Lista 1 - FIS Relatividade Geral Relatividade especial

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Transcrição:

Lista 1 - FIS 404 - Relatividade Geral Relatividade especial 2 quadrimestre de 2017 - Professor Maurício Richartz Leitura sugerida: Caroll (1.1-1.3), Wald (cap. 1), Schutz (cap. 1) Fonte dos exercícios: Caroll, Wald, Schutz, e curso de RG da Caltech. 1. Unidades Naturais: Unidades naturais (ou geometrizadas) são unidades nas quais a velocidade da luz c = 2, 9979245800000000000000 10 8 m/s e a constante de Newton G são definidas como sendo 1, i.e. c = G = 1. Se, além disso, se também fizermos a constante de Planck ser 1, i.e. = 1, as unidades são chamadas unidades de Planck. a) Como os físicos experimentais mediram a velocidade da luz com a imensa precisão indicada acima? Quais são os próximos dígitos no valor de c? b) Quanto é um ano, expresso em metros? c) Qual é a sua idade, em metros? d) Qual é a sua altura, em segundos? e) Relacione as constantes c, G, e para obter quantidades que tem, respectivamente, dimensões de comprimento, de tempo, e de energia. Essas quantidades são chamadas, respectivamente, de comprimento de Planck, tempo de Planck, e energia de Planck. f) As seguintes unidades estão escritas em unidades em que c = 1. Recupere os fatores de c para que elas estejam no sistema internacional (SI). f.1) velocidade = 10. f.2) pressão = 10 19 kg/m 3. f.3) densidade de energia = 1 kg/m 3. f.4) aceleração = 10 m 1. 2. Invariância de um intervalo tipo-tempo: considere dois eventos P e Q que tem separação tipo-tempo. Examine esses eventos em dois referenciais inerciais distintos S e S, que se movem com velocidade constante v relativa entre si. Considere que as origens dos sistemas de coordenadas coincidem entre si e com o evento P. Oriente os eixos espaciais dos dois referenciais de modo que seu movimento relativo seja na direção x e de modo que Q esteja no plano xy. A figura abaixo ilustra o diagrama de espaço tempo a partir do ponto de vista do referencial S:

a) Se convença de que, dados quaisquer P e Q, as origens e os eixos dos referenciais podem ser ajustados como descrito acima. O experimento imaginário a seguir mostra como se deduzir a invariância do intervalo entre P e Q. O experimento é ilustrado abaixo em dois diagramas puramente espaciais (um para cada referencial, a coordenada temporal é omitida). Considere um fóton (pulso luminoso) que é emitido em P, e viaja ao longo de de uma linha reta no plano xy até encontrar um espelho que o reflete; o fóton então continua em linha reta, no plano xy, até atingir o evento Q. A posição do espelho é ajustada de modo que o fóton atinge a posição espacial de Q exatamente no tempo de Q. No referencial S a direção de movimento do fóton faz um ângulo α com o eixo x, que é o mesmo antes e depois da reflexão (ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão). Sem usar as transformações de Lorentz, queremos usar apenas os postulados da Relatividade Especial para deduzir a invariância do intervalo. b) Use o princípio da relatividade para mostrar que as alturas dos pontos de reflexão coincidem nos dois referenciais, i.e. y refl = y refl, e que os ângulos de incidência e reflexão são iguais no referencial S, i.e. α inc = α ref. c) Use o princípio da relatividade, a constância da velocidade da luz, e considerações geométricas simples para mostrar que o intervalo entre P e Q é o mesmo, independentemente de qual referencial é usado para calculá-lo, i.e. que ( t) 2 + ( x) 2 + ( y) 2 + ( z) 2 = ( t) 2 + ( x) 2 + ( y) 2 + ( z) 2 3. Transformações de Lorentz: falamos em sala sobre o grupo de Poincaré e as transformações de coordenadas que deixam o intervalo do espaço-tempo invariante. Partindo da invariância do intervalos, vamos deduzir as transformações de Lorentz. Considere dois referenciais inerciais, S, com as coordenadas (t, x, y, z), e S, com as coordenadas (t, x, y, z ). a) Translações: mostre que qualquer translação (espacial ou temporal) deixa o intervalo invariante. b) Rotações: mostre que qualquer rotação (espacial, nos planos xy, xz ou yz) deixa o intervalo invariante. c) Boosts : assuma que os referenciais S e S estão orientados como no exercício 2, isto é, que foram feitas translações e rotações espaciais de modo que y = y e z = z. Em vista disso, apenas as coordenadas x e t se misturam. Assumindo que a transformação é linear, isto é, que x = Ax + Bt, t = Ct + Dx, 2

