Samuel Cogan Cogan 2012



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Transcrição:

Samuel Cogan

Roteiro 1. Por que Contabilidade Lean? 2. Descrever as características básicas da Manufatura Lean 3. Explicar o básico da Contabilidade lean 2

Por que Contabilidade Lean? 3

Histórico Lean 1985: MIT indústria automobilística 90 plantas montadoras de veículos 17 países; 1990: Resultado da pesquisa livro The Machine That Changed The World (Womack, Jones e Roos); Cunhado o termo LEAN para caracterizar o TPS (Toyota Production System) que se apresentou como novo paradigma em contraponto à produção em massa; Alta variedade e baixos volumes com custos mínimos, investimentos reduzidos e elevados padrões de qualidade; Menor presença: de operários em fábrica, de espaço para fabricação, de ativos fixos, de tempo para desenvolver novos produtos, de estoques, de defeitos etc. do que a produção em massa; 4

Por que Lean Accounting? Produção em Massa vs Produção Lean MASSA Inv Inicial 1,450,000 Compr. MD 950,000 Mão-de-obra Direta 900,000 Custos Ind. Fabr. 350,000 SubTotal 2,200,000 - Inv. Final 1,450,000 Custos Totais 2,200,000 Receita Total 3,000,000 Lucro (perda)-pré imp. 800,000 Fluxo Caixa-pré imp. 800,000 LEAN Inv Inicial 1,450,000 Compr. MD 500,000 Mão-de-obra Direta 900,000 Custos Ind. Fabr. 350,000 SubTotal 1,750,000 - Inv. Final 150,000 Custos Totais 3,050,000 Receita Total 3,000,000 Lucro (perda)-pré imp. (50,000) Fluxo Caixa-pré imp. 1,250,000 5 Adaptado de Lean Thinking by Womack

Manufatura Lean 6

Manufatura Lean Uma abordagem de operação projetada para eliminar o desperdício e maximizar o valor para o cliente Caracterizada pela entrega Do produto certo Na quantidade certa Com a qualidade certa (zero-defeito) Na hora certa que o cliente precisa Ao mais baixo custo possível 7 Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009)

Manufatura Lean Princípios do Pensamento Lean: Especificar precisamente o valor para cada produto particular Identificar o fluxo de valor Fazer o valor fluir sem interrupção Deixar o cliente puxar o valor do produtor Perseguir a perfeição 8 Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009)

Manufatura Lean Valor pelo Produto Valor é determinado pelo cliente O valor de um produto para o cliente é a diferença entre realização e sacrifício Realização é o que o cliente recebe Sacrifício é o que o cliente desiste das características básicas e especiais do produto, como qualidade, marca, e reputação 9 Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009)

Fluxo de Valor Manufatura Lean O fluxo de valor é constituído de todas as atividades, tanto as que agregam quanto as que não agregam valor, requeridas para trazer uma família de produtos ou serviços de seu ponto inicial até o produto acabado nas mãos do cliente 10 Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009)

Vendas Entrada do Pedido Manufatura Lean Fluxo de Valor do Atendimento do Pedido Configuração do produto Programa ção Compras Movimentação de Materiais Faturamento do Cliente Caixa e Contas a Receber Embalagem & Expedição Células de Produção Manutenção Engenharia de Produção Contabilidade de Custos Planejamento da Produção Serviços Pós-Venda Qualidade Serviço ao Cliente Fonte: Maskell e Baggaley (2004) 11

Fluxo de Valor Manufatura Lean Atividades que agregam valor (AV) são as que os clientes desejam pagar Atividades que não agregam valor (NAV) são as que os clientes não desejam pagar, e são fáceis de remover do processo (desperdícios) Atividades que não agregam valor (NAV) que os clientes não desejam pagar, mas são necessárias sob as condições existentes no processo Tipos/exemplos de fluxos de valor Da concepção do produto ao lançamento Atendimento do pedido Fluxo de valor do produto novo Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009) 12

Os Sete Tipos de Desperdícios 1. Superprodução ocorre quando se produz mais do que o necessário; 2. Retrabalho/correção ocorre em consequência dos retrabalhos e perdas em materiais/peças/produtos defeituosos; 3. Superprocessamento ocorre quando um determinado passo do processo não agrega valor ao produto; 4. Inventário ocorre em consequência de estocagem de produtos acabados, produtos em processo, matérias primas, etc; 5. Movimentação de materiais ocorre nos deslocamentos ou estoques temporários, criando passeios de materiais, funcionários e equipamentos; 6. Movimentação do operador ocorre pelo excessivo movimento das pessoas que operam as instalações de fabricação; 7. Tempo de espera ocorre quando o operário permanece ocioso, assistindo uma máquina em operação; Fonte; Ohno (1997) 13

