HOMOLOGAÇÃO, AVALIAÇÃO E GESTÃO DE FORNECEDORES DE MATÉRIAS-PRIMAS PARA FERTILIZANTES

Documentos relacionados
Dlt Dalton Carlos Heringer CEO e Membro do Conselho. Diretor de Controladoria e de Relações com Investidores. 12 de Março de 2009

Mercado Mundial e Brasileiro de Fertilizantes. Visão Geral da Companhia

Insumos Agropecuários: Fertilizantes. Cadeias Produtivas Agrícolas

PROCESSOS QUÍMICOS INDUSTRIAIS I

ADUBOS FLUÍDOS (líquidos)

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Campus Experimental de Dracena Curso de Zootecnia Disciplina: Fertilidade do solo e fertilizantes

FERTILIZANTES HERINGER S/A

ELEVAÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO NA AGRICULTURA

Adubação de Plantas Ornamentais. Professora Juliana Ferrari

Indústria de Fertilizantes

Visão Geral da Companhia

CÁLCULOS DE FECHAMENTO DE FORMULAÇÕES E RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO

Mercado Mundial e Brasileiro de Fertilizantes. Visão Geral da Companhia. Março de 2011

CURSO DE AGRONOMIA FERTILIDADE DO SOLO

Bases conceituais úteis a fertilidade do solo. Prof. Dr. Gustavo Brunetto DS-UFSM

AS RELAÇÕES ENTRE MACRONUTRIENTES E MICRONUTRIENTES E A FERTILIDADE DO SOLO Pedro Lopes Ferlini Salles Orientadora: Marisa Falco Fonseca Garcia

Perspectivas do mercado de ácido sulfúrico na visão da Vale Fertilizantes COBRAS Congresso Brasileiro de Ácido Sulfúrico

RELATÓRIO MENSAL DE FERTILIZANTES Outubro/2015

AGOSTO Mercado Mundial e Brasileiro de Fertilizantes. Visão Geral da Companhia

SETOR DE FERTILIZANTES E CORRETIVOS: CENÁRIOS E POTENCIAL NO ESTADO DE MINAS GERAIS. Álvaro Resende

NUTRIÇÃO MINERAL GÊNESE DO SOLO. Rochas da Litosfera expostas ao calor, água e ar. Alterações físicas e químicas (intemperismo)

O SOLO COMO F0RNECEDOR DE NUTRIENTES

SUMÁRIO. Capítulo 1 ESCOPO DA FERTILIDADE DO SOLO... 1

MATERIAL de TREINAMENTO

O MERCADO DE SOJA 1. INTRODUÇÃO

ICL PKpluS A melhor forma de garantir a nutrição balanceada de suas culturas ICL PK. plus

DEZEMBR Mercado Mundial e Brasileiro de Fertilizantes. Visão Geral da Companhia

Soluções Nutricionais Integradas via Solo

Recomendação de adubação para soja

2º Semestre PROJETO JAURU Exploração de Depósitos de Fosfato, região de Mirassol D oeste, Mato Grosso

PORTUGAL T: F: E:

Cálcio Magnésio Enxofre

Produtividade: Interação entre Adubação Fosfatada de Pastagens e Suplementação Mineral

Prof. Francisco Hevilásio F. Pereira Cultivos em ambiente protegido

ABSORÇÃO FOLIAR. Prof. Josinaldo Lopes Araujo. Plantas cultivadas dividem-se em: Folhas Caule Raízes

XIX Seminário ABMR&A. Safra 2008/2009. Tendências e Desafios

MANEJO DA FERTILIDADE DO SOLO NO CERRADO

CARACTERÍSTICAS DOS FERTILIZANTES MINERAIS E ORGÂNICOS

MANEJO DO SOLO PARA O CULTIVO DE HORTALIÇAS

Mercado Mundial e Brasileiro de Fertilizantes. Visão Geral da Companhia. Novembro de 2010

Adubação na Cultura de Milho

Política de Financiamento e Comercialização do Brasil: resultados e desafios

O ESPAÇO AGROPECUÁRIO BRASILEIRO

HERINGER DAY. Reunião Pública Anual

A semente do cooperativismo no desenvolvimento competitivo do Estado do Paraná

UTILIZAÇÃO DA LAMA ABRASIVA DO MÁRMORE PARA CALAGEM, CORREÇAO DE ACIDEZ DO SOLO E ADIÇÃO DE MACRO E MICRONUTRIENTES

Recomendação da quantidade de fósforo

4º Workshop Lavoura Inteligente. Agro Precision Cruz Alta - RS. Sérgio Trojahn Gerente Regional Sul - RS

ECONOMIA MINERAL Dados sobre Brasil e Estado de Minas Gerais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E CIÊNCIAS ECONÔMICAS

APRESENTAÇÃO: FERTILIZANTE TERRAPLANT

No dia , o USDA divulgou seu relatório de oferta e demanda dos principais produtos agropecuários da safra 2010/11:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO SOLO

GEOGRAFIA AGRÁRIA CACD. Professor Rodolfo Visentin.

PREPARO DE SOLUÇÕES NUTRITIVAS. Prof. Dr. Osmar Souza dos Santos UFSM

Atividade complementar de Química. Substância pura e mistura de substâncias

GASPAR H. KORNDÖRFER RFER UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA

1º Semestre PROJETO JAURU Exploração de Depósitos de Fosfato, região de Mirassol D oeste, Mato Grosso

15º Encontro Técnico Internacional de Alto Nível: Compostagem em Escala Industrial

1.1 Conceitos em nutrição de plantas. Outros elementos químicos de interesse na nutrição vegetal.

Minérios Abrangidos Bauxita Caulim Carvão Mineral Cobre Ferro Fosfato Manganês. Níquel Ouro. Potássio Rochas Ornamentais Zinco

Mineração e sua Importância na Economia Brasileira

Heringer Day Novembro de 2016

ECONOMIA MINERAL. Setembro/2017

EXERCÍCIOS DE REVISÃO P/ Avaliação 01/06

Nutrição, Adubação e Calagem

BREVE PANORAMA DO MERCADO DE AMIDOS. Ricardo Arantes Giannini

Boletim de Agropecuária da FACE Nº 76, Dezembro de 2017

ESTUDO DE MERCADO DA SOJA (Glycine max) NO ESTADO DO PARÁ E NO BRASIL. Apresentação: Pôster

O ESPAÇO AGROPECUÁRIO BRASILEIRO

MAIO Mercado Mundial e Brasileiro de Fertilizantes. Visão Geral da Companhia

Instituto Brasileiro de Mineração IBRAM

Fertilidade de Solos

Feijão. 9.3 Calagem e Adubação

Continente asiático maior produtor (80%) Arroz sequeiro perdendo área para milho e soja

AVANÇOS EM MICRONUTRIENTES NA NUTRIÇÃO DE PLANTAS

Série tecnológica cafeicultura. Amostragem de folhas

Professor Marcus Ennes. -Estequiometria

Boletim de Conjuntura Agropecuária da FACE N.8 / abr-2012

Cadeia Produtiva da Soja e Biodiesel

NATUREZA E TIPOS DE SOLOS ACH-1085

Caracterização dos fluxos de fertilizantes no Brasil. Piracicaba SP Lourenço Stivali Teixeira

Corretivos Adubos e Adubações. Prof. ELOIR MISSIO

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos FERTILIZANTES JUNHO DE 2017

Circular. Técnica AVALIAÇÃO VISUAL DE NUTRIÇÃO DE PLANTAS

Mercado Mundial e Brasileiro de Fertilizantes. Visão Geral da Companhia. Março de 2010

