Escolha Profissional na adolescência: uma experiência com alunos do Ensino Médio de uma ETEC

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Transcrição:

Escolha Profissional na adolescência: uma experiência com alunos do Ensino Médio de uma ETEC Camélia Santina Murgo *, Priscila da Silva Macacari **, Karen Christina Saggiori Fraiz*** Resumo Um processo de Orientação Profissional pressupõe uma ampla avaliação do indivíduo, que pode envolver, de acordo com as várias concepções teóricas, o conhecimento da personalidade, de condições familiares, de habilidades e interesses. O presente estudo traz o relato de um projeto de Orientação Profissional desenvolvido junto aos alunos de uma escola técnica cujo objetivo foi possibilitar ao adolescente a visualização de um projeto profissional a partir do conhecimento das características pessoais e da realidade ocupacional na qual se insere. Foram participantes 30 estudantes da 3ª série do Ensino Médio. Os resultados encontrados apontam que o projeto pode instrumentalizar os alunos com as competências necessárias para o enfrentamento das tarefas vocacionais, tornando suas opções subjetivas de carreira em expressões objetivas, facilitando a tarefa de escolher uma ocupação. Palavras-chave: Orientação profissional. Escolha profissional. Projeto de vida. Adolescência. Abstract Process-oriented training requires a comprehensive assessment of the individual, which may involve, according to the various theoretical concepts knowledge of personality, family circumstances, skills and interests. This study brings the story of a project developed with professional guidance to students at a technical school whose purpose was to allow the teenager to display a design professional from the personal characteristics and knowledge of the labor situation in which it occurs. The participants were 30 students from 3rd grade of high school. The results show that the project can equip students with the skills needed to address the vocational tasks, making their career choices in subjective expressions intended to facilitate the task of choosing an occupation. Keywords: Vocational guidance. Career choice. Life Project. Adolescence. *Psicóloga, doutora em Psicologia Ciência e Profissão pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Docente das Faculdades Integradas de Jaú. Bolsista de Pós-doc pelo CNPq. **Discente do Curso de Psicologia das Faculdades integradas de Jaú. *** Discente do Curso de Psicologia das Faculdades integradas de Jaú.

1 - Introdução A escolha da profissão pode ser entendida como algo dinâmico, produto de uma série de pequenas decisões, em vez de uma decisão única e imutável. Além disso, fatores socioeconômicos, tecnológicos e ambientais, tais como a família, comunidade, sociedade, e economia exercem forte influência no desenvolvimento de carreira (SUPER, 1983; SUPER, 1990; SUPER, OSBOURNE, WALSH BROWN & NILES, 1992). O desenvolvimento de uma carreira pode ser entendido como um processo com etapas a serem alcançadas e cada etapa possui a sua especificidade a ser realizada, muito embora estas etapas nem sempre sejam lineares, os indivíduos podem refazer uma carreira mesmo após já terem se direcionado para outra. O orientador, por sua vez, deve ajudar os seus orientados a compreender que nada de incomum se passa quando isso acontece. Os indivíduos em diferentes estágios de desenvolvimento de carreira têm necessidades diferentes, e mesmo que estejam no mesmo estágio de desenvolvimento, podem apresentar diferentes graus de maturidade, o que faz com que o processo de orientação seja individualizado, para diagnosticar corretamente a problemática do orientando e, assim, selecionar estratégias de intervenção adequadas para cada caso. O processo de Orientação Profissional (OP) tem sido considerado relevante diante das dificuldades de decisão profissional, uma vez que uma de suas finalidades é acolher os indivíduos em suas inquietações com relação à sua carreira profissional, avaliando suas características pessoais, além de auxiliá-los na tradução dessas informações em boas escolhas profissionais (NEIVA, 2007). A escolha profissional é uma tarefa que o indivíduo realiza de acordo com sua realidade social, da