UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO Campus de Jaboticabal Faculdade de ciências Agrárias e Veterinárias 1 ZOOTECNIA I (Suínos) Denominações Plano da aula Característica do suíno doméstico Msc. Fabrício Faleiros de Castro Departamento de Zootecnia fabricio_faleiros@hotmail.com Vantagens da suinocultura Algumas limitações da suinocultura Melhoramento genético de suínos Sistemas de produção Denominações Cachaço, varrasco, varrão Denominações Porca, matriz Denominações Leitão ou leitoa Denominações Marrã - fêmea jovem destinada à reprodução, até desmamar a primeira leitegada 1
Denominações Cevados Característica do suíno doméstico Longevidade: Animais de produção: 5 meses Animais de reprodução: 2 anos para machos 3 anos para matrizes Característica do suíno doméstico Sistema digestório Monogástrico Onívoros Ceco não funcional Característica do suíno doméstico Termorregulação Não tem glândulas sudoríparas ativas Termorregulação funciona após 2 dia de vida Animais ofegantes em ambientes acima da termoneutralidade Temperatura corporal: 38,7 a 39,8º C com média de 39,2º C Os suínos são sensíveis ao frio quando novos e ao calor quando adultos Característica do suíno doméstico Termorregulação Categorias Temperatura ótima ( o C) Leitões ao nascer 30 a 32 Leitões creche 24 a 28 Suínos crescimento 18 a 20 Suínos terminação 15 a 18 Adultos 15 a 18 Característica do suíno doméstico Efeito de T C elevadas: Reduz atividade metabólica do fígado, rins e intestinos Aumento da frequência respiratória Diminui o N de visitas ao comedouro Diminui o tempo total de ingestão de alimento Queda do desempenho 2
Característica do suíno doméstico Formas de contornar o problema: Investimentos nas instalações para controlar a T C Raças resistentes Balanceamento ideal das rações Característica do suíno doméstico Rusticidade: Suinocultura intensiva: animais sensíveis Calor Estresse Doenças Incremento calórico Característica do suíno doméstico Prolificidade: Características do suíno doméstico Rendimento Pelo menos 12 leitões/parto Vantagens da suinocultura Grande poder de assimilação de alimentos Elevado rendimento de carcaça Espécie Rendimento (%) Bovino 50 60 Ovino 45 55 Suíno 75 85 Vantagens da suinocultura Reversão rápida de capital: 1 fêmea produzindo + 11 animais terminados Período de gestação: 114 dias Nascimento ao abate: 150 dias Total: 264 dias = 8,8 meses 11 animais x 100 kg = 1100 kg em 9 meses 3
Vantagens da suinocultura Pequena área para instalações Tabela - Estratificação das propriedades com suinocultura no Brasil Tamanho propriedade da Número de criadores % Número de suínos Menos de 10 ha 1.222.815 45,00 8.848.273 27,31 de 10 a 20 ha 463.503 17,10 4.995.815 15,42 de 20 a 50 ha 508.018 18,70 6.705.714 20,70 Total de 0 a 50 ha 2.194.336 80,80 20.549.802 63,43 Brasil 2.714.477 100,00 32.400.000 100,00 % Vantagens da suinocultura Produto de fácil comercialização Algumas limitações da suinocultura Algumas limitações da suinocultura Disponibilidade de cereais em algumas regiões Balanceamento nutricional das dietas Necessidade de instalações e equipamentos adequados Necessidade de mão-de-obra especializada Algumas limitações da suinocultura Necessidade de ótimo manejo higiênico-sanitário Tabela Resultados obtidos com um programa de limpeza e desinfecção em 300 granjas de reprodutores Parâmetros Limpeza e desinfecção regular após cada lote Limpeza irregular Sem limpeza Nascidos/porca/ano 19,9 17,5 16,8 Algumas limitações da suinocultura Alta mortalidade embrionária Tratamento correto dos dejetos Poder de negociação do produtor Mortalidade, % 14,8 15,6 17,2 Fonte: EMBRAPA, 1981 4