Corretivos Adubos e Adubações. Prof. ELOIR MISSIO

Fosfertil ameniza impactos da crise e se prepara

SIMEXMIN 2016 SEMNINÁRIO VIII FERTILIZANTES PANORAMA DO MERCADO E POTENCIAL NACIONAL. Fertilizantes NPK

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos SOJA DEZEMBRO DE 2016

EMPRESA COMERCIAL, INDUSTRIAL E OUTRAS Data-Base - 31/03/ FERTILIZANTES FOSFATADOS S.A. -FOSFERTIL /

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E CIÊNCIAS ECONÔMICAS

Dinâmica de nutrientes: solo e planta. Rosana Alves Gonçalves

L!! ' ~...~, '. ",.~ I. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Milho e Sorço Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA ADUBOS E ADUBAÇÃO CALAGEM

Enxofre Nutrição Mineral de Plantas ENXOFRE. Prof. Volnei Pauletti. Departamento de Solos e Engenharia Agrícola

Ciclos Biogeoquímicos. Prof. Fernando Belan - BIOLOGIA MAIS

Fabio Vale. Eng o Agr o, Dr. Adubai Consultoria

NATUREZA E TIPOS DE SOLOS ACH-1085

Transcrição:

CAMILA ROSA RICORDI KAREN HOSTER ROSELI SANTOS HOMOLOGAÇÃO, AVALIAÇÃO E GESTÃO DE FORNECEDORES DE MATÉRIAS-PRIMAS PARA FERTILIZANTES Monografia de Conclusão do CEAI - Curso de Especialização em Administração Industrial da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo São Paulo 2008 1º Quadrimestre

CAMILA ROSA RICORDI KAREN HOSTER ROSELI SANTOS HOMOLOGAÇÃO, AVALIAÇÃO E GESTÃO DE FORNECEDORES DE MATÉRIAS-PRIMAS PARA FERTILIZANTES Monografia de Conclusão do CEAI - Curso de Especialização em Administração Industrial da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Área de Concentração: Gestão da Qualidade Orientador: Prof. Dr. Mauro Zilbouvicius São Paulo 2008 1º Quadrimestre

RESUMO Este trabalho apresenta soluções para os problemas levantados com os fornecedores de matérias-primas para a Empresa X *. Neste documento, serão apresentadas informações sobre a empresa, o mercado de fertilizantes, gerenciamento de fornecedores e soluções práticas aos problemas que estão ocorrendo atualmente na empresa. Além disso, serão abordados assuntos ligados à gestão da qualidade e de fornecedores, com critérios que são adotados de forma geral, por empresas bem-sucedidas no mercado. Encerra-se o trabalho com soluções práticas que serão adotadas, como a implantação de questionários em visitas às empresas. As informações levantadas no questionário serão relacionadas com os critérios de qualidade, pontualidade, preços competitivos, instalações/capacidade de produção (qualidade e quantidade), fluxo de informação, confiabilidade e reputação, programa ambiental, situação financeira e parceria. * Nome fictício, por motivos de confidencialidade.

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...1 1.1 A Empresa...1 1.2 Apresentação do Problema...1 1.3 Objetivos do Trabalho...1 1.4 Relevância do Tema...2 1.5 Estrutura do Trabalho...2 2. GESTÃO DA QUALIDADE E FORNECEDORES...3 2.1 Gestão da Qualidade...3 2.2 Gestão de Fornecedores...4 2.2.1 Gerenciamento de Aquisições de Matérias-Primas...4 2.2.2 Seleção do tipo de contrato...4 2.2.3 Critérios de Avaliação de Propostas de Fornecedores...5 2.2.4 Seleção de Fornecedores...5 2.2.5 Administração dos Contratos...5 2.2.6 Ferramentas e Técnicas para a Administração dos Contratos...6 2.2.7 Encerramento do Contrato...6 3. NOÇÕES GERAIS SOBRE FERTILIZANTES...7 3.1 Conceito de Fertilizantes...7 3.2 Funções dos Nutrientes...8 3.3 Reposição de Nutrientes: Adubação...9 3.4 Tipos de Fertilizantes...9 3.4.1 Fertilizantes Nitrogenados...9 3.4.2 Fertilizantes Fosfatados...10 3.4.3 Fertilizantes Potássicos...11 3.4.4 Fertilizantes Contendo Macronutrientes Secundários...11 3.4.5 Fertilizantes Contendo Micronutrientes...11 3.4.6 Adubos e Adubação...12 4. Mercado de Fertilizantes...14 4.1 Mercado Agrícola Brasileiro...14 4.2 Importação de Matéria-Prima...18

4.3 Market Share...20 4.3.1 Bunge...21 4.3.2 Yara...21 4.3.3 Fertipar...21 4.3.4 Heringer...21 4.3.5 Mosaic...22 4.3.6 ADM...22 5. FORNECEDORES DE MATÉRIAS-PRIMAS...23 5.1 Fornecedores de Macronutrientes...23 5.1.1 Fosfértil...23 5.1.2 Copebrás...23 5.1.3 Petrobrás...24 5.1.4 Vale...24 5.1.5 Braskem...24 5.1.6 Cibrafertil...24 5.1.7 Profertil...24 5.1.8 Elekeiroz...25 5.2 Fornecedores de Micronutrientes...25 5.2.1 Agroplanta...25 5.2.2 Produquímica...25 5.2.3 Mixmicro...26 5.2.4 Agrária...26 5.2.5 Magnesita...26 6. GERENCIAMENTO DE FORNECEDORES E SISTEMÁTICA ATUAL...27 6.1 Divisão Suprimentos...27 6.2 Política de Seleção de Fornecedores...27 6.3 Monitoramento do Mercado...29 6.4 Processo de Homologação e Avaliação de Fornecedores...29 6.5 Principais problemas com fornecedores...31 6.5.1 Homologação dos fornecedores...31 6.5.2 Pontualidade na entrega dos pedidos...32 6.5.3 Qualidade da matéria-prima...33

6.5.4 Preço da matéria-prima...33 6.5.5 Parceria com fornecedores...33 7. SOLUÇÕES PROPOSTAS...35 7.1 Principais Ações...35 7.2 Mudança de Visão...35 7.2.1 Da Barganha para a Parceria...35 7.2.2 Da discussão do preço para o objetivo de discutir o custo total...35 7.2.3 Do ganho só na compra para ganhos em toda a cadeia de suprimentos...36 7.2.4 Do estoque como fonte de lucro para a visão do estoque como um custo a ser evitado...36 7.2.5 Da prática de esconder informações para o compartilhamento dessas informações com fornecedores e clientes...36 7.2.6 Da compra mais cedo para a compra o mais tarde possível...36 7.2.7 Do foco principal da área de compras em atender requisições para uma intensa participação nos projetos...37 7.2.8 De uma visão funcional para uma visão de negócio...37 7.3 Mudança nos Processos de Homologação e Avaliação de Fornecedores...37 7.3.1 Critérios X Análise do Questionário...45 7.4 Mudança na distribuição dos pesos dos critérios...45 7.4.1 Comentários...46 7.5 Ranking de Fornecedores de Matérias-Primas...47 7.6 Situações ocorridas na Empresa X durante o ano de 2007...47 7.6.1 Case 1...47 7.6.2 Case 2...48 7.6.3 Case 3...48 8. CONCLUSÕES...49 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...51

LISTA DE FIGURAS Figura 3.1 Processo de fotossíntese Manual de Integração da Empresa....8 Figura 4.1 Indicadores da Produção Industrial Indústria Geral x Agroindústria...15 Figura 4.2 Participação das Culturas nas Entregas de Fertilizantes....16 Figura 4.3 - Fertilizantes Entregues ao Consumidor Final, Estado de São Paulo e Brasil, Janeiro de 2005 a Outubro de 2007....17 Figura 4.4 Mercado Mundial de Fertilizantes....19 Figura 4.5 Mercado de Fertilizantes Market Share....20 Figura 6.1 Critérios na Seleção de Fornecedores de Matérias-Primas Importada e Nacional. 28 Figura 6.2 Modelo de Relatório para Avaliação de Fornecedores de Matérias-Primas...30