qual sofre influência das instituições que a compõem, como família, grupos sociais, como os amigos, a escola e a sociedade de uma maneira geral. Considerando essa problemática, e entendendo que o processo de escolha profissional é algo que se faz ao longo de toda a vida, e não apenas durante o período de vestibular, por meio da qual o indivíduo, antes da escolha, avalia as possibilidades que lhe são oferecidas e suas consequências e, por fim, a escolha profissional, que é considerada um processo de desenvolvimento que se inicia na infância, passa por vários estágios e se estende por um longo período da vida. Escolher uma área de estudos ou um curso de caráter técnico-profissional nem sempre se configura tarefa fácil, pelo que é natural e frequente existirem indecisões, angústias e receios. Uma série de fatores deve ser analisado entre o aluno e o psicólogo na entrevista de orientação, como por exemplo, uma discrepância entre as aptidões e os interesses, as expectativas do aluno, os desejos mais ou menos explícitos dos pais que podem gerar ambivalências no jovem, a falta de informação relativamente aos cursos e à relação destes com o mercado de trabalho, a consciência de que é difícil perceber o que realmente gostará de fazer daqui a uns anos, entre outras. Os Interesses dizem respeito às áreas pelas quais o jovem demonstra maior motivação e gosto e também ao que projeta para a sua realização profissional, enquanto que as Aptidões estão relacionadas com as suas reais capacidades nas diferentes áreas. Devemos compreender que para que o aluno obtenha sucesso numa determinada área, é necessário que exista para além de um investimento intelectual, um investimento afetivo e emocional que funcione como a alavanca no desejo de aprender. Para que isso aconteça, é necessário considerar a possibilidade de mudanças no trajeto do aluno e deixá-lo criar o seu espaço onde aprenda a movimentar-se com segurança e liberdade, assim como a assumir uma responsabilização perante as suas decisões. O trabalho de Orientação Vocacional contempla vários aspectos, que desenvolvem os aspectos psicológico, biológico, sociológico e exige uma educação mais efetiva, visando à preparação do aluno ao exercício consciente da cidadania. O indivíduo que está em processo de escolha profissional deve desenvolver e aceitar um quadro integrado de si e dos papéis que ele desenvolve na sociedade, que são essenciais na busca da satisfação profissional. Assim, a proposta de orientação profissional, ou então denominada como Educação de Carreira consiste em desenvolver para o indivíduo ao longo de toda a sua formação um conjunto de habilidades, que são formadas por todo o processo de orientação profissional, desde as dinâmicas aplicadas, testes vocacionais que vão instrumentalizando até que o individuo se torne autônomo e possa gerenciar o seu processo de escolha de carreira. 2 - A Orientação Profissional e seus constructos Segundo Primi (2002), existe uma possibilidade de maior integração e desenvolvimento na carreira, quando a escolha da profissão considera aspectos da personalidade, interesses e habilidades do indivíduo. Quando se está inserido num ambiente adequado aos interesses e características de personalidade, obtém-se mais facilmente satisfação pessoal. Justifica-se, portanto, a importância do conhecimento destes aspectos personalidade, interesses e habilidades para a escolha profissional e desenvolvimento de carreira. Assim, o projeto de orientação Profissional a ser desenvolvido junto aos alunos do ensino Médio da Escola Técnica Joaquim Ferreira do Amaral tem como proposta principal favorecer a construção dos projetos profissionais desses adolescentes, através de encontros grupais semanais, palestras, workshops e, dessa forma, concretizar uma intervenção em Orientação Profissional que considere o ser humano sujeito de suas escolhas. O presente projeto estará fundamentado na tipologia de Holland (1975), referencial teórico que enfatiza os interesses profissionais. Os conceitos básicos de sua tipologia foram elaborados a partir da ampla experiência de Holland como orientador profissional, através da qual pôde organizar um grande número de informações que acumulou acerca de pessoas e ocupações. Igualmente a partir de dados quantitativos coletados através da aplicação de inventários de interesses profissionais como o IVP (Inventário Vocacional de Interesses) e o SCII (Strong-Campbell Interest Inventory). No plano teórico, apoiou-se nas contribuições de Guilford (1954), Adlser (1939), Fromm (1947), Sheldon (1954), Spranger (1928) e

