PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAIBA GABINETE DO DESEMBARGADOR LUIZ SILVIO RAMALHO JÚNIOR ACÓRDÃO HABEAS CORPUS (Processo n 999.2012.001461-11001) RELATOR: Marcos William de Oliveira, Juiz Convocado em substituição ao Desembargador Luiz Silvio Ramalho Júnior IMPETRANTE: Djaci Silva de Medeiros ok PACIENTE: Antônio Carlos da Silva Felipe PROCESSUAL PENAL. Habeas Corpus. Tráfico ilícito de entorpecentes. Prisão preventiva. 31 pedras de cocaina..4 Natureza e quantidade da droga apreendida. Gravidade concreta delito. Tentativa de fuga e ocultação da droga apreendida. Denegação da ordem. - A gravidade concreta do delito de tráfico, justificada na :g natureza e quantidade de droga apreendida, justifica a prisão preventiva como garantia da ordem pública, presentes a o materialidade e os indícios de autoria. E VISTOS, RELATADOS e DISCUTIDOS estes autos, em que são = partes as acima identificadas. ACORDA a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, à unanimidade, em denegar a ordem de Habeas Corpus, nos termos do voto do Relator, e em harmonia com o parecer da Procuradoria-Geral de Justiça. RELATÓRIO Trata-se de Habeas Corpus, com pedido de liminar, impetrado por Djaci Silva de Medeiros em favor de Antônio Carlos da Silva Felipe, que tem por escopo impugnar decisão do Juiz de Direito da Comarca de Barra de Santa Rosa, que decretou a prisão preventiva do Paciente pára a garantia da ordem pública. (fs. 30134) Sustenta, em síntese; que o Magistrado decretou a prisão preventiva' do Paciente com fundamento na gravidade da infração e na repercussão social causada, o que não se admitiria; que não existem provas de que ele praticou o crime de tráfico ilícito de entorpecentes, pois, tratando-se de mototaxista, é comum o transporte de mercadorias sem o conhecimento do respectivo conteúdo. Ao final, requer, em sede de liminar, a imediata liberação do-no
Paciente. No mérito, pugna pela manutenção dos termos da medida de urgência. (fs. 02/08) Liminar indeferida às f. 48 e 49. (fs. 51 e 52) A Procuradoria-Geral de Justiça opinou pela denegação da ordem. É o relatório - VOTO Marcos William de Oliveira. Relator A ordem deve ser denegada. Para tanto, observe-se que o juiz a quo decretou a prisão preventiva do Paciente frisando, em dada oportunidade, a gravidade da infração e a repercussão * social causada. f. 33(...) é de se ponderar que a garantia da ordem pública deve ser visualizada não apenas pela possibilidade de reiteração criminosa, mas também, pelo binômio gravidade da, infração e repercussão social causada. Contudo, noutra passagem, ressaltou a gravidade concreta do delito, evidenciada pela natureza e quantidade de droga apreendida - 31 pedras de crack ressaltando o maior potencialidade lesiva da conduta. Não é desnecessário, ainda, registrar que o Paciente foi preso em flagrante com R$ 301,50 (trezentos e um reais e cinquenta centavos), o que sugere, em o tese, que estava na posse de quantidade maior de droga..<9, o A i O g Sobre a gravidade concreta do delito como fundamento para a prisão cautelar, colacionamos julgado do STJ: O I tv HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO ORIGINÁRIA. SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO ORDINÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. RESPEITO AO SISTEMA RECURSAL PREVISTO NA CARTA MAGNA. NÃO CONHECIMENTO. (...) TRÁFICO DE ENTORPECENTES. PRISÃO EM FLAGRANTE CONVERTIDA EM PREVENTIVA. PRETENDIDA REVOGAÇÃO. QUANTIDADE DE DROGA APREENDIDA. POTENCIALIDADE LESIVA DA INFRAÇÃO. GRAVIDADE CONCRETA. NECESSIDADE DE ACAUTELAMENTO DA ORDEM PÚBLICA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA E CONSTITUCIONAL. CONDIÇÕES PESSOAIS FAVORÁVEIS. IRRELEVÂNCIA. SEGREGAÇÃO JUSTIFICADA E NECESSÁRIA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO DEMONSTRADO. 1. Não resta configurado o alegado constrangimento ilegal quando a custódia cautelar está devidamente justificada na garantia da ordem pública, com base na gravidade concreta do
crime em tese cometido, diante da natureza e da quantidade de droga apreendida - 56 pedras de crack. 2. Condições pessoais favoráveis não têm, em principio, o condão de, por si sós, revogarem a prisão preventiva, se há nos autos elementos suficientes a demonstrar a necessidade da custódia antecipada, como ocorre in casu. CUSTÓDIA CAUTELAR. INCIDÊNCIA DA LEI N. 12.403/2011. IMPOSSIBILIDADE. REPROVABILIDADE EXACERBADA DO DELITO. ORDEM DENEGADA. 1. Inviável a aplicação de medida cautelar diversa da prisão quando há motivação que justifique a medida excepcional, no caso em questão, a gravidade concreta do delito, o que torna de rigor sua prisão. 2. Habeas corpus não conhecido. (HC 248.934/MG, Rel. Ministro JORGE MUSS!, QUINTA TURMA, julgado em 04/10/2012, DJe 17/10/2012) Ademais, conforme bem ressaltou o juiz a quo, os depoimentos colhidos na esfera pblicial demonstram a existência da justa causa necessária a decretação. da.prispo preventiva (prova da materialidade e indícios de autoria), senão vejamos: * 1,1, f. 19 condutor e 1a testemunha: (...) Que o acusado, ao perceber a presença da guarnição, empreendeu fuga, dando inicio a uma perseguição; Que o acusado não obedeceu os sinais de alerta da guarnição, nem a ordem de parar contudo foi alcançado momento em que tentou se desfazer de um pequeno pacote jogando-o por cima do muro; Que visualizou quando o acusado jogou o pacote por cima do muro encontrando o referido pacote; que o pacote era um saco de plástico de cor branca contendo trinta e uma pedras, ca uma embalada com plástico transparente, de uma substância parecida com crack; Que foi feito uma busca pessoal no acusado e foi encontrado em seu poder a quantia em dinheiro de R$ 301,50; (..) (sic) Tal depoimento, ressalte-se, foi ratificado no depoimento da segunda testemunha, inclusive, relativamente a tentativa de fuga do Paciente e de ocultação da droga apreen dida. 1, Assim, entende-se por acertada a decisão do Magistrado, visto que verificados e devidamente expostos os requisitos para o decreto de prisão preventiva. Ante o exposto, denego a ordem de Habeas Corpus. 1 Presidiu a sessão o Excelentíssimo Senhor Desembargador, Carlos Martins Beltrão, Presidente da Câmara Criminal e 1 Vogal. Participaram do julgamento os Excelentíssimo Senhor Marcos William de Oliveira (Juiz Convocado para substituir o Desembargador Luiz *Silvio Ramalho Júnior) e Joás de Brito Pereira Filho. a -40'à,"'Nt 1 1HC99920120014611001_01
Presente à sessão o representante do Ministério Público, o Excelentíssimo Senhor: Procurador de Justiça Antônio de Pádua Torres. Sala de Sessões da Câmara Criminal "Des. Manoel Taigy de Queiroz Mello Filho" do Egrégio Tribunal d Justiça do Estado da Paraíba, em João Pessoa, 24 de janeiro de 2013. Marc Juiz d Oliveira do - Relator a,,ste,
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