Evolução Melhorar índices produtivos Média da Suinocultura Brasileira Melhores Resultados Agriness - 2014 Índices Média Brasil Média Top 50 Média Top 10 Repetição de cio, % 7,69 3,87 3,30 Aborto, % 1,58 1,45 1,72 Idade 1 a Cobertura, dias 232,6 238,5 240,6 IDC, dias 9,34 6,44 5,70 Taxa Parição, % 86,51 92,42 92,83 Média Nascidos Totais 13,35 14,73 15,18 Natimortos, % 4,31 3,81 3,05 Mumificados, % 2,03 2,65 2,74 Mortos ao Nascer, % 1,43 1,35 1,72 Média Nasc. Vivos 12,30 13,57 14,03 Peso Nascimento, kg 1,40 1,35 1,35 P/P/A 2,35 2,47 2,46 Mortes na Maternidade, % 8,12 5,85 5,24 Média Desmamados 11,27 12,74 13,31 Desmamados/Porca/Ano 26,49 31,43 32,77 Melhoramento Genético de Suínos Melhoramento Genético de Suínos Indispensável na evolução da suinocultura Objetivo geral do melhoramento: Aumentar a freqüência de genes e/ou genótipos desejáveis melhorar a produtividade Ferramentas Seleção Cruzamentos Melhoramento de suínos - Objetivo Melhorias na saúde Resistência a doenças Melhoria da qualidade da carne e carcaça Espessura de toucinho % de carne magra Área de olho de lombo Melhoria das características produtivas Prolificidade Conversão alimentar O que os suinocultores querem? Alta performance reprodutiva Excelente eficiência alimentar Excelente taxa de crescimento Longevidade de matrizes e suínos resistentes 5
O que a indústria quer? O que o consumidor quer? Alto rendimento de carcaça Diminuir perdas Qualidade de carne Exportação, embutidos, defumados, etc. Alta qualidade da carne In natura, processada, defumada, etc. Estrutura e fluxo do material genético Matrizes ideais Rebanhos comerciais Rebanhos núcleo Rebanhos multiplicadores Rebanhos comerciais Rebanhos comerciais Matrizes Resistentes a doenças Temperamento dócil Boa qualidade de aprumos e de cascos Longevidade (7 ou mais leitegadas) Matrizes ideais Animais de produção ideais Alta prolificidade Menor variação de peso de leitões Baixa mortalidade pré e pós desmama Suínos para o abate Apresentar resistência exigindo menos antibióticos e vacinas Excelente eficiência alimentar reduzindo custo de alimentação Alta taxa de crescimento Alto rendimento de carcaça com qualidade de carne 6
3 grupos de raças - Produção 3 grupos de raças - Reprodução Raças com melhor desempenho (taxa de crescimento e conversão alimentar): Duroc Hampshire Landrace Large White Pietran Raças com boas características reprodutivas (tamanho e peso de leitegada): Landrace Large White 3 grupos de raças - Carcaça Objetivos do melhoramento Raças com boas características de carcaça (quantidade e qualidade de carne): Hampshire Duroc Pietrain Características a serem melhoradas Desempenho Reprodutivas Qualidade de carne Características Desempenho: Ganho diário de peso Conversão alimentar Alta herdabilidade Já melhoradas Características Reprodutivas: Tamanho de leitegada Intervalo desmame cio Herdabilidade moderada a baixa Foco principal - tamanho da leitegada ao nascer 7
Características Seleção Carcaça: Espessura de toucinho Área de olho de lombo Comprimento da carcaça Herdabilidade moderada a alta A seleção é a escolha deliberada de indivíduos que serão os pais da próxima geração Escolha da linhagem compatível com a criação: Nutrição Sanidade Manejo Seleção Seleção Na linha macho crescimento e carcaça Na linha fêmea desempenho reprodutivo Critérios e objetivos de seleção usados no programa de seleção genética para Linha Machos Critério Conformação Área do olho de lombo (AOL) Objetivo % carne pernil % de lombo Critérios e objetivos de seleção usados no programa de seleção genética para Linha fêmeas Critério Tamanho de leitegada Peso de leitegada à desmama Número de tetas Objetivo Produtividade da matriz Habilidade materna 8