Gordon & Welsh (1975). A partir delas, Holland (1975) busca resposta para duas grandes indagações que são: como as características pessoais e ambientais influenciam positiva ou negativamente as escolhas, podendo levar à satisfação ou insatisfação no trabalho e no nível de desempenho ao longo da vida? Quais métodos podem ser efetivos na assistência às pessoas com problemas de indecisão profissional ou problemas de desenvolvimento de carreira. Holland (1975) propôs uma Tipologia Profissional composta por seis tipos de personalidade e seis modelos ambientais que possuem um construto e uma descrição comum e podem ser classificados com terminologias iguais. Sendo os tipos Realista, Investigativo, Artístico, Social, Empreendedor, Convencional. E, igualmente, os Modelos Ambientais: Realista, Investigativo, Artístico, Social, Empreendedor e Convencional. Para o autor, tipo é um modelo que serve para medir a pessoa real. Cada tipo é uma interação entre uma herança determinada e uma variedade de fatores culturais e pessoais que incluem as outras pessoas semelhantes, pais, adultos significativos, cultura e ambiente físico. As heranças biológica e social, unidas à história pessoal, ensejam uma série de capacidades, habilidades perceptivas e pontos de vista como: metas, valores, autoconceito e condutas de enfrentamento (estratégias específicas para resolver os problemas cotidianos). Um tipo é, portanto, uma completa síntese de características pessoais. Ainda sob esta perspectiva, qual seja, da relação entre projeto profissional e projeto de vida, Savickas (1995) problematiza que a personalidade do indivíduo inclui seus interesses profissionais, embora reconheça que tal asserção não é consensual entre os teóricos da área. Assim, para esse autor, a relação entre os construtos justificaria a escolha da carreira como uma escolha de vida. A diferença prevista quanto aos construtos refere-se à concepção de que os interesses são menos estáveis que os traços de personalidade, pois dependem da estrutura de oportunidades e de certas condições ambientais. Em trabalho posterior, Savickas (1999) definiu o construto interesse como um estado de prontidão, caracterizado-o como uma resposta específica a um estímulo ambiental (objetos, atividades, pessoas ou experiências). Por fim, no que concerne ao funcionamento dos interesses, o autor o associou ao processo cognitivo. Mais especialmente, as emoções se transformariam em volição, que por sua vez, promoveria as interações sujeito-ambiente. Em suma, compreende-se interesse como resultado de um processamento cognitivo gerador de emoções e volição, que geram as interações sujeito-ambiente. Os interesses estão intimamente associados aos conceitos de necessidade e de valor. As necessidades são o impulso inicial para o comportamento, e emergem de um senso de incompletude ou falta, que demanda satisfação. Os valores especificam os tipos de gratificação que poderão ser obtidos no ambiente em que o sujeito está inserido. Os interesses, por sua vez, revelam o modo como o indivíduo busca no meio realizar seus valores e atender às suas necessidades. Em comparação com as necessidades e os valores, os interesses são menos estáveis, pois eles dependem do contexto de estímulos ou objetos no qual o sujeito está inserido (SAVICKAS, 1999). Assim, a Orientação Profissional deve ter como proposta ajudar a amenizar os conflitos e facilitar a escolha, propiciando ao indivíduo uma oportunidade de reflexão sobre suas características pessoais e problemas envolvidos na escolha, bem como na revisão de caminhos profissionais. O processo de orientação pressupõe, portanto, uma ampla e intensa avaliação do indivíduo, que pode envolver, de acordo com as várias concepções teóricas, o conhecimento da personalidade, de condições familiares, de habilidades e interesses. Tendo em vista tais pressupostos, o presente estudo teve como objetivo instrumentalizar o aluno de ensino médio com as competências necessárias para o enfrentamento das tarefas vocacionais, tornando suas opções subjetivas de carreira em expressões objetivas de forma que possa assumir a tarefa de escolher uma ocupação. 