use a invariância do intervalo para encontrar A, B, C, e D em termos de v. 4. Diagramas de espaço-tempo: considere dois referenciais inerciais S e S cujas origens coincidem e que se movem com velocidade V ao longo da direção x (mais precisamente, que estão orientados como no exercício 2). Dado o diagrama de espaço-tempo do ponto de vista do referencial S (i.e., o plano xt), desenhe os eixos x e t do referencial S. a) Eventos simultâneos no referencial S não são simultâneos em S. Desenhe uma superfície de simultaneidade em S e mostre no diagrama qual é a cronologia desses eventos em S, i.e., quais ocorrem antes e quais ocorrem depois. b) Uma régua, em repouso no referencial S, quando observada no referencial S, parece ser menor por um certo fator. Usando a geometria do diagrama, mostre que esse fator é dado por 1 v 2. c) Um relógio ideal em repouso no referencial S, quando observado no referencial S, parece marcar o tempo de forma mais lenta. Usando a geometria do diagrama, mostre que esse fator de lentidão é 1 v 2. 5. Diagramas de espaço-tempo (parte 2): um físico experimental em um referencial inercial S faz o seguinte experimento: dois feixes de partículas com velocidade v = 0.5 cada são emitidos a partir de x = 0 e t = 200cm, sendo que um viaja na direção +x e outro viaja na direção x. As partículas encontram detectores localizados em x = ±200cm. Passado um intervalo de tempo de 50cm após as detecções, os detectores enviam sinais de volta a x = 0 com velocidade v = 0.75. a) Faça um diagrama de espaço-tempo desse experimento usando as coordenadas de S. b) Os sinais chegam de volta a x = 0 no mesmo evento (certifique-se de que isso ocorre no seu diagrama). A partir disso e sabendo que os detectores estão a distâncias iguais de x = 0, o experimentalista conclui que os detectores enviaram seus sinais simultaneamente. Considere um observador num referencial S que se move com velocidade v = 0.75 na direção +x relativa a S. Desenhe os eixos coordenados no diagrama do item a. Em seguida, em um novo diagrama, represente o experimento no ponto de vista do referencial S. Use esse diagrama para deduzir se os detectores, de acordo com o observador em S, enviam seus sinais simultaneamente. Em caso negativo, diga qual detector envia o sinal primeiro e quanto tempo antes o sinal é enviado. c) Calcule o intervalo s 2 entre os eventos nos quais os detectores emitem seus sinais, usando tanto as coordenadas de S como as coordenadas de S. 6. Quadrivelocidade: a quadrivelocidade é definida como sendo u µ = dxµ dτ, onde τ é o tempo próprio. Da mesma maneira que o intervalo do espaço-tempo é invariante, a quantidade também é invariante. η µν u µ u ν a) Mostre que essa quantidade é igual a 1 e use a sua invariância para mostrar que u µ = γ(1, V ), onde V ( ) = dx dt, dy dt, dz dt. 3

b) Suponha que dois referenciais S 1 e S 2 se movem respectivamente com velocidades v 1 e v 2 com respeito a um referencial inercial. Usando o item a, mostre que a velocidade relativa v entre eles possui valor absoluto: v 2 = v v = v 1 v 2 2 v 1 v 2 2 1 v 1 v 2 2. 7. Paradoxo dos gêmeos: Diana e Artemis são irmãos (não-humanos) e vivem no planeta Alfa (que é assumido como sendo um referencial inercial). Após uma discussão, Artemis decide deixar sua irmã sozinha e partir em seu foguete para uma viagem em linha reta, por 2.2 10 8 s ( 7 anos), a uma velocidade de 24c/25 = 0.96c. Ele então, arrependido da viagem e com saudades da irmã, instantanemanete reverte a direção de seu movimento (por ser alienígena, seu corpo não sente os efeitos dessa aceleração infinita) e volta ao planeta Alfa para reencontrar a irmã. a) É comum enunciar essa situação como um paradoxo, o paradoxo dos gêmeos, que apresenta dois pontos de vista contraditórios. Em um deles, Diana envelhece mais durante a viagem do irmão, enquanto no outro é Artemis quem envelhecce mais. Enuncie o paradoxo dos gêmeos, mostrando os dois pontos de vista. b) Represente essa situação em um diagrama de espaço tempo usando o referencial do planeta Alfa. c) Represente essa situação em um diagrama de espaço tempo usando o referencial do foguete (i.e., o referencial no qual o foguete está sempre em repouso). Esse referencial é inercial? d) Represente essa situação em um diagrama de espaço tempo usando um referencial inercial que se afasta da Terra, na mesma direção da viagem de Artemis, com velocidade 0.96c. e) Represente essa situação em um diagrama de espaço tempo usando um referencial inercial que se aproxima da Terra, na mesma direção da viagem de Artemis, com velocidade 0.96c. f) Utilizando os diagramas feitos nos itens anteriores, esclareça o paradoxo, isto é, determine quem envelhece mais, explicando porque um dos pontos de vista está correto e o outro está incorreto. 8. Paradoxo da vara e do celeiro (ou do carro e da garagem): uma vara de 20m de comprimento repousa ao lado de um celeiro de 15m de comprimento. Um atleta olímpico pega a vara e corre em direção ao celeiro com velocidade 0.8c. Seu amigo permance em repouso, observando tudo ao lado da entrada do celeiro. a) Qual é o comprimento da vara, observada pelo amigo, a medida em que ela se aproxima da entrada do celeiro. Em um das extremidades, o celeiro tem um porta de entrada, enquanto na outra extremidade há uma parede. b) A porta do celeiro está inicialmente aberta e, imediatamente após o corredor e a barra estarem inteiramente em seu interior, a porta é fechada. Quanto tempo depois disso a vara atinge a outra extremidade (parede) do celeiro, de acordo com o amigo? Calcule também o intervalo entre os eventos de fechar a porta e acertar a parede do celeiro. É tipo-tempo, tipo-espaço, ou tipo-luz? c) No referencial do corredor, qual o comprimento da barra e qual o comprimento do celeiro? d) Para o corredor, a barra está inteiramente dentro do celeiro quando atinge a parede? 4

