Nutricional do Paciente Oncológico Nutricionista Fernanda Pires CRN 13358
O conceito de que a qualidade é importante surge em 1970, com o renascimento da indústria japonesa que, seguindo os preceitos do consultor americano W.E. Deming, faz da qualidade uma arma para a vantagem competitiva.
Um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma segura e no tempo certo, às necessidades do cliente (CAMPOS, 1999). A definição dada pela Norma ISO 8402 (Internacional Organization for Standartization) para o termo qualidade, é: a totalidade das características de uma entidade que lhe confere a capacidade de satisfazer necessidades explícitas e implícitas dos clientes
Produtos e serviços que atendem ou excedem as expectativas do consumidor.
Eficácia Efetividade Eficiência Aceitabilidade Otimização
Avaliação Nutricional Qualidade Suporte Nutricional Indicadores
A definição do papel do serviço de nutrição na instituição hospitalar é ainda muito diversificada e com diferentes graus de complexidade. A qualidade deste serviço é fundamental para reduzir custos com a internação, evitando a desnutrição hospitalar. Conhecer a realidade da atenção nutricional e propor um modelo que atenda demandas do paciente internado e contribua para a qualidade do atendimento hospitalar tornase uma necessidade dado os agravos associados à desnutrição intra-hospitalar e ao papel da alimentação como coadjuvante terapêutico.
Sabe-se que já esta bem consolidado o fato do paciente oncológico necessita não somente de um aporte especial de nutrientes, mas também de orientações nutricionais especializadas, devido a sua considerável perda ponderal e conseqüente má resposta ao tratamento
Avaliação Nutricional A detecção da desnutrição no início do tratamento oncológico e uma ação nutricional imediata e que esta significativamente associada à cura da doença e a melhor qualidade de vida do paciente. Diante desse quadro, o Serviço de Nutrição Clínica do Hospital AC Camargo utiliza ferramentas de triagem nutricional, que vão desde a identificação do risco até o acompanhamento durante todo o tratamento. Hoje usamos uma ferramenta de Triagem Nutricional rápida e adaptada conforme as necessidades dos nossos pacientes, onde atingimos em média 98% de triados em até 48 horas da sua admissão.
Avaliação Nutricional Levantamento realizado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, apontou que cerca de 60% dos pacientes atingidos pela doença apresentam risco nutricional. O estudo revelou ainda que grande parte desses pacientes já chega para tratamento com quadro de desnutrição.
ASG Triagem História Clinica Exame Físico Avaliação Nutricional Avaliação da Composição Corporal AIO Av. Inflamatória Avaliação Bioquímica
Triagem Nutricional Perda ponderal involuntária > 10% Disfagia para sólidos ou pastosos RNC VM ou CPAP > 6horas/dia Acamado Anorexia ou diarréia ou vômitos de difícil controle Edema ou ascite Hipoalbuminemia < 3,0g/dl IMC 30 Menos de 10 anos
Triagem Nutricional Jejum > 60 horas em desnutridos Jejum > 96 horas em eutrófico ou obeso Úlceras de pressão > grau II Internação > 5 dias para cirurgia/ quimioterapia/ radioterapia IMC < 18 ou 23 para idosos Todos os paciente da Terapia Intensiva ou do TMO Terapia Nutricional Domiciliar (já fez uso de enteral ou parenteral)
Triagem Nutricional Sem risco nutricional Com risco nutricional Re-triagem após 5 dias Avaliação nutricional objetiva Determinação do suporte nutricional
Suporte Nutricional A indicação e implementação da Terapia Nutricional, seja ela qual for logo no início do tratamento reduz em cerca de 10% a taxa de mortalidade, ou seja, quanto antes intervirmos, maior é a chance de cura e melhor a qualidade de vida do paciente ao longo do tratamento.
Quando pensamos em Suporte Nutricional temos que levar em consideração os diferentes tipos: Dieta Hospitalar Complemento Alimentar Nutrição Enteral e Parenteral
Dietas Hospitalares: Qualidade no Atendimento Já foi o tempo em que as refeições servidas nos hospitais eram fracas, insossas e de má aparência. A partir de 2000, quando o mercado brasileiro de alimentação e nutrição recebeu novos produtos e serviços e a expansão dos cursos de Gastronomia contribuiu para a aproximação de nutricionistas e chefs de cozinha no segmento hospitalar, a dietoterapia passou a ser encarada como uma importante ferramenta para a recuperação da saúde do doente. Segundo Paula (2002), a alimentação encerra, também o sentido de satisfazer aspectos emocionais, psicológicos e motivacionais dos indivíduos, fazendo com que essa experiência se torne positiva ou não, em função de como ela se desenvolve. A sua importância é tão significativa, que muitas vezes ela é capaz de manter ou não a fidelização da clientela.
Dietas Hospitalares Hoje nosso atendimento ele é individualizado e personalizado,sendo o grande diferencial do nosso atendimento,onde respeitamos as preferências e aversões alimentares, bem como os hábitos regionais, sem contudo, perder o equilíbrio nutricional de cada paciente.
Os desafios da gastronomia nas dietas hospitalares são identificados segundo Jorge (2003) em diferentes aspectos que vão desde a identificação precisa de necessidades e expectativas dos clientes, até a tradução mais fidedigna em produtos saudáveis, nutritivos, atrativos, gostosos e principalmente que colaborem para a manutenção e recuperação do estado nutricional. Ainda é necessário resgatar a associação do prazer ao consumo de alimentos, mesmo que estes façam parte de dietas restritas e controladas o cliente assume olhares diferenciados sobre a assistência nutricional e com informações e expectativas crescentes, torna-se um crítico agente de mudança de seu tratamento
Hoje em nossa Instituição contamos com um Gastrônomo, que nos auxilia nessa difícil missão de tornar as dietas restritivas também atrativas, saborosas e desejadas, e é exatamente esta a proposta da Gastronomia Hospitalar.