Manufatura Lean Identificando os fluxos de valor Matriz bi-dimensional Atividades/processos em um dos eixos Produtos no segundo eixo Roda Entrada do Planejamento Compras Célula de Célula de Teste de Embalagem & Faturamento Modelo Pedido da Produção Alumínio(a) Aço(b) Esforço(c) Expedição A X X X X X X B X X X X X X C X X X X X X X D X X X X X X X 14 Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009)

Manufatura Lean Fluir o valor Reduzidos tempos de preparação/troca de máquina Reduz o desperdício devido aos tempos de movimentação e espera Viabiliza a produção de lotes menores em maior variedade Manufatura celular Escolhida fora da estrutura departmental porque reduz o tempo de processamento, diminui o custo do produto, melhora a qualidade e aumenta a entrega no tempo As células contém todas as operações tão próximas quanto possível necessárias para produzir uma determinada família de produtos Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009) 15

Layout Departamental Atual para a Produção de 10 unidades Movimentação e Espera 16min 5 minutos Furadeira Espera deira 8 min Manufatura Lean Esmerilha- 4 minutos 3 minutos Furadeira Esmerilha- Espera Torno deira 8 min 3 minutos Inspeção Movimentação e Espera 8 min & Acabame Furadeira Esmerilha- Torno deira Tempo do Processo Azul: Tempo do processo; Agregador de valor Vermelho: Movimenta ção e espera; Não agregador de valor Furação... 50 minutos Torno... 30 minutos Esmerilhadeira... 40 minutos Insp. & Acab.... 30 minutos Processamento Total... 150 minutos Movim. e Espera... 40 minutos Total de tempo do Lote... 190 minutos Tempo de processamento que agrega valor = 150 minutos Tempo de processamento que não agrega valor = 40 minutos 16 Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009)

Manufatura Lean Célula de Produção Proposta para a Produção de 10 unidades do Produto X 3 minutos 5 minutos Torno Furadeira 4 minutos Esmerilhadeira 3 minutos Inspeção & Acabamento Tempo processando (dez unidades) Tempo decorrido Primeira unidade...15 minutos Segunda unidade...20 minutos (o processo começa 5 minutos depois do primeiro) Décima unidade... 60 minutos Tempo economizado sobre a produção tradicional: 150min 60min=90 min 17 Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009)

Puxar o Valor Manufatura Lean A manufatura lean usa um sistema de puxar a demanda onde a produção é disparada pelo pedido do cliente Elimina o desperdício pela produção de um produto somente quando é necessário, e somente nas quantidades demandadas pelos clientes Nenhuma produção surge enquanto não houver um sinal do processo que lhe sucede para indicar a necessidade de se produzir 18 Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009)

Manufatura Lean Puxar o Valor A demanda do cliente se estende para trás na cadeia de valor Afeta como o produtor negocia com os fornecedores Compra JIT requer fornecedores para entregarem as peças e materiais na hora certa de ser usada na produção Os fornecedores de peças precisam estar integrados à produção, que está integrada à demanda. 19 Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009)

Manufatura Lean Puxar o Valor Compra JIT explora integração com o fornecedor Negociar contratos de longo prazo com poucos fornecedores localizados tão próximos quanto possíveis das instalações de produção. Estabelecer envolvimento mais extensivo com o fornecedor Seleção do fornecedor Não somente na base do preço A qualidade do componente, a habilidade de entregar como requerido, e o comprometimento à compra JIT são considerações vitais Estabelece uma relação de parceria com os fornecedores 20 Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009)

Manufatura Lean Perseguir a Perfeição Identificar e eliminar as causas do desperdício Empregado comprometido Controle total da qualidade 21 Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009)

Contabilidade Lean 22

Dois aspectos de Lean Accounting Aplicação de Métodos e Pensamentos Lean aos Processos Contábeis da Companhia *(não é diferente da aplicação dos métodos lean em outros processos) Contabilidade de Custos, relatórios de mão-de-obra, ordens de produção; Compras & contas a pagar; Avaliação & controle de inventário; Simplificação dos registros contábeis; Fechamento do mês, etc; Adequação da Contabilidade Gerencial para a Transformação Lean *(mais importante) Relatório & tomada de decisão para suportar a produção lean & outros processos lean; Relatório financeiro que é entendido imediatamente & usado por todos; Sistema simples de contabilidade lean para a contabilidade gerencial & relatório financeiro; Processos contábeis focado no valor para o cliente, fluxos de valor, puxar, empowerment & melhoramento contínuo; 23 Fonte: BMA Inc. 2012

