Ações de implementação da Justiça Restaurativa no Estado de São Paulo na Coordenadoria da Infância e Juventude
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- Fátima Bicalho Teves
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1 Ações de implementação da Justiça Restaurativa no Estado de São Paulo na Coordenadoria da Infância e Juventude Resolução da Corregedoria Geral de Justiça do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo Escola Paulista da Magistratura Política institucional Janeiro de 2015
2 Ações de implementação da Justiça Restaurativa no Estado de São Paulo: breve relato Fundamentação (a) (b) (c) (d) (e) a Justiça Restaurativa não se limita a uma técnica de resolução de conflitos, mas um feixe de ações coordenadas (um programa) que prevê metodologias de resolução e transformação de conflitos; mais, concomitantemente, prevê também ações que levem a mudança da instituição onde tais práticas são desenvolvidas; e, ainda, prevê a articulação de Rede locais em torno destas ações; importa realizar formações que abrangem, portanto, estes três eixos e também a gestão de implementação de projetos; importa criar polos irradiadores que apoiem o desenvolvimento de ações regionais e, portanto, é necessário ter uma estrutura administrativa coordenadora destas ações; é fundamental haver uma supervisão técnica continuada, com pessoas previamente capacitadas para tanto; é fundamental realizar pesquisa cientifica, visando a produção de conhecimento que contribua para a fortalecimento das ações; (f) importa perceber que a Justiça Restaurativa se diferencia da mediação (sem descuidar em nenhum momento da fundamental importância deste instituto contemplado em diversas outras ações pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, principalmente por meio dos CEJUSCs), sob pena de perder a sua potência transformadora institucional e cultural. (g) Importa que os locais onde as práticas restaurativas ocorrem sejam adequados para a realização das mesmas, bem como para o desenvolvimento de ações que cuidem da dimensão institucional e social do conflito ou da situação de violência. Estas percepções foram construídas nos dez anos de implementações da Justiça Restaurativa no Estado de São Paulo e, especialmente, com base no trabalho de consultoria especializada realizado previamente (especialmente quanto a implementação dos polos irradiadores), que foi anteriormente contratado pela Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
3 Tendo tais nortes, a Coordenadoria da Infância e Juventude pioneiramente criou uma estrutura administrativa de Justiça de Justiça Restaurativa (o âmbito do Tribunal de Justiça) e estendeu a consultoria especializada em Justiça Restaurativa para qualificar a gestão de implementação de suas ações, bem como a produção de conhecimento junto a Escola Paulista da Magistratura (espaço apropriado para a realização de formações). Diante deste quadro, atualmente temos a seguinte estrutura de implementação. Na Coordenadoria da Infância e Juventude: (a) há uma estrutura administrativa na Coordenadoria de Infância e Juventude de apoio aos magistrados e comunidade em geral que busquem implementar a Justiça Restaurativa; (b) foi instituído um grupo gestor para a implementação das ações de Justiça Restaurativa; (c) foram criados polos irradiadores de implementação de Justiça restaurativa; como, por exemplo, na Comarca de Tatuí e Santos; (d) esta sendo desenvolvida a consultoria especializada em JR, incluindo uma formação em gestão de implementação em JR para Juízes, Promotores, Defensores e técnicos para até cinco regiões que se tornarão polos irradiadores. Por sua vez, na Escola Paulista da Magistratura, que possui desde de 2005 um Centro de Estudos de Justiça Restaurativa, foram criados: (a) um eixo de formação, estando em curso atualmente uma formação em Justiça Restaurativa de modo interdisciplinar; (b) um eixo de pesquisa cientifica, tendo sido criado um núcleo de estudos em pesquisa cientifica; (c) um eixo de prática, estando sendo criado um laboratório de práticas restaurativas; e, por fim, (d) um eixo de promoção da Justiça Restaurativa, composto de um feixe de ações de divulgação de conhecimento, como seminários e palestras. Além disso a Corregedoria Geral de Justiça do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo pioneiramente publicou uma Provimento (CG n. 35/2014) normatizando o procedimento a ser adotado pelo Poder Judiciário, quando as práticas restaurativas forem realizados em casos jurisdicionalizados, nas Varas da Infância e Juventude. Passamos agora a detalhar o plano de trabalho da consultoria especializada em Justiça Restaurativa e algumas ações desenvolvidas pela Coordenadoria: Ações da Coordenadoria da Infância e Juventude - CIJ: Entendendo que a Coordenadoria da Infância e Juventude tem um papel central no avanço da Justiça Restaurativa, por ser um órgão orientador de políticas, produtor de conhecimento e que ampara iniciativas regionais, a 1 a etapa da proposta de consultoria de implementação da Justiça Restaurativa junto a CIJ, foi desenvolvida por meio de ações que visaram consolidar e expandir o núcleo de Justiça Restaurativa, possibilitando que se torne, cada vez mais, uma referência teórico e prática nesta área.
