até 8.000, desde que: - O devedor seja sujeito passivo de Iva sem possibilidade de dedução do IVA, e; - Tenha pendente contra si uma acção executiva suspensa por falta de bens penhoráveis.
10 f) IVA (Cont.) Incentivo excepcional para o descongestionamento das pendências judiciais (Art. os 65.º e 66.º da Proposta de Lei) Nas acções cíveis, declarativas e executivas, instauradas até 30 de Setembro de 2005, que venham a extinguir-se em razão da desistência do pedido, de confissão, de transacção ou de compromisso arbitral apresentado até 31 de Dezembro de 2006, permite-se a dedução do IVA nas acções de valor inferior a , quando o demandado seja particular ou sujeito passivo isento que realize exclusivamente operações isentas que não confiram direito à dedução, e nas de valor inferior a 7.500, quando o demandado seja um sujeito passivo com direito à dedução
11 g) Garantias dos contribuintes (Art. 70.º CPPT) Alargamento do prazo de reclamação graciosa de 90 para 120 dias Revogação do prazo de 1 ano para as reclamações com o fundamento em preterição de formalidades essenciais ou na inexistência, total ou parcial, do facto tributário (aplicação indiferenciada do prazo de 120 dias)
12 2. PROPOSTAS a) Correcção do OE rectificativo 2005 Clarificação do novo n.º 10 do art.º 46.º CIRC Qual o conceito de abuso de formas jurídicas ( quando significa designadamente?); Eliminação do n.º 3 do art.º 85.º CIRC Propõe-se a represtinação do anterior n.º 3, permitindo-se a dedução dos montantes retidos na fonte no que constitui uma regra em sintonia com o incentivo à internacionalização das empresas portuguesas; b) Proposta de OE 2006 Atribuição de natureza interpretativa à nova redacção do art.º 61.º CIRC Atendendo a que estamos no âmbito de uma matéria já decidida pelo TJCE e, por via desta alteração, acatada pelo legislador; e Por forma a evitar futuros procedimentos e processos tributários, bem como por forma a fazer cessar processos pendentes.
13 2. PROPOSTAS (Cont.) c) Outras Agilização do processo de devolução do imposto nos termos do n.º 2 do art.º 89.º e do n.º 1 do art. 46.º CIRC (aplicação da Directiva 90/435/CEE, de 23 de Julho) Numa análise de estudo comparado, a Administração Fiscal portuguesa é a que coloca maiores entraves, face às suas congéneres dos restantes Estados-Membros, nos processos de devolução do imposto retido na fonte; Tal cenário não constitui um incentivo ao investimento estrangeiro em Portugal
14 3. CONTACTOS Porto Av. da Boavista Edifício Oceanvs Porto Tel Fax Lisboa Av. da Liberdade, 180-A - 10.º Edifício Tivoli Forum Lisboa Tel Fax advogadoslx@cppx.pt António Lobo Xavier alx@cppx.pt
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