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Transcrição

1 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRÁTICA REGISTRADO(A) SOB N I miii mil mu mu mu um um mu mi nu *D?7fi3RR9* Vistos, relatados e discutidos estes autos de Mandado de Segurança n , da Comarca de Caraguatatuba, em que é impetrante EVERTON VENANCIO DE CARVALHO sendo impetrado MMJD DA 3 a CRIMINAL DA COMARCA DE CARAGUATATUBA. VARA ACORDAM, em 3 a Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "DENEGARAM A PRESENTE ORDEM EM MANDADO DE SEGURANÇA, PARA MANTER O DECRETO DE SUSPENSÃO DA HABILITAÇÃO DE DIRIGIR VEÍCULO, IMPOSTA COMO CONDIÇÃO DA LIBERDADE PROVISÓRIA, NOS AUTOS DE PROCESSO CRIME N 421/9-3 a VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CARAGUATATUBA, A EVERTON VENANCIO DE CARVALHO, QUALIFICADO NA INICIAL. V.U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores GERALDO WOHLERS (Presidente sem voto), TOLOZA NETO E RUY ALBERTO LEME CAVALHEIRO. São Paulo, 15 de dezembro de /LUIZ^NTtfNIO CARDOSO ( ^ ^ ^ RELATOR

2 MANDADO DE SEGURANÇA N VOTO N 904 IMPETRANTE: EVERTON VENÂNCIO DE CARVALHO IMPETRADO..: MM. JUÍZO DE DIREITO DA 3 a VARA CRIMINAL COMARCA DE CARAGUATATUBA EVERTON VENÂNCIO DE CARVALHO, por seu defensor constituído, impetra MANDADO DE SEGURANÇA, com pedido de liminar, contra ato do MM. Juízo de Direito da 3 a Vara Criminal da Comarca de Caraguatatuba que, nos autos de Processo Crime n 421/09, a que responde por infração aos art. 302, Parágrafo único, III, e art. 306, ambos da Lei n 9.503/97, c.c. art. 70, do Código Penal, determinou a suspensão da habilitação do Impetrante para dirigir veículo automotor, pelo prazo de duração do processo, com a entrega de sua Carteira Nacional de Habilitação ao respectivo cartório, sob pena de revogação da decisão que lhe concedeu a liberdade provisória (fls. 2/13). Sustenta o Impetrante carecer a decisão de fundamentação idônea, sendo a medida adotada desprovida de previsão legal, além de ofender vários dispositivos da Constituição Federal, dentre eles os art. 5 o, LIV, LV e LVII, art. 93, IX; e art. 293, e I o, art. 294 e art. 295, todos do Código de Trânsito Brasileiro, e afrontar o princípio da proporcionalidade, sendo, por tais motivos, nula a decisão. Pleiteia, liminarmente, a suspensão da decisão combatida, com a devolução da Carteira Nacional de Habilitação ao Impetrante, sendo ao

3 final cassada a referida decisão, assegurando-lhe o seu "... direito de conduzir veículo automotor até seu final julgamento criminal..." (fls.2/13). O pedido de liminar foi indeferido (fls. 42/43). A autoridade apontada como coatora prestou Informações (fls. 47/48). A d. Procuradoria Geral de Justiça ofertou Parecer no sentido do não conhecimento da impetração, porém, se conhecida, pugna pela denegação da ordem (fls. 75/81). r E o relatório. O Paciente foi denunciado pela prática de homicídio culposo na direção de veículo automotor, com causa de aumento de pena por não ter prestado socorro a vítima, e também, por dirigir o veículo com concentração de álcool por litro de sangue superior a 6 decigramas (fls. 86/89). Ao conceder a liberdade provisória pleiteada pelo Paciente, a autoridade apontada com coatora determinou a suspensão do seu direito de dirigir, invocando o art. 294 do Código de Trânsito Brasileiro, pelo prazo de duração do processo, devendo o Paciente entregar sua Carteira Nacional de Habilitação em 48 horas, sob pena de revogação da decisão de concessão da liberdade provisória, decisão contra qual se insurge o p Impetrante. fr. 2 Mandado de Segurança n" vi

