LEI DO ORÇAMENTO DE ESTADO 2014
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- Amanda Klettenberg Melgaço
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1 LEI DO ORÇAMENTO DE ESTADO 2014 O presente documento descreve de forma sucinta as alterações mais significativas previstas na versão da Lei do Orçamento de Estado para IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS SINGULARES (IRS) Alteração aos rendimentos do trabalho dependente: Não são considerados rendimentos de trabalho dependente, as importâncias que sejam suportadas pelas entidades patronais a título de seguros de saúde ou doença dos quais sejam beneficiários os trabalhadores ou os seus familiares, desde que a atribuição dos mesmos tenha caracter geral. Alteração do regime simplificado e regime de contabilidade organizada nos rendimentos empresariais e profissionais: No âmbito do regime simplificado, é alterado o limite dos rendimentos suscetíveis de enquadramento neste regime, que aumenta para ,00 e, bem assim, os seguintes coeficientes, a utilizar para efeitos de determinação do rendimento tributável, que passam então a ser de: 0,4 nos rendimentos provenientes das vendas de mercadorias e produtos e das prestações de serviços de atividades hoteleiras e similares, restauração e bebidas; 0,1 para restantes prestações de serviços e subsídios designados à exploração; 0,95 nos rendimentos provenientes de contratos de cessão ou utilização temporária da propriedade intelectual ou industrial ou a prestação de informação respeitantes a uma
2 experiência adquirida no sector industrial, comercial ou cientifico; outros rendimentos prediais; saldo positivo das mais e menos-valias e restantes incrementos patrimoniais. Relativamente ao regime de contabilidade organizada, a taxa de 10% passa a ser apenas aplicada aos automóveis ligeiros de passageiros ou mistos cujo seu valor de aquisição seja inferior a ,00, sendo aplicável uma taxa de 20% aos encargos dedutíveis referentes a estes veículos. Rendimentos da Categoria E O rendimento distribuído aos associados deixa de ser considerado rendimento de aplicação de capitais, para passar ser considerado como mais-valias, integrando, assim, a Categoria G de IRS. Rendimentos da Categoria G Os ganhos obtidos através da extinção ou entrega de partes sociais de sociedades que resultem de operações de fusão, cisão ou permuta de partes sociais passam a integrar o conceito de mais-valias. Retenções na fonte As formalidades necessárias para a dispensa de retenção na fonte para não residentes foram flexibilizadas, passando, no entanto, os beneficiários de uma dispensa que resulte de um acordo de direito internacional ou da legislação interna aplicável, a ter de fazer prova da verificação dos pressupostos da mesma perante as entidades que estão obrigadas a efetuar esta mesma retenção. O limite máximo da taxa de retenção na fonte para as Categorias A e H passa a ser de 45% para os contribuintes que queiram optar pela retenção a uma taxa superior a que lhes é aplicável. Deduções à coleta Passam a ser suscetíveis de dedução partilhada as despesas incorridas com os adotados e enteados nos casos de divórcio, separação judicial de pessoas e bens, declaração de nulidade ou anulação de casamento, quando as responsabilidades parentais sejam exercidas em comum. Em sentido inverso, deixa de suscetível de dedução à coleta os encargos com filhos, adotados e enteados maiores, mesmo que estes sejam qualificados como dependentes em termos fiscais.
3 Opção pelo englobamento Quando se opte pelo englobamento dos rendimentos que estão sujeitos a taxas liberatórias e autónomas, este passa a implicar a inclusão de todos os rendimentos para os quais exista esta opção. IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS COLECTIVAS (IRC) Taxas Há uma redução da taxa de IRC para 23% e, prevê-se a continuação da sua redução nos próximos anos, nesta medida para o ano 2015, reduz-se para 21% e para 2016 uma redução entre 17% e 19%. Tributação Autónoma Com exclusão dos veículos elétricos, vão estar sujeitos a tributação autónoma os encargos com viaturas ligeiras de passageiros, motos ou motociclos, às seguintes taxas: 15% para veículos com valor de aquisição inferior a 20.00,00 ; 27,5% para veículos com valor de aquisição igual ou superior a ,00 e inferior a ,00 ; 35% para veículos com valor de aquisição igual ou superior a ,00. Regime Simplificado Podem beneficiar deste regime os sujeitos passivos residentes, não isentos nem sujeitos a um regime especial de tributação, que exerçam a título principal uma atividade comercial, industrial ou agrícola e que preencham as seguintes condições cumulativas: i. Apresentem, no período de tributação anterior, um montante anual de rendimentos não superior a ,00 e um total de ativo não superior a ,00 ; ii. Não estejam sujeitos à obrigação de revisão legal de contas; iii. O seu capital social não seja detido em mais de 20% por entidades que não preencham os requisitos supra indicados; iv. Adotem o regime de normalização contabilística (no caso de micro entidades); v. Não tenham renunciado à aplicação do regime nos três anos anteriores, tendo como referência a data em que se inicia a aplicação do regime. Regime de reporte e transmissibilidade de prejuízos fiscais O prazo de reporte dos prejuízos fiscais é aumentado de 5 para 12 anos, embora passe a prever-se que deverão ser utilizados os prejuízos fiscais apurados há mais tempo, sendo a
