UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - CCSA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS



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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - CCSA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS CONTROLE INTERNO E FRAQUEZAS MATERIAS NOS SISTEMAS CONTÁBEIS: UMA ANÁLISE DOS RELATÓRIOS DAS EMPRESAS LATINO AMERICANAS LISTADAS NA BOLSA DE VALORES DE NOVA IORQUE Ilka Gislaye de Melo Souza Orietador: Prof. Luiz Carlos Mirada, PhD RECIFE 2012

ILKA GISLAYNE DE MELO SOUZA CONTROLE INTERNO E FRAQUEZAS MATERIAS NOS SISTEMAS CONTÁBEIS: UMA ANÁLISE DOS RELATÓRIOS DAS EMPRESAS LATINO AMERICANAS LISTADAS NA BOLSA DE VALORES DE NOVA IORQUE RECIFE 2012

ILKA GISLAYNE DE MELO SOUZA CONTROLE INTERNO E FRAQUEZAS MATERIAS NOS SISTEMAS CONTÁBEIS: UMA ANÁLISE DOS RELATÓRIOS DAS EMPRESAS LATINO AMERICANAS LISTADAS NA BOLSA DE VALORES DE NOVA IORQUE Dissertação apresetada ao Programa de Pós Graduação em Ciêcias Cotábeis da Uiversidade Federal de Perambuco, como requisito para a obteção do título de Mestre em Ciêcias Cotábeis. Orietador: Prof. Luiz Carlos Mirada, Ph.D. RECIFE 2012

Catalogação a Fote Bibliotecária Rejae Ferreira dos Satos, CRB4-839 S729c Souza, Ilka Gislaye de Melo Cotrole itero e fraquezas materiais os sistemas cotábeis: uma aálise dos relatórios das empresas latio americaas listadas a bolsa de valores de Nova Iorque / Ilka Gislaye de Melo Souza. - Recife : O Autor, 2012. 111 folhas : il. 30 cm. Orietadora: Prof. Phd. Luiz Carlos Mirada. Dissertação (Mestrado) Uiversidade Federal de Perambuco. CCSA. Ciêcias Cotábeis, 2012. Iclui bibliografia e apêdice. 1. Cotrole itero. 2. Sarbaes-Oxley. 3. Relatório 20-F. 4. Fraquezas materiais. I. Mirada, Luiz Carlos (Orietador). II. Título. 657 CDD (22.ed.) UFPE (CSA 2012-093)

Aos meus pais, esposo, filha, orietador e amigos, dedico este trabalho resultate de imeso esforço e dedicação.

AGRADECIMENTOS Agradeço iicialmete ao sehor Deus, por todas as maravilhas proporcioadas em miha vida. Ele foi capaz de aumetar mihas forças e dimiuir fraquezas para que em mometos de agústia pudesse crescer e alcaçar meus objetivos. Aos meus queridos pais, que durate todos os mometos estiveram ao meu lado, foram meu alicerce e fortaleza, sem os quais jamais chegaria a lugar algum. Miha amada filha, que tão pequea aida, ão é capaz de eteder o porquê de tatas ausêcias. Ao meu marido, por ter sido capaz de compreeder as iúmeras ausêcias. Ao meu orietador, Prof. Luiz Carlos Mirada, PhD pelos seus esiametos, aos quais coseguirei levar por toda miha vida acadêmica. Aos demais professores do Mestrado Acadêmico em Ciêcias Cotábeis da UFPE. A toda turma do Mestrado 2011, por todas as horas de estudos compartilhadas. A todos que direta ou idiretamete cotribuíram para realização deste estudo.

Nehum homem realmete produtivo pesa como se estivesse escrevedo uma dissertação. Albert Eistei

RESUMO A obrigatoriedade de avaliação da qualidade do cotrole itero, das empresas de capital aberto, que egociam suas ações o mercado orte americao, surgiu com a aprovação da Lei Sarbaes-Oxley, em 2002, que passou a exigir um relatório de divulgação emitido pelos gestores da etidade (Presidete e Diretor Fiaceiro) atestado se o cotrole itero é eficiete ou possui deficiêcias, idicado a preseça de fraquezas materiais, complemetado por um relatório similar, emitido pela empresa extera que realizou a auditoria dos relatórios cotábeis da empresa. Essa evideciação é feita aualmete o Item 15 do formulário 20-F, submetido ao órgão que cotrola a egociação de ações o mercado orte-americao, a Securities ad Exchage Commissio (SEC). Este estudo objetiva aalisar a estrutura e coteúdo desses relatórios cotidos o Item 15 do formulário 20-F da SEC, bem como as características dos tipos de fraquezas materiais ele evideciadas, divulgado pelas empresas latio americaas listadas a bolsa de valores de Nova Iorque (New York Stock Exchage - NYSE). Trata-se de uma pesquisa documetal, com iformações colhidas diretamete dos formulários 20-F dessas empresas. Foi feita uma aálise da forma e do coteúdo dos relatórios divulgados o item 15 do formulário 20-F. As fraquezas materiais idetificadas foram aalisadas e categorizadas, complemetadas por uma aálise das demostrações cotábeis, o ituito de melhor eteder as deficiêcias apotadas. A amostra do estudo cosiderou todos os relatórios dispoíveis de todas as 76 empresas dos 7 países latio-americaos, que tiveram empresas que egociaram suas ações a NYSE, o período de 2006-2011. Os resultados revelam que ão há uma uiformidade a apresetação dos relatórios que atestam a efetividade do cotrole itero das empresas, existido diversos tipos de estruturas de apresetação. No etato, algus padrões foram idetificados. O item 15 do formulário 20-F é, basicamete, composto pelos seguites relatórios: (a) Cotroles e Procedimetos de Divulgação; (b) Relatório aual da admiistração sobre os cotroles iteros sobre relatórios cotábeis; (c) Relatório de atestado da empresa de auditoria; e (d) Relatório de Mudaça o cotrole itero sobre relatórios cotábeis. Cada um desses relatórios teve sua estrutura aalisada. Apeas 13 empresas de três dos sete países da amostra apresetaram fraquezas materiais. No total, 46 fraquezas materiais foram evideciadas, sedo a maioria delas relacioadas a recohecimeto de receitas ou deficiêcias de cotrole relacioadas a processos de fechameto de relatórios fiais. Palavras Chave: Cotrole Itero, Sarbaes-Oxley, Relatório 20-F, Fraquezas Materiais.

