Acorda a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, denegar a ordem.

Transcrição

1 ; + `;;X" k' I 4i Pus auffinvg10 ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO GABINETE DO DES NILO LUIS RAMALHO VIEIRA ACÓRDÃO HABEAS-CORPUS N / 001 IMPETRANTE: Rodrigo dos Santos Lima PACIENTE : Edvaldo Pereira de Melo HABEAS-CORPUS Prisão civil Depositário infiel Constrangimento ilegal Ausência de apresentação dos bens Prisão legal Ordem denegada No caso presente, verifica-se que não foram o apresentados os bens pelo depositário, embora devidamente intimado Portanto, o decreto de prisão civil não se revela constrangedor à liberdade do paciente epígrafe Vistos, relatados c discutidos os autos identificados em Acorda a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, denegar a ordem Julgamento unânime em harmonia com o parecer r) k'

2 Relatório Trata-se de habeas corpus impetrado por Rodrigo dos Santos Lima em favor de Edvaldo Pereira de Melo, sob o argumento de está o paciente sofrendo constrangimento ilegal, praticado pela MMa Juíza da 4a Vara Cível da Comarca de Cabedelo Narra o impetrante que o paciente foi nomeado depositário dos objetos penhorados na ação de execução fiscal movida pela fazenda Pública do Estado da Paraíba contra a Empresa Figha Ferragens Materiais Elétricos Ltda Adjudicados os bens à Fazenda Estadual, no momento da sua entrega, os mesmo não se encontravam no endereço indicado pelo exeqüente, razão porque foi determinada a prisão civil No entanto, alega o impetrante que os bens penhorados foram recolhidos do estabelecimento comercial pelos fornecedores da executada, para este ato não concorrendo o depositário, que em nenhum momento agiu com má fé, motivo pelo qual incabível a sua prisão 111 sua concessão (f116) o A liminar foi indeferida por falta dos requisitos necessários a Nas informações prestadas pela autoridade reputada coatora, consta, em síntese, que o executado foi intimado para apresentar os bens penhorados, porém permaneceu silente A Fazenda Pública requereu a decretação da prisão civil do paciente corno depositário infiel Foi intimado o depositário para, no prazo de 05 dias, proceder com a entrega dos bens penhorados ou consignar o equivalente em dinheiro O depositário devidamente intimado, não atendeu ao chamamento da justiça, sendo awm decretada a sua prisão civil (fl 20/21)

3 denegação da ordem (fl 23/26) Em sede de parecer, a Procuradoria de Justiça opinou pela É o relatório Voto Des Nilo Luis Ramalho Vieira A prisão civil é um meio de que se lança mão para compelir o devedor de prestação alimentícia e o depositário infiel ao- cumprimento de suas obrigações A regra, todavia, é que não haverá prisão civil, sendo permitida essa medida extrema nesses casos excepcionalíssimos Com efeito, a norma constitucional proíbe a prisão civil por dívida, mas não a do depositário que se furta à entrega de bem sobre o qual tem a posse imediata, seja o depositário voluntário ou legal Saliente-se que o paciente foi intimado para apresentar os bens penhorados, porém permaneceu silente Sendo assim, a Fazenda Pública requereu a decretação da sua prisão civil como depositário infiel A autoridade coatora determinou a intimação do depositário para, no prazo de 05 dias, proceder com a entrega dos bens penhorados ou consignar o equivalente em dinheiro O depositário devidamente intimado, não atendeu ao chamamento da justiça, por isso a MM Juíza decretou sua prisão civil6 Vejamos jurisprudência neste sentido: "HABEAS CORPUS DEPOSITÁRIO INFIEL ALIENAÇÃO DO BEM CONSTRUO JUDICIALMENTE INTIMAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DO EQUIVALENTE EM pinheiro INÉRCIA DECRETAÇÃO DA _z

4 ORDEM DE PRISÃO LEGALIDADE INAPLICABILIDADE DO PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA FUNGIBILIDADE DOS BENS IRRELEVÊNCIA AO SE TRATAR DE DEPÓSITO NÃO-CONTRATUAL REEXAME DAS PROVAS IMPOSSIBILIDADE NA VIA ELEITA I A prisão civil do depositário infiel, por tempo não superior a um ano; encontra amparo no artigo 5 0, inciso LXVII, da Constituição da República, com vista a compelir o cliente a cumprir sua obrigação; previsão que tambémz resta contemplada no novel Código Civil Brasileiro (artigo 652, C Civil), e pode, inclusive, ser decretada no próprio processo em que se constitui o encargo, independentemente da propositura de ação de depósito (Súmula 619/STF) 2 O Juiz que determinou a prisão do paciente nada mais fez do que observar o rito do art904, caput e parágrafo único, do CPC O paciente foi intimado a tempo e modo para entregar os bens depositados No entanto deixou de faze-lo no prazo legal e não prestou infornzações/justcações para tanto Antes, manteve-se inerte, segundo consta da documentação dos autos ([is 179) Desse modo, a ordem de prisão é legal e cumpriu o rito procedimental visando dar maior eficácia à tutela estatal /dl"

5 3Embora seja verdade que o Pacto de São José da Costa Rica tenha restringido a possibilidade de prisão civil ao descumprimento de obrigação alimentar, é certo que o Supremo Tribunal Federal fixou a supremacia da norma inscrita no art5, LXVI1, da Constituição Federal, que autoriza a prisão civil também do depositário infiel, aí se incluindo o depositário judicial (parecer do MPF; fls 1579) 4Inaplicável o Pacto de São José da Costa Rica na hipótese de depositário judicial, porquanto a prisão que sofre restrições é a decorrente de (V dívida oriunda de contrato Precedentes do STJ Ordem denegada" (HC 76552; Ministro José Delgado; DJ p227) liberdade do paciente Portanto, o decreto de prisão civil não se revela constrangedor à Por essas razões, nego a ordem pleiteada É como voto (IP o DECISÃO: "Ordem denegada, em harmonia com o parecer Unânime" Presidiu os trabalhos o Exm Des Leôncio Teixeira Câmara Participaram do julgamento, além do Relator, o Exmo Desembargador Leôncio Teixeira Câmara e Dr Eslu Eloy Filho _

6 I, 1, _, Presente ao Julgamento a Exma Dra Kátia Rejane Medeiros Lira Lucena, Procuradora de Justiça Sala das Sessões M Taigy de Queiroz Melo Filho da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, João Pessoa, aos 28 de junho de 2007 (data de julgamento) João Pessoa, 29 de junho de 2007 J) ~mem a - 9 Nieo tkis Raffia WVii -iir Raeator O IP r) e!

7 TRIBUNAL DE JUSTIÇA Coordenadoria Registra4o eni c"