Documento em construção. Declaração de Aichi-Nagoya
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1 Documento em construção Declaração de Aichi-Nagoya Declaração da Educação para o Desenvolvimento Sustentável Nós, os participantes da Conferência Mundial da UNESCO para a Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS), de 10 a 12 de novembro de 2014, em Aichi-Nagoya, Japão, adotamos esta declaração e apelamos à ação urgente para fortalecermos ainda mais e expandirmos a EDS, de forma a capacitarmos as presentes gerações e respondermos às suas necessidades garantindo, ao mesmo tempo, que se acautelam as necessidades das gerações futuras, com uma abordagem equilibrada e integrada, tendo em conta as dimensões económicas, sociais e ambientais do desenvolvimento sustentável. Esta declaração reconhece que as pessoas são o centro do desenvolvimento sustentável e baseia-se nas conquistas da Década da EDS das Nações Unidas (NU), ; nas deliberações da Conferência Mundial da UNESCO para a EDS, em Aichi-Nagoya; e nas reuniões dos Stakeholders em Okayama, Japão, de 4 a 8 de novembro de 2014, nomeadamente, os eventos internacionais de EDS da Rede de Escolas Associadas da UNESCO, na Conferência da Juventude da UNESCO para a EDS, na Conferência Mundial de Centros Regionais de Especialistas, entre outros eventos e processos de consulta relevantes, incluindo as reuniões de ministérios regionais. Expressamos a nossa sincera gratidão ao Governo do Japão por receber a Conferência Mundial da UNESCO para a EDS. 1. Celebrando as importantes conquistas feitas pela Década da EDS ( ), em particular, ao aumentar a presença da EDS nos programas políticos nacionais e internacionais, desenvolvendo a legislação, melhorando o entendimento conceptual da EDS, gerando também boas práticas substanciais numa maior variedade de intervenientes; 2. Expressando o nosso agrado a muitos governos, entidades das NU, ONG, todos os tipos de instituições de ensino e formação, educadores e alunos nas escolas, comunidades e locais de trabalho, jovens, comunidade científica, universidades e outros intervenientes que se 1
2 comprometeram e participaram ativamente na implementação da Década da EDS, e à UNESCO pela liderança enquanto agência dinamizadora da década; 3. Lembrando o compromisso internacional para continuar a promover a EDS, incluído no documento resultado da Conferência das NU para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) de 2012, O Futuro que Nós Queremos; 4. Apontando que o Programa de Ação Global (PAG) para a implementação da EDS 1, confirmado pela 37ª sessão da Conferência Geral da UNESCO enquanto seguimento da Década da EDS e contribuição concreta para o programa pós-2015, almeja gerar e melhorar ações da EDS a todos os níveis e em todas as áreas de educação, formação e aprendizagem; 5. Reafirmando a EDS enquanto meio vital para a implementação do desenvolvimento sustentável, tal como reconhecido em acordos intergovernamentais sobre alterações climáticas (Artigo 6 da Convenção sobre Alterações Climáticas e o seu programa de trabalho de Doha), biodiversidade (Artigo 13 da Convenção da Diversidade Biológica e dos seus programas e consequentes decisões), redução do risco de catástrofe (Programa para a Ação de Hyogo, ), consumo e produção sustentáveis (Programa de Estilos de Vida e Educação Sustentáveis do Plano a 10 anos de Projetos sobre o Consumo e Produção Sustentáveis de ), e os direitos da criança (Artigos 24[2], 28 e 29 da Convenção sobre os Direitos da Criança das NU), entre outros; 6. Dando as boas-vindas ao crescente reconhecimento internacional da EDS enquanto elemento integral e transformador da educação e da constante aprendizagem inclusiva e de qualidade, capaz de desenvolvimento sustentável, tal como demonstrado pela inclusão da EDS enquanto objetivo no Acordo de Muscat adotado no Encontro Mundial da Educação Para Todos (2014) e a proposta para Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) pelo Grupo de Trabalho Aberto da Assembleia Geral das NU para os ODS; 7. Reconhecendo a instituição do Prémio UNESCO-Japão da EDS aprovada pelo Comité Executivo da UNESCO na sua 195ª sessão
3 Nós, os participantes, 8. Enfatizamos o poder da EDS de capacitar alunos para se transformarem a eles próprios e a sociedade em que vivem através do desenvolvimento de conhecimentos, competências, atitudes e valores necessários para enfrentarem a cidadania mundial e os desafios de contexto local do presente e do futuro, tais como o pensamento organizado e crítico, a resolução analítica de problemas, a criatividade, trabalhar em grupo e tomar decisões enfrentando a incerteza, e compreender a dimensão da interligação dos desafios e das responsabilidades globais que advêm dessa consciência; 9. Destacamos que a EDS é uma oportunidade e uma responsabilidade que deve envolver tanto os países desenvolvidos como os países em desenvolvimento na intensificação dos esforços para