ABSTRACT The legal requiremet to assess the quality of iteral cotrol of the public traded compaies, that trade their securities i US, became possible after the approval of the Sarbaes-Oxley Act, eacted i 2002, which requires a disclosure report issued by the maagers of the etity (Presidet ad Chief Fiacial Officer), statig either that the cotrol procedure is effective or has deficiecies, idicatig the presece of material weakesses, complemeted by a similar report issued by the auditig firm that coducted the exteral auditig of the Compay. These disclosures are doe aually i the Item 15 of the 20-F form, submitted to the Securities ad Exchage Commissio (SEC). This study aim to aalyze the structure ad cotet of the reports icluded i the Item 15 of the SEC s 20-F form, as well as the characteristics of the material weakesses disclosed by them, disclosed by Lati America compaies listed o the NYSE. This is a documetal research, with iformatio collected directly from the Form 20-F of these compaies. A cotet aalysis of the Item 15 of 20-F form was coducted. The disclosed material weakesses were aalyzed ad categorized, complemeted by a aalysis of the fiacial reports, aimig to get a better uderstadig of the deficiecies that were poited out. The sample of this study icluded all available reports of all the 76 compaies of the 7 Lati-America coutries that have compaies which traded their securities i the NYSE. The results reveal that there are o uiformity i the presetatio of the reports that attest the effectiveess of iteral cotrol of the compaies, existig a wide variety of structures. However, some patters were idetified. The Item 15 of the 20-F Form is basically composed of the followig reports: (a) Cotrols ad Procedures Disclosure; (b) Aual maagemet report o iteral cotrol over fiacial reportig; (c) Attestatio report of the auditig firm; ad (d) Report of Chage i iteral cotrol over fiacial reportig. Each oe of these reports have their structure aalyzed. Oly 13 compaies of three of the seve coutries of the sample preseted material weakesses. I total, 46 material weakesses were disclosed, beig the majority of them related to reveue recogitio or cotrol deficiecies related to processes of closure of fial reports. Keywords: Iteral Cotrol, Sarbaes-Oxley, Form 20-F, Material Weakesses.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ADR - America Depositary Receipt CFC Coselho Federal de Cotabilidade COSO - Committee of Sposorig Orgaizatios of the Treadway Commissio CPC- Comitê de Prouciametos Cotábeis CVM Comissão de Valores Mobiliários NYSE - New York Stock Exchage SEC - Securities ad Exchage Commissio SOX Sarbaes-Oxley NYSE New York Security Exchage

LISTA DE TABELAS Tabela 1: Dispoibilidade dos Relatórios 20-F 37 Tabela 2 - Quatidade de Relatórios com Deficiêcias por País 39 Tabela 3: Tipos de Relatório do Item 15 por País 41 Tabela 4: Tipos de relatórios do item 15 por ao 42 Tabela 5: Tipos de relatórios Cotroles e Procedimetos de Divulgação por país 43 Tabela 6: Tipos de relatórios Cotroles e Procedimetos de Divulgação por ao 45 Tabela 7: Tipos de Relatório da Admiistração por país 46 Tabela 8: Tipos de Relatórios da Admiistração Por ao 47 Tabela 9: Tipos de Relatórios de Auditoria por País 49 Tabela 10: Tipos de Relatórios de Auditoria por Ao 50 Tabela 11: Tipos de Relatório de Mudaça o Cotrole Itero por país 51 Tabela 12: Tipos de Relatório de Mudaça o Cotrole Itero por ao 52 Tabela 13 Frequêcias das Fraquezas Materiais por Empresa e País 53 Tabela 14 Frequêcias das Fraquezas Materiais por Empresa e Ao 54 Tabela 15 Frequêcia das Fraquezas Materiais por País pela Classificação Proposta por Ge e McVay (2005) 55 Tabela 16 Frequêcia das Fraquezas Materiais por Ao pela Classificação Proposta por Ge e McVay (2005) 56 Tabela 17 Frequêcia das Fraquezas Materiais por País pela Classificação Proposta por Doyle et al (2007) 56 Tabela 18 Frequêcia das Fraquezas Materiais por Ao pela Classificação Proposta por Doyle et al (2007) 57 Tabela 19 Aálise de Cotigêcia etre a Classificação de Doyle e a de Moodys 58 Tabela 20 Ivestimeto em Software Comparado às Receitas 2008 60

LISTA DE QUADROS Quadro 1: Modelo de Cofiabilidade do Cotrole Itero 22 Quadro 2: Artigos da Lei Sarbaes-Oxley 26 Quadro 3: Listagem das Empresas Latio-Americaas que Negociam Ações a Nyse 34 Quadro 4 Fraqueza Material da empresa Gol 2008 59 Quadro 5 Fraquezas Materiais da empresa Gol em 2008 60 Quadro 6 Fraqueza Material da empresa TAM em 2009 63 Quadro 7 Fraquezas Materiais da empresa ELETROBRÁS em 2009 e 2010 65 Quadro 8 Fraquezas Materiais da empresa ELETROBRÁS em 2009 e 2010 65 Quadro 9 Fraquezas Materiais da empresa ELETROBRÁS em 2009 e 2010 65 Quadro 10 Fraquezas Materiais da empresa ELETROBRÁS em 2009 e 2010 66 Quadro 11 Fraquezas Materiais da empresa ELETROBRÁS em 2009 e 2010 67 Quadro 12 Fraqueza Material da empresa ELETROBRÁS em 2010 68 Quadro 13 Fraqueza Material da empresa ELETROBRÁS em 2010 68 Quadro 14 Fraquezas Materiais da empresa ELETROBRÁS em 2009 69 Quadro 15 Fraqueza Material da empresa COPEL em 2006 70 Quadro 16 Fraqueza Material da empresa COPEL em 2006 71 Quadro 17 Fraquezas Materiais da empresa COPEL em 2006 e 2007 72 Quadro 18 Fraqueza Material da empresa ELETROBRÁS em 2006 72 Quadro 19 Fraqueza Material da empresa COPEL em 2006 73 Quadro 20 Fraqueza Material da CSN em 2007 74 Quadro 21 Fraqueza Material da CSN em 2008 74 Quadro 22 Fraquezas Materiais da empresa SABESP em 2006 75 Quadro 23 Fraquezas Materiais da TELE NORTE PARTICIPAÇÕES S/A em 2006 76 Quadro 24 Fraquezas Materiais da empresa BRASIL TELECOM S/A em 2008 77

13 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 14 1.1. Caracterização do Problema 15 1.2 Objetivos 17 1.3 Justificativa 17 1.4. Delimitação do Estudo 18 1.5. Estrutura do Trabalho 18 2. REVISÃO DA LITERATURA 19 2.1. Cotrole Itero: Defiições e Objetivos 19 2.2. Estrutura de Cotrole Itero 23 2.3. Lei Sarbaes-Oxley 25 2.4. Deficiêcia de Cotrole Itero - Pesquisas Ateriores 27 3. METODOLOGIA 30 3.1. Procedimetos 30 3.2. Coleta de Dados 34 4. ANÁLISES E RESULTADOS 37 4.1. Aálise da Estrutura e do Coteúdo dos Relatórios 37 4.1.1. Relatório que aalisa os Cotroles e procedimetos de divulgação 43 4.1.2. Relatório aual da Admiistração sobre o Cotrole Itero sobre os Relatórios Cotábeis 45 4.1.3 Relatório de atestado da empresa de auditoria 48 4.1.4. Relatório de Mudaça o cotrole itero sobre relatórios cotábeis 50 4.3. Aálise de Frequêcia sobre a Avaliação do Cotrole Itero 53 4.4. Aálise das Fraquezas Materiais Categorização e Aálise de Coteúdo 58 4.4.1. Fraquezas Materiais da empresa GOL 58 4.4.2. Fraquezas Materiais da empresa TAM 62 4.4.3. Fraquezas Materiais da empresa ELETROBRÁS 64 4.4.4 Fraquezas Materiais da COPEL 70 4.4.5. Fraquezas da CIA SIDERURGICA NACIONAL 74 4.4.6. Fraquezas Materiais SABESP 75 4.4.7. Fraquezas Materiais da empresa TELE NORTE PARTICIPAÇÕES S/A 76 4.4.8. Fraquezas Materiais da empresa BRASIL TELECOM S/A 77 5. CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS 78 5.1. Coclusão 78 5.2. Limitações e Sugestões para futuras pesquisas 80 REFERÊNCIAS 81 APÊNDICE 85