Quando pensamos em qualidade no Atendimento Nutricional, não podemos esquecer dos Indicadores de Qualidade. Indicadores são modos de representação - tanto quantitativa quanto qualitativa - de características e propriedades de uma dada realidade.
Indicadores de Qualidade: São aqueles que medem diretamente os desempenhos relacionados às necessidades dos clientes. Dizem respeito a: Satisfação dos clientes. Medem: a eficácia dos processos Tem foco: nos resultados Indicam: o que fazer Ensinam: fazer as coisas certas
Em nutrição os Indicadores da Qualidade que podem refletir melhor a qualidade do atendimento prestado ao paciente são: Nº Pacientes Triados; Nº Pacientes Avaliados; Pacientes com Indicação de Terapia Nutricional Evolução do Estado Nutricional Terapia Nutricional Prescrita e Infundida Avaliação da Ingestão Alimentar Resto Ingesta.
Pacientes Triados X Pacientes Internados Pacientes AvaliadosX Pacientes em Risco Nutricional Paciente em Terapia Nutricional X Pacientes em Risco Nutricional JAN 43,60% 33,50% 80,50% FEV 34,10% 30,10% 138% MAR 54,50% 97% 95,80% ABR 76% 60,30% 63,60% MAI 84,20% 46% 64,50% JUN 82,40% 34.1% 75% JUL 93,90% 32% 61,70% AGO 84,70% 45% 47,40% SET 92,30% 70,50% 40,30% OUT 92% 90% 76% NOV 92% 91% 48,00% DEZ 99,80% 80,10% 57,20% MÉDIA 2009 77,46% 59.13% 70.2% Em 2009 Meta: 80% Meta: 70% Meta: 80%
Pacientes Triados X Pacientes Internados Pacientes AvaliadosX Pacientes em Risco Nutricional Paciente em Terapia Nutricional X Pacientes em Risco Nutricional JAN 93.6% 60,00% 61.5% FEV 93,00% 75,00% 71% MAR 95,50% 49% 61,70% ABR 93% 80,50% 90,60% MAI 90,50% 83% 78,00% JUN 94,00% 83% 81% JUL 93,70% 100% 66,80% AGO 93,40% 98% 83,70% SET 87,00% 88,00% 75,00% OUT 93% 84% 70% NOV 97% 95% 67,00% DEZ 99,70% 81,00% 75,00% MÉDIA 2010 93,65% 88 73 Em 2010 Meta: 80% Meta: 70% Meta: 80%
Em 2011 Pacientes Triados X Pacientes Internados Pacientes Avaliados X Pacientes em Risco Nutricional Paciente em Terapia Nutricional X Pacientes em Risco Nutricional JAN 92,00% 92,50% 77,30% FEV 93,90% 99,00% 83% MAR 95,80% 80% 92,00% Meta: 90% Meta: 80% Meta: 80% ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Evolução do Estado Nutricional Eutrofico/ Eutrofico Eutrofico/ Desnutrido Desnutrido/ Desnutrido Desnutrido/ Eutrofico Sobrepeso/ Sobrepeso Sobrepeso/ Eutrofico Obesidade/ Obesidade Sobrepeso/ Desnutrição Total de Acompanh amentos JAN 6 4 45 1 2 0 2 0 60 FEV 10 4 62 2 3 0 3 0 84 MAR 13 7 47 4 6 1 1 1 80 ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Evolução do Estado Nutricional Meta: 70% Nº de Pacientes Nº de Pacientes com Com evolução do internação 10 dias EN % de adequação JAN 105 93 89% FEV 93 84 90,30% MARÇO 145 83 57,20% ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOST SET OUT NOV DEZ
Pacientes em Cuidados Paliativos O câncer vem se destacando entre as doenças crônicas, sendo a segunda causa de morte em países desenvolvidos. Os cuidados paliativos se propõem a oferecer cuidados de suporte global, visando ao controle de sintomas e à melhora da qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares.
A nutrição é uma ferramenta importante nos cuidados paliativos, podendo ajudar o paciente nos aspectos físico, psicológico e social, além de promover o bem-estar e a qualidade de vida. Entretanto, a nutrição raramente poderá cumprir seu papel de recuperar e garantir o estado nutricional. Neste momento devemos considerar as necessidades do indivíduo, preferências e hábitos alimentares, fundamentais tanto para o controle dos sintomas, quanto para garantir satisfação e conforto
A interação familiar e o trabalho multiprofissional é essencial para que o paciente tenha qualidade de vida e uma sobrevida digna. É essencial, independente de qualquer conduta dietoterápica a ser realizada, respeitar a vontade do indivíduo.
Concluindo... O nutricionista deve começar a se adaptar a essa nova realidade, QUALIDADE NO ATENDIMENTO voltando sua administração para a busca de resultados, utilizando as ferramentas eficientes na gestão de negócios e garantindo, não somente, refeições nutricionalmente adequadas, mais sim que proporcionem satisfação aos clientes, como também melhore seu estado nutricional. Atualmente, o cliente,é mais conscientizado de seus direitos e mais amparado pelas leis, apresenta um nível de exigência muito maior e, dificilmente, voltar-se-á para realidades passadas, cabendo ao profissional atender com competência essa demanda.
OBRIGADA À TODOS Contato: email fernandapires@hotmail.com