Contabilidade Lean As práticas contábeis deveriam seguir de perto as mudanças na operação do negócio O gerenciamento de custo tradicional pode não funcionar bem no ambiente lean. Mudanças nas atividades de estrutura e procedimento para a manufatura lean alteram O custeio do Produto O controle da Operação 24 Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009)

Contabilidade Lean A Rastreabilidade dos Custos Indiretos No ambiente lean, muitos dos custos indiretos distribuídos aos produtos usando- se alocação de direcionadores são rastreados diretamente aos produtos. Os custos rastreados diretamente produzem uma crescente precisão no custeio do produto. 25 Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009)

Custos Que Incidem no Fluxo de Valor Vendas Planeja mento do Produto Almoxa rifado Materiais de produção Mão-deobra de Produção Fabricação Células de Máquinas FLUXO DE VALOR FAMÍLIA DE PRODUTOS A A Expedição Marketing e Despesas Projeto do de Vendas produto Suporte de Mão-de-obra Facilidades Aluguel & Manutenção dos Prédios Despesas de Distribuição FLUXO DE VALOR FAMÍLIA DE PRODUTOS B Fonte: Hall (2008) Materiais de produção Mão-deobra de Produção Células de Máquinas A única alocação usada regularmente é paraoscustosde 26 facilidades

Fábrica 1 Divisão de Rodas de Carro Fluxo de Valor 1 Produtos A e B (Rodas de Alumínio) Célula Espaço Livre Fluxo de Valor 2 Produtos C e D (Rodas de Aço) Célula 27

Como entender os Custos na Produção Lean 6 minutos 6 minutos 3 minutos 6 minutos Torno Furadeira 6 minutos 6 minutos Produto B 4 minutos 4 minutos Produto A Esmerilhadeira Inspeção & Acabamento Produção do produto A = 10 u/h; Produção do produto B = 10 u/h; Custo de conversão = R$580,00/h; Custo unit. de conv. de A = R$58,00/u (= R$580,00/10); Custo unit. de conv. de B = R$58,00/u (= R$580,00/10); Material do produto A = R$42,00; Material do produto B = R$42,00; Fonte: Maskell & Baggaley (2004) Custo do Produto A = R$ 100,00; Custo do Produto B = R$ 100,00; 28

Contabilidade Lean Múltiplos Produtos Custos do Fluxo de Valor Custo de Custos Custo de Custo de Outros Custo Material Externos Empregado Máquina Custos Total Serviço ao cliente R$ 11.345 R$ 11.345 Compras 15.670 15.670 Célula I 258.512 16.790 16.543 21.230 313.075 Célula II 24.570 22.346 2.123 49.039 Teste e retrabalho 9.904 12.090 21.994 Montagem e teste final 129.060 1.350 130.410 Embarque 2.358 2.358 Garantia da qualidade 6.916 6.916 Engenharia de produção 6.916 6.916 Manutenção 6.916 6.916 Contabilidade 6.916 6.916 Sistema de informação 3.458 3.458 Engenharia de projeto 8.560 3.458 12.018 R$412.142 R$8.560 R$102.998 R$30.756 R$21.230 R$575.686 Fonte: Maskell & Baggaley (2004) 29

Contabilidade Lean Múltiplos Produtos Os custos dos produtos do fluxo de valor são calculados usando o custo médio real. Os custos médios são usualmente calculados semanalmente e são baseados nos custos reais Custo do produto do fluxo de valor = Custo total do fluxo de valor do período Unidades expedidas no período Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009) 30

Contabilidade Lean Relatórios do Fluxo de Valor Os custos são coletados e reportados por fluxo de valor Cada fluxo de valor é tratado como uma unidade de negócio independente O demonstrativo de resultado deve refletir o lucro/perda de cada fluxo de valor 31 Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009)