14 1. INTRODUÇÃO Este estudo tem como objetivo aalisar os relatórios sobre a avaliação da qualidade do cotrole itero sobre os relatórios cotábeis, emitidos, os últimos seis aos (2006 a 2011), pelas empresas latio-americaas, listadas a Bolsa de Valores de Nova Iorque (New York Stock Exchage - NYSE). A obrigatoriedade de divulgação da qualidade do cotrole itero das empresas americaas ou estrageiras com egociação esse mercado surgiu com a aprovação da Lei Sarbaes-Oxley (SOX), que exige da admiistração da etidade, especificamete do Presidete e Diretor Fiaceiro que ateste a avaliação da eficácia de seus cotroles iteros e divulgue através de um relatório, iserido o item 15 do formulário 20-F, defiido pela Securities ad Exchage Commissio (SEC), que é o equivalete orteamericao da ossa Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O formulário 20-F deve ser eviado aualmete a SEC. Além do relato da admiistração, o relatório deve coter avaliação do cotrole itero por parte de uma firma de auditoria idepedete. Este estudo tem o objetivo de: (a) fazer uma aálise da forma e coteúdo desses relatórios, buscado idetificar sua estrutura padrão e pricipais ites cotidos; (b) idetificar a frequêcia relativa aos tipos de relatórios diferetes ecotrados; (c) idetificar a existêcia de fraqueza material o cotrole itero evideciados os relatórios que compõem a amostra; (d) categorizar os tipos de fraquezas materiais evideciados; e (e) aalisar as características das empresas que apresetam algum tipo de fraqueza material com o objetivo de idetificar fatores que possam comprometer o cotrole itero das orgaizações. A categorização dos tipos de fraquezas materiais evideciados os relatórios será realizada com base os dois sistemas de categorização apresetados o estudo de Doyle et al (2007) e o estudo de Ge e McVay (2005). As duas pesquisas foram escolhidas para atigir um dos objetivos deste estudo porque foram as úicas ecotradas que utilizaram um sistema de classificação para as fraquezas materiais. O primeiro sistema de categorização apresetado por Doyle et al (2007) é baseado a razão declarada da empresa para a fraqueza material: pessoal, complexidade e geral e o segudo baseado a empresa de ratigs Moodys (Tipo A e Tipo B). O estudo de Ge e McVay (2005) apreseta ove categorias de fraquezas materiais. Os estudos coduzidos por Doyle et al (2007), Ogeva et al (2007), e Cheh et al (2010) serão utilizados para alcaçar o último objetivo deste estudo. Estes autores realizaram pesquisas com o ituito de verificar os determiates das fraquezas materiais de cotrole itero. Cada estudo possui um foco difereciado, ode há a utilização de diversas variáveis, que poderão ser úteis o estudo em foco.

15 Doyle et al (2007) examiaram os determiates de fraquezas materiais sobre relatórios fiaceiros os termos dos artigos 302 e 404 da SOX, o período de agosto de 2002 a agosto de 2005. Os autores ivestigaram se isuficiêcias materiais de cotrole itero estão associadas a: tamaho da empresa, idade, saúde fiaceira, complexidade dos relatórios fiaceiros, rápido crescimeto, reestruturação e goveraça corporativa. Os achados evideciam que isuficiêcias materiais de cotrole itero são mais prováveis em empresas meores, mais joves, fiaceiramete mais fracas, mais complexas, que estão crescedo rapidamete ou /e em fase de reestruturação. Ogeva et al (2007) examiam a associação etre custo de capital próprio e eficácia de cotrole itero para empresas que apresetam relatórios a SEC de acordo com a sessão 404 da SOX. O estudo coclui que de uma maeira geral, o custo de capital próprio e fraqueza material ão estão diretamete associados, o que pode levar a coclusão que o alto custo de coformidade da SOX pode superar seus beefícios. Cheh et al (2010) ecotram um cojuto ótimo das variáveis utilizadas os estudos de Doyle et al (2007), Ogeva et al (2007), Cheh et al (2006) para uma predição sigificativa o ecotro de fraquezas materiais de cotrole itero das etidades. Os autores afirmam que esse achado pode ser útil aos auditores exteros que poderão idetificar compahias com fraquezas materiais, dimiuido sigificativamete os custos das auditorias. Após vários escâdalos por volta do ao 2000 o mercado de capital orte americao, foi promulgada a lei Sarbaes-Oxley, uma das legislações mais rígidas a tratar de cotrole itero o país. Essa lei ão só apeas traz regras a serem cumpridas pelas empresas orte americaas, como também aquelas que possuem emissão de America Depositary Receipt (ADR) as bolsas estaduideses. Dessa maeira, o estudo em questão será focado em empresas latio americaas que possuem egociação o mercado orte americao, e por esse motivo são obrigadas a cumprir com as exigêcias da SOX e eviar aualmete para SEC o formulário 20F, relatório que cotém iformações fiaceiras e de atureza geral da etidade o qual deve costar avaliação da qualidade do cotrole itero da empresa pelo Presidete e Diretor Fiaceiro, além de um parecer de uma firma de auditoria atestado também a eficácia dos cotroles, que devem estar cotidos o item 15 do formulário. 1.1. Caracterização do Problema Desde a sua aprovação pelo Seado Norte Americao, decorrete de vários episódios frauduletos o mercado de ações dos Estados Uidos, vários estudos foram realizados o

