Métodos de Alfabetização Conceituando Método? Qual seria o melhor Método para o processo de alfabetização? Caminhopara se chegar a um fim; Modoordenado de fazeras coisas; Conjunto de procedimentos técnicos e científicos. 1
MÉTODO DE ALFABETIZAÇÃO Um conjunto de princípios teórico-procedimentais que organizam o trabalho pedagógico em torno da alfabetização. ALFABETIZAR Ensinar a ler e escrever. Tornar o indivíduo capaz de ler e escrever alfabet + izar Um conjunto de saberes práticos ou de princípios organizadores do processo de alfabetização, (re)criados pelo professor em seu trabalho pedagógico. Alfa(primeira letra do alfabeto grego) + Beta(segunda letra do alfabeto grego) Sufixo indica: tornar, fazer com que. ALFABETIZAÇÃO Ação de alfabetizar, de tornar alfabeto. alfabet + izar + ção -ção: sufixo que forma substantivos indica: ação. Ex.: traição: ação de trair. TEORIA CONDUTISTA X PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA X PERSPECTIVA SÓCIO- INTERACIONISTA 2
Teoria Condutista A melhor idade para se começar a instrução da leitura e da escrita seria aos 6/7 anos. (não se poderia alfabetizar antes) Seria necessário preparar a criança para a aprendizagem, exercitando-a em pré-requisitos prontidão. A aprendizagem era vista como um sub-produto ou um resultado do método instrucional. Métodos de Alfabetização Perspectiva Condutista SINTÉTICOS Método Alfabético (Soletração) Método Fônico Método Silábico ANALÍTICOS Palavração Sentenciação Global de Contos/Textos MÉTODOS SINTÉTICOS Partem de elementos menores que a palavra. Insistem na correspondência entre o oral e o escrito. Entre o som e a grafia. Estabelecem correspondência a partir dos elementos mínimos, num processo que consiste ir das partes para o todo. 1º Passo: a leitura mecânica (decodificação do texto) Estratégia perceptiva utilizada: Audição Exemplos: Juntando as letras: Soletração Carta do ABC Ba-be-bi-bo-bu: bu: Silabação Cartilha da Infância Métodos Fônicos: A Abelhinha; A Casinha Feliz 3
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1876 Método Castilho - 1853 1895 1ª ed. 1945-48 ed. 1890 1ª ed.; Este exemplar é de 1924 5
1911-1ª ed. 1938 49 ed. Representam o método mais tradicional e antigo de alfabetização conhecido como método sintético. Apresenta primeiro as letras do Alfabeto (maiúsculas e minúsculas ); (de imprensa e manuscritas). Depois apresenta segmentos de um, dois e três caracteres em ordem alfabética: a,e,i,o,u ba,be,bi,bo,bu, ai,ei oi,ui, - bai,bei,boi,bui. MÉTODO ALFABÉTICO (SINTÉTICO) 1º Passo: Memorização do nome das letras; 2º Passo: Representação gráfica; 3º Passo: Representação famílias silábicas (b+a=ba; b+e=be, b+i=bi) 4º Passo: Monossílabos, dissílabos, trissílabos e sílabas não canônicas. 5º Passo: Textos segmentados (a ca sa a ma re la na flo res ta) 6
MÉTODO FÔNICO (SINTÉTICO) 1º passo: Vogais: nome e som das letras são iguais; 2º passo: palavras formadas apenas por vogais; 3º passo: apresentação os fonemas regulares (d, b, f, j,m,n...) de forma isolada e, processualmente, os irregulares; 4º passo: junção dos fonemas regulares e, processualmente os irregulares, com as vogais, formando sílabas; 5º passo: formação de palavras; 6º passo: formação de frases; 7º passo: formação de textos. MÉTODO SILÁBICO (SINTÉTICO) 1º passo: Apresenta-se as vogais, com ajuda de ilustrações e palavras como o de OVO; e de ELEFANTE; 2º passo: Apresentam-se as sílabas simples, utilizando palavras e ilustrações e destacando a sílaba na palavra: ma de macaco, na de navio, pa de panela; 3º passo: Famílias silábicas da sílaba em destaque na palavra; 4º passo: Formação de palavras; 5º passo: Formação de frases; 6º passo: Formação de pequenos textos. 7