Contabilidade Lean Demonstrativo Simples de Lucros e Perdas Produtos de Produtos de Desenvol- Administra- Lucros & Alumínio Aço vimento de ção e Custos Perdas da Novos Indiretos Companhia Produtos Receita R$10.812.000 R$7.208.000 R$0 R$18.020.000 Custo de Materiais 3.670.000 2.268.000 32.000 5.970.000 Custos de Conversão 780.000 1.200.000 3.640.000 5.620.000 Lucro do Fluxo de Valor 6.362.000 3.740.000 ($3.672.000) 6.430.000 ROS do Fluxo de Valor 6,3% 5,2% Custo de Empregados R$1.576.000 1.576.000 Despesas 1.272.000 1.272.000 a ROS= Retornosobreas Vendas= Lucro Vendas Custos fora dos fluxos de valor (custos de sustentação) são reportados em uma coluna separada. A fim de evitar distorções do desempenho da semana atual, reduções de inventário são reportados separadamente das contribuições do fluxo de valor. Fonte: Maskell e Bagaley (2004) Inventário do Período Anterior 10.512.000 Inventário Atual 6.922.000 Ajuste de Inventário 3.590.000 Lucro Bruto da Companhia (8.000,00) ROS da Companhia 0 32

Demonstrativo de L&P Tradicional x Demonstrativo Simples de L&P Lean Custeio Padrão Tradicional Custeio do Fluxo de Valor (=) Receitas 19.040.000,00 (-) Custo dos Prod. Vendidos 13.853.000,00 (=) Lucro Bruto 5.187.000,00 (-) Variação no preço de compra (63.000,00) (-) Variação de MD 1.075.000,00 (-) Variação de MO 927.000,00 (-) Variação de C.I. 2.902.000,00 (-) Desp. com vendas e administrativas 355.000,00 (=) Lucro Líquido (9.000,00) (=) Receitas 19.040.000,00 (-) Custo de Material 6.608.000,00 (-) Custo de Pessoal 3.900.000,00 (-) Processos externos 1.442.000,00 (-) Outros Custos de Conversão 2.513.000,00 (-) Facilidades 993.000,00 (-) Desp. com vendas e administrativas 355.000,00 (=) Lucro Operacional 3.229.000,00 Inventário Anterior 10.477.000,00 Inventário Atual 7.391.000,00 (-) Ajuste de estoques (3.086.000,00) (-) Custos Corporativos 152.000,00 (=) Lucro Líquido (9.000,00) 33 Fonte: Cooper & Maskell (2008)

Contabilidade Lean Medições de Desempenho Box Scorecard Compara métricas operacional, de capacidade, e financeira com o desempenho da semana anterior e com o estado futuro desejado. Tendências no horizonte do tempo e as expectativas de alcançar algum estado desejável, no futuro próximo, são meios usados para motivar o constante melhoramento no desempenho. O controle lean utiliza uma mistura de medições financeiras e não financeiras para o fluxo de valor. 34 Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009)

Contabilidade Lean Box Score Semana Semana Próxima Semana Objetivo de Atual Semana de Semana 03/ago 10/ago 17/ago 24/ago 28/dez O- Vendas por pessoa 36,16 42,05 51,39 PE- Entregas no prazo 98,00% 94,00% 98,00% RA- Lead time doca a doca 23,58 23,5 16,5 CI- Até o primeiro defeito 46% 42% 50% O- Custo médio p/unidade R$388,46 R$348,66 R$388,46 NAL Contas a receber dias 34,5 37 35 Recursos produtivos 9,30% 10,80% 11,90% CAPA- Recursos não produtivos 63,70% 54,80% 49,30% CIDADE Capacidade disponível 27% 34% 39% Receita R$1.101.144 R$1.280.400 R$1.408.440 FINAN- Custo do material R$ 462.480 R$ 512.160 R$ 535.207 CEIRO Custo de conversão R$ 250.435 R$ 231.884 R$ 208.696 Lucro bruto flux. de valorr$ 338.228 R$ 536.356 R$ 664.537 Fonte: Maskell & Baggaley (2004) 35

Contabilidade Lean Tomada de Decisão Usando o custo médio do produto para cada fluxo de valor significa que o custo individual do produto não é conhecido. Um custo pleno do produto, específico e acurado, não é necessário para a maioria das decisões. 36 Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009)

Ilustração : Análise Financeira de 3 Cenários 1. Fazendo Internamente & Custeio Padrão Tradicional 2. Terceirizando 3. Fazendo Internamente & Custeio do Fluxo de Valor Dados fornecidos: Demanda = 3.000 unidades Preço unitário = R$45,00 Retorno sobre as vendas = 15% Fonte: BMA Inc. 2012 37

Custeio Padrão Tradicional para X-43 Custos de Material R$17,50 Tempo de Mão-de-obra Taxa de Mão-de-obra Custo de Mão-de-obra R$ 750 segundos R$30,32/h Taxa de Custo Indireto 293% Custo Indireto R$ Custo Padrão R$ Fonte: BMA Inc. 2012 38