16 ituito de eteder os efeitos da SOX a estrutura de cotrole itero das empresas (ETTREDGE et al 2006, ASHBAUGH-SKAIFE et al 2005, JONSTONE et al 2009, GE e MCVAY 2005). Ettredge et al (2006) aalisam o impacto causado a qualidade do cotrole itero relacioado aos atrasos em processos de auditoria após os madatos da SOX. Os autores cocluem que a preseça de fraquezas materiais o cotrole itero sobre relatórios fiaceiros estão associadas a atrasos mais logos os processos de auditoria. Aálises adicioais, coduzidas pelos autores, idicaram que empresas com deficiêcias relativas a cotrole de pessoal, segregação de fuções, cotrole relativo a processos e procedimetos, foram associados a atrasos mais logos. A pesquisa documeta que o aumeto sigificativo os atrasos de processos de auditoria está relacioado às exigêcias ao cumprimeto da seção 404 da SOX. Ashbaugh-Skaife et al (2005) partem de uma perspectiva difereciada e utilizam dados evideciados pelas empresas ates da obrigatoriedade da Seção 404 da SOX e ivestigam os fatores ecoômicos que expõem as empresas ao risco de cotrole itero, os icetivos para descobrir e relatar deficiêcias de cotrole, os efeitos sobre a qualidade de gahos e as cosequêcias para o mercado em fazer essas divulgações. O estudo deles idica que empresas que faziam divulgações de fraquezas materiais ates de auditoria obrigatória, ormalmete tiham operações mais complexas, mudaças recetes a estrutura da orgaização, maiores riscos de cotabilidade e meores recursos para ivestir em cotrole itero. Os resultados dos testes relativos à qualidade de gahos evideciam que empresas que divulgam fraquezas materiais relatam iformações fiaceiras de baixa qualidade, os testes também idicam que o mercado respode diferetemete à divulgação dessas deficiêcias. Jostoe et al (2009) evideciam que fatores egativos sobre uma empresa, icluido fraudes, fraquezas materiais, podem desestabilizar o equilíbrio da etidade, podedo reestabelecer mudaças a estrutura de goveraça corporativa. A pesquisa mostra que existe uma associação positiva etre a revelação de fraquezas materiais o cotrole itero e melhoria as características dos coselhos de admiistração, comitês de auditoria e gestão de topo. Na pesquisa de Ge e McVay (2005) foi realizada uma aálise dos tipos de fraquezas materiais relatadas pelas empresas os arquivos da SEC após a data de vigêcia da SOX. Através do material descritivo os autores afirmam que cotroles iteros pobres estão relacioados a compromissos isuficietes de recursos para cotroles cotábeis. As fraquezas materiais divulgadas frequetemete descrevem problemas de cotrole itero de cotas

17 complexas, como derivativos e imposto de reda, e as cotas específicas mais comus ocorrem em cotas de competêcia, tais como cotas a receber e estoque. A aálise estatística evidecia que fraquezas materiais estão associadas à complexidade dos egócios, tamaho e lucratividade da empresa. A maioria dos estudos iteracioais procura associar a qualidade do cotrole itero a determiadas variáveis e a população dos estudos geralmete são empresas americaas. Devido ao fato da lei Sarbaes-Oxley ser obrigatória a empresas latio americaas que possuem egociações o mercado de capital orte americao esta pesquisa será direcioada a empresas que possuem emissão de ADRs a NYSE e buscará aalisar a qualidade dos cotroles iteros dessas etidades. Partido dos temas abordados o estudo respoderá à seguite idagação: Qual a estrutura e coteúdo do relatório sobre a qualidade dos cotroles iteros e quais fraquezas materiais foram divulgadas os relatórios de avaliação de cotrole itero das empresas latio americaas listadas a NYSE? 1.2 Objetivos deste Estudo Este estudo tem o objetivo de: (a) fazer uma aálise da forma e coteúdo dos relatórios 20-F, buscado idetificar sua estrutura padrão e pricipais ites cotidos; (b) idetificar a frequêcia relativa aos tipos de relatórios diferetes ecotrados; (c) idetificar a existêcia de fraqueza material o cotrole itero evideciados os relatórios que compõem a amostra; (d) categorizar os tipos de fraquezas materiais evideciados; e (e) aalisar as características das empresas que apresetam algum tipo de fraqueza material com o objetivo de idetificar fatores que possam comprometer o cotrole itero das orgaizações. 1.3 Justificativa Os escâdalos fiaceiros ocorridos o mercado orte americao por volta do ao 2000, abalaram a cofiaça do ivestidor em âmbito mudial, a partir de etão govero e órgãos ormatizadores sializaram a ecessidade de aperfeiçoameto do cotrole itero das etidades o ituito de recuperar a credibilidade do mercado e a cofiaça dos ivestidores. Desde sua criação a Sarbaes-Oxley, lei mais rígida a tratar de cotrole itero os EUA, tem sido alvo de iteresse ão só de ivestidores e órgãos reguladores, pois seus aspectos vêm sedo costatemete discutidos o meio acadêmico, tato em âmbito iteracioal, como

18 acioal. (DOYLE et al 2007, GE E MCVAY 2005, OGNEVA et al 2007, CHEH et al 2010, ETTREDGE et al 2006, ASHBAUGH-SKAIFE et al 2005, JONSTONE et al 2009, DOYLE et al 2005, ZANG et al 2006, BRYAN E LILIEN 2005, HOITASH et al 2007, BENEISH et al 2006, LANGEVOORT 2006, SOUZA ET AL 2010, OLIVEIRA E LINHARES 2007, BEUREN E ZONATTO 2010, SILVEIRA E CARVALHO 2009, NEVES E LEMES 2009). A relevâcia da pesquisa cosiste o fato de evideciar uma maior trasparêcia para os ivestidores de ações o mercado orte americao, que através deste estudo poderão cohecer como está a aálise relativa à eficiêcia de cotrole itero das etidades latio americaas que possuem egociação o mercado orte americao. O estudo se justifica pela preocupação atualmete recaída sobre a falha os sistemas de cotrole itero, que em muitos casos ão são apeas de atureza frauduletas. Jese (1993) evidecia que o cotrole do mercado, reorgaizações societárias e dificuldades fiaceiras também forecem provas substaciais sobre as falhas do sistema de cotrole itero corporativo. 1.4. Delimitação do Estudo A pesquisa será limitada ao estudo de 76 empresas latio americaas listadas a NYSE. Essas etidades são obrigadas a cumprir as exigêcias requeridas pela lei Sarbaes- Oxley, devedo eviar aualmete os relatórios 20F a SEC. A aálise do estudo terá como base esses relatórios, especificamete a seção relativa a cotroles e procedimetos, item 15, este tópico o diretor fiaceiro e presidete da empresa atestam a cofiabilidade do cotrole itero. A SOX também exige a certificação por parte de uma firma de auditoria idepedete. A pesquisa se limitará a aálise dos relatórios em seis aos: 2006 a 2011. 1.5. Estrutura do Trabalho Icluido este tópico itrodutório, a dissertação está estruturada em cico capítulos, sem cotar referêcias, e o apêdice. O Capítulo 1 apreseta a Itrodução, cujo coteúdo foi ateriormete descrito. O Capítulo 2 apreseta a Revisão da Literatura, dividido em 4 seções: Cotrole itero: Defiições e Objetivos, Estrutura do Cotrole Itero, Sarbaes-Oxley e Relação de pesquisas ateriores. A Metodologia utilizada a pesquisa é apresetada o Capítulo 3, que descreve os procedimetos ecessários para ecamihameto do estudo. O Capítulo 4 apreseta os Resultados. A Coclusão é apresetada o Capítulo 5.

