Competitividade do Agronegócio Soja. Desafio da Agregação de Valor



Documentos relacionados
Tributação na Indústria de Óleos Vegetais

Conjuntura e perspectivas. Panorama do mercado de extração de óleos

Indústria brasileira de bens de capital mecânicos. Janeiro/2011

A China e o agronegócio brasileiro: Complexo Soja


NOVA CONTRIBUIÇÃO. Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins Não cumulatividade plena. Agosto/2015. Ministério da Fazenda

NOVA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO

ASPECTOS FISCAIS NAS EXPORTAÇÕES

A Transformação e a Reciclagem de Material Plástico. Estrutura e desafios

O futuro da tributação sobre o consumo no Brasil: melhorar o ICMS ou criar um IVA amplo? Perspectivas para uma Reforma Tributária

Programas para consolidar e expandir a liderança. PDP setembro/09 PROGRAMAS PARA CONSOLIDAR E EXPANDIR A LIDERANÇA CELULOSE E PAPEL

INCIDÊNCIA DE TRIBUTOS NAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS.

Avaliação do Plano de Desenvolvimento Produtivo Departamento de Competitividade DECOMTEC / FIESP

A Reforma Tributária e o Desenvolvimento

Manual De Sped Fiscal E Sped Pis / Cofins

Portfólio de serviços - 1

Perspectiva da Indústria de Autopeças no contexto do Inovar-Auto

Planejamento Tributário: O desafio da Logística

PLANO BRASIL MAIOR MEDIDAS TRIBUTÁRIAS

A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS instrumentos, avanços e oportunidades A VISÃO DA INDÚSTRIA

TRIBUTAÇÃO ESTADUAL INCENTIVOS FISCAIS E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: REGRAS E LIMITES DE IMPLEMENTAÇÃO

RESENHA TRIBUTÁRIA ATUALIZADA

Medidas de Incentivo à Competitividade. Min. Guido Mantega 05 de Maio de 2010

Como avançar na melhoria do sistema tributário brasileiro: uma agenda para o curto e o médio prazo

Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais

Sede Nacional Sede N a N ci c o i nal l - SP

11 Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública

XII Congresso de Direito Tributário Em Questão Política Tributária: O ICMS e a Tributação na Origem ou no Destino

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Propostas do Governo para o ICMS

Gerar EFD Contribuições Lucro Presumido

IMPOSTOS SOBRE O LUCRO! Imposto de Renda e Contribuição Social! As alterações mais recentes da legislação da Contribuição Social

Aspectos Tributários

O IMPACTO DOS TRIBUTOS NA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Versão 06/2012. Substituição Tributária

Indústria Automobilística: O Desafio da Competitividade Internacional

Perspectivas da Economia Brasileira em 2013 e Reforma do ICMS Interestadual

Avaliação Estratégica a partir da nova carga fiscal nas corretoras de seguros

SAD Gestor ERP. Módulo Estoque. Cadastro de Produto Escrita Fiscal. Seja Bem Vindo!

PIS/ COFINS EM NOTÍCIAS

SINDIMATEs RS/SC/PR/MS

Workshop Reforma tributária: reflexos sobre empresas e regiões

Reforma Tributária A Visão do Consumidor de Energia

SAFRAS & CIFRAS TRIBUTAÇÃO INCIDENTE SOBRE FATURAMENTO - PARTE II EMPRESÁRIO RURAL PESSOA JURÍDICA

RESOLUÇÃO N 007 /2014

I CASOS PRÁTICOS DACON Segue abaixo orientações quanto ao preenchimento prático de informações a serem prestadas em Dacon através de exemplos

Contmatic - Escrita Fiscal

Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil

ALTERAÇÕES NA LEI GERAL DAS MICROEMPRESAS, EMPRESAS DE PEQUENO PORTE E DO MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL

Mobilidade Urbana em Regiões Metropolitanas

HARMONIZAÇÃO FISCAL: COMPETIÇÃO OU COORDENAÇÃO NOS PAÍSES DO MERCOSUL

Entraves às exportações brasileiras limitam o crescimento das vendas ao exterior

A CHINA NO MERCADO DE COMMODITIES MINERAIS: O CASO DAS ROCHAS ORNAMENTAIS

PIS/ COFINS EM NOTÍCIAS

INOVAR E INVESTIR PARA SUSTENTAR O CRESCIMENTO DESONERAÇÃO E EQUALIZAÇÃO

CRÉDITO ACUMULADO ICMS

ANÁLISE DE COMPETITIVIDADE RAÇÕES

O Futuro da Indústria Química CARLOS FADIGAS

Além disto, haverá uma nova forma de financiamento do Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) para exportações indiretas. O chamado ACC Indireto