Custeio Padrão Tradicional para X-43 Custos de Material R$17,50 Tempo de Mão-de-obra 750 segundos Taxa de Mão-de-obra R$30,32/h Custo de Mão-de-obra R$ 6,32 Taxa de Custo Indireto 293% Custo Indireto R$ Custo Padrão R$ Fonte: BMA Inc. 2012 39

Custeio Padrão Tradicional para X-43 Custos de Material R$17,50 Tempo de Mão-de-obra 750 segundos Taxa de Mão-de-obra R$30,32/h Custo de Mão-de-obra R$ 6,32 Taxa de Custo Indireto 293% Custo Indireto R$18,52 Custo Padrão R$ Fonte: BMA Inc. 2012 40

Custeio Padrão Tradicional para X-43 Custos de Material R$17,50 Tempo de Mão-de-obra 750 segundos Taxa de Mão-de-obra R$30,32/h Custo de Mão-de-obra R$ 6,32 Taxa de Custo Indireto 293% Custo Indireto R$18,52 Custo Padrão R$42,34 Fonte: BMA Inc. 2012 41

Análise Financeira: Margem no Custo Padrão Tradicional Lucratividade usando o Custo Padrão Tradicional Preço R$45,00 Custo Padrão R$42,34 Lucro por un. % Margem Fazer o pedido? Fonte: BMA Inc. 2012 42

Análise Financeira: Margem no Custo Padrão Tradicional Lucratividade usando o Custo Padrão Tradicional Preço R$45,00 Custo Padrão R$42,34 Lucro por un. R$ 2,66 % Margem Fazer o pedido? Fonte: BMA Inc. 2012 43

Análise Financeira: Margem no Custo Padrão Tradicional Lucratividade usando o Custo Padrão Tradicional Preço R$45,00 Custo Padrão R$42,34 Lucro por un. R$ 2,66 % Margem 5,92% Fazer o pedido? Fonte: BMA Inc. 2012 44

Análise Financeira: Margem no Custo Padrão Tradicional Lucratividade usando o Custo Padrão Tradicional Preço R$45,00 Custo Padrão R$42,34 Lucro por un. R$ 2,66 % Margem 5,92% Fazer o pedido? NÃO Fonte: BMA Inc. 2012 45

Análise Financeira: Terceirização de Baixo Custo Fornecedor Asiático cotou a R$33,00 com um acréscimo de 7,5% de custos de desembaraço Quantidade 3.000 un Preço R$45,00 Custo da Terceirização R$33,00 Overhead da Terceirização 7,50% Custo do Overhead R$2,48 Custo Total R$35,48 Lucro por unidade %Margem Fazer o Pedido Fonte: BMA Inc. 2012 46

Análise Financeira: Terceirização de Baixo Custo Fornecedor Asiático cotou a R$33,00 com um acréscimo de 7,5% de custos de desembaraço Quantidade 3.000 un Preço R$45,00 Custo da Terceirização R$33,00 Overhead da Terceirização 7,50% Custo do Overhead R$2,48 Custo Total R$35,48 Lucro por unidade R$ 9,53 %Margem Fazer o Pedido Fonte: BMA Inc. 2012 47

Análise Financeira: Terceirização de Baixo Custo Fornecedor Asiático cotou a R$33,00 com um acréscimo de 7,5% de custos de desembaraço Quantidade 3.000 un Preço R$45,00 Custo da Terceirização R$33,00 Overhead da Terceirização 7,50% Custo do Overhead R$2,48 Custo Total R$35,48 Lucro por unidade R$ 9,53 % Margem 21,17% Fazer o Pedido Fonte: BMA Inc. 2012 48

Análise Financeira: Terceirização de Baixo Custo Fornecedor Asiático cotou a R$33,00 com um acréscimo de 7,5% de custos de desembaraço Quantidade 3.000 un Preço R$45,00 Custo da Terceirização R$33,00 Overhead da Terceirização 7,50% Custo do Overhead R$2,48 Custo Total R$35,48 Lucro por unidade R$ 9,53 % Margem 21,17% Fazer o Pedido SIM Fonte: BMA Inc. 2012 49