4 limitação à dedução de prejuízos alterada de 75% para 70% do lucro tributável apurado no exercício. Encargos financeiros A dedução de encargos financeiros deixa de estar limitada a ,00, para passar a estar limitada a ,00. IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO (IVA) Regime de Caixa Com este Orçamento tornou-se claro, em sede do regime de IVA de caixa, que o direito à dedução do imposto por parte dos clientes de entidades sujeitas a este regime atende às regras gerais, não estando dependente do efetivo pagamento da fatura. Créditos Incobráveis ou de Cobrança Duvidosa Para que o sujeito passivo possa exercer o direito à recuperação do imposto estabelece o novo Orçamento de Estado um limite de dois anos contados desde o primeiro dia útil do ano seguinte ao nascimento do direito à dedução/regularização. Vem, ainda, o Orçamento do Estado para 2014 prever a obrigatoriedade do sujeito passivo, aquando da dedução do IVA de créditos considerados incobráveis em sede de processos executivos, insolvência ou de processos especiais de revitalização, comunicar ao seu Cliente, também sujeito passivo de IVA, a anulação total ou parcial do IVA recuperado, para que este último proceda à correção da dedução efetuada. Taxa Reduzida O âmbito de aplicação da taxa de IVA reduzida é alargado para as atividades agrícolas não conexas com a exploração da terra ou em que esta tenha carácter meramente acessório, como por exemplo a produção em vasos e outros meios autónomos de suporte. Alargamento da Dispensa de Obrigatoriedade de Emissão de Factura Vem o Orçamento de Estado para 2014 prever a dispensa da emissão de fatura para as operações de natureza financeira, operações de seguro e resseguro, bem como para os serviços de seguro e resseguro prestados pro corretores e intermediários de seguro, sempre que o respectivo destinatário seja um sujeito passivo domiciliado ou estabelecido noutro Estadomembro da União Europeia.
5 Isenção nas Vendas Efectuadas a Exportadores de Mercadoria Com este Orçamento de Estado para 2014, fica clarificado que a isenção de IVA nas vendas efectuadas a exportadores é aplicável nas transmissões a qualquer cliente que exporte bens a partir de Portugal, tenha ou não a sua sede neste território. IMPOSTO DO SELO (IS) Terrenos para Construção De acordo com o Orçamento do Estado para 2014, passam a estar sujeitos ao Imposto do Selo, à taxa de 1%, os terrenos para construção cuja edificação, autorizada ou prevista, de valor patrimonial tributário igual ou superior a ,00. IMPOSTO SOBRE VEÍCULOS (ISV) O Orçamento de Estado para 2014 vem prever que a admissão temporária em território nacional de veículos matriculados em outro Estado-membro, que se destinem a uso profissional, deixe de estar sujeita a autorização da Autoridade Tributária. Está, igualmente, prevista uma isenção do imposto os veículos usados, com lotação de 9 lugares (incluindo o condutor), adquiridos, a título oneroso ou gratuito, por IPSS para transporte coletivo de utentes. IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS (IMI) Uma das novidades previstas neste Orçamento de Estado para 2014 prende-se com o facto dos hospitais e unidades de saúde constituídos em entidades públicas empresariais passarem a beneficiar da isenção de IMI, em relação aos imóveis nos quais sejam prestados os cuidados de saúde. Reclamação das matrizes Vem o Orçamento de Estado para 2014 prever que o prazo de 3 anos para reclamar de uma matriz predial, com base na desatualização do VPT, conta-se a partir da data do pedido de inscrição ou atualização anterior ou da promoção oficiosa dessa inscrição ou atualização.
6 BENEFÍCIOS FISCAIS Isenção de IMI Prédios destinados à Habitação O Orçamento do Estado para 2014 prevê que no caso dos pedidos de isenção serem apresentados após o prazo legal previsto para o efeito ou a afetação a residência própria e permanente do sujeito passivo ou do seu agregado familiar ocorrer após o decurso do prazo previsto, a isenção passa a iniciar-se a partir do ano da comunicação e não a partir do ano imediato ao da verificação dos pressupostos. Benefício ao Reinvestimento de Lucros e Reservas Com o Orçamento de Estado para 2014 é criado um regime de incentivos fiscais ao investimento para pequenas e médias empresas, que passará pela dedução à coleta do IRC de um montante de até 10% dos lucros retidos que sejam reinvestidos em ativos elegíveis, no prazo de dois anos. O montante máximo dos lucros obtidos e reinvestidos, em cada período de tributação, é de ,00, ocorrendo a dedução até á concorrência de 25% da coleta do IRC. No que diz respeito aos lucros apurados no exercício de 2014, é permitido o reinvestimento neste próprio exercício. LEI GERAL TRIBUTÁRIA Confidencialidade De acordo com o Orçamento do Estado para 2014, a Administração Tributária deixa de estar obrigada ao sigilo fiscal para efeitos de confirmação do número de identificação e domicílio fiscal às entidades legalmente competentes para a realização do registo comercial, predial ou automóvel. Com os nossos melhores cumprimentos, em representação da equipa da FLRP Advogados, Catarina Pontes / Catarina Venceslau de Oliveira/ Susana Alexandre Santos
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