A contabilidade e gestão na atividade agrícola. Benefícios Fiscais. Santarém 5 de junho de 2018
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- Olívia Sampaio Salvado
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1 A contabilidade e gestão na atividade agrícola Benefícios Fiscais Santarém 5 de junho de 2018
2 Sumário A dimensão da atividade agrícola em sede de IRC Os benefícios fiscais e os regulamentos comunitários Benefícios específicos da atividade agrícola e silvícola Benefícios genéricos no âmbito do IRC 2
3 A dimensão da atividade agrícola em sede de IRC Número de declarações de IRC apresentadas (CAE Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca) N.º de declarações do agregado Total de declarações Peso do agregado no total de declarações 3,4% 3,6% 3,8% (fonte: Autoridade Tributária) 3
4 A dimensão da atividade agrícola em sede de IRC Evolução do número de declarações apresentadas (CAE Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca) face ao total de declarações modelo 22 de IRC N.º de declarações do agregado Taxa de crescimento das declarações do agregado 10,3% 6,0% Total de declarações Taxa de crescimento do total de declarações 2,8% 2,7% 4
5 A dimensão da atividade agrícola em sede de IRC Número de declarações de IRC apresentadas (CAE Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca) com resultado líquido positivo N.º de declarações do agregado N.º de declarações com resultado positivo Peso das declarações com resultado positivo 45,8% 44,3% 47,6% (fonte: Autoridade Tributária) 5
6 Os benefícios fiscais e os regulamentos comunitários Os benefícios de carácter regional estão condicionados por limites Existem dois tipos de limitação à utilização de benefícios fiscais Taxas máximas de auxílio Regra de Minimis Incentivos ao investimento Incentivos de carácter financeiro 6
7 Os benefícios fiscais e os regulamentos comunitários Benefícios ao investimento RFAI - Enquadramento comunitário Em conformidade com as Orientações relativas aos auxílios estatais com finalidade regional para , publicadas no Jornal Oficial da União Europeia n.º C 209, de 27 de julho de 2013 e com o Regulamento (UE) n.º 651/2014, de 16 de junho de 2014, publicado no Jornal Oficial da União Europeia n.º C 187, de 26 de junho de 2014 (Regulamento Geral de Isenção por Categoria), não são elegíveis para a concessão de benefícios fiscais os projetos de investimento que tenham por objeto determinadas atividades económicas. 7
8 Os benefícios fiscais e os regulamentos comunitários RFAI Regime Fiscal de Apoio ao Investimento - Portaria n.º 282/2014, de 30 de dezembro Assim, não são elegíveis para a concessão de benefícios fiscais os projetos de investimento que tenham por objeto as atividades económicas dos setores: siderúrgico, do carvão, da pesca e da aquicultura, da produção agrícola primária, da transformação e comercialização de produtos agrícolas enumerados no anexo I do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, da silvicultura, da construção naval, das fibras sintéticas, dos transportes e das infraestruturas conexas e da produção, distribuição e infraestruturas energéticas. 8
9 Os benefícios fiscais e os regulamentos comunitários DLRR Dedução de lucros retidos e reinvestidos A dedução por lucros retidos e reinvestidos (DLRR) constitui um regime de incentivos fiscais ao investimento em favor de micro, pequenas e médias empresas nos termos do RGIC. Portaria n.º 297/2015, de 21 de Setembro A DLRR não é aplicável ao reinvestimento de lucros retidos nos setores da pesca, da aquicultura e da produção agrícola primária, tal como definida no 9 do artigo 2.º do RGIC. 9
10 Os benefícios fiscais e os regulamentos comunitários Auxílios de minimis Os auxílios de minimis são um conjunto de ajudas que os Estados podem conceder às empresas residentes que, pelo seu reduzido valor, não afetam de forma significativa o livre comércio e a concorrência entre os países membros da União Europeia. De acordo com a regra geral de minimis, constante do Regulamento n.º 1407/2013, da Comissão, de 18 de dezembro, que se aplica entre 1 de janeiro de 2014 e 31 de dezembro de 2020, o montante total dos referidos incentivos e de outros incentivos de natureza não fiscal concedidos a uma empresa única, de acordo com a definição dada pelo n.º 2 do artigo 2.º do Regulamento, não pode exceder o montante de ,00, durante um período correspondente a três períodos financeiros. 10
11 Os benefícios fiscais e os regulamentos comunitários Auxílios de minimis Na atividade agrícola, o limite de acumulação das ajudas a conceder a uma empresa única (ou autónoma) não pode exceder euros, durante um período de três exercícios financeiros (o exercício financeiro em causa e os 2 exercícios financeiros anteriores). Este limite aplica-se: aos incentivos fiscais que consistam em reduções de taxa de IRC, e aos incentivos não fiscais que consistam em bonificações ou isenções de juros em linhas protocoladas com o Estado. 11
12 Benefícios específicos da atividade agrícola e silvícola Artigo 59.º do EBF - baldios Estão isentos de IRC os baldios, enquadráveis nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 2.º do Código do IRC, quanto aos rendimentos derivados dos terrenos baldios, incluindo os resultantes de cessão de exploração ou de arrendamento, bem como os da transmissão de bens ou da prestação de serviços comuns aos compartes, quando, em qualquer caso, aqueles rendimentos sejam afetos, de acordo com o plano de utilização aprovado, com os usos ou costumes locais, ou com as deliberações dos órgãos competentes dos compartes, em investimento florestal ou outras benfeitorias nos próprios baldios ou, bem assim, em melhoramentos junto da comunidade que os possui e gere, até ao fim do quarto exercício posterior ao da sua obtenção, salvo em caso de justo impedimento. 12
