Os Operadores Nacionais e a Garantia/Melhoria da Qualidade na Educação e Formação Profissional (EFP) João Barbosa Abril de 2015 1
A ANQEP aplicou um questionário online, em outubro de 2014. Caracterizar a situação relativamente à garantia e melhoria da qualidade na Educação e Formação Profissional (EFP). Implementação de Sistemas de Garantia da Qualidade Implementação de Mecanismos de Garantia da Qualidade Instrumentos utilizados Indicadores observados (Ref. EQAVET) Melhorias introduzidas
Nº de Entidades Inquiridas e nº de Entidades Respondentes 1000 900 858 800 700 600 500 400 300 293 (34%) 200 100 0 Inquiridas Respostas
As 293 entidades respondentes, distribuíram-se por 94 Escolas profissionais 120 Estabelecimentos de ensino público 51 Entidades formadoras certificadas pela DGERT 10 Centros de formação de gestão participada do IEFP 18 Estabelecimentos de ensino particular e cooperativo 4
Número de Entidades Inquiridas e de Respostas Recebidas 450 400 413 (48%) 350 300 250 200 177 (21%) 189 (22%) 150 100 50 0 94 (53%) Escola profissional 120 (29%) Estabelecimento de ensino público Entidade formadora certificada pela DGERT Nº de entidades Inquiridas Respostas 51 (27%) 56 (6.5%) 23 (2.7%) 10 (43%) 18 (32%) Centro de formação de gestão participada do IEFP Estabelecimento de ensino particular e cooperativo 5
Modelos de Garantia da Qualidade (GQ) Ferramentas (documentar, desenvolver, monitorizar e avaliar processos e resultados do ensino) melhoria da eficiência da oferta de EFP e da qualidade das práticas de gestão dos operadores 6
Modelos de Garantia da Qualidade (GQ) Entidades com e sem Sistemas de Garantia da Qualidade 90,0 80,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 54,3 45,7 41,7 58,3 60,8 39,2 33,3 66,7 49,8 50,2 30,0 20,0 20,0 10,0 0,0 Escola profissional Estabelecimento de ensino público Entidade formadora certificada pela DGERT Centro de formação de Estabelecimento de ensino gestão participada do IEFP particular e cooperativo Total N.º Com Sistema Gestão da Qualidade % N.º Sem Sistema Gestão da Qualidade % 7
Modelos de Garantia da Qualidade mais utilizados Sistema ISO 9001 Sistema CAF (Common Assessment Framework) Várias entidades referem a utilização de um sistema interno, p.e. comissões de autoavaliação e avaliação externa, observatórios da qualidade e a certificação pela DGERT. 8
Razões da não utilização de um Modelo de GQ Das entidades que não utilizam um modelo de GQ, 48% considera não ser necessário a sua implementação. Razões: A falta de recursos humanos A falta de conhecimentos na área Os custos inerentes ao processo 9
Com mecanismos Qualidade 87 Sem mecanismos Qualidade 60 Sem Sistema Gestão da Qualidade 147 0 20 40 60 80 100 120 140 160 10
Mecanismos GQ mais referidos Auto e heteroavaliação de alunos, de docentes e de pessoal não docente; Aplicação e análise de inquéritos; Planeamento e avaliação da atividade pedagógica; Aplicação de procedimentos contemplados no Manual da Qualidade; Realização de auditorias; 11
O que fazem os operadores nacionais para garantir e melhorar a qualidade no EFP? Visibilidade dos Modelos de GQ Documentos/suportes que melhor refletem as estratégias de qualidade utilizadas: Projeto Educativo Regulamento Interno Outras situações (p.e. Plataforma online). 120 100 80 110 105 90 60 40 43 20 0 Projeto Educativo Regualmento Interno Documento Específico Outras situações 12
O que fazem os operadores nacionais para garantir e melhorar a qualidade no EFP? Das entidades que utilizam um modelo de garantia da qualidade, 84% referem a existência de uma estrutura orgânica específica com responsabilidades atribuídas nesta matéria. Demonstrando a preocupação em avaliar/monitorizar a qualidade da sua oferta e das suas práticas organizacionais. Equipas de Gestão da Qualidade Observatório da Qualidade Grupos de Avaliação Das entidades que apenas utilizam mecanismos de garantia da qualidade, 63% referem não existir, na sua estrutura organizacional, uma equipa com competências especificamente orientadas para estas questões. 13
