A ORGANIZAÇÃO DOS DESCRITORES NA PROVINHA BRASIL

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Transcrição:

00604 Resumo A ORGANIZAÇÃO DOS DESCRITORES NA PROVINHA BRASIL Célia Aparecida Bettiol Arliete Socorro Da Silva Neves O presente texto faz parte de um trabalho em andamento e se constitui em pesquisa documental, com abordagem qualitativa. A pesquisa é desenvolvida no âmbito do PAIC (Programa de Apoio à Iniciação Científica) da Universidade do Estado do Amazonas e tem como objeto de investigação as três últimas versões da provinha Brasil de Língua Portuguesa aplicadas nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. A pesquisa tem como objetivos analisar a forma de organização dos trabalhos pedagógicos na área da linguagem na perspectiva dos descritores da prova Brasil, verificar como esses são trabalhados nas atividades de leitura, compreensão e interpretação de textos dos exemplares da Provinha Brasil e por fim, analisar se a forma de trabalho descrita nas provas selecionadas está de acordo com as propostas de trabalho de autores da área sobre a competência da leitura, dentre eles Marcushi (2008). Como metodologia usamos a análise documental norteada pelas seguintes questões norteadoras: Em que consiste os descritores da Prova Brasil na área da Língua Portuguesa para os anos iniciais do ensino fundamental? Esses descritores presentes na Provinha Brasil, aplicadas nas três últimas versões estão em consonância com o que dizemos estudiosos da área da leitura? Os resultados preliminares apontam para uma categorização das habilidades da leitura em forma de descritores que avaliam a competência leitora dos alunos no tocante à decodificação, compreensão, interpretação e inferências ao texto lido. Tais descritores são apresentados à escola em forma de uma Matriz de Referência para uso dos professores no trabalho pedagógico com leitura. Os resultados da provinha Brasil tem acusado uma fragilidade dos alunos no tocante ao uso da competência leitora e, consequentemente, indicam a necessidade de um trabalho mais intenso na escola na temática abordada. Palavras-chave: Provinha Brasil; Descritores; Leitura. Introdução A Provinha Brasil é hoje uma realidade nas escolas da Educação Básica e, apesar das contestações na sua formulação e aplicação, acabou tornando-se objeto de discussão entre os professores atuantes no Ensino Fundamental. Instituída por meio da Portaria Normativa nº 10, de 26 de Abril de 2007 a Provinha Brasil é um mecanismo de avaliação do Ensino Fundamental organizado e coordenado pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC), e tem como objetivo realizar diagnostico dos níveis de alfabetização dos alunos após um ano de estudo no Ensino Fundamental, de maneira que as informações resultantes possam apoiar a prática pedagógica do professor em sala de aula. Nas suas versões ela avalia a área de Língua Portuguesa e Matemática, estando em processo de expansão para outras áreas.

00605 A leitura é fundamental para o acesso a informação e o exercício da cidadania e se constitui uma das tarefas proclamadas como função da escola. No Brasil, os resultados de testes como a provinha Brasil, objeto de estudo desta pesquisa, têm mostrado uma grande dificuldade dos alunos na apropriação desse saber e no seu uso social. Dessa forma, entendemos que a Universidade como lócus da formação inicial de professores não pode eximir-se da responsabilidade de discutir o tema e, nesse sentido, entendemos a relevância do trabalho aqui apresentado no âmbito da Iniciação Científica. Percurso metodológico da pesquisa Este estudo se constitui em uma pesquisa documental que utiliza a abordagem qualitativa cujo objeto de investigação é as três últimas versões da Provinha Brasil de Língua Portuguesa aplicadas nos anos Iniciais do Ensino Fundamental. Segundo Chizotti ( 2007, p. 79), A abordagem qualitativa parte do fundamento de que há uma relação dinâmica entre o mundo e o sujeito [...] o conhecimento não se reduz a um rol de dados isolados, conectados por uma teoria explicativa [...] O objeto não é um dado inerte e neutro; está possuído de significados e relações que sujeitos concretos criam em suas ações. A pesquisa documental se faz necessário porque revela alguns dados empíricos, muitas vezes não relatados em materiais que já receberam tratamento analítico. O acesso a documentos escritos - seja em forma de relatórios, artigos, jornais, revistas e documentos eletrônicos em muito contribui para um conhecimento mais profundo da realidade. (OLIVEIRA, 2007, p. 90) A análise documental orientou-se pelas seguintes questões: Em que consiste os descritores da prova Brasil na área da Língua Portuguesa para os anos Iniciais do Ensino Fundamental? Esses descritores presentes na Provinha Brasil, aplicadas nas três últimas versões estão em consonância com o que dizem os estudiosos da área da leitura? A investigação organizou-se em três fases: a fase exploratória que se constitui de um momento dedicado a interrogações preliminares sobre o objeto, as teorias pertinentes, e as questões operacionais sobre a Provinha Brasil e os descritores. A segunda fase foi o levantamento de material e teve como ação mapear as três últimas versões da Provinha Brasil e seus descritores na competência da Leitura; por fim a última fase consistiu no tratamento do material no sentido de ordenar, classificar e analisar os dados coletados.