LISTA DE TABELAS Tabela 3.1 Nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas...7 Tabela 3.2 Compatibilidade de matérias-primas para produção de fertilizantes...13 Tabela 4.1 Entregas ao Consumidor Final por Estados - Jan Dez (1.000 ton.)...17 Tabela 6.1 Distribuição dos Pesos na Avaliação dos Fornecedores, segundo a Empresa X...31 Tabela 7.1 Relação Critério X Questionário de Avaliação de Fornecedores....45 Tabela 7.2 Distribuição dos Pesos e Avaliação dos Fornecedores, conforme nossa análise...46

LISTA DE SIGLAS ABMReA Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio. ADM Archer Daniels Midland Company. AMA Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil. Anda Associação Nacional para Difusão de Adubos. ART Acompanhamento de Recebimentos e Transferências. CEAI Curso de Especialização em Administração Industrial. CQT Controle da Qualidade Total. DAP Fosfato Diamônico. FH Fertilizantes Heringer. IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IEA Instituto de Economia Agrícola. IFA International Fertilizer Association. LSPA Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. Ltda Limitada. MAP Fosfato Monoamônico. NPK Nitrogênio, Fósforo e Potássio. S.A. Sociedade Anônima. SIACESP Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Estado de São Paulo. SSP Superfosfato Simples. STPP Tripolifosfato de Sódio. TFI The Fertilizer Institute. T&M Contrato de Tempo e Recursos. TSP Superfosfato Triplo.

1 1. INTRODUÇÃO 1.1 A Empresa A empresa que escolhemos para analisar pertence ao mercado de fertilizantes, por motivos de sigilo e confidencialidade, vamos designá-la no decorrer do trabalho como Empresa X. Primeiramente, vamos apresentar um breve histórico desta empresa. A primeira empresa do grupo da Empresa X, no segmento de fertilizantes, surgiu em 1.938. Nos anos 60, a empresa tornou-se uma das líderes no mercado de fertilizantes. Em agosto de 2.000, nasceu a Empresa X, formada pela incorporação de outras duas importantes empresas do ramo. 1.2 Apresentação do Problema A Empresa X passa por diversos problemas relacionados aos fornecedores de matérias-primas para fertilizantes. Os principais são: processo ineficiente de homologação de fornecedores, atraso na entrega de matéria-prima, preços cobrados pelos fornecedores. Atualmente, existe um processo de homologação de fornecedores que usa como critério qualificador (critério mínimo necessário que o fornecedor precisa preencher para poder fornecer matéria-prima para a empresa, segundo CORRÊA e CAON (2006)) apenas as especificações técnicas (qualidade da matéria-prima, conformidade com as especificações), e como critério ganhador de pedido (o critério que fará a empresa escolher entre um ou outro fornecedor após estes terem satisfeito o critério qualificador, segundo CORRÊA e CAON (2006)) apenas o preço cobrado pelo fornecedor; porém, para decidir de qual fornecedor efetuar a compra, outros requisitos tornam-se fundamentais para a decisão, como veremos no presente trabalho. 1.3 Objetivos do Trabalho O objetivo do trabalho é designar o tipo de relacionamento que a empresa deve desenvolver e manter com os fornecedores, estabelecendo critérios qualitativos e quantitativos de análise.

2 1.4 Relevância do Tema Este tema é relevante, pois o processo de homologação, avaliação e gerenciamento de fornecedores de matérias-primas da Empresa X, deve ser melhor acompanhado pela Área de Suprimentos. Para isso, propomos neste trabalho mudanças envolvendo estes três processos, com o foco direcionado para os critérios qualidade e pontualidade, não comprometendo o faturamento da empresa e o relacionamento com nossos clientes. 1.5 Estrutura do Trabalho O trabalho está estruturado da seguinte maneira: o primeiro capítulo trata-se desta introdução, o segundo explica a gestão da qualidade e fornecedores. Já o terceiro e o quarto, sobre fertilizantes e o seu mercado. O quinto e o sexto capítulo apresentam os fornecedores de matérias-primas e o gerenciamento destes. Encerra-se com o sétimo capítulo com as soluções propostas aos problemas apresentados no capítulo seis relacionados com fornecedores.

3 2. GESTÃO DA QUALIDADE E FORNECEDORES 2.1 Gestão da Qualidade A qualidade é um ponto fundamental para o sucesso das empresas, investir em qualidade é garantir continuamente o oferecimento de valor aos clientes. A qualidade é uma das principais estratégias competitivas (HEGEDUS, 2006, p.3). O uso de ferramentas da qualidade otimiza processos, o que conseqüentemente reduz custos e aumenta os lucros da empresa. Segundo HEGEDUS (2006), a gestão da qualidade de fornecedores está relacionada à busca dos melhores resultados financeiros para a empresa, tentando solucionar problemas e satisfazendo requisitos necessários à produção e as expectativas e necessidades dos clientes. Ainda conforme HEGEDUS (2006), o fornecedor é importante na obtenção dos melhores resultados e da qualidade esperada pelos clientes finais. Portanto deve haver um mecanismo claro de parceria e comunicação entre a empresa e seus fornecedores, e os processos que ocorrem entre estes devem ser avaliados e otimizados continuamente. Segundo VITTI (1994), empresa com qualidade é aquela que adota o Sistema da Qualidade Total, isto é, a que a empresa está empenhada em trabalhar corretamente e conseqüentemente ser bem sucedida em todas as suas funções: material, econômica, tecnológica e social; de forma consciente, competente, nas condições brasileiras, até idealista, mas convicta, pois qualidade não é despesa, mas sim, um excelente investimento. Ainda segundo VITTI (1994), um sistema de controle da qualidade que age em todos os segmentos da empresa é denominado de Controle da Qualidade Total (CQT). Tal sistema deve estar estruturado em quatro pontos fundamentais: a) Mentalidade para a qualidade: consiste na conscientização de todos os participantes da empresa, desde o dono, diretores, funcionários dos níveis mais elevados até os mais simples, sobre a necessidade e as vantagens da qualidade, nos seus aspectos técnico, econômico e social, e fazer com que essas vantagens também se revertam em benefício de todos. É importante que cada um reconheça e execute a sua contribuição para a qualidade; b) Organização: consiste na estruturação harmoniosa e prática do sistema, de maneira a obter informações e principalmente dados numéricos, que permitam avaliar de modo contínuo o comportamento de todos os fatores envolvidos na produção e dos quais dependem a qualidade do produto e a produtividade da empresa;

4 c) Administração: consiste no registro conveniente das informações e dados obtidos e na análise desses dados de maneira a avaliar o desempenho de cada fator, detectando possíveis problemas, identificando as causas e proporcionando soluções; d) Pesquisa do sistema: consiste em elaborar e desenvolver projetos sobre problemas do sistema de controle da qualidade para os quais não se dispõe de solução imediata, visando o aumento da eficiência da produção, da qualidade, da produtividade e da lucratividade. Como resultado, espera-se o aumento da lucratividade através de efeitos diretos e indiretos. Diretos porque permite exigir, dentro do que for viável, o máximo desempenho dos fatores de produção, e indiretos porque assegura a idoneidade da empresa diante dos consumidores e, conseqüentemente, sua imposição no mercado. 2.2 Gestão de Fornecedores MENEZES (2002), apresenta tópicos referentes ao Gerenciamento de Fornecedores de Matérias-Primas, que são explicados a seguir nos itens 2.2.1 a 2.2.7. 2.2.1 Gerenciamento de Aquisições de Matérias-Primas Compreende os seguintes processos principais: - Planejamento das Aquisições: determinar o que contratar e quando; - Preparação das Aquisições: documentar os requerimentos do produto e identificar fornecedores potenciais; - Obtenção de Propostas: obter propostas de fornecimento conforme apropriado a cada caso (cotações de preço, cartas-convite, licitações); - Seleção de Fornecedores: escolher entre os possíveis fornecedores; - Administração dos Contratos: gerenciar o relacionamento com os fornecedores; - Encerramento do Contrato: completar e liquidar o contrato, incluindo a resolução de qualquer item pendente. 2.2.2 Seleção do tipo de contrato Existem diferentes tipos de contratos que podem ser utilizados para diferentes tipos de compras. Os contratos geralmente se enquadram em uma de três categorias abrangentes:

5 - Preço Fixo ou Contratos de Preço Fechado envolve um preço total fixo para um produto bem definido. - Contratos de Custos Reembolsáveis envolvem o pagamento (reembolso) ao vendedor pelos seus custos reais, ou seja, uma taxa equivalente ao lucro do vendedor. - Contratos de Tempo e Recursos (T&M) - são contratos do tipo híbrido, pois contêm tanto aspectos de custos reembolsáveis quanto contratos de preço fixo ou preço fechado. 2.2.3 Critérios de Avaliação de Propostas de Fornecedores Os critérios de avaliação dos fornecedores podem ser limitados ao preço de compra quando se sabe que o item a ser adquirido é prontamente disponível em várias fontes aceitáveis. Quando este não é o caso, outros critérios são levados em consideração: - Compreensão das Necessidades demonstrada pela proposta do fornecedor; - Custo Global ou Custo do Ciclo de Vida o fornecedor selecionado produzirá a um custo menor (custo de compra mais o custo operacional)? - Capacidade Técnica o fornecedor tem as habilidades e conhecimentos técnicos necessários? - Capacidade Financeira o fornecedor tem os recursos financeiros necessários? 2.2.4 Seleção de Fornecedores A seleção de fornecedores compreende a coleta de preços ou propostas e a aplicação dos critérios de avaliação para selecionar um fornecedor: - O menor preço pode não ser o menor custo, caso o fornecedor se mostre incapaz de entregar o produto no prazo; - As propostas são divididas em duas seções: técnica (quanto à abordagem) e comercial (preço), sendo cada uma avaliada separadamente; - Os produtos críticos podem exigir múltiplos fornecedores. 2.2.5 Administração dos Contratos É o processo de assegurar que o desempenho do fornecedor está adequado aos requerimentos contratuais. Um aspecto chave da administração dos contratos é gerenciar as interfaces entre os diversos fornecedores.

6 2.2.6 Ferramentas e Técnicas para a Administração dos Contratos - Resultados do Trabalho: são os resultados do trabalho dos fornecedores que subprodutos foram completados e quais ainda não, em que medida os padrões de qualidade foram atingidos, os custos incorridos, etc. - Sistema de Controle de Mudança Contratual: define o processo pelo qual o contrato pode ser alterado. - Relatório de Desempenho: fornece à gerência informações sobre a eficiência do fornecedor referente ao seu atendimento aos objetivos do contrato. - Sistema de Pagamento: os pagamentos aos fornecedores devem ser estabelecidos pelo sistema de contas a pagar da organização. 2.2.7 Encerramento do Contrato O encerramento do contrato envolve tanto a verificação do produto quanto o fechamento administrativo. Os termos e condições contratuais podem determinar procedimentos específicos para encerramento do contrato. A organização responsável pela administração do contrato deve informar o término do contrato ao fornecedor, através de notificação formal escrita. Os requerimentos para aceitação formal e fechamento são, normalmente, definidos no contrato.

7 3. NOÇÕES GERAIS SOBRE FERTILIZANTES 3.1 Conceito de Fertilizantes Conforme COELHO (1996), a utilização de fertilizantes químicos no solo iniciou-se em 1840, como resultado das pesquisas do químico alemão Justus Von Liebig. Segundo MALAVOLTA (1981), os fertilizantes são substâncias químicas necessárias ao desenvolvimento das plantas (tabela 3.1). Estes são encontrados naturalmente no solo em menor ou maior grau. A produção industrial desses compostos é necessária para suprir a falta destes em solos desgastados, permitindo assim, que as plantas possam se desenvolver normalmente, como indica o processo de fotossíntese na figura 3.1. Tabela 3.1 Nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas. Elementos Símbolos Químicos Classificação Fonte Carbono C Elementos Retirados do ar Oxigênio O Fundamentais e da água Hidrogênio H Nitrogênio N Macronutrientes Fósforo P Primários Potássio K Cálcio Ca Macronutrientes Magnésio Mg Secundários Enxofre S Ferro Fe Retirados do Zinco Zn Cobre Cu Solo Boro B Manganês Mn Micronutrientes Cloro Cl Cobalto Co Molibdênio Mo

8 Figura 3.1 Processo de fotossíntese Manual de Integração da Empresa. 3.2 Funções dos Nutrientes Conforme MALAVOLTA (1981), as plantas utilizam os nutrientes primários em quantidades relativamente grandes, portanto esses geralmente se esgotam antes dos demais. Estes possuem importantes funções no desenvolvimento das plantas. O nitrogênio é um dos compostos constituintes da clorofila e das proteínas vegetais, é essencial para a fotossíntese e auxilia na formação da folhagem, favorecendo o crescimento da planta. O fósforo auxilia na fotossíntese, crescimento e formação das raízes, floração e formação de grãos e sementes, maturação, favorece o desenvolvimento de bactérias úteis ao solo e agrega valor aos alimentos. O potássio é responsável pela ativação das enzimas da fotossíntese, auxilia na formação de amidos e açúcares, dá vigor e resistência às plantas, melhora a qualidade dos frutos e promove maiores colheitas e melhor desenvolvimento de grãos e sementes. Segundo FERREIRA (1991), as funções dos nutrientes secundários são igualmente importantes. O cálcio desenvolve importante papel na reprodução celular, auxilia na formação de raízes e sementes, absorção de outros nutrientes e enriquece o valor dos alimentos. O magnésio é um dos compostos constituintes da clorofila, auxilia na formação de óleos e

9 gorduras e na absorção de outros nutrientes. O enxofre é constituinte dos aminoácidos das proteínas vegetais, auxilia na formação do sistema radicular e da parte aérea das plantas, facilita a atuação de nitrogênio e fósforo, estimula a maturação e o desenvolvimento das sementes e facilita a fixação de nitrogênio pelas leguminosas. Os micronutrientes possuem diversas funções, principalmente ligadas ao crescimento das plantas e fixação de nutrientes, segundo PAULINO (1998). 3.3 Reposição de Nutrientes: Adubação O Brasil é um país que possue condições geológicas tais que necessitam a utilização de fertilizantes, como o clima úmido e solos ácidos, os nutrientes essenciais ao desenvolvimento das plantas são devolvidos ao solo através de adubação, conforme COELHO (1996). 3.4 Tipos de Fertilizantes Conforme MALAVOLTA (1981), os fertilizantes produzidos podem ser divididos em diferentes classes: fertilizantes simples (um único composto), fertilizantes mistos (mais de um composto), fertilizante complexo (mais de um composto, resultante de processo tecnológico), fertilizante orgânico (de origem vegetal ou animal), fertilizante organomineral (mistura de fertilizantes minerais e orgânicos) e fertilizante composto (obtido por processo bioquímico). 3.4.1 Fertilizantes Nitrogenados MALAVOLTA (1981) diz que os fertilizantes nitrogenados são produzidos basicamente a partir da amônia anidra, que contém 82% de nitrogênio. Segundo BRUICE (1998), a amônia é obtida industrialmente pelo processo Haber-Bosch, a partir da reação do nitrogênio do ar com o hidrogênio, extraído da água, do gás natural ou da nafta, sob alta pressão (200 atm) e temperatura (380 450ºC). N 2 + 3H 2 2NH 3 A partir da amônia pode-se preparar o nitrato de amônio, reagindo esta com ácido nítrico. Segundo BRUICE (1998), o nitrato de amônio é um adubo que possui 50% de nitrogênio na forma nítrica, ou seja, solúvel em água, sendo aproveitado imediatamente pelas plantas. Os outros 50% encontram-se na forma amoniacal, sendo assim fixado pelo solo.