19 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1. Cotrole Itero: Defiições e Objetivos Attie (2009, p. 148) cita a defiição de cotrole itero dada pelo Comitê de Procedimetos de Auditoria do Istituto Americao de Cotadores públicos certificados (AICPA): O cotrole itero compreede o plao de orgaização e o cojuto coordeado dos métodos e medidas, adotados pela empresa, para proteger seu patrimôio, verificar a exatidão e a fidedigidade de seus dados cotábeis, promover a eficiêcia operacioal e ecorajar a adesão à política traçada pela admiistração. Almeida (2003 p. 63) afirma que o cotrole itero represeta em uma orgaização o cojuto de procedimetos, métodos ou rotias com o objetivo de proteger os ativos, produzir dados cotábeis cofiáveis e ajudar a admiistração a codução ordeada dos egócios da empresa. Diate da mesma perspectiva Imoiaa e Nohara (2005) defiem cotrole itero como mecaismos adotados por etidades o ituito de miimizar o impacto de riscos do processo e de egócios. O Coselho Federal de Cotabilidade CFC (2003) através da Norma Técica de Cotabilidade- NBC T11 evidecia que o cotrole itero compreede o plao de orgaização e o cojuto itegrado de método e procedimetos adotados pela etidade a proteção do seu patrimôio, promoção da cofiabilidade e tempestividade dos seus registros e demostrações cotábeis, e da sua eficácia operacioal. O cotrole itero de uma etidade existe com o ituito de gerar mecaismos e procedimetos que se usados de forma adequada, miimizarão a existêcia de riscos que possam impedir o alcace dos objetivos de um determiado egócio. Qualquer etidade deve possuir um plao de orgaização que esteja itegrado com o proposito de estabelecer relações de autoridade e resposabilidades etre seus itegrates para atigir os objetivos emaados pela orgaização. É esse setido que um cojuto de métodos e medidas é estabelecido, surgido dessa forma os mecaismos de cotrole itero que irão atuar de maeira prevetiva diate dos procedimetos cotábeis evideciados as empresas. Para Attie (2009), o cotrole itero tem os seguites objetivos básicos: Salvaguarda dos iteresses da empresa: refere-se à proteção do patrimôio da empresa cotra qualquer perda e risco referetes a erros e irregularidades. O patrimôio de

20 uma etidade é composto por bes, direitos e obrigações que estão distribuídos em diversos setores e departametos da empresa, que tem uma resposabilidade referete a esse patrimôio, dispodo de uma eorme gama de atividades que devem ser realizadas detro dos padrões adequados, evitado a possibilidade de riscos e perdas. Precisão e cofiabilidade dos iformes e relatórios cotábeis, fiaceiros e operacioais: compreede geração de iformações cofiáveis, adequadas e oportuas, esseciais para a admiistração da etidade, bem como para a compreesão de evetos que ocorrem a empresa. A Ciêcia Cotábil tem o objetivo de gerar iformações úteis para os seus diversos usuários, mas essas iformações serão válidas a partir do mometo em que forem baseadas em dados verídicos, iformados tempestivamete. Estímulo à eficiêcia operacioal: determia prover os camihos ecessários à realização e codução das tarefas, o ituito de obter etedimeto, aplicação tempestiva e uiforme. Aderêcia às políticas existetes: o objetivo do cotrole itero relativo à aderêcia as políticas existetes é assegurar que os objetivos traçados pela a admiistração da empresa, bem como políticas e procedimetos, sejam adequadamete seguidos pelo seu pessoal. Nessa perspectiva, de acordo com Warre (2011) os objetivos do cotrole itero devem forecer uma garatia razoável de que as iformações geradas pelas empresas sejam precisas, os ativos sejam protegidos e utilizados para fis comerciais e os empregados e geretes de uma etidade devam cumprir com as leis e regulametos. Na questão relacioada a proteção dos ativos o autor afirma que o cotrole itero, deve impedir o roubo a fraude e o mau uso ou extravio do mesmo, além disso, o cotrole itero também pode impedir fraude de fucioários, ou seja, atos itecioais de egaar um empregador para gaho pessoal. A fraude de um empregador pode dessa maeira afetar a precisão dos relatórios fiaceiros de uma etidade. Aida vale ressaltar que as ormas de cotabilidade devem ser seguidas e as etidades devem cumprir com as leis e regulametos ecessários ao fucioameto de qualquer egócio. Os demostrativos fiaceiros de uma etidade devem refletir iformações precisas, cofiáveis, que expressem a realidade empresarial, sedo capaz de gerar maior trasparêcia para os ivestidores do mercado de capitais. Diate desse cotexto a cofiabilidade o cotrole itero tora-se imprescidível, pois o mesmo gira em toro dos aspectos admiistrativos de uma orgaização, iflueciado diretamete os aspectos cotábeis (OLIVEIRA E LINHARES, 2007). Coforme o guia da lei Sarbaes-Oxley da Deloitte ToucheTohmatsu (2003) um

21 modelo de cofiabilidade de cotrole itero é relatado através de quatro estágios: ão cofiável, isuficiete, cofiável e excelete, a documetação evidecia características e implicações de cada grau de cofiabilidade, relatados o quadro 1, apresetado a seguir:

22 Quadro 1: Modelo de Cofiabilidade do Cotrole Itero Características Estágio 1:Não Estágio 2: Estágio 4: Estágio 3:Cofiável Cofiável Isuficiete Excelete Características Características Características Características Cotroles, políticas e procedimetos relacioados ão foram adotados em documetados. Não há um processo de criação para a divulgação. Os fucioários ão têm cosciêcia de suas resposabilidades pelas atividades de cotrole. A eficácia operacioal das atividades de cotrole ão é avaliada em uma base regular. As deficiêcias dos cotroles ão são idetificadas. Cotroles, políticas e procedimetos relacioados foram adotados, mas ão estão completamete documetados. Há um processo de criação para a divulgação, mas ão está totalmete documetado. É possível que os fucioários ão teham cosciêcia de suas resposabilidades pelas atividades de cotrole. A eficácia operacioal das atividades de cotrole ão é adequadamete avaliada em uma base regular e o processo ão está completamete documetado. Cotroles, políticas e procedimetos relacioados foram adotados e estão completamete documetados. Há um processo de criação para a divulgação, que está. documetado de forma apropriada. Os fucioários têm cosciêcia de suas resposabilidades pelas atividades de cotrole. A eficácia operacioal das atividades de cotrole é avaliada em uma base periódica (ou seja, trimestralmete) e o processo está documetado de forma apropriada. Abrage todas as características apresetadas o Estágio 3. Existe um programa de gereciameto de riscos e cotroles que abrage toda a compahia, de modo que cotroles e procedimetos são documetados e cotiuamete reavaliados para refletir um processo maior ou mudaças orgaizacioais. Um processo de auto avaliação é utilizado para avaliar o deseho e a eficácia dos cotroles. É possível idetificar as deficiêcias dos cotroles, mas elas ão são protamete corrigidas. As deficiêcias dos cotroles são idetificadas e protamete corrigidas. A tecologia é alavacada para documetar processos, objetivos de cotrole e atividades, idetificar falhas e avaliar a eficácia dos cotroles. Implicações Implicações Implicações Implicações Documetação isuficiete para suportar a certificação e a garatia da admiistração. O ível de esforço para documetar, testar e corrigir cotroles é sigificativo. Documetação isuficiete para suportar a certificação e a garatia da admiistração. O ível de esforço para documetar, testar e corrigir cotroles é sigificativo. Fote: Adaptado de Deloitte ToucheTohmatsu (2003) Documetação suficiete para suportar a certificação e a garatia da admiistração. O ível de esforço para documetar, testar e corrigir. cotroles podem ser sigificativos, depededo das circustâcias da compahia. Implicações do Estágio 3. Tomada de decisões aperfeiçoada em virtude de iformações potuais e de alta qualidade. Utilização eficiete de recursos iteros. Moitorameto em tempo real.

