INFORMAÇÃO N.º 292 PRINCIPAL LEGISLAÇÃO NO PERÍODO JURISPRUDÊNCIA E DOUTRINA. Período de 30 de setembro a 6 de outubro de 2016
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- Maria de Fátima Brandt Minho
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1 INFORMAÇÃO N.º 292 Período de 30 de setembro a 6 de outubro de 2016 PRINCIPAL LEGISLAÇÃO NO PERÍODO REGIME ESPECIAL APLICÁVEL AOS ATIVOS POR IMPOSTOS DIFERIDOS Portaria n.º 259/2016, de 4 de Outubro - RESUMO: A presente portaria regulamenta os procedimentos para a aplicação do regime especial aplicável aos ativos por impostos diferidos que tenham resultado da não dedução de gastos e variações patrimoniais negativas com perdas por imparidade em créditos e com benefícios pós - emprego ou a longo prazo de empregados (REAID), aprovado pela Lei n.º 61/2014, de 26 de agosto, nomeadamente no que respeita ao controlo e utilização do crédito tributário. JURISPRUDÊNCIA E DOUTRINA A FISCAL
2 IRC PREJUÍZOS FISCAIS - RETGS Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas ( CIRC ) Tribunal Constitucional Acórdão n.º 430/2016, de 30 de Setembro - RESUMO: Não julga inconstitucional a norma do artigo 87.º-A, n.º 2, do Código do Imposto sobre as Pessoas Coletivas, na redação introduzida pela Lei n.º 12-A/2010, de 30 de junho, «que para efeitos de aplicação da taxa adicional de IRC conhecida como 'derrama estadual', impõe a desconsideração de prejuízos fiscais ocorridos no próprio exercício, no âmbito da unidade fiscal que é o grupo de sociedades sujeito ao RETGS (Regime Especial de Tributação dos Grupos de Sociedade)». CUSTOS - DIVIDENDOS DISTRIBUÍDOS POR UMA SOCIEDADE AFILIADA À SUA SOCIEDADE-MÃE - PRAZO DE DETENÇÃO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas ( CIRC ) Tribunal Central Administrativo Sul Acórdão de 29 de Setembro - RESUMO: 1. Para o conceito fiscal de custo vale a definição constante do aludido artº.23, do C.I.R.C., a qual, depois de nos transmitir, de uma forma ampla, a noção de custos ou perdas como englobando todas as despesas efetuadas pela empresa que, comprovadamente, sejam indispensáveis para a realização dos proveitos ou para a manutenção da fonte produtiva, procede a uma enumeração meramente exemplificativa de várias despesas deste tipo. Estamos perante um conceito de custo que se pode considerar comum ao balanço fiscal e ao balanço comercial. A definição fiscal de custo, como conceito mais amplo do que sejam os custos de produção e de aquisição, parte de uma perspetiva ampla de atividade e de necessidade da empresa, assim estabelecendo uma conexão objetiva entre a atividade desta e as despesas que, inevitavelmente, daqui decorrerão. E fá-lo com uma finalidade claramente fiscal, a qual consiste em distinguir entre custos que podem ser aceites para fins fiscais e que, por isso, vão influenciar o cálculo do lucro tributável e os que não podem ser aceites para tal efeito. Os custos ou perdas da empresa constituem, portanto, os elementos negativos da conta de resultados, os quais são dedutíveis do ponto de vista fiscal quando, estando devidamente comprovados, forem indispensáveis para a realização dos proveitos ou para a manutenção da fonte produtiva da empresa em causa. A ausência de qualquer destes requisitos implica a não consideração dos referidos elementos como custos, assim devendo os respetivos montantes ser adicionados ao resultado contabilístico. 2. Embora o I.R.C. seja considerado como um imposto periódico, a retenção na fonte de I.R.C., a título definitivo como é o caso dos autos, deve ser qualificado/considerado como sendo um imposto de obrigação única. Por outras palavras, a retenção de I.R.C. incidente sobre pagamentos efetuados a entidades residentes no estrangeiro é feita a título definitivo e, como tal, deve considerar-se que o imposto a reter é de obrigação única.3. A ação, enquanto modalidade de título de crédito, pode definir-se como um título entregue ao subscritor de uma fração do capital de uma sociedade para comprovar os seus direitos de associado/subscritor do capital social. 4. Os dividendos constituem rendimentos provenientes de ações ou outros direitos de participação em lucros, tudo reportado a sociedades de capitais, por contraposição às sociedades de pessoas.5. A Diretiva 90/435/CEE, de 23/7/1990, transposta para a ordem jurídica interna portuguesa pelo dec.lei 123/92, de 2/7, veio instituir regras comuns em relação aos pagamentos de dividendos e outras distribuições de lucros, que se pretendem neutros do ponto de vista da concorrência, de modo a