10 NH 3 + HNO 3 NH 4 NO 3 Ainda segundo BRUICE (1998), outro fertilizante nitrogenado é o sulfato de amônio, produzido a partir da reação de amônia com ácido sulfúrico, sob altas temperaturas, na presença de enxofre e água. Este adubo além de conter hidrogênio, possui de 22 a 24% de enxofre. 2NH 3 + H 2 SO 4 (NH 4 ) 2 SO 4 O adubo nitrogenado de maior consumo no mundo é a uréia, resultante da reação de gás carbônico com amônia, sob altas pressões. A uréia contém alta porcentagem de nitrogênio na forma amídica, possuindo assim alta volatilidade, conforme BRUICE (1998). 2NH 3 + CO 2 CH 4 N 2 O + H 2 O 3.4.2 Fertilizantes Fosfatados Segundo LOPES (2004), fertilizantes fosfatados são largamente utilizados na época do plantio e em grandes quantidades. O fósforo possui um baixo coeficiente de aproveitamento, apenas de 5 a 20% do conteúdo de fósforo do solo é assimilado pelas plantas. A fixação de fósforo depende do nível de acidez do solo. Segundo LOPES (2004), os compostos fosfatados podem ser divididos em: fosfato monocálcico (superfosfato simples e superfosfato triplo), fosfato bicálcio, fosfato tricálcico (farinha de ossos, escórias, termofosfatos, fosforitas e apatitas), fosfato monoamônico (MAP) e fosfato diamônico (DAP). Segundo LOPES (2004), basicamente utilizam-se fosfatos naturais (rocha fosfatada) na produção de adubos, as apatitas e fosforitas. Os fosfatos sedimentares podem ser utilizados diretamente no solo, através de moagens sucessivas, são chamados de fosfato natural moído. A rocha fosfatada pode também produzir o termofosfato a partir de uma reação a altas temperaturas (1500ºC), na presença de compostos a base de sódio, cálcio, magnésio ou sílica. O superfosfato simples é obtido a partir da reação de apatita ou fosforita com ácido sulfúrico; e o superfosfato triplo, da reação destas com ácido fosfórico. Pode-se também utilizar ácido fosfórico e amônia para a produção de MAP e DAP.

11 3.4.3 Fertilizantes Potássicos O potássio pode ser encontrado nos seguintes minerais: silvinita, carnalita e langbeinita. A partir desses minerais produzem-se os adubos potássicos; segundo MALAVOLTA (1981). Conforme LOPES (2004), o cloreto de potássio é o fertilizante potássico mais utilizado no mundo, este é separado da silvinita e carnalita por dissolução e posterior cristalização ou flotação. O sulfato potássico possui uso limitado, este é obtido a partir da langbeinita ou pela reação de ácido sulfúrico com cloreto de potássio. A langbeinita também é utilizada na produção de sulfato de potássio e magnésio. O nitrato de potássio é fabricado pela reação de nitrato de sódio e cloreto de potássio, possui uso restrito na indústria de fertilizantes. 3.4.4 Fertilizantes Contendo Macronutrientes Secundários Conforme MALAVOLTA (1981), o cálcio é obtido a partir de carbonatos de cálcio e magnésio, este é utilizado basicamente no controle da acidez do solo, é constituinte dos fertilizantes superfosfato simples e superfosfato triplo. O magnésio também auxilia na manutenção da acidez do solo e pode ser produzido a partir de calcários, segundo LOPES (2005). O enxofre auxilia a assimilação de nitrogênio e fósforo, muitos fertilizantes contêm enxofre, além disso pode-se utilizar sulfato de cálcio, sulfato de amônio e enxofre elementar, conforme LOPES (2005). 3.4.5 Fertilizantes Contendo Micronutrientes Segundo FERREIRA (1991), a carência de micronutrientes não se manifesta com muita freqüência nos solos brasileiros, sendo portanto consumidos em baixas quantidades, estes podem ser obtidos a partir da ulexita, cloreto de potássio, sulfato de cobre, óxido de cobre, sulfato de ferro, óxido de ferro, sulfato de manganês, óxido de manganês, molibdato de sódio, molibdato de amônio, sulfato de zinco, óxido de zinco, entre outros.

12 3.4.6 Adubos e Adubação Geralmente os adubos utilizados são uma mistura de vários compostos em determinadas porcentagens. Na produção destes deve-se levar em conta a compatibilidade das matérias-primas (tabela 3.2), segundo VITTI (1994). Conforme VITTI (1994), a grande maioria dos adubos utilizados no mercado mundial encontra-se na forma sólida, em pó, granulados, cristalinos ou farelos. Podem também ser produzidos adubos líquidos e no estado gasoso. Segundo VITTI (1994), a adubação pode ser de caráter corretivo, corrigindo as deficiências do solo; de manutenção, são anuais e feitas em áreas que receberam adubação corretiva, esta repõe os nutrientes extraídos do solo por safras consecutivas; e adubações solo/planta, onde levam-se em conta as exigências do solo e das plantas cultivadas no local. Conforme VITTI (1994), a adubação é realizada em três períodos diferentes, na época de pré-plantio, no plantio e no pós-plantio. Normalmente, as adubações são feitas nas proximidades do sistema radicular das plantas, visando-se o máximo aproveitamento dos nutrientes.

13 Tabela 3.2 Compatibilidade de matérias-primas para produção de fertilizantes. Nitrato de Amônio Uréia Sulfato de Amônio Super Triplo Super Simples DAP MAP Cloreto de Potássio Sulfato de Potássio Nitrato de Cálcio Nitrato de Potássio Farinha Fosf. Nat. Termof. e de Ossos e Rochas Escórias Calcário Nitrato de Amônio Uréia Sulfato de Amônio Super Triplo Super Simples DAP MAP Cloreto de Potássio Sulfato de Ponássio Nitrato de Cálcio Nitrato de Potássio Farinha de Ossos Fosf. Nat. e Rochas Termof. e Escórias Calcário Legenda: Matérias-primas que só podem ser misturadas um pouco antes da aplicação; Matérias-primas que não devem ser misturadas. Fonte: Manual de Integração da Empresa X (Documento Interno).

14 4. MERCADO DE FERTILIZANTES 4.1 Mercado Agrícola Brasileiro O mercado nacional de produtos agrícolas está diretamente ligado ao mercado internacional e a economia internacional. Diversos fatores podem impactar no preço dos produtos agrícolas, dentre os mais importantes estão: variação do câmbio, preços de produtos agrícolas no mercado internacional, safras de países concorrentes, eventuais mudanças de cenários nos países importadores. Fatores como estes, poderão afetar a produção nacional, fazendo-a se expandir ou retrair conforme o cenário, e assim influenciar a venda de fertilizantes. O acompanhamento do mercado internacional de commodities agrícolas é essencial para se fazer uma previsão para o mercado nacional, já que a maior parte da produção agrícola brasileira é voltada para a exportação. Segundo o IBGE, o bom desempenho da agricultura em 2007 deve-se às boas condições climáticas e ao acréscimo da utilização de adubos, fertilizantes e defensivos agropecuários, que contribuíram para a safra recorde de grãos no ano. Conforme dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a safra de 2007 foi de 133,0 milhões de toneladas de grãos, resultado 13,7% superior ao de 2006 (117,0 milhões de toneladas), e 7,0% maior do que a até então safra recorde de 2003 (124,3 milhões de toneladas). Em 2007, a agroindústria brasileira apresentou um crescimento 5,0%, resultado bem superior ao assinalado em 2006 (1,5%), porém, abaixo dos 6,0% registrados pela indústria nacional. A expansão dos setores associados à agricultura (4,9%), de maior peso na agroindústria, superou a dos vinculados à pecuária (2,8%). O grupo de inseticidas, herbicidas e outros defensivos agropecuários apresentou forte acréscimo (22,6%), em função, principalmente, do seu maior uso nas lavouras de soja, cana-de-açúcar, milho e algodão, as quais apresentaram aumento da safra.