e) Depois da colisão com a parede, a vara e o corredor permanecem em repouso em relação ao celeiro. Do ponto de vista do amigo, que fechou a porta, temos uma vara de 20m dentro de um celeiro de 15m, uma vez que a porta foi fechada no primeiro momento em que ambos estavam no interior do celeiro, anets da colisão. Como isso é possível? Alternativamente, de acordo com o ponto de vista do corredor, a colisão deveria ter parado a vara antes de a porta ter sido fechada e, portanto, a porta não deveria ter sido fechada. A porta foi ou não fechada com a vara dentro do celeiro? Esse é o paradoxo. Para esclarecê-lo, desenhe dois diagramas de espaço tempo de toda essa situação, sendo um para o referencial do corredor e outro para o referencial do amigo. 9. Composição de velocidades: Um carrinho (suficientemente longo) se move com velocidade v sore uma mesa (também suficientemente longa). Um segundo carrinho (um pouco menor que o primeiro), localizado sobre o primeiro, se move na mesma direção do primeiro com velocidade v em relação a ele. Um terceiro carrinho, em cima do segundo, se move com velocidade v e relação a este, e assim por diante até o n-ésimo carrinho. Determine a velocidade v n do n-ésimo carrinho em relação ao referencial de repouso da mesa. Calcule o limite lim n v n. 10. Transformação de ângulos: Um referencial S se move com velocidade v em relação ao referencial S. Um projétil no referencial S é disparado com velocidade v e fazendo um ângulo θ com respeito à direção positiva do movimento do referencial S em relação a S. a) Qual é o ângulo θ medido no referencial S? b) Qual seria o ângulo θ se, ao invés de um projétil tivéssemos um fóton? Resposta a) cos θ = v + v cos θ (1 + vv cos θ ) 2 (1 v 2 )(1 v 2 ), tan θ = tan θ 1 v 2 v + cos θ 1 v 2 Resposta b) cos θ =, tan θ = tan θ 1 + v cos θ 1 + v sec θ 1 + v v cos θ 11. Distribuição de estrelas: Suponha que um observador em repouso com respeito às estrelas distantes observa uma distribuição isotrópica de estrelas. Isto é, em qualquer ângulo sólido dω ele observa dn = (N/4π)dΩ estrelas, onde N é o número total de estrelas que ele consegue observar. Suponha que um outro observador se move com velocidade v (possivelmente próxima à velocidade da luz) em relação ao referencial das estrelas fixas. Você vai precisar da resposta do exercicio 10b (com algumas modificações, pois θ e θ não são exatamente os mesmos ângulos que aparecem no exercício 10b) para resolver esse problema. Lembre-se também que dω = sen θdθdφ = d(cos θ)dφ. a) Qual é a distribuição de estrelas vista por esse observador em movimento? Em outras palavras, qual a função de distribuição P (θ, φ ) tal que o número de estrelas vistas por esse observador em seu ângulo sólido dω é P (θ, φ )dω? b) Verifique que o número total de estrelas observadas é invariante, isto é, que P (θ, φ )dω = N. Verifique também que lim v 0 P (θ, φ ) = N/4π. c) Ao calcular P (θ, φ ), você verificou que a distribuição não é isotrópica no referencial S. Em qual porção do espaço o observador em S encontrará a maior parte das estrelas? 5