Seleção pelo aspecto exterior Seleção pelo aspecto exterior Leitoas: Mínimo 6 pares de tetas funcionais Não possuir tetas cegas ou invertidas Bons aprumos Machos Mínimo seis pares de tetas funcionais Bons aprumos Não possuir defeitos como hermafroditismo, hérnias, etc... Cruzamentos Proporcionar complementação entre raças pela incorporação e combinação de características desejáveis na população Incorporar genes desejáveis na população a taxas mais rápidas do que pelo aumento da frequência gênica pela seleção dentro da população Qual o material genético que existe no mercado? Linhagens comerciais EMBRAPA Empresas: Agroceres PIC Génétiporc Topigs Pen Ar Lam DB (Dan Bred) Produtos: Avós Avôs Matrizes Reprodutores HÍBRIDO MS-58 Composição Racial: PIETRAIN = 62,5% DUROC = 18,75% HAMPSHIRE = 18,75% 9
EMBRAPA HÍBRIDO MS-60 X Composição Racial: PIETRAIN = 62,50% DUROC = 18,75% LARGE WHITE = 18,75% X Embrapa MS 115 Agroceres-PIC Dalland/Topigs Génétiporc Matriz C-40 Macho TEMPO Sistemas de produção de suínos Produtor; Genética; Nutrição; Manejo alimentar; Sanidade; Instalações; Mão-de-obra. 10
Sistemas de produção de suínos Objetivos da produção: Atividade principal/secundária Consumo próprio/subsistência Comercial Mercado normal Mercado específico (produtos diferenciados) Suínos pesados Embutidos Sistemas de produção de suínos Sistema extensivo; Sistemas intensivos: Semi-confinado; Confinado; Criação ao ar livre. Sistema extensivo Presença de animais tipo banha; Criações de baixo índice de produtividade; Não há separação dos animais de acordo com a fase. Sistema extensivo Instalações rústicas; Alimentação baseada em restos de cultura; Não há controle técnico sobre a criação. Sistema intensivo semi-confinado Sistema intensivo semi-confinado Produção de animais tipo carne; Machos, fêmeas vazias e gestantes em piquetes; Fêmeas lactantes e leitões confinados; Animais de abate confinados. 11
Sistema intensivo semi-confinado Bons índices produtivos; Instalações adequadas para cada fase; Uso de maior área; Mão-de-obra especializada; Alimentação: Rações balanceadas; Ingredientes de boa qualidade; Diferenciada de acordo com a fase do animal. Sistema intensivo confinado Produção de animais tipo carne; Todos os animais são criados confinados; Utilização de menor área para produção. Sistema intensivo confinado Sistema intensivo confinado Investimento elevado em instalações; Alimentação de qualidade de acordo com cada fase do animal; Excelentes índices produtivos e reprodutivos; Instalações adequadas de acordo com cada fase; Pode ser de baixa ou alta tecnologia; Mão-de-obra especializada. Maior controle sanitário. Sistema intensivo confinado Sistema intensivo confinado 12
Instalações Não deve ter declividade superior a 15% Solo com boa capacidade de drenagem Sistema deve ser implantado sobre gramíneas TAXA DE LOTAÇÃO Varia de acordo com as condições climáticas, tipo de solo e do manejo adotado Sombreamento Mínimo 9 m 2 /matriz em lactação 4,5 m 2 /matriz em gestação Sistema intensivo de criação ao ar livre Baixo custo de implantação e manutenção, com pequeno número de edificações; Necessária a presença de sombra nos piquetes, com árvores e abrigos; Demanda uma grande área; Distribuição dos sistemas de criação no Brasil Sistema/Ano 1990 1995 2000 2005 Extensivo 32,8 25,5 17,0 10,0 Semi Confinado 36,0 26,0 21,0 17,0 Confinado Alta Tecnologia 15,0 21,0 32,0 41,0 Confinado Baixa Tecnologia/Tradicional 16,0 27,0 29,0 30,0 SISCAL 0,2 0,5 1,0 2,0 TOTAL 100,0 100,0 100,0 100,0 Mão-de-obra especializada. 13