15 Figura 4.1 Indicadores da Produção Industrial Indústria Geral x Agroindústria. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria. Em 2007, o mercado de fertilizantes brasileiro apresentou um crescimento expressivo de mais de 17% em relação a 2006, encerrando o ano com entregas de 24,6 milhões de toneladas. A cultura que mais consumiu fertilizante continua sendo a soja, atingindo 36,9% do total entregue no país. Conforme o gráfico abaixo, a soja, juntamente com as culturas do milho, cana de açúcar e café, atingiram mais de 73% do total das vendas no mercado brasileiro de 2007. O gráfico abaixo mostra a participação das culturas na venda de fertilizantes em 2007.

16 Participação das Culturas nas Entregas de Fertilizantes 2% 3% 3% 2% 4% 7% 37% 13% 15% 15% Soja Milho Cana Outros Café Algodão Arroz Trigo Laranja Batata Figura 4.2 Participação das Culturas nas Entregas de Fertilizantes. Fonte: Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). Segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), a região Centro- Oeste é o principal pólo agrícola brasileiro, com alta produtividade e área disponível para o crescimento, seja ela em cima de pastagem ou abertura de novas áreas. Em função disto, esta região foi a principal consumidora de fertilizantes no ano de 2007. O estado que mais consumiu fertilizante foi São Paulo, que apresentou um crescimento expressivo devido à lavoura canavieira. Como podemos ver no quadro abaixo, quase todos os estados apresentaram crescimento em relação a 2006.

17 Tabela 4.1 Entregas ao Consumidor Final por Estados - Jan Dez (1.000 ton.). Fonte: Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas, no Estado de São Paulo (SIACESP). Figura 4.3 - Fertilizantes Entregues ao Consumidor Final, Estado de São Paulo e Brasil, Janeiro de 2005 a Outubro de 2007. Fonte: AMA-Brasil, ANDA, SIACESP, SIARGS e SIACAN.

18 O mercado de fertilizantes manteve-se bastante aquecido nos sete primeiros meses de 2007, impulsionado pela forte demanda do setor canavieiro e pela antecipação de compras pelos produtores de grãos para a safra de verão 2007/08. Os preços dos fertilizantes pagos pelos agricultores subiram em relação a 2006, devido à elevação dos preços das matérias-primas no mercado internacional. Fato explicado pelo aumento à procura de insumos para o aumento da produção de biocombustíveis e de grãos para exportação. Outro fator relevante no aumento dos preços são os fretes marítimos que chegaram a dobrar em algumas rotas. 4.2 Importação de Matéria-Prima O acompanhamento do mercado internacional de commodities agrícolas é essencial para se fazer uma previsão para o mercado nacional, já que a maior parte da produção agrícola brasileira é voltada para exportação. O mercado internacional de fertilizantes se divide em três grupos, são eles: Nitrogenados, Fosfatados e Potássicos. Cada um deles possui características comerciais, geográficas e mercadológicas específicas, fazendo com que o estudo e a análise de dados dos mesmos tenham crucial importância para o fechamento de bons negócios. Toda requisição de importação possui um lead-time de 60 dias, ou seja, as importações fechadas demoram pelo menos 60 dias para chegarem, não considerando as fases anteriores ao processo de compra. Assim sendo, trabalha-se com base numa previsão de vendas, pensando sempre num horizonte de dois meses em diante. As compras podem ser realizadas de três maneiras: direto com o produtor, através de traders ou através de consórcios exportadores. Usualmente, as compras são realizadas através de contratos anuais firmados com os produtores para garantir volume e preço. O Brasil ocupa, atualmente, o quarto lugar no consumo de fertilizantes, atrás da China, da Índia e dos Estados Unidos. Ainda somos pequenos perto destes países, pois representamos apenas 19% do consumo da China e em torno de 45% do consumo da Índia e dos Estados Unidos. Conforme gráfico na página seguinte (Figura 4.4)

19 Figura 4.4 Mercado Mundial de Fertilizantes. Fonte: Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil (AMA-BRASIL). Segundo Maurício Sampaio, presidente da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMReA), em entrevista ao jornal eletrônico O Popular, diz que por ter grande potencial, o Brasil tornou-se muito dependente de importações, o que, em um cenário de aquecimento da demanda mundial, tem levado a sucessivos aumentos de preços. Estes, sem dúvida, já estariam prejudicando a competitividade das principais culturas do agronegócio, se não fossem os aumentos de preços na mesma dimensão nas principais culturas consumidoras de fertilizantes no país. Segundo Mário Barbosa presidente da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) e da Bunge Fertilizantes, em entrevista ao jornal eletrônico Último Segundo, o preço do fertilizante dobrou no último ano e tende a subir cada vez mais devido à dependência brasileira da importação. A Rússia impôs uma tarifa de 9% sobre a exportação de fertilizante. O país é o maior produtor mundial de uréia e amônia. Outro agravante é que a China e a Índia possuem um grande programa de segurança alimentar, o que exige o consumo cada dia mais intenso de fertilizantes em suas lavouras. Os EUA também registraram aumento na demanda de adubo, depois de anos de estabilidade no

20 consumo. O aumento da demanda foi provocado pelo avanço da lavoura de milho sobre a soja. O cereal será transformado em etanol, para reduzir a dependência do combustível fóssil. O problema é que o volume de adubo para o milho é muito maior do que o usado na lavoura de soja. "O milho consome três vezes mais fertilizantes que a soja", diz Barbosa. É importante destacar que o mercado doméstico de fertilizantes atende 60% de suas necessidades com importações. 4.3 Market Share Atualmente o mercado de fertilizantes no Brasil é disputado por basicamente seis empresas, sendo que duas delas absorvem 41% do market share. Mercado de Fertilizantes - Market Share 12% 11% 4% 27% 12% 14% 20% Bunge Outros Yara Fertipar Heringer Mosaic ADM Figura 4.5 Mercado de Fertilizantes Market Share. Fonte: Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil (AMA-BRASIL).

21 4.3.1 Bunge A Bunge Fertilizantes é uma empresa que atua em todas as etapas da produção (mineração e processamento químico) e comercialização de fertilizantes. Possuem mais de 3.000 funcionários e mais de 30 instalações no Brasil. Seus produtos são distribuídos com quatro marcas: IAP, Manah, Ouro Verde e Serrana. 4.3.2 Yara A Yara fornece fertilizantes minerais para as plantas. A empresa possui cerca de 50 mil colaboradores no mundo todo e está presente em mais de 120 países. Seu mix de produtos é constituído por duas linhas: a Linha NPK, com as marcas Trevo, Fertibrás e Agrofértil; e a Linha Especialidades. 4.3.3 Fertipar A Fertipar é uma empresa que possui como principais produtos o SuperN, Hiper de Gafsa e Fertipar Extra. Esta atua em quase todos os estados brasileiros e possui sede no Paraná. 4.3.4 Heringer A Heringer possui instalações no Brasil para armazenagem e industrialização de fertilizantes, além de estar presente em fábricas terceirizadas. Possui oito unidades fabris e mais de 1.000 canais de venda no Brasil. Entre seus principais produtos pode-se destacar: FH Micro Total, FH 444, FH Soja, FH Cálcio, entre outros.

22 4.3.5 Mosaic A Mosaic ou Cargill Fertilizantes é uma empresa que possui mais de 1.000 funcionários e nove unidades fabris no Brasil. Esta possui três linhas de produtos: Reagill, Maxigrano Soja e Força Total. 4.3.6 ADM A ADM é uma empresa de processamento agrícola e tecnologia de fermentação, possui mais de 26 mil funcionários e 240 fábricas no mundo.