Biodiesel no Brasil. A Visão da Indústria de Óleos Vegetais. Márcio Nappo. Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais

INTRODUÇÃO A SOJA CONTÉM

Suposta Guerra Fiscal dos Portos e a Inconstitucionalidade da Resolução 72/2010 do Senado Federal

Bernard Appy LCA Consultores. TRIBUTOS E ENCARGOS SOBRE A ELETRICIDADE: Impactos sobre a Eficiência Econômica

PROGRAMA DE FINANCIAMENTO ÀS EXPORTAÇÕES: PROEX

Carga Tributária e seus Efeitos na Economia

Tributos em orçamentos

Instrumentos Econômicos para aplicação da PNRS

AGRONEGÓCIO BRASILEIRO ALAVANCA DO MERCADO INTERNO DESAFIOS LOGÍSTICOS FLORIANÓPOLIS AGOSTO 2013

INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA: EFICIÊNCIA EM PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO. Desenvolvido por:

FORMAÇÃO DO PREÇO DE EXPORTAÇÃO REGISTRO DE EXPORTAÇÃO (SISCOMEX)

Desoneração da carga tributária. (versão preliminar)

Conselho Temático Permanente da Micro e Pequena Empresa O Simples Nacional e o ICMS

2011/2014. Medidas. Agendas Estratégicas Setoriais. medidas em destaque. Estímulos ao Investimento e à Inovação Comércio Exterior

REGIME ESPECIAL DE TRIBUTAÇÃO

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 476, DE 2009

AGROMENSAL CEPEA/ESALQ Informações de Mercado

LAY-OUT ARQUIVOS DE INTEGRAÇÃO (Notas Fiscais e CTRC)

ICMS ANTECIPADO ESPECIAL - NÃO OPTANTES DO SIMPLES NACIONAL

RECEITA FEDERAL DO BRASIL /FIESP. Bens de Capital e Infraestrutura

ORIENTAÇÕES PARA PREENCHIMENTO DA NOTA FISCAL ELETRÔNICA DE IMPORTAÇÃO

Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais

ASSESPRO/NACIONAL DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO - PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO DA MP 540/2001

Fluxograma - Configuração EFD Contribuições (Lucro Presumido)

CARGA TRIBUTÁRIA SOBRE AS Micro e pequenas empresas RANKING DOS ESTADOS 2012

O que é Substituição Tributária de ICMS e sua contabilização

Plano BrasilMaior A PolíticaIndustrial Brasileira. Inovar para competir. Competir para crescer.

O MERCADO DE SOJA 1. INTRODUÇÃO

Artigos incluídos ou alterados pela Proposta:

As dificuldades da logística Reversa do Material Plástico no Brasil

Eficiência Tributária

CRÉDITOS DE ICMS: ALTERNATIVAS E SOLUÇÕES PARA EMPRESAS

Debate Sobre a Desoneração da Folha de Pagamento

2010/2015 SINDIPEÇAS

A importância das exportações de serviços e da internacionalização das empresas brasileiras

Gestão da Carga Tributária. Clube de Empresários CIESP Leste 14/10/2015

A TRIBUTAÇÃO NO SETOR DE ALIMENTOS

NÚCLEO DE METALMECÂNICAS

Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais

Avaliação do Plano MAIO de DE2011 Desenvolvimento Produtivo Departamento de Competitividade e Tecnologia DECOMTEC / FIESP

Política de comércio exterior brasileira. Welber Barral

Transcrição:

Competitividade do Agronegócio Soja Desafio da Agregação de Valor Reunião das Câmara Setoriais Agosto de 2013 Fabio Trigueirinho

Importância do Agronegócio Soja Ano comercial 2013/2014 Safra 81,6 Processamento 36,7 Exportações Farelo 13,8 27,9 Consumo Interno 14,0 Exportações Óleo 1,5 7,0 Consumo Interno 5,5 Biodiesel 2,0 Exportação 39,5 Aproximadamente 67% da produção é exportada O crescimento da indústria depende da competitividade das exportações Fonte: ABIOVE. Obs.: dados em milhões de toneladas.

Fretes Fonte: MDIC/SECEX, ESALQ-LOG, ABIOVE

Desafio Brasileiro Brasil: Mix de exportações do complexo soja 100 90 Grão 80 87% Farelo + Óleo 73 % 70 60 50 40 30 20 10 0 13% Lei Kandir 27 % 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 O Brasil tem perdido representatividade na exportação de produtos devido à falta de isonomia tributária Fonte: ABIOVE. * Percentual da receita de exportação.