00606 Essa fase ainda encontra-se em andamento, porém já tem resultados preliminares apresentados a seguir. Organização dos Descritores na Provinha Brasil Desde 2008 a Provinha Brasil com foco vem sendo disponibilizada em dois períodos: no inicio e no término do ano letivo. A Matriz de Referência da Provinha Brasil está organizada em dois grandes eixos: 1º Eixo- Apropriação do sistema de escrita (habilidades relacionadas à identificação e ao reconhecimento de princípios do sistema de escrita). 2º eixo- Leitura. Em cada eixo, estão descritas as habilidades selecionadas para avaliação, chamadas de descritores e identificadas pala letra D. Na Matriz destinada a 4ªsérie são trabalhados 15 descritores. Cada descritor detalha uma habilidade cognitiva. As matrizes de Língua Portuguesa do Saeb e da Prova Brasil estão estruturadas da seguinte forma: na dimensão objeto do conhecimento, foram elencados seis tópicos, conforme disposto a seguir; na dimensão competência, foram elaborados descritores referentes a cada tópico. I - Procedimentos de leitura: D1 Localizar informações explícitas em um texto, D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão, D4 Inferir uma informação implícita em um texto, D6 Identificar o tema de um texto, D11 Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato. II - Implicações do suporte, do gênero e /ou do enunciador na compreensão do texto: D5 Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto, etc.), D9 Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. III - Relação entre textos: D15 Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido. IV- Coerência e coesão no processamento do texto: D2 Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto, D7 Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa, D8 Estabelecer relação causa /consequência entre partes e

00607 elementos do texto, D12 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios, etc. V- Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido: D13 Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados, D14 Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações. VI- Variação linguística: D10 Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto. Essa organização é disponibilizada às escolas e, de certa forma, acaba norteando o trabalho docente no tocante à leitura. Contudo, pelos resultados apresentados percebe-se uma distância entre as habilidades avaliadas e os saberes dos alunos. Isso nos questiona sobre a forma como essas questões são efetivamente trabalhadas na escola. A organização da provinha Brasil nas suas três últimas versões e os referenciais de leitura Para Marcushi (2008) compreender o que se lê exige habilidade, interação e trabalho. Na realidade, sempre que ouvimos alguém ou lemos um texto, entendemos algo, mas nem sempre essa compreensão é bem sucedida Sempre que produzimos algum enunciado, desejamos que ele seja compreendido, e que a interpretação dos enunciados é sempre fruto de um trabalho e não uma simples extração de informações objetivas. Uma análise ainda preliminar das três últimas versões da Provinha Brasil mostra que a forma de organização das questões segue o pressuposto pelos teóricos da leitura no tocante às habilidades presentes no ato da leitura. Há questionamentos levantados acerca da linguagem utilizada embasada numa pseudo igualdade nacional da prova sem levar em conta variações linguísticas regionais e outras especificidades próprias ignoradas na prova. Considerações Finais A Provinha Brasil é um instrumento de medição da aprendizagem, como se pode perceber nesta pesquisa. O aluno ao realizar a leitura e compreender o que está

00608 sendo solicitado pelos enunciados das questões presentes nos testes da Provinha Brasil deve demonstrar as habilidades previstas em cada descritor avaliado Os resultados apresentados, ainda que parciais, evidenciam a necessidade, de formação para os professores quanto ao conhecimento e uso dos descritores propostos nessa matriz, bem como salientam a necessidade de uma linguagem acessível aos estudantes que são submetidos aos testes. Outro fator que nos chama a atenção é a formação da competência leitora nos alunos a partir do uso de descritores enquanto forma de organização das habilidades necessárias à leitura. REFERÊNCIAS BRASIL.MEC. Matriz de Referência da Avaliação da Alfabetização e do Letramento Inicial da Provinha Brasil. Elaboração:Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Diretoria de Avaliação da Educação Básica (Daeb). CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Petropólis, RJ: Vozes, 2007. MARCUSCHI, Luiz Antonio. Produção Textual, Análise de Gêneros e Compreensão. São Paulo: Parabola, 2008. OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer uma pesquisa qualitativa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. PDE/Provinha Brasil- Matrizes de Referência, Temas, Tópicos e Descritores- MEC/2011.