SPREAD BANCÁRIO NO BRASIL



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105,9% 105,4% 102,5% 102,8% 102,9% 101,1% 102,7% 104,0% 105,5% 30,7% 31,1% 30,5% 31,0% 31,5% 32,2% 32,2% 32,8% 33,9% 35,5%

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Transcrição:

SPREAD BANCÁRIO NO BRASIL Comissão de Acompanhamento da Crise Financeira e da Empregabilidade 26 DE MARÇO DE 2009 Fábio Colletti Barbosa Presidente

ÍNDICE 1. A Crise Financeira Mundial 2. O Brasil, a Crise e os Spreads 3. Composição do Spread 4. Questões Metodológicas 5. Considerações Finais

ÍNDICE 1. A Crise Financeira Mundial 2. O Brasil, a Crise e os Spreads 3. Composição do Spread 4. Questões Metodológicas 5. Considerações Finais

1 A Crise Financeira Mundial A crise é profunda, certamente a mais grave desde a grande depressão dos anos 30 Perda dos Bancos e Outras Instituições Financeiras - Comparação com outras Crises (USD Bi) (1) 1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 U.S. saving e crise dos empréstimos (1986-95) Crise Bancária Japonesa (1990-99) CrisedaAsia (1998-99) U.S. Crise Subprime (2007-presente) (1) Estimativa realizada pelo FMI em nov/08 Fonte: Banco Mundial e FMI

1 A Crise Financeira Mundial A crise atingiu fortemente o setor financeiro (Bancos) Valor de Mercado (US$ BI) - em Julho/07 e Janeiro/09 255 19 Citigroup 215 97 HSBC 165 85 JP Morgan 116 62 116 35 116 7,4 120 4,6 Santander UBS Barclays RBS Fonte: Bloomberg

1 A Crise Financeira Mundial Mas não ficou restrita a ele... Valor de Mercado (US$ BI) - em Julho/07 e Janeiro/09 3M American Express Merck & CO 59 39 60 21 126 64 Intel US Caterpillar Alcoa US GM US 155 78 45 26 30 9 14 1 Fonte; Dow Jones

1 A Crise Financeira Mundial A crise é geral, atinge praticamente o mundo todo e derrubou as projeções de crescimento econômico para este ano PIB (%) 5,2 2007 2008 2009* 2009 3,4 3,0 3,0 2,6 2,4 2,0 0,5 0,7 1,0 1,1 0,5 0,2 (0,3) 0,1 Mundo Reino Unido Zona do Euro Japão EUA (0,1) (2,0) (2,8) (2,6) (1,6) (*) até outubro de 2008 Fonte:World Economic Outlook

ÍNDICE 1. A Crise Financeira Mundial 2. O Brasil, a Crise e os Spreads 3. Composição do Spread 4. Questões Metodológicas 5. Considerações Finais

2 O Brasil, a Crise e os Spreads Ao contrário da maioria dos países, no Brasil operações de crédito seguiram em trajetória de expansão... Operações de Crédito (% do PIB ) 44,0 42,0 40,0 38,0 36,0 34,0 32,0 30,0 jan/08 fev/08 mar/08 abr/08 mai/08 jun/08 jul/08 ago/08 set/08 out/08 nov/08 dez/08 jan/09 fev/09 * Dados preliminares Fonte: BACEN

2 O Brasil, a Crise e os Spreads...mantendo a trajetória de crescimento de longo prazo Operações de Crédito (% do PIB ) 45 18 40 16 35 14 12 30 10 25 8 20 jun/00 jun/01 jun/02 jun/03 jun/04 jun/05 jun/06 jun/07 jun/08 6 4 jun/00 jun/01 jun/02 jun/03 jun/04 jun/05 jun/06 jun/07 jun/08 Total das operações de crédito Operações com pessoas Juridicas Operações com pessoas físicas Fonte: BACEN

2 O Brasil, a Crise e os Spreads Com a forte deterioração das condições de risco e confiança, os spreads de risco subiram de forma expressiva em praticamente todo o mundo Custo de Proteção Contra não Pagamento (em BPS, 10 anos) Custo de Proteção Contra não Pagamento (em BPS, 10 anos) 90 E.U.A. Reino Unido 90 Itália 80 Alemanha 80 Grécia Portugal 70 70 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 Fonte: Bloomberg e FMI 2007 2008 2007 2008

