Eng a. Morgana Pizzolato, Dr a. Aula 01 Introdução à Engenharia da Qualidade DPS1037 SISTEMAS DA QUALIDADE II ENGENHARIA DE PRODUÇÃO UFSM

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Transcrição:

Eng a. Morgana Pizzolato, Dr a. Aula 01 Introdução à Engenharia da Qualidade DPS1037 SISTEMAS DA QUALIDADE II ENGENHARIA DE PRODUÇÃO UFSM

TÓPICOS DESTA AULA Contexto histórico Definições de qualidade Características da qualidade Técnicas estatísticas Processo, diagrama causa e efeito 2

O QUE É QUALIDADE? 3

CONTEXTO HISTÓRICO John Manton (1752-1834 ) Winchester Repeating Arms Company model 1866 4

TAYLORISMO A organização deve ser estudada cientificamente e não empiricamente Princípios da Administração Científica (1911) Análise e divisão do trabalho (especialização) Estudo de tempos e movimentos Padronização Supervisão funcional Pagamento por peça e premiação Aumento da produtividade e declínio da qualidade Primeiros departamentos de qualidade 5

A EVOLUÇÃO DA QUALIDADE Walter Shewhart (década de 20) - Bell Laboratories Inclusão da visão de processo nas práticas da qualidade Controle estatístico de processos Ciclo de melhoria PDCA II Guerra Mundial 1941 Exército americano - inspeção em massa Consultores da Bell Laboratories Amostragem estatística Mil Std 105 Treinamento das técnicas para fornecedores pago pelo exército Declínio do uso destas técnicas no pós-guerra 6

A RECUPERAÇÃO DO JAPÃO Pós-guerra Deming e Juran convidados pelo exército para visitar o Japão Revista mensal da JUSE (Union of Japanese Scientists and Engineers) Adapatação das técnicas Círculos da qualidade Sete ferramentas da qualidade Poka-yoke Diagrama de Ishikawa Método solução de problemas (QC story) 7

BASEADAS NOS CONSUMIDORES Deming Qualidade consiste na capacidade de satisfazer vontades/desejos (The Meaning of Quality, 1968) Juran Qualidade é adequação ao uso (Juran's Quality Control Handbook, 1988) 8

BASEADAS NA MANUFATURABILIDADE E NO ATENDIMENTO DO SERVIÇO 08/08/2011 Crosby Qualidade significa conformidade aos requisitos defeito zero (Quality is free, 1979) Definição adotada pela ISO 9001 9

BASEADA EM VALORES Feigenbaum é o grau no qual um produto é conforme ao seu desenho ou especificação, ou seja, o compromisso com a excelência (Total Quality Control, 1983) Taguchi consiste em minimizar as perdas causadas pelo produto a longo prazo não apenas ao cliente, mas à sociedade pode ser alcançado através do atingimento do alvo com a menor variabilidade em torno do mesmo (Introduction to Quality Engineering, 1986) 10

AS OITO DIMENSÕES DA QUALIDADE DE GARVIN Dimensão Desempenho Características Conformidade Confiabilidade Durabilidade Qualidade percebida Estética Atendimento Significado Aspecto operacional básico comparado com os concorrentes Fatores diferenciadores comparado com os concorrentes Grau de adequação às expectativas do cliente Grau de isenção de falhas/defeitos Medida da vida útil, analisada técnica ou economicamente Qualidade avaliada indiretamente (imagem, histórico, reputação, marca, país de origem) Reação inicial quanto aparência, sensação ao tato, odor e gosto Garantia da continuidade dos serviços (ou funções) após a venda 11

Dimensão Desempenho Características Conformidade Confiabilidade Durabilidade Qualidade percebida Estética Atendimento VECTRA ELITE 2.4 16V FLEXPOWER 08/08/2011 Tudo funciona, encaixes e acabamentos sem imperfeições Facilidade de condução, manuseio, nível da qualidade dos materiais Conveniência: localização dos instrumentos Alta tecnologia: Mp3, GPS, sensor de chuva Freios ABS, airbags Baixa freqüência de defeitos Vida útil em quilômetros, resistência a ferrugem e corrosão Carro de luxo, motor, marca tradicional Design externo e interno, maciez e conforto Atendimento a reclamações e solicitações de informação 12