Análise Financeira: Custeio do Fluxo de Valor O fluxo de valor necessita capacidade extra para produzir as 3.000un: Compra de 2 novas máquinas e contratação de 2 funcionários para operar as máquinas Categoria de Custo Unitário Quantidade Total do Custo Custo Adicional Adicional Material R$17,50/un 3.000 un R$52.500,00 Mão-de-obra R$4.738/mês 2 R$ 9.476,00 Máquinas R$1.533/mês 2 R$ 3.067,00 Fonte: BMA Inc. 2012 50

Análise Financeira: Relatório de L&P do Custeio do Fluxo de Valor Estado Novo Estado Atual Pedido Futuro Receita R$1.408.333 R$135.000 R$1.543.333 Custo dos Materiais R$ 765.000 R$ R$ Custos da M. Obra R$ 267.083 R$ R$ Custos de Máquina R$ 59.433 R$ R$ Outros C. de Conversão R$ 74.233 R$ R$ TOTAL R$1.165.749 R$ Lucro do FV R$242.584 R$ Retorno das Vendas 17,2% % Fonte: BMA Inc. 2012 51

Análise Financeira: Relatório de L&P do Custeio do Fluxo de Valor Estado Novo Estado Atual Pedido Futuro Receita R$1.408.333 R$135.000 R$1.543.333 Custo dos Materiais R$ 765.000 R$52.500 R$ Custos da M. Obra R$ 267.083 R$9.476 R$ Custos de Máquina R$ 59.433 R$3.067 R$ Outros C. de Conversão R$ 74.233 R$0 R$ TOTAL R$1.165.749 R$ Lucro do FV R$242.584 R$ Retorno das Vendas 17,2% % Fonte: BMA Inc. 2012 52

Análise Financeira: Relatório de L&P do Custeio do Fluxo de Valor Estado Novo Estado Atual Pedido Futuro Receita R$1.408.333 R$135.000 R$1.543.333 Custo dos Materiais R$ 765.000 R$52.500 R$817.500 Custos da M. Obra R$ 267.083 R$9.476 R$276.560 Custos de Máquina R$ 59.433 R$3.067 R$62.500 Outros C. de Conversão R$ 74.233 R$0 R$74.233 TOTAL R$1.165.749 R$1.230.792 Lucro do FV R$242.584 R$312.541 Retorno das Vendas 17,2% 20,3% Fonte: BMA Inc. 2012 53

Comparando as Alternativas Custo Pedido Estado Tradicional Baixo Preço Futuro Receita R$1.408.333 1.543.333 1.543.333 Custo dos Materiais R$ 765.000 871.425 817.500 Custos da M. Obra R$ 267.083 267.083 276.560 Custos de Máquina R$ 59.433 59.433 62.500 Outros C. de Conv. R$ 74.233 74.233 74.233 TOTAL R$1.165.749 1.272.174 R$1.230.792 Lucro do FV R$ 242.584 R$ 271.159 R$312.541 Retorno das Vendas 17,2% 17,6% 20,3% Fonte: BMA Inc. 2012 54

Múltiplos Produtos Tabela do Custo de Conversão do Produto (Rodas de Aço Comum e de aço inoxidável) Materiais Tamanho Aço Comum Aço Inoxidável Pequeno 0,90 1,10 Médio 1,00 1,20 Grande 1,25 1,50 Custo médio de conversão = R$32,50 Duas características determinama taxa do fluxo: tamanhoe materiais usados Custo do Material + Médio de Taxa de Conversão Custo Unitário Model C: R$82 R$32,50 1,00 R$114,50 Model D: R$82 R$32,50 1,20 R$121,00 Fonte: Hansen, Mowen, Gwan (2009) + + Custo Conversão = = = 55

Referências COGAN, S.; Gestão pelos Números Certos Uma novela sobre a transformação da contabilidade gerencial para as empresas lean. Porto Alegre; Bookman, 2011. COOPER, R.; MASKELL, B.; How To Manage Trough Worse-Before-Better. MIT Sloan Management Review, vol 49 no. 4, Summer 2008. HANSEN, D. R.; MOWEN, M. M.; GUAN, L.; Cost Management: Accounting & Control. 6 th edition, CengageLearning, 2009. MASKELL, B.; BAGGELY B.; Practical Lean Accounting A Proven System For Measuring And Managing The Lean Enterprise. New York, Productivity Press, 2004. BMA Inc.; Transparências apresentadas por Brian Maskellem seminário no Lean Institute Brasil, 2012. HALL, J. A. Accounting Information Systems. Ohio: Cengage Learning, 2008. WOMACK, J.P. AND JONES, D.T.; Lean Thinking: Banish Waste And Create Wealth in Your Corporation(Simon & Schuster, New York,USA), 1996. 56

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