23 5. FORNECEDORES DE MATÉRIAS-PRIMAS 5.1 Fornecedores de Macronutrientes No cenário atual do mercado mundial de fertilizantes, a importação de matéria-prima tornou-se extremamente escassa e conseqüentemente cara, aumentando a necessidade de obter os produtos necessários à fabricação de fertilizantes no mercado interno. Usualmente, fornecedores e misturadoras de fertilizantes estabelecem contratos de fornecimento, onde esta se compromete a comprar determinado volume anualmente, possivelmente com cotas mensais, e aquele a fornecer o volume estabelecido ou, em caso de falta de produto, garantir uma parte pré-determinada do que foi produzido. Os principais fornecedores de matéria-prima para produção de fertilizantes estão listados a seguir, nos itens 5.1.1 até 5.1.8. 5.1.1 Fosfértil Empresa nacional, a Fertilizantes Fosfatados S.A., atua como fornecedora de matériasprimas para indústrias de fertilizantes e de insumos para empresas químicas, além de prestar serviços de logística através do seu terminal marítimo. Hoje, a Fosfértil é a maior fornecedora de produtos fosfatados e nitrogenados para a produção de fertilizantes no país. A empresa fornece ácido sulfúrico, ácido fosfórico, MAP, TSP, SSP com 20% de P 2 O 5 e 03-17-00. O controle acionário da Fosfértil pertence à Bunge Fertilizantes, porém multinacionais como Mosaic e Yara possuem ações da empresa. Tal situação fez com que o Ministério da Agricultura alegasse que essas empresas influenciam os preços das matérias-primas. 5.1.2 Copebrás A Copebrás Ltda. é uma empresa de capital nacional, hoje tem seu foco na produção de fosfatos, tanto para a área de limpeza como para a agricultura com uma ampla linha de fertilizantes fosfatados e matérias primas para a indústria de alimentação animal. Entre seus produtos encontramos: Tripolifosfato de Sódio (STPP), ácido sulfúrico, ácido fosfórico, MAP, TSP, SSP com 20% de P 2 O 5, e 03-17-00.

24 5.1.3 Petrobrás A Petrobrás Petróleo Brasileiro S.A. é uma Companhia integrada que atua na exploração, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo e seus derivados no Brasil e no exterior. A Petrobrás é hoje uma das maiores produtoras de matérias-primas para fertilizantes do país, em especial uréia e amônia. 5.1.4 Vale A Companhia Vale do Rio Doce é uma mineradora global sediada no Brasil, produz e comercializa minério de ferro, pelotas, níquel, concentrado de cobre, carvão, bauxita, alumina, alumínio, potássio, caulim, manganês e ferroligas. Trata-se da única produtora de cloreto de potássio (KCl) em atividade no Brasil. 5.1.5 Braskem A Braskem é uma empresa petroquímica brasileira e fornece sulfato de amônio para a indústria de fertilizantes. 5.1.6 Cibrafertil A Companhia Brasileira de Fertilizantes - Cibrafertil é uma empresa do grupo brasileiro Paranapanema, juntamente com a Caraíba Metais, Eluma produtoda de semielaborados de cobre e suas ligas e a Mamoré Mineração e Siderúgica. A empresa é fornecedora de SSP com 20% de P 2 O 5. 5.1.7 Profertil A Produtos Químicos e Fertilizantes S.A. Profertil, é uma empresa Brasileira que foi adquirida pela francesa Roullier, que tem investido fortemente na ampliação da sua capacidade de produção. Fornecedora de SSP com 20% de P 2 O 5.

25 5.1.8 Elekeiroz A Elekeiroz S.A. é uma empresa brasileira química e petroquímica, tem sido pioneira na produção de diversos produtos químicos no país, como anidrido ftálico, bissulfeto de carbono, octanol e butanol a partir de álcool de cana, trimetilolpropano, ácido 2 etil hexanóico, ácido sulfúrico, entre outros. 5.2 Fornecedores de Micronutrientes Os micronutrientes são comprados principalmente no mercado interno, exceto a Ulexita: fonte de boro. Atualmente, os fornecedores de micronutrientes não conseguem mais suprir as necessidades das empresas somente com matéria-prima nacional. Estes fornecedores estão importando parte das matérias-primas para poderem atender à crescente demanda existente. A grande dificuldade encontrada pelo mercado de micronutrientes, além de sua escassez no mundo, são os preços elevados das matérias-primas que compõe os micronutrientes (exemplo: cobre e zinco), cotadas no mercado mundial. Assim como existe a Bolsa de Valores de Nova Iorque para negociação de ações, há uma bolsa que trata de negociar metais: a Bolsa de Metais de Londres. É a partir das cotações da Bolsa de Londres que o mercado nacional se baseia para formação de seus preços. Os principais fornecedores de micronutrientes para produção de fertilizantes estão listados a seguir, nos itens 5.2.1 ao 5.2.5. 5.2.1 Agroplanta A Agroplanta Indústrias Químicas Ltda, é uma empresa brasileira e maior fabricante de fertilizantes de micronutrientes da América Latina, tendo em seu portifólio mais de 250 produtos para nutrição de plantas, indústrias e pecuárias. 5.2.2 Produquímica O Grupo Produquímica foi fundado em 1965, com presença ativa em vários segmentos de negócios e unidades espalhadas pelo país. A organização atua em micronutrientes para

26 agricultura e nutrição animal e se destaca em outros segmentos como químicos para processos industriais e produtos para tratamento de águas. 5.2.3 Mixmicro No mercado há mais de 20 anos, a Mixmicro Indústria e Comércio de Produtos Químicos, atua na fabricação, importação e comercialização de produtos voltada aos setores Agrícola e Pecuário. 5.2.4 Agrária A Agrária Indústria e Comércio, produz fertilizantes e micronutrientes desde 1978. É responsável pelo abastecimento de boa parte do mercado de fertilizantes micronutrientes do Brasil, atendendo Indústrias, Revendas, Cooperativas e Produtores Agropecuários. 5.2.5 Magnesita A Magnesita é uma empresa privada, de capital nacional, dedicada à mineração, produção e comercialização de materiais refratários e prestação de serviços correlatos nas áreas de sua especialidade, diretamente ou por intermédio de empresas sob seu controle.

27 6. GERENCIAMENTO DE FORNECEDORES E SISTEMÁTICA ATUAL 6.1 Divisão Suprimentos Conforme documento interno da empresa *, a divisão Suprimentos da Empresa X, setorizada nos mercados nacional e internacional, mantém relações comerciais com todos os principais fornecedores de insumos para o segmento de fertilizantes do mundo. A adequada locação de determinado fornecedor para atender uma demanda específica é tarefa que requer profunda análise das capacidades dos fornecedores e suas vantagens competitivas bem como das particularidades da unidade produtora e porto de ingresso no Brasil. Essa diversidade de origens/fornecedores requer da área de Suprimentos o desenvolvimento de sólidas parcerias para que seja garantida a disponibilidade de materiais a longo prazo. Nessa linha a interação da empresa com seus fornecedores é constante. Por meio de um processo de aprimoramento conjunto e contínuo, têm-se alcançado uma substancial evolução da qualidade na empresa e o melhor atendimento às exigências dos produtores rurais. O processo de aquisição dos produtos pela Empresa X é regido pela Política de Seleção de Fornecedores, que dentro de 10 critérios qualitativos e quantitativos, avaliam desde a qualidade da matéria-prima, pontualidade, segurança e nível de serviço requerido. Além do acompanhamento do mercado internacional com o objetivo de orientar o processo de aquisição, cabe a Suprimentos monitorar os movimentos e tendências da indústria a nível mundial. O sistema atual para seleção e avaliação de fornecedores busca preços competitivos e especificações técnicas dentro das exigências para a produção. Veremos, abaixo critérios, tão ou mais importantes, para a seleção e avaliação dos fornecedores de forma a torná-la mais completa e eficiente. 6.2 Política de Seleção de Fornecedores O processo de aquisição dos produtos pela Empresa X deverá ser regido pela Política de Seleção de Fornecedores, que dentro de 10 critérios qualitativos e quantitativos, avaliam desde a qualidade da matéria-prima, pontualidade, segurança e nível de serviço requerido. * Documento interno da empresa, não divulgado por questões de confidencialidade.