23 2.2. Estrutura de Cotrole Itero Segudo Ramos (2008) a escolha de um critério de cotrole adequado é uma codição prévia para realizar uma avaliação da eficácia dos cotroles iteros de uma etidade. Diate dessa perspectiva Graham (2010) cosidera importate a compreesão das tarefas e aquisição de habilidades ates de iiciar um processo de avaliação. O autor eleca três elemetos chaves que chama de Triâgulo da Eficiêcia, três compoetes de cohecimeto idispesáveis para a avaliação da eficácia de um cotrole itero: Cohecimeto dos requisitos da SEC, cohecimeto do Comitê das Orgaizações Patrociadoras (Committee of Sposorig Orgaizatios of the Treadway Commissio) - COSO e cohecimeto do cotrole da empresa. (grifo osso). A estrutura do COSO tem sido o critério mais utilizado para a avaliação de cotrole itero de etidade. Criado em 1985, iicialmete sob a deomiação de Natioal Commissio o Fraudulet Fiacial Reportig, uma iiciativa do poder privado que teve o ituito de aalisar e estudar os pricipais fatores da ocorrêcia de fraudes em seus relatórios fiaceiros, além de desevolver orietações para compahias abertas, seus auditores, para SEC e demais órgãos reguladores. Mais adiate a comissão passou a ser cohecida como Committee of Sposorig Orgaizatio, e apesar de ser de iiciativa idepedete, é patrociado por cico classes de profissioais dos Estados Uidos, relacioados à área fiaceira: 1. America Istitute of Certified Public Accouts (AICPA); 2. America Accoutig Associatio (AAA); 3. Fiacial Executives Iteratioal (FEI); 4. The Istitute of Iteral Auditors (IIA); 5. Istitute of Maagemet Accoutats (IMA). Segudo o COSO (1992), o cotrole itero é segregado em cico elemetos, evideciados adiate: Ambiete de cotrole: e a base fudametal que proporcioa a estrutura e disciplia para os demais elemetos de cotrole itero. O ambiete de cotrole é iflueciado pelos valores éticos das pessoas, pela competêcia dos fucioários da empresa, pela filosofia de gestão e operacioal da etidade, a maeira como a orgaização desevolve seu quadro de pessoal e também a forma como a gestão atribui delegação de autoridade e resposabilidade. Avaliação de Risco: é a idetificação e aálise de riscos relevates que de alguma

24 maeira possam impedir a realização dos objetivos da etidade. Esses riscos podem ser de fotes iteras ou exteras. Atividades de cotrole: São políticas e procedimetos que auxiliam a etidade a assegurar a realização de seus objetivos, ajudado a garatir que todas as ações possíveis deverão ser realizadas para efretar os riscos que possam impedir a cocretização dos objetivos da empresa. Iclui uma série de atividades: revisões de desempeho operacioal, aprovações, autorizações e seguraça de ativos, segregação de fuções, detre outras. Iformação e Comuicação: A execução e cotrole de um egócio se tora possível o istate em que os sistemas de iformação de uma empresa produzem relatórios que dão o devido suporte ao desevolvimeto da etidade de uma maeira geral, icluido a geração de iformações operacioais e fiaceiras. Nesse istate a iformação e comuicação em um sistema de cotrole itero forece o suporte ecessário ao seu fucioameto, as iformações são idetificadas, capturadas e trasmitidas com o ituito de permitir que o corpo de fucioários realize suas atividades. A comuicação deve ocorrer de uma maeira ampla, os fluxos de iformações devem fluir em toda a orgaização, da admiistração para os fucioários e vice e versa. Moitorameto: um sistema de cotrole itero ecessita ser moitorado de forma costate, através de mecaismos que avaliem a qualidade do sistema ao logo do tempo. Devem existir dessa forma, atividades de moitorameto cotíuas e especiais. O moitorameto cotíuo ocorre o curso das operações, icluido gestão regular e atividade de supervisão. Já as atividades para avaliações especiais devem ocorrer em uma frequêcia que irá depeder da avaliação dos riscos e da eficácia dos procedimetos da avaliação cotíua. Ramos (2008) revela ser ecessário cohecer algumas características da abordagem do COSO ao cotrole itero. O autor afirma que essa estrutura é holística e itegrada, ou seja, seus compoetes se relacioam, cada um tem relação com o outro, podedo iflueciar o comportameto dos demais, dessa maeira, ao avaliar a eficácia de um cotrole itero, devese visualiza-lo como um todo itegrado. Outra característica levada em cosideração é o fato de o cotrole itero ser cosiderado um processo e dever ser avaliado como tal, além disso, deve ter valor apeas a medida em que permite alcaçar os objetivos estabelecidos pela etidade. A estrutura do COSO também ecessita ser flexível, devedo adaptar-se ao ambiete diâmico do qual faz parte. As limitações de cotrole também podem ser observadas, pois existe apeas garatia razoável que os objetivos da empresa serão atigidos, por fim o COSO recohece que a eficácia do cotrole itero depede das pessoas, sedo