Desafio Brasileiro Competitividade Principais Processadores Políticas Públicas China Argentina Brasil EUA Proteção ao mercado de produtos Apoio à exportação de produtos Incentivo à exportação de matérias-primas Proteção ao mercado interno de produtos Apoio governamental ao investimento Diferencial tributário de exportação (DTE) Falta de isonomia na exportação ICMS Tarifa elevada no óleo de soja Fornecimento de matériaprima pelo governo Fornecimento de energia subsidiada Falta de isonomia na exportação FUNRURAL Escalada tarifária Acumulo forte de créditos Falta de saídas tributadas Barreira técnica ao óleo de soja. Crédito Presumido - Falta total de liquidez após Lei 12.839 Controle das licenças de importação do farelo de soja Redução do crédito presumido

Estudo OMC The soybean value chain is a good example. About 95 per cent of Brazil s soybean exports to China in 2009 were unprocessed beans. In contrast, there were virtually no exports of soybean meal, flour or oil to China. In order to pursue its strategy of promoting the Chinese soybean processing industry, China imposed a tariff of nine per cent on soybean oil imports, while the tariff on unprocessed soybean imports was only three per cent. Imports of products based on processed soybeans were also levied at a higher value-added tax rate in China than were unprocessed beans. 6

Desafio Brasileiro 1. Falta de isonomia entre matéria-prima e produtos na exportação: a) Na Contribuição Social Rural (Funrural): não incidência nas exportações diretas pelo produtor. b) No ICMS: incidência nas operações interestaduais de matéria-prima. 2. Forte Acúmulo de créditos de PIS e Cofins após a Lei 12.839/13: (Novo ônus a exportação de valor agregado) a)redução do crédito presumido do óleo e farelo b)perda de liquidez nos créditos ordinário e presumido 3. Falta de isonomia tributária com a Argentina - Diferencial Tributário

O PRODUTOR RURALpode exportar diretamente sua soja, não havendo necessidade de formar empresa para isto, podendo fazê com seu CPF. Quais as principais vantagens de exportação direta? - A não-incidência de INSS (Funrural) 2,3 % -Melhor forma de fixação do preço final que éfeito diretamente na CBOT - Acesso a linhas de crédito mais baratas, somente disponíveis para exportadores (ACC) Fonte: http://www.centrograos.com.br/site/cg/site/exportacao.php

Desafio Brasileiro Alíquota de ICMS: Exportação de soja in natura: antes da Lei Kandir após a Lei Kandir Tributação na exportação de matéria-prima Sobra de ICMS Em qualquer Estado SOJA 13% Mercado Externo Exportação de farelo e óleo: Tributação na compra de matéria-prima Tributação na exportação de produtos Sobra de ICMS A B No mesmo Estado da indústria Em outro Estado SOJA SOJA Diferimento do ICMS ICMS interestadual 12% Indústria Processadora Produção de Farelo e Óleo Farelo e Óleo Farelo e Óleo Alíquota média de ICMS Mercado Externo Óleo Externo Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 1 Alíquota média de ICMS 1 Mercado Externo 2% 12%

Crédito Presumido Lei 10.925/04 Lei 12.350/10 Lei 12.839/13 PLV da MP 615 1) Alíquota (%) 4,625 4,625 4,625 2,5 2) Base de Cálculo Tributação da Indústria Processadora de Soja Compra de soja Compra de soja Compra de soja, na proporção das vendas de farelo Venda dos produtos (farelo, óleo) Redução significativa do valor do crédito presumido

1) Mercado Interno Tributação da Indústria Processadora de Soja Tributação PIS e COFINS (%) Lei 10925/04 Lei 12350/10 Lei 12.839/13 a) Farelo 9,25 Suspensão Suspensão b) Óleo 9,25 9,25 Zero 2) Exportação Não incidência Não incidência Não incidência A indústria não tem mais saídas tributadas e acumula créditos

1) Compensação com débitos de PIS/Cofins Farelo e Óleo 2) Compensação com outros tributos federais (RFB) 3) Ressarcimento em dinheiro (Fiscalização in loco) 4) Ressarcimento expresso (Fiscalização eletrônica) Tributação da Indústria Processadora de Soja Aproveitamento dos Créditos - Proposta Lei 10.925/04 Lei 12.350/10 Lei 12.839/13 PLV da MP 615 Sim Só óleo Não Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Não Crédito Ordinário Crédito Presumido A competitividade da indústria passaráa ser dependente da agilidade no ressarcimento do crédito presumido.

Estratégia para a Agregação de Valor Medidas imediatas - restabelecer a competitividade internacional 1.Implementar o programa de ressarcimento acelerado de crédito presumido de PIS/Cofins da indústria de óleos vegetais (MP 615). 2.Incluir o farelo e o óleo bruto de soja no Reintegra. 3.Desonerar a indústria do Funrural.