28 Na empresa, tanto a Área de Suprimentos Internacionais quanto Nacionais, possuem como ferramenta para a aquisição de produtos, a Política de Seleção de Fornecedores, baseada em 10 critérios qualitativos e quantitativos. $ #! " " % & ' " # % $ Figura 6.1 Critérios na Seleção de Fornecedores de Matérias-Primas Importada e Nacional. A seguir estão relacionados os critérios e como são avaliados: Qualidade: conformidade com as especificações e número de reclamações de produtos (navios e Acompanhamento de Recebimentos e Transferências - ART); Pontualidade e Performance no embarque: carregamento e entrega do produto conforme data acordada; Preços Competitivos: competitividade dos preços ofertados; Logística: versatilidade da logística no carregamento de produtos (exemplo: fornecedores com vários portos de carregamento); Situação Financeira: análise financeira da empresa (balanço patrimonial e endividamento); Confiabilidade e Reputação: idoneidade e referências do mercado; Fluxo de documentação e Serviços em Geral: avaliação qualitativa do nível de serviço aplicado ao fluxo de recebimento e envio de informações e/ou documentos;

29 Parceria: interesse em trabalhar com a Empresa X; Linha de Crédito: disponibilidade de linhas de crédito e financiamentos; Programa Ambiental: preocupação com a preservação do meio ambiente; Instalações e Volume de Produção: capacidade de produção, tecnologia dos processos e organização das instalações. 6.3 Monitoramento do Mercado De acordo com documento interno da empresa *, a Divisão de Suprimentos dispõe de diversos meios de monitorar a evolução dos distintos mercados onde atua. Além do constante contato com fabricantes, fornecedores e traders, através dos quais se obtém informações acerca da evolução de preços, disponibilidade de produtos e movimentos da concorrência, a área conta com representantes nas conferências internacionais como as patrocinadas pela IFA (Internacional Fertilizer Association), TFI (The Fertilizer Institute) e British Sulphur. Adicionalmente, várias publicações fornecem um panorama atualizado do mercado, tanto numa visão de curto prazo, como estratégica de longo prazo, onde destacamos: Estatísticas de Produção Mundial; Estudos de Oferta X Demanda; Estudos de capacidades produtivas a curto prazo e projeções a longo prazo; Publicações anuais, mensais e semanais. Vale destacar que as diversas publicações semanais disponíveis apresentam detalhada visão do mercado, inclusive com tabelas de preços praticados para os principais insumos nos mercados mais representativos. Alguns destes valores são benchmark para estabelecimento de preços de contrato, utilizados amplamente pela indústria mundial. São exemplos destas publicações os boletins FMB, Fertecon, Fertilizer Week e The Market. 6.4 Processo de Homologação e Avaliação de Fornecedores Atualmente, na Empresa X os processos de homologação e avaliação de fornecedores são realizados das seguintes maneiras e com os seguintes objetivos: * Documento interno da empresa, não divulgado por questões de confidencialidade.

30 - Homologação: realizada pela Divisão de Suprimentos. Todo produto adquirido, necessariamente precisa atender a conformidade com a Especificação Técnica de Matérias- Primas. É realizada, na ocasião da descarga por uma empresa terceirizada especializada (surveyor), coleta e análise de amostras para verificação de conformidade. Além do controle nos portos, para toda matéria-prima recebida, seja nacional ou importada, também é realizada coleta de amostra e posterior análise físico-química. O gerenciamento e o controle das não conformidades é realizado por sistema informatizado on-line ART (Acompanhamento de Recebimentos e Transferências), em que os envolvidos no processo de internamento de produto (Suprimentos, Logística, Industrial) tomam as devidas ações para a solução dos problemas ocorridos. - Avaliação: é realizada pela mesma Área, semestralmente e com o objetivo de analisar os fornecedores já homologados, através de um simples relatório, com todos os critérios e como são avaliados mencionados no item 6.2. Além disso, são atribuídos pesos a cada um dos critérios, onde é possível, avaliar, através de notas de 0 a 5, o serviço de cada fornecedor. Seguem modelos abaixo, do relatório e da tabela de atribuição dos pesos. AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES DE MATÉRIAS-PRIMAS Empresa: CNPJ: Contato: Telefone: Critérios Avaliados: - Qualidade: - Pontualidade: - Preços Competitivos: - Logística: - Situação Financeira: - Confiabilidade e Reputação: - Fluxo de Documentação: - Parceria: - Programa Ambiental: - Instalações e Volume de Produção: Figura 6.2 Modelo de Relatório para Avaliação de Fornecedores de Matérias-Primas.

31 Tabela 6.1 Distribuição dos Pesos na Avaliação dos Fornecedores, segundo a Empresa X. Fornecedor Peso (%) A B NOTAS % NOTAS % Qualidade 15 Pontualidade 10 Preços Competitivos 15 Instalações 10 Fluxo de Documentação 5 Confiabilidade e Reputação 10 Programa Ambiental 5 Situação Financeira 5 Logística 15 Parceria 10 Resultado Total Ponderado 100 6.5 Principais problemas com fornecedores Segue abaixo, os principais problemas enfrentados pela Empresa X, com fornecedores de matérias-primas para a produção de fertilizantes. 6.5.1 Homologação dos fornecedores Na empresa X, todos os possíveis fornecedores passam por um processo de homologação para estar à disposição dos compradores para efetuar as cotações. No processo de homologação, o fornecedor tem o seu produto analisado por um laboratório independente

32 para verificar se está dentro das especificações estabelecidas tanto pela empresa quanto pelos órgãos reguladores. Inspeção essa, necessária para a produção de fertilizantes. Notamos que outras informações além das especificações são importantes neste processo de homologação. Precisamos saber, por exemplo, se a empresa tem capacidade de fornecer o que se comprometeu, se tem condições financeiras satisfatórias ou se possui alguma certificação de qualidade, o que atualmente não acontece na Empresa X. 6.5.2 Pontualidade na entrega dos pedidos Um componente fundamental da competitividade é poder prometer a entrega e cumprir a promessa na data combinada. Para cumprir as datas de entrega prometidas, é necessário um conjunto de técnicas de gestão de estoques, planejamento da produção/compra, qualidade nos insumos, processos produtivos e logísticos eficiente. Um dos grandes problemas enfrentados pela Empresa X são os atrasos nas entregas dos fornecedores. O atraso na entrega pode acontecer devido alguns fatores até previstos no contrato com o fornecedor como escassez de matéria-prima e quebra de máquinas, que o protege. Dependendo do estoque na fábrica, a empresa pode ter problemas na produção e até haver alguma parada. O Fornecedor Y possui o melhor preço para a venda do Produto Z, porém deixa a desejar na manutenção da fábrica, o que acarreta em freqüentes quebras no equipamento. Como este tipo de problema está previsto em contrato, a única atitude que a Empresa X pode tomar é cancelar o pedido e procurar outro fornecedor. Porém, até que seja identificada a parada do fornecedor e outro seja cotado e o pedido fechado, a empresa pode ter problemas na produção e até uma parada. Para evitar tal parada, a equipe de planejamento precisa refazer todo o programa de fabricação, colocando outro produto na linha para evitar a parada, claro que tal procedimento só poderá ser feito, se houver demanda para o produto alternativo, para não elevar demasiadamente os estoques. Apesar disso, dificilmente será possível evitar o atraso na entrega ao Cliente.