a erradicação da pobreza, redução de desigualdades, proteção do ambiente e crescimento económico, com vista a promover igualdade, mais sustentabilidade nas economias e nas sociedades beneficiando todo os países, especialmente aqueles mais vulneráveis, como são os Estados de Pequenas Ilhas em Desenvolvimento e os Países menos desenvolvidos; 10. Sublinhamos que a implementação da EDS deve ter em total consideração os contextos locais, nacionais, regionais e mundiais, bem como a contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável e a necessidade de respeitar a paz, a não-violência, a diversidade cultural, o conhecimento local e tradicional e os costumes e saberes nativos, e os princípios universais dos direitos humanos, da igualdade de géneros, a democracia e a justiça social; 11. Apreciamos os compromissos para a EDS expressos por todos os intervenientes através dos seus contributos específicos para o Lançamento de Compromissos do PAG; 12. Comprometemo-nos a construir e manter a força do lançamento do PAG nas suas cinco Áreas de Ação Prioritárias para a EDS, nomeadamente no apoio político, nas abordagens de todas as instituições, educadores, jovens e comunidades locais, através da educação e da constante aprendizagem inclusiva e de qualidade através de planos formais e não-formais; 3
4 13. Apelamos a todos os intervenientes interessados, inclusive aos governos e suas instituições e redes afiliadas, organizações e grupos de comunidades civis, ao setor privado, aos media, à comunidade académica e de investigação, a instituições de ensino e centros de formação bem como a entidades das NU, a agências de desenvolvimento bilateral e multilateral e a outros tipos de organizações intergovernamentais a vários níveis, para que: a) definam objetivos específicos, b) desenvolvam, apoiem e implementem atividades, c) criem plataformas para a partilha de experiências (incluindo plataformas TIC), e d) fortaleçam de forma sinergética os métodos de monitorização e avaliação nas cinco Áreas de Ação Prioritárias do PAG; 14. Encorajamos todos os intervenientes interessados, particularmente os Ministérios da Educação e todos os ministérios envolvidos na EDS, as instituições de ensino superior e as comunidades científicas a empenharem-se na produção colaborativa de conhecimento transformador, na sua disseminação e utilização, na promoção da inovação transetorial e transdisciplinar para a prática político-científica da EDS, de forma a enriquecer o processo de decisão e a aumentar a capacidade para o desenvolvimento sustentável, com ênfase no respeito e envolvimento da juventude enquanto agente fundamental. 15. Convidamos os governos dos Estados Membros da UNESCO a prosseguirem com os esforços para: a) Analisar os objetivos e valores em que se baseia a educação e determinar até que ponto a política educativa e o seu currículo estão a atingir as metas da EDS; reforçar a integração da EDS no ensino, na formação, e em estratégias para o desenvolvimento sustentável, dando especial atenção a abordagens holísticas de um sistema alargado e à cooperação e parceria entre atores do setor educativo, do setor privado, da sociedade civil e daqueles que trabalham nas várias áreas do desenvolvimento sustentável; e assegurar a educação, formação e desenvolvimento profissional de professores e de outros educadores para integrar a EDS no ensino e na aprendizagem de forma bem-sucedida; b) Financiar e mobilizar recursos substanciais para traduzir as políticas em ações, especialmente criando competências institucionais para a educação e aprendizagem formais e não-formais a nível nacional e subnacional pelas cinco Áreas de Ação Prioritárias do PAG; e 4
5 c) Refletir e fortalecer a EDS no programa pós-2015 e nos seguintes processos, garantindo, primeiro, que a EDS é mantida enquanto objetivo nas metas da educação e também integrada nos ODS enquanto tema transversal; e, segundo, que os resultados da Conferência Mundial da EDS (2014) são tidos em consideração no Fórum Mundial da Educação em 2015 que terá lugar em Incheon, na República da Coreia de 19 a 22 de Maio de 2015, 16. Pedimos ao Diretor-Geral da UNESCO que continue a: a) Garantir liderança mundial, apoiar uma política sinérgica e facilitar a comunicação para a EDS, em colaboração com os governos, outras entidades das NU, parceiros de desenvolvimento, setor privado e sociedade civil, de acordo com o Roteiro para Implementar o Programa de Ação Global para a implementação da EDS 2 da UNESCO; b) Facilitar as parcerias e mobilizar redes, incluindo a Rede de Escolas Associadas da UNESCO (ASPnet), responsáveis da UNESCO, Centros sob o auspício da UNESCO, a Rede Mundial das Reservas da Biosfera e os Sítios Património Mundial, bem como os Grupos e Associações da UNESCO; c) Defender a importância de assegurar recursos adequados, incluindo fundos, para a EDS. Aichi-Nagoya, Japão, novembro de
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