O questionário incidiu sobre: O tipo de informação utilizada na garantia da qualidade (tendo como referência os indicadores EQAVET); A periocidade com que a mesma é recolhida; A forma de publicitação dos resultados. 14
Algumas conclusões: - A maioria das entidades procede a uma recolha anual dos dados; - A sua publicitação é maioritariamente veiculada através de documentos produzidos pela entidade; - Alguma informação recolhida não é sequer publicitada; A publicitação dos resultados contribui não só para a transparência do modelo, mas também, para permitir aos stakeholders participar de forma proactiva na definição de estratégias e na tomada de decisões que permitam melhorar a qualidade da oferta de EFP. 15
Fases do Ciclo de Qualidade EQAVET Planeamento Definição de metas e objetivos apropriados e mensuráveis; Implementação Aplicação de procedimentos que assegurem o cumprimento das metas e objetivos definidos; Avaliação Desenvolvimento de mecanismos de recolha e tratamento de dados que sustentem uma avaliação fundamentada dos resultados esperados; Revisão/melhoria Desenvolvimento de procedimentos para atingir os resultados ainda não alcançados e/ou definição de novos objetivos, por forma a garantir a introdução das melhorias necessárias. 16
Procedimentos de GQ utilizados nas fases do ciclo Fase de planeamento Definição de metas e objetivos Participação dos profissionais da entidade na identificação de necessidades de formação Envolvimento de profissionais no planeamento da oferta formativa Participação de parceiros externos na identificação das necessidades de formação Fase de implementação Disponibilização de recursos em função das metas e dos objetivos a atingir Utilização das parcerias estabelecidas como suporte das ações a desenvolver Participação regular dos profissionais da entidade em ações de formação certificadas relevantes para melhorar o desempenho nas suas áreas de formação. 17
Procedimentos de GQ utilizados nas fases do ciclo Fase de monitorização/avaliação Satisfação dos formandos Desempenho dos profissionais da entidade Ajustamento da oferta formativa às expectativas dos profissionais da entidade e dos parceiros externos. Fase de revisão/melhoria Informação recolhida junto dos formandos e formadores sobre as experiências e contextos de aprendizagem; Revisão decorrente dos resultados da avaliação da oferta formativa. 18
Principais melhorias introduzidas pelas entidades Ao nível da oferta formativa - melhoria dos procedimentos de antecipação de necessidades formativas com base na auscultação dos diversos parceiros; maior diversidade ao nível das Áreas de Educação e Formação oferecidas e avaliação da qualidade da oferta desenvolvida. Ao nível da satisfação de todos os intervenientes do processo aplicação de inquéritos. Ao nível da elaboração e/ou reformulação de documentos e ferramentas de auditoria elaboração de documentos internos (p.e.formulários de autoavaliação); Ao nível do acompanhamento aos alunos introdução de mecanismos de recuperação periódicos e acompanhamento ao longo do desenvolvimento de projetos e atividades realizadas. Ao nível do serviço prestado - criação/reforço de parcerias e uniformização de processos/procedimentos e recursos técnico-pedagógicos. 19
Observações finais Muitos dos operadores ao referirem a utilização de um modelo ou de mecanismos de garantia da qualidade demonstram a preocupação em avaliar/monitorizar a qualidade da sua oferta e das suas práticas organizacionais. No entanto, se tivermos em consideração a aplicação efetiva do ciclo de garantia da qualidade, constata-se que 29% destas entidades não exemplificam melhorias introduzidas decorrentes das práticas de gestão da qualidade em uso - essenciais para uma prática de avaliação mais consistente e que se pretende sistémica. 20
Obrigado joao.barbosa@anqep.gov.pt 21