PROJETO de Documento síntese
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- Thais Canário Fragoso
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1 O Provedor de Justiça INSERIR LOGOS DE OUTRAS ORGANIZAÇÔES Alto Comissariado Direitos Humanos das Nações Unidas (ACNUDH) Provedor de Justiça de Portugal Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal Assembleia Nacional de Cabo Verde Ministério da Justiça de Cabo Verde PROJETO de Documento síntese Estabelecimento de instituições nacionais de direitos humanos em conformidade com os princípios de Paris Workshop para os países de língua Portuguesa Objetivo Estados envolvidos Parceiros Desenvolver e reforçar o sistema nacional de proteção dos direitos humanos nos países de língua portuguesa visando a longo termo a criação do seu próprio modelo em conformidade com os Princípios de Paris e reforço das instituições já existentes Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste ACNUDH (Genebra), Provedor de Justiça de Portugal, Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Assembleia Nacional de Cabo Verde e Ministério da Justiça de Cabo Verde Local Cabo Verde Datas 15 a 17 de outubro Antecendentes Nos últimos anos muitos países estabeleceram entidades independentes com o objetivo de promover e proteger os direitos humanos, geralmente conhecidas por Instituições Nacionais de Direitos Humanos (INDH). As INDH são instituições chave para a promoção e proteção dos direitos humanos em cada Estado, por contribuírem para a identificação de lacunas em matéria de direitos humanos, assegurando o estado de Direito. As INDH são cada vez mais reconhecidas a nível nacional e internacional como mecanismos essenciais para garantir o respeito pela efetiva implementação dos padrões internacionais em matéria de direitos humanos a nível nacional. Os Princípios relativos ao estatuto das Instituições Nacionais para a promoção e proteção dos direitos humanos, de 1993 (a seguir denominados Princípios de paris) são a principal fonte normativa para estas instituições. Os Princípios de Paris estabelecem as regras mínimas a que esses mecanismos/estruturas devem
2 2 obedecer para funcionar efetivamente: independência, pluralismo, mandato geral para proteger e promover direitos humanos, acessibilidade, autonomia funcional e estrutural, interação com a sociedade civil e, idealmente poderes para tratar das violações de direitos humanos. Existem mais de 100 INDH estabelecidas mundialmente; 69 foram já acreditadas com Estatuto A, em plena conformidade com os Princípios de Paris pelo Comité Internacional de Coordenação das Instituições Nacionais para a Promoção e Proteção de Direitos humanos (ICC). A maioria destas instituições é membro do ICC e dos grupos regionais de INDH. Estes grupos regionais, juntamente com o Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas (ACNUDH), apoia o estabelecimento e reforço de INDH através de mecanismos de capacitação a nível internacional, regional e local. Os Princípios de Paris não defendem nenhum modelo institucional particular permitindo que, de forma flexível, os Estados desenvolvam mecanismos específicos, com base nos padrões internacionais, tendo em consideração as suas especificidades e contexto nacional. As INDH podem ser Comissões de Direitos Humanos, Ombudsman, ou agências especializadas. Por esta razão, os Princípios de Paris são um quadro de referência para o estabelecimento de mecanismos/estruturas nos países de língua portuguesa, de forma a assegurar a sua legitimidade e eficácia. Um dos principais objetivos do ACNUDH é apoiar o estabelecimento e reforço dos sistemas nacionais de proteção de direitos humanos. O ACNUDH trabalha para este objetivo através da Secção de Instituições Nacionais e de Mecanismos Regionais (NIRMS) e os seus representantes locais apoiam este esforço de capacitação das INDH de forma a assegurar que estas instituições são criadas em conformidade com os Princípios de Paris. A ACNUDH trabalha em cooperação com outros parceiros e dá apoio ao Secretariado do ICC e do Sub Comité de Acreditação que atribui e revê o estatuto das INDH. Neste âmbito o ACNUDH tem organizado seminários para promoção do estabelecimento de INDH em vários países. Os workshops regionais mais recentes tiveram lugar nas Caraíbas (2011) e no sul de África (2010) visando a criação de INDH nos países dessas regiões. O Alto Comissário para os Direitos Humanos das Nações Unidas, na reunião anual do ICC de 2012 salientou no seu