25 iflueciado pelo o elemeto humao. Um ovo documeto foi publicado em 2004, cohecido como COSO II: Eterprise Risk Maagemet (COSO, 2004). Este documeto dá êfase ao gereciameto de risco e adicioa três ovos compoetes, aos cico ateriormete elecados pelo COSO I: Direcioameto dos Objetivos: de acordo com a ova estrutura, esse compoete atecede a avaliação de risco, visto que os objetivos devem existir ates do gereciameto para idetificar poteciais evetos que possam vir a afetar sua realização. Os objetivos devem estar de acordo com a missão da empresa e devem ser cosistetes com sua adequação ao risco. Idetificação de Evetos: essa etapa deve ser visualizada logo após o direcioameto de objetivos e também atecede a avaliação de risco, esse compoete irá idetificar evetos, sejam eles iteros ou exteros que de alguma forma possam vir a afetar a realização dos objetivos da etidade, devedo haver a distição etre riscos e oportuidades. Resposta ao risco: após a avaliação de risco a etidade deve selecioar a resposta que será dada ao risco idetificado, ou seja, deverá ser aceito, evitado, reduzido, partilhado, efim as ações serão tomadas de acordo com a tolerâcia da etidade aos riscos idetificados. 2.3. Lei Sarbaes-Oxley Em face ao surgimeto de diversos escâdalos o mercado orte americao em meados do ao 2000, detre eles a Ero, Tyco e WorldCom, o Seado Norte Americao promulgou, em 30 de julho de 2002 a lei Sarbaes-Oxley, também cohecida como SOX ou Sarbox, o ituito de resgatar a cofiaça dos ivestidores até etão abalada pelas fraudes ocorridas o mercado de capitais dos EUA. Aad (2007) afirma que para ajudar a reestabelecer a cofiaça do ivestidor o mercado de ações americao o regulameto da Lei Sarbaes-Oxley foi baseado em três pricípios: itegridade, precisão e resposabilidade. Vejamos o sigificado de cada um deles: Itegridade: a lei busca a itegridade das empresas de capital aberto, bem como a itegridade de seus registros fiaceiros, exigido que sejam completos e represetativos, o ituito de evitar fraudes e erros. Precisão: também estabelece que a iformação relatada seja cofiável e precisa, oferecedo aos ivestidores a exatidão das iformações que recebem, garatido dessa maeira a proteção de seus ivestimetos. Resposabilidade: a reposabilidade e itegridade dos relatórios

26 fiaceiros recaem sobre os executivos da etidade, mais especificamete o Presidete e Diretor Fiaceiro. A SOX é uma das legislações mais rígidas a tratar de aspectos relacioados ao cotrole itero das etidades. É aplicável a empresas americaas e também a empresas estrageiras que possuem emissão de ADRs, portato aplicável a empresas latio americaas que possuem egociações as bolsas americaas. A lei Sarbaes-Oxley está dividida em oze temas, coforme evideciado o quadro abaixo: Quadro 2: Artigos da Lei Sarbaes-Oxley Título Artigos I- Coselho de Fiscalização das Normas Públicas de Cotabilidade das Empresas PCAOB 101 a 109 II-Idepedêcia de Auditores Idepedetes 201 a 209 III-Resposabilidade das Empresas 301 a 308 IV-Ampliação de Divulgações Fiaceiras 401 a 409 V-Coflito de Iteresses dos Aalistas 501 VI-Recursos e Poderes das Comissões 601604 VII-Estudos e Relatórios 701 a 705 VIII-Resposabilidade Crimial e Fraudes 801 a 807 IX-Peas Para Crimes de Colariho Braco 901 a 906 X- Restituição de Impostos 1.001 XI-Fraude Detro de Âmbito Empresarial e Na Sua Cotabilidade 1.001ª 1.007 Fote: Adaptado Peters (2007) Destacam-se as seções 302 e 404, pois evideciam o objetivo pricipal desta pesquisa. A Seção 302 trata da resposabilidade corporativa para relatórios fiaceiros. Segudo Aad (2007) a década de 90 passou a existir uma eorme frustração por parte dos ivestidores com a falta de resposabilidade as empresas. Era comum a época termos como corporações sem rosto, egócio iocete, usados para se referir ao fato que iguém estava disposto a se resposabilizar pelos atos praticados a sociedade. A SOX coloca a resposabilidade da empresa para o CFO e CEO da etidade, oferecedo dessa maeira maior trasparêcia aos ivestidores que poderão estar ciete que a empresa a qual ivestem ão está livre para agir de forma atiética. Essa seção especificamete exige que o CFO e CEO foreçam uma declaração atestado a exatidão das demostrações fiaceiras e outras divulgações. A Seção 404 trata da avaliação de gestão do cotrole itero. Exige que todos os demostrativos auais icluam um relatório de cotrole itero para evideciar os esforços que têm sido realizados para melhorar a exatidão e cofiaça das iformações prestadas pelos demostrativos cotábeis. O Relatório de Cotrole Itero deve também icluir uma avaliação de todos os cotroles iteros que teham relação às iformações fiaceiras de

27 uma maeira geral, iformado aos ivestidores se os cotroles são ou ão eficazes. 2.4. Deficiêcia de Cotrole Itero - Pesquisas Ateriores A avaliação do cotrole itero de uma etidade deve ser divulgada pelo CFO (diretor fiaceiro) e o CEO (diretor presidete) da empresa. Estes, especificamete, ão podem divulgar que seus cotroles iteros são eficietes se ecotrarem uma ou mais deficiêcias de cotrole sobre seus relatórios fiaceiros. De acordo com Graham (2010), deficiêcias de cotrole podem surgir de duas formas: Deficiêcia de Desig: surge quado o cotrole ecessário para atigir um determiado objetivo ão existe, ou se existete ão estaria projetado para ateder o objetivo proposto. Deficiêcia operacioal: existe quado um cotrole devidamete projetado ão está sedo operado coforme o previsto ou quado a pessoa resposável pela execução de determiado procedimeto ão está apta para executar o cotrole efetivamete. Quado existe a divulgação de deficiêcias o relatório de uma determiada empresa, a gravidade dessas deficiêcias precisa ser avaliada. Dessa maeira, se os gestores da etidade cocluírem que seus cotroles ão são eficazes devem evideciar os tipos de fraquezas materiais ecotradas. sedo: Graham (2010) traz a defiição de fraqueza material evideciada pelo PCAOB, como Uma deficiêcia ou uma combiação de deficiêcias o cotrole itero sobre relatórios fiaceiros, de modo que haja uma possibilidade razoável de que uma distorção relevate as demostrações fiaceiras auais da compahia ão sejam impedidas ou detectadas em tempo hábil. Desde a promulgação da Sarbaes-Oxley o mercado orte americao diversos estudos surgiram o ituito de verificar a preseça de fraquezas materiais o cotrole itero das etidades e evideciar seus determiates. Doyle et al (2005) examiaram os determiates de deficiêcias de cotrole itero e seu efeito sobre gahos de qualidade. Os achados do estudo evideciaram que os potos fracos relevates o cotrole itero são mais propesos em empresas meores, meos retáveis, mais complexas, que estão crescedo rapidamete ou em fase de reestruturação. A pesquisa também evidecia que empresas com isuficiêcia material tem qualidade de iformação de lucro (ou simplesmete qualidade de