4 Ao contrário do afirmado pelo Impetrante, a decisão combatida não carece de fundamentação e nem afronta ao disposto na Constituição Federal e legislação pertinente. À luz do disposto no art. 294 do Código de Trânsito Brasileiro, o d. magistrado cautelarmente decretou a suspensão da habilitação para dirigir veículo automotor do Paciente, amparado nas circunstâncias táticas em que ocorrida a conduta a ele imputada, que justificam a medida extrema como forma de garantir a ordem pública, conforme exigido pelo dispositivo legal. Há indicação nos autos da embriaguez do Paciente, que trazia no interior do veículo mais doze latas de cerveja, bem como, da sua fuga do local do crime sem que tenha prestado socorro a vítima, podendo fazê-lo. Observando a conduta imputada ao Paciente, constata-se que, por sua negligência, demonstrou ser desprovido de autocontrole necessário para trafegar livremente dirigindo veículo automotor, comprometendo a segurança no trânsito e, por conseguinte, a tranqüilidade social pois, ao que consta, ao menos em tese, mesmo embriagado, assumiu a direção do veículo e, ao perder o controle durante a tentativa de desviar de um caminhão, ocasionou acidente que levou a óbito sua tia. O fato de não prestar socorro à vítima, somente agrava o seu comportamento, ao qual a lei, por si, já dispensa um maior rigor, tanto que estabelece essa circunstância como causa de aumento de pena, evidenciando a perigosidade de quem assim procede, até por se mostranj/ insensível à situação. Mandado de Segurança n" j r~\ VI

5 A fundamentação apresentada pelo juízo de conhecimento para o decreto de suspensão cautelar do direito do Paciente de dirigir veículo automotor encontra-se perfeitamente amparada no art. 294 do Código de Trânsito Brasileiro, por evidente necessidade de, imediatamente, garantir a ordem pública, consistindo, no caso, em especial, na preservação da segurança no trânsito, defendendo dessa forma a tranqüilidade social, pois necessário evitar que o Paciente persista na prática de atos que continuem pondo em risco a segurança da sociedade, para o qual demonstrou estar propenso. Pelos mesmos fundamentos anteriormente expostos, não há que se falar em desproporcionalidade da medida cautelar, corretamente aplicada, frente às conseqüências do caso concreto e do perigo oferecido pela conduta que o Paciente teria, em tese, praticado. Ademais, como bem observado pelo d. Procurador de Justiça, a ordem de entrega pelo Paciente de sua Caneira Nacional de Habilitação em 48 horas, consiste apenas em conseqüência do decreto cautelar de suspensão de sua habilitação para dirigir, não havendo qualquer abuso ou ilegalidade na referida medida, pois o d. magistrado apenas adiantou providência prevista no art. 293, I o, do Código de Trânsito, que disciplina a suspensão do direito de dirigir como pena principal, permitindo assim uma maior eficácia na execução da medida imposta. Com razão também o d. representante do MINISTÉRIO PUBLICO ao afirmar que a não comunicação da medida cautelar imposta aos órgãos indicados no art. 295 do Código de Trânsito Brasileiro, não,' Ç) <ff 4 Mandado de Segurança n" \J

6 TRIBUiNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO atinge a validade do ato judicial, consistindo em falta que poderá ser sanada a qualquer tempo, enquanto perdurar a suspensão decretada. Argumenta o Impetrante ainda que o Paciente precisa da habilitação para dirigir para exercer seu labor, do qual extrai o sustento de sua família. Contudo, tem o Paciente entendimento suficiente para compreender e assumir as conseqüências do ato, ao que tudo indica, por ele cometido, não devendo seu interesse pessoal prevalecer ao interesse coletivo de resguardar a segurança no trânsito. Por conseguinte, presente, no particular, a necessidade de garantia da ordem pública, legítimo o decreto cautelar da suspensão da habilitação de dirigir do Paciente, conforme previsto no art Código de Trânsito Brasileiro. É de ser conhecida a ação, mas denegada a ordem. Ante todo o exposto, DENEGO a presente ordem em mandado de segurança, para manter o decreto de suspensão da habilitação de dirigir veículo, imposta como condição da liberdade provisória, nos autos de Processo Crime n 421/9-3'' Vara Criminal da Comarca de Caraguatatuba, a EVERTON VENANCIO DE CARVALHO, qualificado na inicial. /* X, _,- = ^IZ AJST(5NIO CARDOSO= / ^ ^ Relator Mandado de Segurança n"