3 contribuir para a criação do mercado único europeu, tendo como finalidade eliminar a dupla tributação económica dos dividendos distribuídos entre "sociedades-mãe" e "sociedades-afiliadas" residentes em dois Estados-Membros da União Europeia distintos. 6. O artº.14, nº.3, do C.I.R.C., resulta da transposição para a ordem jurídica portuguesa da Directiva 90/435/CEE do Conselho, de 23/7/1990, pelo que aquele normativo deve respeitar o texto e espírito da Diretiva, o que deverá refletir-se na interpretação da mesma norma. O artº.5, nº.1, da Diretiva determinava que: os lucros distribuídos por uma sociedade afiliada à sua sociedademãe são, pelo menos quando esta detém uma participação mínima de 25% no capital da afiliada, isentos de retenção na fonte.7. Em consequência da interpretação dada à Diretiva 90/435/CEE pelo T.J.U.E. e em ordem a assegurar a compatibilidade do direito interno com o direito comunitário, o legislador português veio clarificar, quanto ao requisito do tempo de detenção da participação para os investidores residentes na União Europeia possam beneficiar da isenção de retenção na fonte sobre os lucros distribuídos por subsidiárias portuguesas, ao abrigo da referida Diretiva, que se a participação no capital à data da colocação à disposição dos lucros, for detida há menos de dois anos, não é impedimento da não sujeição, como resulta do teor do artº.75-a, nº.2, a que sucedeu o artº.89, nº.1, e o atual artº.95, nº.2, todos do C.I.R.C. Ou seja, o legislador veio admitir expressamente a possibilidade de ser requerido o reembolso do montante retido nos casos em que a participação mínima de dois anos se verifique depois da colocação à disposição dos rendimentos. Consagrou-se, assim, a possibilidade de reembolso do montante retido na fonte, decorrente da verificação da condição resolutiva do ato de liquidação - detenção da participação social por um período ininterrupto de dois anos, cujo terminus ocorra após a distribuição dos dividendos. B CIVIL LOCAÇÃO FINANCEIRA - INSOLVÊNCIA Código de Insolvências e Recuperação de Empresas ( CIRE ) Tribunal da Relação de Évora - Acórdão de 22 de Setembro de 2016 RESUMO: I A declaração de insolvência não suspende os contratos de locação em que o insolvente seja o locatário, mantendo estes plena vigência exceto se denunciados pelo administrador da insolvência. II Nestes contratos, não denunciados, só a falta de pagamento de rendas ou alugueres posteriores à declaração de
4 insolvência constituem causa de resolução. III O procedimentos cautelares não constituem o meio processual adequado para o locador obter a restituição, ainda que provisória, de bens que se mostrem apreendidos (ou devam sê-lo) para a massa insolvente. NOTÍCIAS DE INTERESSE GERAL O Conselho de Ministro, em comunicado datado de 6 de outubro de 2016, adaptou as seguintes medidas: i) Aprovou o diploma sobre o regime de acesso e troca automática de informações financeiras no domínio da fiscalidade. ii) Aprovou o Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado (PERES) para quem tenha dívidas fiscais ou à Segurança Social que não tenham sido pagas nos seus prazos normais (até 31 de maio de 2016 para as dívidas fiscais e até 31 de dezembro de 2015 para as dívidas à Segurança Social). Recordamos que termina no presente mês de setembro o prazo para o cumprimento das seguintes obrigações de pagamento de imposto referente a: i) CONTRIBUIÇÃO EXTRAORDINÁRIA SOBRE A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA Entrega pelas entidades a que alude o artigo 2.º do regime da contribuição extraordinária sobre a indústria farmacêutica, aprovado pelo artigo 168.º da Lei n.º 82 -B/2014, de 31 de dezembro e que não se encontrem isentas da contribuição, ao abrigo do n.º 2 do artigo 5.º do mesmo regime,
5 Declaração Modelo 28 e da contribuição extraordinária sobre a indústria farmacêutica apurada no 3.º trimestre. ii) CONTRIBUIÇÃO SOBRE O SETOR ENERGÉTICO Entrega da contribuição sobre o setor energético pelas pessoas singulares ou coletivas que integrem o setor energético nacional a 1 de janeiro de Entrega da Declaração Modelo 27, por transmissão eletrónica de dados, referente ao apuramento da contribuição extraordinária sobre o setor energético a que se refere o n.º 1 do artigo 7.º do RCESE. iii) IRS Segundo pagamento por conta do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) de titulares de rendimentos da categoria B. Na eventualidade de necessitar de qualquer esclarecimento adicional a respeito das matérias abordadas na presente informação, ou de outras com elas relacionadas, queira por favor endereçar a sua questão para os seguintes contactos: MARLA BRÁS Advogada Tel.:(+351) marlabras@ajsa.pt O presente documento tem fins exclusivamente informativos. O seu conteúdo não constitui aconselhamento jurídico nem implica a existência e uma relação entre advogado e cliente. A reprodução total ou parcial do respetivo conteúdo depende de autorização expressa da AJ&A.
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