28 lucro, como é descrito a literatura iteracioal) mais baixa, sedo o cotrole itero um dos aspectos fudametais para a qualidade de gahos. Zag et al (2006) ivestigaram a relação etre a qualidade da comissão de auditoria e a idepedêcia do auditor com a divulgação de fraqueza material de cotrole após a promulgação da SOX. Os pesquisadores cocluíram que existe uma relação etre essas variáveis, pois as empresas estão mais propesas a serem idetificadas com uma fraqueza material de cotrole itero quado seus auditores são mais idepedetes ou seu comitê de auditoria é mais experiete. Brya e Lilie (2005) evideciaram características de empresas que divulgaram fraquezas materiais, o estudo idica que essas etidades são meores, apresetam um beta mais elevado, sugerido um descoto maior que o mercado para essas empresas, os autores idetificaram que o valor de mercado total dessas empresas é apeas 1,28% do valor de mercado da S&P 500. Com estudo uma perspectiva difereciada, Hoitash et al (2007) aalisaram a relação que existe etre salário aual do CFO (diretor fiaceiro) de uma etidade e divulgação de fraqueza material de cotrole itero. Os autores afirmam que o estudo foi motivado pelas recetes reformas destiadas a melhorar a qualidade dos relatórios fiaceiros, particularmete quado se trata das exigêcias do CFO, que deve certificar o cotrole itero da compahia. Os resultados da pesquisa revelam que os bôus do CFO são egativamete correlacioados com a divulgação de fraquezas materiais, mas esta relação é moderada pela experiêcia e reputação do CFO. Devido ao fato da Lei Sarbaes-Oxley ser aplicada a empresas estrageiras que possuem egociações o mercado americao, as etidades que possuem egociação os EUA, tem sido alvo de pesquisas em área acioal (SOUZA ET AL (2010), OLIVEIRA E LINHARES (2007), BEUREN E ZONATTO (2010), SILVEIRA E CARVALHO (2009), NEVES E LEMES (2009)). Embora os estudos evideciem uma abordagem difereciada, podem ser cosiderados semelhates ao estudo proposto esta dissertação. Souza et al (2010) realizaram um estudo com empresas Brasileiras listadas a Bovespa e Nyse, o ituito dos pesquisadores foi divulgar se houve melhoria a evideciação, o Brasil, dessas etidades em relação às exigêcias da SOX. As empresas que possuem emissão de ADRs estão obrigadas a divulgarem os requisitos requeridos pela lei Sarbaes-Oxley, mas o estudo questioa se as iformações divulgadas o mercado orte americao para a SEC, também vem sedo divulgado volutariamete o Brasil, mesmo ão possuido obrigatoriedade em lei. O resultado da pesquisa evidecia que devido a essa falta de

29 obrigatoriedade as empresas divulgam em seus relatórios o que julgam ecessário, por isso algumas possuem maior ou meor grau de divulgação do que outras. Oliveira e Lihares (2007) aalisaram o processo de implemetação de cotrole itero às exigêcias da Sox em uma Cia aberta brasileira do setor de eergia elétrica. O estudo de caso revelou que a adequação a lei foi facilitada pela adoção das orietações da Cartilha de Goveraça Corporativa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Código de Melhores Práticas do Istituto Brasileiro de Goveraça Corporativa (IBGC), o estudo aida detectou que o fato da Cia já possuir certo grau de cotrole em suas operações, foi um facilitador para a adequação. Beure e Zoatto (2010) aalisaram os relatórios da admiistração de empresas brasileiras com emissão de ADRs o ituito de idetificar as categorias de risco evideciadas, a aalise foram cosideradas sete categorias de risco da metodologia COSO. Os resultados evideciaram que ão houve uma padroização os riscos divulgados, a maior predomiâcia foi o risco operacioal, o risco de imagem ão foi evideciado. De todas as empresas pesquisadas os autores observaram que ove ão fizeram evideciação alguma de risco. No mesmo ao os autores realizaram outra pesquisa com empresas que possuem emissão de ADRs, o objetivo pricipal foi verificar se as características básicas recomedadas pelo coso para um ambiete de cotrole estão sedo amplamete divulgadas cofirme é estabelecido pela SOX, foram aalisados os relatórios de admiistração das Cias. O estudo cocluiu que apesar de todos os compoetes do COSO terem sido ecotrados os relatórios da admiistração, em todas as características básicas do modelo foram evideciadas, ão sedo desta forma amplamete divulgados como emaa a lei Sarbaes-Oxley. O estudo de Silveira e Carvalho (2009) foi realizado com empresas brasileiras que devem ateder aos requisitos emaados pela SOX e que devem eviar o relatório 20F a SEC, este caso todas que possuem emissão de ADRs. A aálise foi feita sobre esses relatórios o ituito de verificar se existia divulgação de fraquezas materiais os cotroles iteros, a partir da etão se buscou aalisar se a preseça de fraqueza material os cotroles iteros das compahias de alguma forma impactava o valor de suas ações. O estudo cocluiu que a divulgação de deficiêcias materiais os cotroles iteros ão iflueciou egativamete o preço das ações o período. Os autores efatizam que essa costatação ão corrobora a ideia de que as empresas que divulgam cotroles iteros eficietes, sem deficiêcias materiais relevates, são percebidas de forma difereciada pelo mercado. Numa perspectiva difereciada Neves e Lemes (2009) avaliam os efeitos o retoro e a liquidez média das ações em duas situações: quado a empresa adere ao ovo mercado e

30 quado emitem ADRs, devedo esse caso ateder aos requisitos da SOX. Na pesquisa foi utilizado o método de estudo de evetos, para o caso das empresas que aderem ao ovo mercado foi cosiderado o eveto da data de adesão e para as empresas com emissão de ADRs a data de eveto cosiderada foi a do deposito do formulário 20F a SEC. Os autores cocluíram que ão existem difereças estatísticas que possam afirmar que existe valorização do retoro das empresas que emitem ADRs em comparação as empresas que aderem ao Novo Mercado, como também ão foram idetificadas difereças relativas ao comportameto da liquidez média das ações das empresas. 3. METODOLOGIA 3.1. Procedimetos Foi realizada uma pesquisa documetal, com base em iformações colhidas dos relatórios emitidos pelos gestores da empresa (Presidete e Diretor fiaceiro) e pelas empresas de auditoria que auditaram a etidade, sobre a qualidade dos cotroles iteros sobre os relatórios cotábeis. Na maioria dos casos esses relatórios estavam iseridos o formulário 20-F, especificamete o item 15, exigido pela SEC para as empresas de capital aberto, que egociam suas ações as bolsas de valores dos Estados Uidos. Foram aalisados dois documetos sobre a certificação dos cotroles itero sobre as demostrações cotábeis: o produzido pelo Presidete e Diretor fiaceiro da empresa (que deomiaremos documeto produzido pela empresa) e o produzido pela empresa de auditoria que auditou a empresa (que deomiaremos relatório de auditoria). O primeiro documeto é composto, a maioria dos casos, por quatro relatórios: a) Relatório que aalisa os Cotroles e Procedimetos de Divulgação (Disclosure Cotrols ad Procedures); b) Relatório Aual da Admiistração sobre os Cotroles Iteros sobre os Relatórios Cotábeis (Maagemet s Aual Reporto Iteral Cotrol over Fiacial Reportig); c) Relatório de atestado da empresa de auditoria d) Relatório das Mudaças o Cotrole Itero sobre os Relatórios Cotábeis (Chages i Iteral Cotrol over Fiacial Reportig). O relatório que aalisa os Cotroles e Procedimetos de Divulgação (Disclosure Cotrols ad Procedures) apreseta o resultado da avaliação do cotrole itero de uma