13 Benefícios específicos da atividade agrícola e silvícola Artigo 59.º-D do EBF - incentivos fiscais à atividade silvícola Para efeitos de determinação da taxa de IRS a aplicar a rendimentos da categoria B decorrentes de explorações silvícolas plurianuais, o respetivo valor é dividido: a) Por 12, para os rendimentos que sejam determinados com base na aplicação das regras decorrentes do regime simplificado, incluindo os atos isolados; b) Pela soma do número de anos ou fração a que respeitem os gastos imputados ao respetivo lucro tributável, nos termos do n.º 7 do artigo 18.º do Código do IRC, para os rendimentos que sejam determinados com base na contabilidade, incluindo os atos isolados. 13
14 Benefícios específicos da atividade agrícola e silvícola Artigo 59.º-D do EBF - incentivos fiscais à atividade silvícola Exemplo: Um sujeito passivo de IRS auferiu rendimentos provenientes da venda de eucaliptos, no valor total de euros. Taxa média do IRS para este nível de rendimentos = 37,613% Com aplicação deste benefício = : 12 = taxa média = 14,5% 14
15 Benefícios específicos da atividade agrícola e silvícola Artigo 59.º-E do EBF - despesas com certificação biológica de explorações É considerado gasto do período de tributação para efeitos de determinação do lucro tributável, o valor correspondente a 140 % das despesas de certificação biológica de explorações com produção em modo biológico, incorridas por sujeitos passivos de IRC e IRS, com contabilidade organizada. 15
16 Benefícios específicos da atividade agrícola e silvícola Artigo 66.º-A do EBF cooperativas agrícolas As cooperativas agrícolas estão isentas de IRC, com exceção dos resultados provenientes de operações com terceiros e de atividades alheias aos próprios fins. São ainda isentos de IRC: a) Os apoios e subsídios financeiros ou de qualquer outra natureza atribuídos pelo Estado, nos termos da lei às cooperativas de primeiro grau, de grau superior ou às régies cooperativas como compensação pelo exercício de funções de interesse e utilidade públicas delegados pelo Estado; b) Os rendimentos resultantes das quotas pagas pelas cooperativas associadas e cooperativas de grau superior. 16
17 Benefícios genéricos no âmbito do IRC Artigo 41.º-B do EBF - Benefícios fiscais relativos à instalação de empresas em territórios do interior Às empresas que exerçam, diretamente e a título principal, uma atividade económica de natureza agrícola, comercial, industrial ou de prestação de serviços em territórios do interior, que sejam qualificados como micro, pequena ou média empresa, nos termos previstos no anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro, é aplicável a taxa de IRC de 12,5 % aos primeiros euros de matéria coletável. 17
18 Benefícios genéricos no âmbito do IRC Artigo 41.º-B do EBF - Benefícios fiscais relativos à instalação de empresas em territórios do interior Para que possam usufruir desta taxa de IRC, os sujeitos passivos têm que: a) Exercer a atividade e ter direção efetiva nas áreas beneficiárias; b) Não ter salários em atraso; c) Não ter resultado de cisão efetuada nos dois anos anteriores à usufruição dos benefícios; e d) A determinação do seu lucro tributável ser efetuada com recurso a métodos diretos de avaliação ou no âmbito do regime simplificado de determinação da matéria coletável. 18
19 Benefícios genéricos no âmbito do IRC Portaria n.º 208/2017, de 13 de julho Esta portaria definiu as áreas geográficas onde os sujeitos passivos de IRC poderão utilizar a nova taxa de IRC de 12,5%, com efeitos a partir do período de tributação de Exemplos de concelhos abrangidos por este benefício: Chamusca, Coruche, Abrantes, Constância, Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal, Vila de Rei, Vila Nova da Barquinha, e em Santarém a União das freguesias de Casével e Vaqueiros. 19
20 Benefícios genéricos no âmbito do IRC Remuneração Convencional do Capital Social Este benefício aplica-se no âmbito de operações de constituição de sociedade ou do aumento do capital social. Na determinação do lucro tributável das sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, cooperativas, empresas públicas, e demais pessoas coletivas de direito público ou privado com sede ou direção efetiva em território português, pode ser deduzida uma importância correspondente à remuneração convencional do capital social, calculada mediante a aplicação, limitada a cada exercício, da taxa de 7 % ao montante das entradas realizadas até de euros, por entregas em dinheiro ou através da conversão de suprimentos ou de empréstimos de sócios. 20
21 Benefícios genéricos no âmbito do IRC Remuneração Convencional do Capital Social A dedução ao lucro tributável do IRC: a) Aplica-se exclusivamente às entradas, no âmbito da constituição de sociedades ou do aumento do capital social da sociedade beneficiária; b) É efetuada no apuramento do lucro tributável relativo ao período de tributação em que ocorram as mencionadas entradas e nos cinco períodos de tributação seguintes 21
22 Benefícios genéricos no âmbito do IRC Remuneração Convencional do Capital Social Com a aprovação do OE 2018 foi efetuado o alargamento do âmbito de aplicação do regime da remuneração convencional do capital social às conversões de créditos de qualquer natureza em capital. Passa também a estar contemplado o aumento de capital com recurso aos lucros gerados no próprio exercício, desde que o registo do aumento de capital se realize até à entrega da declaração de rendimentos relativa ao exercício em causa. 22
23 Benefícios genéricos no âmbito do IRC Remuneração Convencional do Capital Social Exemplo O Sr. X realizou em 2018 um aumento de capital por conversão de suprimentos que tinha sobre a sociedade B no montante de ,00. A sociedade B vai poder deduzir ao lucro tributável dos exercícios de 2018 a 2023 a quantia de (por ano). Efeito total do benefício = X 21% X 6 anos = 4.410,00 Retorno = 8,82% 23
24 Obrigado pela atenção 24
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