2 O Brasil, a Crise e os Spreads No Brasil, os spreads vêm declinando de forma consistente desde 2003. Alta recente está ligada ao agravamento da crise internacional Spread 35 33 30 Tendência de longo prazo Agravamento da crise externa Fonte: BACEN 28 25 23 20 Consolidado PF e PJ 22,34 29,7 p.p. a.a. mai/03 ago/03 nov/03 fev/04 mai/04 ago/04 nov/04 fev/05 mai/05 ago/05 nov/05 fev/06 mai/06 ago/06 nov/06 fev/07 mai/07 ago/07 nov/07 fev/08 mai/08 ago/08 nov/08 fev/09

ÍNDICE 1. A Crise Financeira Mundial 2. O Brasil, a Crise e os Spreads 3. Composição do Spread 4. Questões Metodológicas 5. Considerações Finais

3 Composição do Spread O cálculo do spread divulgado pelo Bacen é bruto. Do total do spread (100%), o resíduo líquido (o equivalente ao lucro nestas operações) corresponde a 26,9% - segundo estudo do Bacen para 2007 Proporção do Spread Bancário Custo Administrativo; 13,5% Resíduo Líquido; 26,9% Impostos ; 18,3% Compulsório dep. a vista; 3,5% Inadimplência; 37,4% Fonte: Bacen

3 Composição do Spread Os impostos diretos e indiretos são responsáveis por 18,3% do total do spread Composição do Spread Impostos Diretos e Indiretos 18,3% IOF = 1,88% Cofins = 3% (s/total da receita captação) PIS = 0,65% (s/total da receita captação) CSLL = subiu de 9 para 15% em 2008 IR de 25% Demais fatores do Spread 81,7% Fonte: Bacen

3 Composição do Spread A inadimplência e seus custos associados são muito elevados no Brasil Composição do Spread Impostos Diretos e Indiretos 18,3% Inadimplên cia 37,0% Demais fatores do Spread 44,7% Inadimplência e os custos associados a ela são muito elevados no Brasil Sozinha a inadimplência responde por 37% do spread bruto Inadimplência de PF no Brasil é muitas vezes maior que nos EUA, Europa e mesmo nos demais países emergentes Apesar deste elevado percentual, achamos que estes custos estão ainda subestimados já que o Bacen só considera 20% do total provisionado pela Resolução 2682; que determina níveis de provisão dado os dias de atraso Fonte: BACEN

3 Composição do Spread A inadimplência e seus custos associados são muito elevados no Brasil Composição do Spread Inadimplência (continuação): Processos judiciais no Brasil chegam a durar 10 anos e em média não são resolvidos em menos de cinco anos Ausência de informações confiáveis (cadastro positivo) amplia o risco de inadimplência e impõe custos adicionais para todos os agentes econômicos. Estes custos adicionais também contribuem para a elevação dos spreads Dificuldade e demora na recuperação dos valores emprestados e das garantias impõem riscos adicionais aos emprestadores e ajudam a inflar os spreads Fonte: BACEN

3 Composição do Spread Prova disso é a diferença na taxa de juros entre operações com e sem garantias Taxa de Juros (% a.m.) Com garantia Sem garantia 9,00% 8,00% 7,00% 6,00% 8,7% 5,00% 4,00% 3,00% 2,3% 2,5% 3,8% 2,00% 1,00% 0,00% Consignado Veículos Crédito Pessoal Cheque especial Fonte: BACEN

3 Composição do Spread Composição do Spread (%) Impostos Diretos e Indiretos 18,3% Compulsórios 3,6% Temos os maiores depósitos compulsórios do mundo Sobre os depósitos à vista a incidência é de 47%. No segundo colocado a Argentina, a alíquota é de 19% e nos EUA e de 10 % Aqui também temos compulsório sobre depósitos a prazo Inadimplência 37,0% Demais fatores do Spread 41,1% Fonte: BACEN

3 Composição do Spread Composição dos Custos Administrativos Inadimplência 37,0% Compulsórios 3,6% Impostos Diretos e Indiretos 18,3% Representam 13,5% do spread e provavelmente estão subestimados Custos Administrativo s 13,5% Critério do BACEN é de alocação, e só considera os custos administrativos relativos às operações de crédito no mercado livre Achamos que este ponto deve ser aprofundado pelo BACEN, com estudos para incluir demais custos associados à atividade bancária Demais fatores do Spread 27,6% Fonte: BACEN

ÍNDICE 1. A Crise Financeira Mundial 2. O Brasil, a Crise e os Spreads 3. Composição do Spread 4. Questões Metodológicas 5.Considerações Finais