3 - Método Participantes Foram participantes 30 alunos do terceiro ano do Ensino Médio de uma ETEC localizada na cidade de Jaú, interior de São Paulo. A idade média dos participantes é de 17 anos. Instrumentos EAP Escala de Aconselhamento Profissional - Escala de Aconselhamento Profissional EAP (Noronha, Sisto & Santos, 2007) instrumento que avalia as preferências por atividades profissionais de jovens acima de 17 anos. O examinando deve quantificar a intensidade que ele gostaria de realizar a atividade em questão. Para a correção, devem ser somados os valores atribuídos aos itens que compõem cada dimensão avaliada. A escala é composta por 61 itens, descritores de atividades profissionais que contemplam 7 dimensões: Ciências Exatas, Artes e Comunicação, Ciências biológicas e da saúde, Ciências agrárias e ambientais, Atividades Burocráticas, Ciências humanas e sociais aplicadas e Entretenimento. SDS Self-Directed Search (Holland, 1975) a versão brasileira é denominada Questionário de Busca Auto-Dirigida (Primi, Mansão, Muniz e Nunes, 2011), consiste num instrumento para verificação de interesses profissionais estruturado em quatro seções: atividades, competências, carreiras e habilidades. Cada seção inclui itens representativos dos tipos propostos por Holland que são: Realista (R), Intelectual (I), Artístico (A), Social (S), Empreendedor (E) e Convencional (C). A avaliação dos resultados permite a identificação do Código de Holland que é simbolizado por duas letras. A primeira letra do código mostra o tipo mais parecido com o sujeito e a segunda mostra o segundo tipo mais parecido. As letras correspondem às iniciais de cada tipo. As técnicas de intervenção utilizadas foram: dinâmicas de grupo, jogos, desenhos, colagens, autobiografia, questionários, pesquisas em guias de profissões, entrevistas com profissionais. As temáticas abordadas foram referentes aos interesses, habilidades, valores, histórias de vida, planos e expectativas quanto ao futuro, relações familiares, critérios e motivações de escolha, transição da adolescência para a vida adulta,

características das profissões e mercado de trabalho. Procedimentos Os procedimentos que antecederam a realização do projeto foram: 1 A submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos das Faculdades Integradas de Jaú (Protocolo n. 16/2010); 2 Contato com a escola, posterior autorização da direção e posterior contato com os alunos para apresentação do projeto; 3 Encaminhamento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aos pais para autorização da participação no projeto; 4 Planejamento dos encontros a serem realizados semanalmente. 4 - Descrição dos Encontros Será apresentada a descrição de cada um dos encontros realizados com os adolescentes, na tentativa de explicitar objetivos propostos, técnicas e instrumentos utilizados, bem como, resultados percebidos. O primeiro encontro iniciou-se com a apresentação do objetivo da orientação profissional ao grupo e realização de um primeiro instrumento de verificação de interesses, a saber, a Escala de Aconselhamento Profissional. - EAP (NORONHA, SISTO e SANTOS, 2007). Essa escala foi construída sob o pressuposto de que as profissões são escolhidas em razão das preferências que as pessoas possuem por algumas características das ocupações, e não por outras, de tal modo que a reunião de várias delas configura um determinado campo de interesse. A intenção deste encontro foi ajudar a amenizar conflitos e conhecer o sujeito com relação ao seu possível interesse profissional. No segundo encontro, foi utilizada a Técnica da Árvore das Preferências, que teve como objetivo conhecer as expectativas do aluno em relação às suas preferências e proporcionar a eles um momento de autoconhecimento. Para a realização dessa atividade, foi entregue para cada aluno uma folha de sulfite, folhas (como de árvore) amarelas e verdes, frutos vermelhos. Foi solicitado que cada aluno desenhasse uma