CARACTERÍSTICAS DA QUALIDADE Físicas/químicas: comprimento, largura, voltagem, concentração Sensoriais: gosto, aparência, cor Orientação temporal: confiabilidade, durabilidade, praticidade Dois produtos nunca são idênticos nas características da qualidade Diferenças resultam em variabilidade 13

QUALIDADE SOB O PONTO DE VISTA DA ENGENHARIA DA QUALIDADE 08/08/2011 Qualidade é inversamente proporcional à variabilidade Melhoria da qualidade é a redução da variabilidade nos processos e produtos 14

ENGENHARIA DA QUALIDADE Conjunto de atividades operacionais de gerenciamento e engenharia que uma empresa usa para garantir que as características da qualidade de um produto/serviço estejam nos níveis exigidos/definidos 15

A ÁREA DA EQ NA EP Planejamento, projeto e controle de sistemas de gestão da qualidade que considerem o gerenciamento por processos, a abordagem factual para a tomada de decisão e a utilização de ferramentas da qualidade Gestão de Sistemas da Qualidade Planejamento e Controle da Qualidade Normalização, Auditoria e Certificação para a Qualidade Organização Metrológica da Qualidade Confiabilidade de Processos e Produtos 16

AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE QUALIDADE 08/08/2011 Especificação: medidas desejadas dos componentes do produto bem como do produto em si Valor alvo ou nominal Limite inferior de especificação (LIE) Limite superior de especificação (LSE) LIE LSE LIE LSE Nominal é melhor Maior é melhor Menor é melhor 17

PROBLEMAS DA QUALIDADE DE PRODUTOS Característica do produto fora do padrão não corresponde a especificação Não conformidade séria suficiente para comprometer o uso efetivo do produto 18

EXEMPLO Transmissão de carros Japão EUA LIE Alvo LSE 19

MÉTODOS ESTATÍSTICOS PARA CONTROLE E MELHORIA DA QUALIDADE LSE Média do processo LIE Amostragem Controle Estatístico de Processo Projeto de Experimentos

CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO (CEP) Cartas de controle 08/08/2011 LSC Média do Processo LIC 21

PROJETO DE EXPERIMENTOS T 1% T X2 = Concentração do catalisador 0,6% Y = densidade do Biodiesel 50 C 60 C X1 = Temperatura T T 22

PROCESSO Fornecedores Clientes Materiais Energia Informação Entrada Processo é uma seqüência de atividades que agregam valor Processo também é uma seqüência de causas que resultam em um efeito Saída Produtos Serviços Valor Valor adicionado Agregação de valor 23

FLUXO DE PROCESSO DO CURTIMENTO DE PELE SUÍNA Recebimento As peles já salgadas vindas em fardos (pallets) através de conteiners Fulão de bater sal Remover o sal por meio de batimento mecânico Fulão de remolho e caleiro Realiza-se a limpeza, reidratação das peles, retirada de pêlos Desencalagem, purga, piquele curtimento Remover as substâncias alcalinas, visando a limpeza da estrutura fibrosa para tornar a pele em couro por meio do agente curtente 24 24

PROCESSO GENÉRICO Entrada Característica da qualidade Fatores mantidos constantes Parâmetros do processo Fatores de ruídos (erro aleatório) Variável de resposta (y) Fatores controláveis (x 1, x 2,..., x n ) Medida, avaliação, monitoramento e controle Níveis (1,2,..., m) 25

PROCESSO DE CURTIMENTO Couro piquelado Teor de curtente (Fcte) Rotação do fulão (8 rpm) Parâmetros do processo (FR) Ruído; Qualidade da água % de Cromo na pele (y) (FC) ph, temperatura, tempo, vol. água Medida, avaliação, monitoramento e controle Níveis (2,5 e 3) (35, 40 e 45 o C) (6, 8 e 10h) (90 e 120%) 26

DIAGRAMA CAUSA E EFEITO Fluxo do processo Produto Parâmetros do processo Característica da qualidade Mão de obra Método Matéria-prima Causas Efeito Máquina Medição Meio ambiente 27

DIAGRAMA CAUSA E EFEITO DETALHADO 28

INTEGRAÇÃO DAS TÉCNICAS Eliminação de causas comuns Meta de melhoria Nível desejado Projeto de Experimentos Causas comuns Nível planejado Cartas de Controle Surgimento de causas especiais Problema Nível indesejado 29