MÉTODOS SINTÉTICOS (alfabético, silábico, fônico) PROPOSTA ENFOQUE VANTAGENS LIMITAÇÕES Progressão de unidades menores (letra, fonema, sílaba) a unidades mais complexas (palavra, frase, texto). Processos de decodificação, análise fonológica, relações entre fonemas (sons) e grafemas (letras) Possibilita a análise das relações entre fonemas (sons ou unidades sonoras) e grafemas (letras ou grupo de letras) Promove o desenvolvimento da consciência fonológica e os processos de codificação e decodificação. Desconsidera os usos e funções sociais da escrita. Em algum momento, o aprendiz tem que se desvincular da fala para codificar (escrever) e decodificar (ler) palavras, frases e textos, já que em alguns casos a escrita não representa os sons da fala. MÉTODOS ANALÍTICOS Partem de unidades maiores (palavra) para unidades menores; A leitura é um ato global e ideovisual; Reconhecimento global das palavras e das frases; Estratégia perceptiva: visual. 1909 1 ed. 1955 63 ed. 8
1916 1ª ed. 1955 185 ed. 1917 1ª ed. 1955 196 ed. 1996 2230 ed. 1908 1ª ed. 1919-9 ed. 1924 2ª ed. Primeira cartilha dirigida para adultos 9
1926 1ªed. 1928 1ª ed. 1939 116 ed. 1932 1ª ed. 1957 40 ed. 1939 1ª ed. 1978 39 ed. 10
1940 1ª ed. 1989 273 ed. 1948 1ª ed. 1965 68 ed. 1980 foi modificada Fenômeno de vendas no Brasil 40 milhões de exemplares PALAVRAÇÃO (ANALÍTICO) 1º passo: Apresentação de palavras ilustradas que fazem parte do universo infantil; 2º passo: Memorização (leitura e escrita da palavra); 3º passo: divisão silábica das palavras; 4º passo: formação de novas palavras com as sílabas estudadas ; 5º passo: estudo e análise de grafemas/fonemas; 6º passo: formação de frases; 7º passo: formação de textos. 11
SENTENCIAÇÃO (ANALÍTICO) 1º passo: Apresentação de frases que fazem parte do universo infantil; 2º passo: Memorização (leitura e escrita da frase); 3º passo: Observação de palavras semelhantes dentro da sentença; 4º passo: Formação de grupo de palavras; 5º passo: Isolamento de elementos conhecidos dentro da palavra (sílaba); 6º passo: Estudo e análise de grafemas/fonemas. GLOBAL /TEXTOS/CONTOS (ANALÍTICO) 1º passo: Apresentação de partes do texto com sentido completo, em cartazes; 2º passo: Memorização - leitura e escrita do texto; 3º passo: Decomposição do texto estudado em frases, (iniciando-se o estudo do 2º cartaz); 4º passo: Decomposição das frases em palavras; 5º passo: Decomposição das palavras em sílabas; 6º passo: Formação de novas palavras com as sílabas estudadas; 7º passo: Estudo e análise de grafemas/fonemas. MÉTODOS ANALÍTICOS (palavração, sentenciação, global contos/textos) PROPOSTA ENFOQUE VANTAGENS LIMITAÇÕES Progressão de unidades de sentido mais amplas (palavra, frase, texto) a unidades menores (sílabas). Compreensão de sentidos e aprendizagem ideovisual (reconhecimento global pela silhueta da palavra, frase ou texto). Reconhecimento global e mais rápido das palavras, possibilitando a leitura de unidades com sentido desde o início da escolarização. Se não houver uma correta orientação do professor: Pode dificultar a leitura com sentido quando o texto apresentar palavras completamente novas. Se não houver uma orientação correta para a decodificação, corre-se o risco do aluno utilizar do recurso da memorização sem observar que as palavras são compostas de unidades menores. 12
MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO (equilíbrio e articulação) Emília Ferreiro e Ana Teberosky princípios de decodificação e de organização do sistema alfabético-ortográfico da escrita; princípios de compreensão, reconhecimento global e construção de sentidos em contextos de usos sociais da escrita e da leitura; Mais do que pensar em métodos, é preciso compreender os processos de aprendizagem da criança ao tentar reconstruir a representação do sistema alfabético. princípios pertinentes à progressão das capacidades das crianças, com ênfase em intervenções para avanços. Perspectiva Construtivista Apresenta uma nova visão da aprendizagem, entendendo-a como um processo contínuo de desenvolvimento. As aprendizagens dadas durante o período dos três aos seis anos fazem parte do processo de alfabetização. Perspectiva Construtivista A escrita, a leitura e a linguagem oral não se desenvolvem separadamente, mas atuam de maneira interdependente. A alfabetização inicial não é um processo abstrato, mas ocorre em contextos culturais e sociais determinados. 13