árvore numa folha de sulfite e colasse as folhas e frutos sendo que as folhas amarelas representariam aquilo que a pessoa faz e não gosta. A folha verde representaria aquilo que anima e que dá prazer, isto é, atividades que a pessoa faz rotineiramente e que gosta muito. A maçã representa o futuro, aquilo que ainda pode ser conquistado e o que a pessoa poderá fazer futuramente na sua vida profissional. Após a confecção das árvores, formou-se um círculo no qual cada um expôs o que construiu; ao término, o orientador fez uma reflexão sobre a importância do autoconhecimento, e sobre suas possiveis escolhas profissionais. No terceiro encontro foi, aplicada a Autoavaliação das Habilidades, técnica que permite a pessoa identificar suas habilidades através de uma classificação das frases apresentadas, em que é assinalado se possui extrema habilidade, muita habilidade, razoável habilidade, pouca habilidade ou não possui habilidade para cada frase. Através da pontuação, avaliou-se quais habilidades o aluno possuía com predominância, podendo ser: verbal persuasiva, social, numérica, investigadora, físicomanual, criativa, trabalho com outros e administrativa. No quarto e no quinto encontros, foi utilizada a dinâmica do Shopping das Profissões, em que o aluno foi orientado a fazer uma busca de informações para realizar compras virtuais de profissões. Para tanto, ele deveria anotar em um impresso os seguintes itens: grade curricular, faculdades, áreas de atuação, mercado, perfil do profissional, locais de trabalho e salário. Como fontes de busca, foram sugeridos os seguintes web sites: www.ufscar.br, www.unicamp.br, www.ufsc.br, www.guiadoestudanteonline.com.br e www.wika.com.br. Essa atividade possibilitou que o sujeito entrasse em contato com a realidade das profissões, além de aprimorar os seus conhecimentos sobre e as dimensões que uma ocupação pode ter no mercado de trabalho. Entre a quarta e quinta semanas, foi realizada uma visita técnica à Feira de Profissões no campus da UFSCAR Universidade Federal de São Carlos. Durante a visita, os alunos tiveram contato com os 40 cursos oferecidos pela universidade, além dos cursos de extensão, programas de estágios, e visitação de todo o campus. No sexto encontro, foi apresentado o vídeo da série Confissões de Adolescentes, que traz o tema escolha profissional. O filme durou cerca de 30 minutos. Após a apresentação, foi proposta uma discussão que instigou a reflexão sobre questões como a ansiedade no momento da escolha, a insegurança e pressão nas provas de vestibular e a saída de casa. No sétimo encontro, foi utilizado o Teste SDS Questionário de Busca Auto-Dirigida (Mansão), aplicado coletivamente com duração aproximada de 30 minutos. O teste tem como objetivo favorecer o conhecimento dos interesses. Para Mansão e Yoshida (2006), a aplicação deste teste em processos de orientação profissional oferece resultados positivos quando utilizados com crianças, adolescentes e adultos, no momento da possível decisão como na clarificação da escolha. Ajuda, também, indivíduos que estão no desenvolvimento de carreira. No Oitavo encontro, foi realizada a dinâmica chamada Bilhetinhos Nervosos, em que os alunos tinham de responder a seguinte pergunta: Tenho medo de... quando penso em vestibular? Diante desta pergunta, os alunos poderiam escrever quais e quantas dúvidas tivessem e quisessem. Entre os medos, foram mencionados: saber que uma simples prova pode decidir o futuro; ficar nervoso e se dar mal; errar no preenchimento do gabarito; pressão da família; não passar no vestibular; escolher um curso que parece ser o dos sonhos e, depois, ver que não era isso que queria e ter de prestar vestibular novamente. Após a elaboração das perguntas, o desafio de responder a cada uma delas foi lançado aos orientados: se eles fossem os psicólogos, aconselhadores, gurus, e que se eles tivessem de aconselhar a pessoa que tem algum medo, o que eles responderiam... A dinâmica iniciou com a pessoa mais corajosa, e eles foram escolhendo o próximo a responder as perguntas; todos participaram. A dinâmica foi muito produtiva. Diante das perguntas, muitas questões foram levantadas, e muitas alternativas eles tiveram diante dos problemas apresentados.