discurso inicial que as INDH são atores essenciais para a implementação a nível nacional das normas internacionais de direitos humanos. O Provedor de Justiça de Portugal têm igualmente tido um papel ativo na promoção de criação ou designação de INDH nos países de Língua Portuguesa, em conformidade com os Princípios de Paris e promoveu esta iniciativa em cooperação com o ACNUDH. INDH nos países de língua portuguesa Nos países de língua portuguesa, Portugal e Timor- Leste são os dois Estados que têm INDH acreditadas com Estatuto A pelo CIC, em conformidade plena com os Princípios de Paris. Neste Estados, estas INDH tem a sua base na respetiva Constituição e têm Estatuto próprio. 2. Fundamento Projeto, 15 junho
3 3 Os mecanismos criados em conformidade com os Princípios de Paris desempenham um papel de relevo no avanço do Estado de Direito e na proteção dos direitos humanos a nível nacional, garantindo o respeito a nível nacional dos padrões internacionais. Assim, o desenvolvimento das capacidades dos países de língua portuguesa para estabelecerem instituições baseadas nos padrões internacionais de direitos humanos existentes, com o objetivo de desenvolverem o seu próprio modelo, em conformidade com os princípios de Paris, é uma prioridade do ACNUDH. Em dezembro de 2008 a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a Resolução 63/169 sobre o papel de Ombudsman, provedor de justiça ou outras instituições de direitos humanos na promoção e proteção dos direitos humanos. Esta resolução encoraja a criação e o reforço de Instituições autónomas e independente. Também a Resolução 65/2007 encoraja as INDH existentes a trabalhar em conformidade com os princípios de Paris de forma a reforçar a sua independência e autonomia e apoiar os Estados na promoção e proteção dos direitos humanos. A Assembleia Geral, na sua Resolução n.º 64/161, sobre instituições nacionais para a promoção e proteção de direitos humanos, sublinhou a importância da autonomia e independência da instituição do Ombudsman, encorajou um aumento da cooperação entre as INDH e as associações de ombudsman nacionais e internacionais, e incentivou os Ombudsman a inspirarem-se ativamente nos padrões enumerados nos instrumentos internacionais e nos Princípios de Paris, fortalecendo a sua independência e o aumento da sua capacidade de agir como mecanismos nacionais de proteção de direitos humanos. O Secretário-Geral no seu relatório A/65/340 dirigido à Assembleia Geral sobre a função do Ombudsman, mediador e outras INDH, encorajou-as a cooperarem com o objetivo de fortalecer as suas capacidades de promoção e de proteção dos direitos humanos. 3. Objectivos O objetivo deste workshop é contribuir para o diálogo em material de direitos humanos nos países de língua Portuguesa, envolvendo membros ou representantes do Governo, parlamentares, sociedade civil e as INDH existentes, na criação ou reforço de mecanismos conformes com os Princípios de Paris. Os representantes dos países de língua portuguesa serão convidados a discutir os passos necessários para a sua criação, desenvolvimento ou adaptação das instituições existentes, em conformidade com os Princípios de Paris. Especificamente este workshop visa: Dotar os participantes dos meios e ferramentas desenvolvidos pelas Nações Unidas para o estabelecimento de Instituição Nacionais de Direitos Humanos (i.e. os Princípios da Paris); Trocar experiências e melhores práticas relativas aos Princípios de Paris; Criar um fórum de discussão sobre a implementação dos Princípios de Paris nos vários países de língua portuguesa; Discutir possíveis road maps e propostas de criação de mecanismos /estruturas em conformidade com os princípios de Paris nos países onde não exista INDH. 4. Resultados esperados Curto prazo Projeto, 15 junho
4 4 Um relatório final do workshop, com propostas em relação ao estabelecimento e reforço de INDH nos países de língua Portuguesa; Consciencialização dos Governos sobre o estabelecimento de INDH em conformidade com os Princípios de Paris, e um compromisso nesse sentido; Encorajar e apoiar um consenso e envolvimento nacional para a criação e reforço de INDH; Fornecer documentação sobre melhores práticas relativas ao reforço de INDH e seu papel na promoção e proteção de direitos humanos; Encorajar outras Equipas Nacionais das Nações Unidas (UNCTs) (em especial PNUD) a apoiar a ação dos Governos dos países de língua portuguesa na criação e reforço de INDH; coordenar um amplo leque de mecanismos (NU, cooperação bilateral etc.) para apoiar a ação dos Estados na criação e reforço de mecanismos/ estruturas, em conformidade com os Princípios de Paris; Aconselhamento na acreditação junto do ICC; Estabelecer ligações das INDH com os Grupos Regionais e Redes de INDH; Avançar no diálogo sobre a implementação dos Princípios de Paris nos países de Língua portuguesa. Longo prazo: (a) (b) Estabelecimento de INDH em conformidade com os princípios de Paris; Desenvolvimento de uma estratégia integrada para cada Estado para estabelecer ou reforçar uma INDH. 4. Estratégia Cabo Verde, através da Assembleia Nacional, será o país anfitrião. O workshop será organizado pelo ACNUDH e pelo Provedor de Justiça de Portugal com o apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, da Assembleia Nacional e do Ministério da Justiça de Cabo Verde. Outros parceiros serão convidados a desenvolver um papel ativo nesta iniciativa. Esta parceria visa consolidar uma nova capacidade nos países de língua Portuguesa e assistir estes Estados no estabelecimento de instituições em conformidade com os Princípios de Paris. 5. Metodologia Participantes O workshop juntará cerca de 40 participantes, representantes de Governos e INDH dos 8 países de língua portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde; Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tome e Príncipe e Timor Leste; representantes dos Parlamentos e da sociedade civil serão também convidados assim como as equipas nacionais do ACNUDH responsáveis por cada um dos países de língua Portuguesa. Oradores Os representantes das INDH acreditadas com estatuto A, incluindo Timor leste Portugal, e outros Ombudsman e INDH identificadas pelos organizadores. Peritos Projeto, 15 junho
5 5 das Nações Unidas e de outros mecanismos regionais poderão também ser convidados. Os representantes da ANCUDH e outros peritos facilitarão a discussão. Conteúdo O tema estruturante do presente Workshop será a contextualização dos padrões internacionais com particular atenção aos Princípios de Paris. Antes do workshop serão distribuídos aos participantes materiais de apoio. Durante o workshop serão analisadas as funções essenciais dos mecanismos/ estruturas criados em conformidade com os princípios de Paris (promoção e proteção dos direitos humanos, investigação e documentação de violação de direitos humanos, tratamento de queixas individuais, funções consultivas, alteração de legislação e educação em matéria de direitos humanos), métodos de trabalho e procedimentos. Formato O workshop terá a duração de 3 dias úteis. Terá uma sessão de abertura e uma sessão de encerramento e sessões de trabalho organizadas de acordo com o programa em anexo. Pretende-se que o workshop seja altamente interativo, com apresentações curtas e informais (instituições nacionais e ACNUDH) para lançar as discussões e encorajar a participação. A discussão deve permitir a troca de experiências, e ter como exemplo as boas práticas e indicadores das várias instituições. Um moderador coordenará cada sessão e facilitará a discussão. Deverá haver oportunidade de discutir com detalhe aspetos essenciais como requisitos legislativos, desenvolvimento de estratégias, recursos humanos, plano estratégico, consultas nacionais, mobilização de recursos, apoio internacional, etc. O objetivo das discussões será a elaboração de estratégias e de recomendações para o futuro. Agenda No primeiro dia será feito um enquadramento geral dos Princípios de Paris com enfoque nacional. O segundo dia será dedicado a funções essenciais, atividades e métodos de trabalho das instituições, em conformidade com os Princípios de Paris. Centrar-se-á no papel de promoção dos mecanismos dos Princípios de Paris, \incluindo função consultiva, advocacia e de divulgação e educação em matéria de direitos humanos, e na sua função de proteção, incluindo o acompanhamento, investigação e documentação de violações dos direitos humanos, bem como o tratamento das queixas individuais. O terceiro dia incidirá na interação das INDH nos níveis regionais e internacionais. No final do workshop será solicitado aos participantes serão solicitados a que refiram possíveis as ações futuras. Língua As línguas de trabalho serão o português e o inglês. O ACNUDH e o Provedor de Justiça de Portugal elaboração um relatório final em inglês. O Provedor de Justiça providencia uma tradução para língua portuguesa do relatório. Projeto, 15 junho
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