Tipos de Produção Definido pelo produto a ser comercializado ou fases existentes na propriedade; Produção 3 tipos: Produção de leitões (UPLs); Produção de terminados (UTs); Ciclo completo (CC). Unidades produtoras de leitões - UPLs Envolve a fase de reprodução; Venda de leitões de ± 6 ou 27 kg; Comum em integrações e cooperativas; Necessita de mão-de-obra especializada; Instalações adequadas. Unidades produtoras de leitões - UPLs Vantagens: Melhor controle sanitário do rebanho; Programação de parições para vendas; Rápido retorno de capital; Menor quantidade de dejetos. Unidades produtoras de leitões - UPLs Desvantagens: Mercado e preço do leitão são instáveis; Produto inacabado sendo necessário escoamento da produção. Unidades de terminação - UTs Somente as fases de crescimento e terminação; Aquisição de animal com ± 27 kg; Até a terminação 100 kg; Menor necessidade de gerenciamento; Habilidade para compra e venda de animais. Unidades de terminação - UTs Vantagens: Retorno econômico é rápido; Facilidade demanejo; 1 homem: 2000 animais; Mão-de-obra menos exigente; Não necessita de rebanho de reprodução; Facilidade de interrupção de atividade. 14
Unidades de terminação - UTs Ciclo completo (CC) Desvantagens: Preço do leitão é variável; Problemas sanitários (aquisição de leitões de granjas diferentes); Grande volume de dejetos (problema?) Ex: fertirrigação café orgânico Rebanho permanente com todas as categorias: Matrizes e reprodutores; Leitões lactentes; Leitões nas fases de creche, crescimento e terminação Ciclo completo (CC) Vantagens: Possibilidade de melhor controle sanitário do rebanho; Custo com reprodutores é distribuído entre o grande número de animais. Ciclo completo (CC) Desvantagens: Alto capital inicial; Controle rigoroso na reprodução; Grande volume de dejetos. Criação para venda de reprodutores Criação para venda de reprodutores Particularidade de criações de ciclo completo; Altamente especializada; Mão-de-obra especializada; Empresas de genética e integradoras. 15
Produtores Independentes Geralmente ciclo completo; Característica de SP; Responsabilidades do produtor (todas): Compra de reprodutores; Compra de ingredientes ou ração; Compra de medicamentos; Busca por tecnologias/aperfeiçoamentos; Venda dos animais; Alto grau de gerênciamento. Produtores Integrados Até 3 divisões (UPL s, Crecheiros, Terminadores); Ex: Sadia, Perdigão (BRFood), Seara (JBS), ; Alta tecnologia; Instalações, manejo, nutrição, sanidade, etc. Altos índices produtivos; Assistência de profissionais especializados Comercialização garantida (baixas margens de lucro) Cooperados Similar ao sistema dos integrados; Ex: Aurora; Suínos Cria os animais 16
Sustentável não é orgânico!! Criação extensiva Sustentável é inovação!! Produção pecuária intensiva Alternativas intensivas ao convencional Alternativas intensivas 17
Alternativas intensivas Alternativas intensivas Alternativas intensivas Qual o melhor sistema de Produção? Considerações finais Importância do Macho vs Fêmea Características reprodutivas Tamanho deleitegada Tendência: Seleção de animais para desempenho Conversão alimentar Lucratividade Melhor sistema de produção? Fabrício Faleiros de Castro Doutorando em Zootecnia fabricio_faleiros@hotmail.com (16) 9 8167 7319 Obrigado 18