Perspectiva Construtivista Dois tipos de conhecimento interativo fazem parte das primeiras experiências com a linguagem escrita por natureza: Os conhecimentos elaborados pela criança a partir da interação com os leitores e o material escrito. Os conhecimentos socialmente transmitidos pelos adultos e assimilados pela criança. 14
Níveis de hipótese de escrita A interpretação e a produção da leitura e escrita é definida por Ferreiro; Teberosky (2000) em níveis, sendo eles: 1. Nível Pré-silábico; 2. Nível Silábico restrito; 3. Nível Silábico evoluído; 4. Nível Alfabético; 5. Nível Ortográfico. 15
Nível Pré-silábico Nível silábico restrito: A escrita não apresenta nenhum tipo de correspondência entre grafias e sons. Escrever é reproduzir traços típicos da escrita, variando os caracteres à vontade. Ao escrever no nível Pré-silábico o educando poderá utilizar: Letras, Números; Pseudoletras (outros símbolos diferentes de letras) misturados; Apenas as letras do seu nome; Muitas letras aleatoriamente. Ex: MACACO TJJLANINOPATDOAITOP Escrita em que cada emissão sonora (sílaba) é representada por uma letra, podendo ser usada qualquer letra para qualquer sílaba. Ex: MACACO DTA PATO TS CACHORRO EGT Nível silábico evoluído: As letras começam a adquirir valores sonoros estáveis. A criança usa letras semelhantes para representar a parte sonora de cada sílaba, ou seja, para cada sílaba, o educando utiliza uma letra. As letras não são aleatórias e demonstram a correspondência sonora, podendo associar cada sílaba à sua vogal ou à sua consoante. A passagem para este nível é marcada pela descoberta de que a escrita representa a fala, o que significa importante momento na evolução da escrita e da leitura. MACACO MAO ou MKO ou AKO PATO PO ou AO CACHORRO KOR AXO COR 16
Nesta fase a criança entra em conflito quando escreve: CACHORRO: KOO, ela não aceita escrever duas letras iguais ou registrar uma palavra com apenas uma letra, como PÉ: p. O registro de palavras monossílabas é um momento importante de intervenção do professor, diante do conflito do aluno. Esta pode ser uma etapa importante para que o educando reelabore suas hipóteses de escrita e avance para o nível seguinte. Nível Alfabético: Nesta fase, que corresponde à transição do nível silábico para o alfabético, a criança começa a abandonar a hipótese silábica da escrita e a construir novos esquemas iniciando a análise alfabética. A criança utiliza as letras com seus valores convencionais, com variações de ortografia compatíveis com o sistema, ainda que nem sempre correspondam com a escrita padrão. Nível Ortográfico Ex: MACACO PATO CACHORRO MAKAKO MAKACO PATU KAXORO CAXORRO Nesta fase o educando já se preocupa em escrever utilizando a ortografia correta. U GATU BEBEU U LETI 17
O trabalho com a linguagem oral e escrita se constitui em um dos espaços de ampliação das capacidades de comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado pelas crianças. A educação deve promover experiências significativas de aprendizagem da língua, desenvolvendo habilidades linguísticas, tais como: falar, escutar, ler escrever. As primeiras experiências das crianças com a Linguagem Escrita A prática de ler histórias. A interação com o material impresso e manuscrito. E agora, que critérios observar na escolha do método de alfabetização? Qualquer que seja o método escolhido, deve ser observado um envolvimento sistemático dos alunos com a escrita e a leitura em diferentes situações sociais. A leitura e a escrita em ambientes informatizados. 18