4 O setor de Justiça Restaurativa foi legitimado a ponto de ter publicado no Diário Oficial sua estruturação, bem como foi denominada uma representante do Núcleo de Apoio Profissional de Serviço Social e Psicologia da Coordenadoria para a assumir a representação institucional a nível técnico. Este e outros avanços mostraram a urgência de se avançar neste tema, se qualificando o discurso e alinhando os pontos comuns desta prática. Com base na produção de conhecimento gestado durante o período da consultoria feita com este fim - que visava consolidar o trabalho de Justiça Restaurativa desenvolvido no Estado de São Paulo desde 2004/2005, possibilitando que este assunto dialogue de maneira próxima e que potencialize a missão e o plano de trabalho da Coordenadoria - se constatou que se tinha uma trajetória que trazia consistência técnica e teórica suficiente para validar critérios e sugerir indicativos para a implementação e consolidação da Justiça Restaurativa no Estado de São Paulo. Além disso, como resultado do trabalho realizado foram implementados os seguintes Polos Irradiadores de Justiça Restaurativa 1. São Paulo 2. Guarulhos 3. Santos 4. Tatuí 5. Itajobi 6. Tietê Em processo: 1. São Vicente 2. Laranjal Paulista 3. Sorocaba 4. Socorro 5. Adamantina 6. Nova Odessa Por tal motivo, a CIJ optou pela continuidade da consultoria agregando valor ao que já estava satisfatoriamente em curso. Consequentemente, com base em tal consultoria, estão previstas para serem feitas: a - aprofundamento e aprimoramento da estruturação da Seção de Justiça Restaurativa junto à Coordenadoria da Infância e da Juventude; b supervisão e acompanhamento dos integrantes capacitados em Justiça Restaurativa por conta da consultoria anteriormente contratada, visando à expansão e estruturação dos projetos de Justiça Restaurativa já iniciados;
5 c elaboração de fluxos de comunicação e integração da Coordenadoria da Infância e da Juventude com a Escola Paulista da Magistratura e Corregedoria Geral da Justiça para a articulação de ações de Justiça Restaurativa no âmbito do Poder Judiciário do Estado de São Paulo; As ações que serão desenvolvidas para alcançar tais objetivos gerais são: - criação de fluxos que possibilitem o fortalecimento da identidade do grupo de gestores de Justiça Restaurativa da Coordenadoria da Infância e da Juventude, apoiando no gerenciamento das demandas decorrentes da implementação dos projetos estabelecidos no Estado, bem como na consolidação e expansão das ações em curso; - estruturação da seção de Justiça Restaurativa do Núcleo de Apoio Profissional de Serviço Social e Psicologia da Coordenadoria, fortalecendo o fluxo interno de comunicação, bem como sua identidade de trabalho, e sistematizando o avanço da Justiça Restaurativa no âmbito institucional; - realização da supervisão teórica e prática dos trabalhos desenvolvidos pelos participantes durante seu processo de formação em Justiça Restaurativa, acompanhando presencialmente e à distância as atividades desenvolvidas, oferecendo o suporte e apoio necessários para que o processo de aprendizagem ocorra, os conteúdos sejam apreendidos e a incorporação de tais saberes seja efetivada; - suporte teórico e prático aos participantes do primeiro grupo formado na Coordenadoria da Infância e da Juventude (em decorrência da consultoria anteriormente contratada), criando, na prática, os polos irradiadores nas respectivas regiões e fornecendo condições de expansão do trabalho para outros participantes e instituições, na lógica da interconexão e constituição de uma rede de atendimento restaurativa; - criação de um fluxo de comunicação e integração com a Escola Paulista da Magistratura, possibilitando que as ações desenvolvidas nas duas instituições fortaleçam a Justiça Restaurativa no âmbito do Tribunal de Justiça. Como se verifica, os objetivos detalhados nestas ações pela Coordenadoria da Infância e Juventude visa tornar referido órgão detentor da tecnologia e do instrumental social necessário para cumpra de modo adequado e com qualidade o objetivo inserido em seu planejamento estratégico, a saber: apoiar, divulgar, orientar e acompanhar ações, projetos e propostas de Justiça Restaurativa na área da Infância e Juventude e nas Varas Judicias respectivas. A primeira fase de estruturação das ações de Justiça Restaurativa na Coordenadoria da Infância e Juventude apresentou resultados efetivos exitosos, mostrando a importância de dar continuidade no desenvolvimento destas ações para o efetivo enraizamento desta metodologia de resolução e transformação de conflito, que vai ao encontro de todos princípios que formam o Estatuto da Criança e do Adolescente. Fazem parte destes desdobramentos iniciais, obtidos na 1a etapa do trabalho nas regiões envolvidas no processo, entre elas Guarulhos, Santos, Departamento de Execuções de Medidas Socioeducativas da Capital e Tatuí.
6 Além disso, a CIJ vem fazendo articulações institucionais com o Ministério Público do Estado de São Paulo e Defensoria Pública do Estado de São Paulo, bem como com o CEJUSC/TJ visando o desenvolvimento das ações de Justiça Restaurativa em conjunto com tais instituições e/ou setores. Acrescente-se que foi realizado um mapeamento em todas as Comarcas do Estado de São Paulo, identificando as localidades que estão realizando ações de Justiça Restaurativa. Com base em tais levantamentos, a Coordenadoria está organizando encontros com os responsáveis pela implementação dos projetos a fim de estarem sendo acompanhados, apoiados e supervisionados pela CIJ. ESCOLA PAULISTA DA MAGISTRATURA. Entendeu-se que o espaço apropriado para a realização das formações é a Escola Paulista da Magistratura. Por tal motivo, foi idealizada a seguinte estrutura de formação: a. Uma formação de Gestores, envolvendo representantes do Judiciários e de instituições parceiras na implementação da JR, de acordo com as peculiaridades de cada localidade. Tal formação, visa qualificar tais gestores, para que os mesmos possam elaborar os projetos de implementação de JR e indicar as pessoas para serem facilitadores restaurativos; b. Uma formação de facilitadores, com supervisão prática; c. Uma formação de multiplicadores. CORREGEDORIA GERAL DE JUSTIÇA Foi publicado o Provimento CG n. 35/2014 que disciplina os procedimentos de Justiça Restaurativa no âmbito das Varas da Infância e Juventude da Capital. Egberto de Almeida Penido Juiz da 1 a Vara da Infância e Juventude da Capital de São Paulo; Juiz responsável pela área da Justiça Restaurativa na Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça São Paulo; Coordenador no Núcleo de Estudos de Justiça Restauartiva da Escola Paulista de Magistratura
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