4 Questões Metodológicas Informações sobre crédito bancário divulgadas pelo nosso Banco Central são, provavelmente, as mais completas do mundo... Mas em relação ao spread devemos acrescentar outras informações para termos uma visão mais ampla e adequada da questão

4 Questões Metodológicas A metodologia do Bacen contempla cerca de 45% das operações de crédito do sistema bancário Composição do Spread por Tipo de Operação Outras operações 24,00% Outras Operações 28,7% BNDES (repasses) 13,50% Leasing 7,3% Cred.Habita cional 13,10% Spread Bacen 50,60% Rural 9,6% Spread Bacen 40,9% Leasing 12,30% Cheque especial Crédito pessoal Aquisição de veículos Aquisição de outros bens Desconto de duplicatas, Desconto de notas promissórias, Capital de giro,conta garantida, Aquisição de bens, Vendor ACC, Repasses externos Fonte: BACEN

4 Questões Metodológicas Se incluirmos outras operações, como: Leasing, financiamentos imobiliários, repasses de operações do BNDES e Crédito Rural, o spread se reduz em pelo menos 8 p.p

4 Questões Metodológicas Spread Total Comparação Bacen x Febraban (%) Febraban Bacen Diferença dez/07 17,17 22,34 (5,17) jan/08 19,27 25,69 (6,42) fev/08 19,65 26,02 (6,37) mar/08 19,25 25,48 (6,23) abr/08 19,07 24,99 (5,92) mai/08 18,63 24,49 (5,86) jun/08 18,75 24,58 (5,83) jul/08 19,42 25,62 (6,20) ago/08 19,78 26,20 (6,42) set/08 19,85 26,40 (6,55) out/08 21,18 28,50 (7,32) nov/08 22,11 30,20 (8,09) dez/08 22,50 30,70 (8,20) jan/09 22,29 30,40 (8,11) Fonte: BACEN e Febraban Saldos de jan/2009. p.p. Spread Bacen x Febraban (%) 35 33 31 29 27 25 23 21 19 17 15 jan/07 mar/07 mai/07 Saldo Total jul/07 set/07 nov/07 jan/08 mar/08 mai/08 BCB Febraban 8,1p.p. jul/08 set/08 nov/08 jan/09 Representatividade Febraban 898,5 73,1% BACEN 548,1 44,6%

4 Questões Metodológicas Portanto, de acordo com a metodologia da Febraban, o spread bruto corresponde a 22,3%. Dessa forma, os diversos componentes teriam as seguintes participações relativas com base na distribuição proporcional para 2007 Spread bancário/2008 com base na proporção de 2007 Administrativo; 3,01% Resíduo Líquido; 6,01% Impostos ; 4,09% Compulsório dep. a vista; 0,79% Inadimplência; 8,33% Fonte: Febraban

4 Questões Metodológicas Resumo Metodologia adotada pelo Bacen contempla uma parcela (45%) das operações bancárias, as do chamado mercado de crédito livre Apenas com a inclusão de operações de financiamento imobiliário, leasing e crédito direcionado, (chegando a 70,6% do total) o spread se reduz em aproximadamente 8 pontos percentuais O spread divulgado pelo Bacen é bruto Ele é alto no Brasil por conta dos impostos, dos custos administrativos, dos compulsórios e dos custos associados à inadimplência

ÍNDICE 1. A Crise Financeira Mundial 2. O Brasil, a Crise e os Spreads 3. Composição do Spread 4. Questões Metodológicas 5. Considerações Finais

5 Considerações Finais 1. As soluções para o elevado Spread bruto no Brasil são estruturais e de longo prazo como: Aumento da qualidade das informações (cadastro positivo e outros), de modo a reduzir o nível de inadimplência no país e os custos a ela associados Redução de impostos sobre a intermediação financeira Melhoria dos níveis de eficiência do sistema, o que passa pela revisão dos custos decorrentes das diversas legislações incidentes sobre a atividade bancária no Brasil Adequação dos níveis dos depósitos compulsórios Apoio a medidas de aperfeiçoamento dos mecanismos de concorrência (ex: divulgação, pela Febraban, de tarifas, já feita, e de taxas de juros, em curso)

5 Considerações Finais 2. No curto prazo recomenda-se cautela e atenção, porém, com ações bem definidas e projetos especiais para setores específicos; por exemplo, fundos de aval ou de recebíveis para as pequenas e médias empresas 3. O sistema financeiro no Brasil não precisou de recursos dos cofres públicos; aqui é parte da solução e não do problema