Encerramos a dinâmica fazendo uma reflexão sobre as nossas escolhas tomadas/apresentadas durante a vida. Tomamos a escolha que no momento achamos melhor, mas se mais pra frente percebemos que estávamos errados, podemos mudar a direção e seguir outro caminho. Pois nada na vida é definitivo, e vamos traçando o destino conforme ele ocorre, e conforme as oportunidades que temos. Para a devolutiva final do semestre, foi preparado um relatório individual para cada aluno, que contemplou a área de predominância de escolha, destacando as habilidades principais e secundárias, de acordo com as atividades realizadas como: A dinâmica da Árvore das Preferências, a Auto- Avaliação de Habilidades, a Dinâmica do Shopping das Profissões, e os resultados finais dos testes EAP e SDS, além de uma explicação em torno da escolha profissional (motivações, dúvidas, condutas e sentimentos relacionados a escolhas), família (expectativas e posicionamentos), escola (expectativas quanto ao vestibular), autoconceito, características pessoais relacionadas ao exercício da profissão, idealizações profissionais e futuro. Para a finalização dessa etapa do projeto, foi organizado um encontro de confraternização e a elaboração de um vídeo de encerramento com os principais momentos vivenciados nos encontros de OP. 5 - Conclusão Neste projeto, nem todos os alunos orientados atingiram todos os objetivos propostos, que não era somente concluir a escolha profissional, mas também construir uma nova consciência com relação à vida profissional, conhecendo melhor a si mesmo e o mundo ocupacional. Três alunos permaneceram com dúvidas com relação à escolha, porém, evoluíram o conceito trabalho e suas nuances. Segundo Levenfus (1997), a formação e a consolidação da identidade profissional demandam um longo processo, orientar profissionalmente um jovem que ainda não adquiriu determinadas condições torna-se uma tarefa árdua. Entendemos que a orientação profissional atualmente não se restringe apenas às classes sociais mais favorecidas, podendo existir às classes menos favorecidas, para as quais são oferecidas informações sobre a realidade do mercado de trabalho e do país, desenvolvendo um conhecimento de si, sendo um projeto para a sua vida. Neste sentido, Lenschke (2002) apud Costa (2007) defende uma orientação profissional que prepare as pessoas para enfrentarem as permanentes transformações sociais e as situações da vida do indivíduo. Para Costa (2007), a orientação profissional possibilita uma escolha profissional que se enquadre com o conhecimento que o indivíduo tem de si e da realidade do mercado em que está inserido. Esta escolha deve ser discutida, pois envolve angústias, dificuldades, concessões e também alegrias, no sentido de a pessoa se assumir como responsável por si. O papel da Orientação profissional não é apenas o de direcionar a escolha para o nível superior ou para áreas que a sociedade acredita ser financeiramente gratificantes, mas o de clarear para o orientando cursos que estejam dentro de suas possibilidades, evitando frustrações. E assim fazer com que ele encontre possibilidades de realização para seus projetos profissional e de vida. REFERÊNCIAS ACHTNICH, M. O BBT Teste de foto de profissões método projetivo para a clarificação da inclinação profissional. São Paulo: Centro Editor de Testes e Pesquisas em Psicologia, 1991. DIAS, A. R. Orientação escolar e profissional. Fundamentos das técnicas psicológicas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010. HOLLAND, J. B.. Making Vocational Choice: A theory of vocational personalities & work environments. Toronto. Canada: Prentice-Hall., 1985. HOLLAND, J. L. Explorations of a theory vocational choice and achievement: II A four-year prediction study. Psychological Reports, 12, 547-594., 1963. HOLLAND, J. 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