PSICOLOGIA INDIVIDUAL:

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Transcrição:

23/05/2013 PSICOLOGIA INDIVIDUAL: Relaciona-se com o homem tomado individualmente, mas é ao mesmo tempo também psicologia social, pois as relações do individuo com os pais, irmãos, médicos, etc., podem reivindicar serem consideradas como fenômenos sociais. PSICOLOGIA DOS GRUPOS: interessa-se pelo individuo como membro de uma raça, casta, nação, profissão, instituição, ou como parte componente de uma multidão de pessoas que se organizam em grupo, numa ocasião determinada, para um intuito definido. MENTE COLETIVA PARA LE BON: Sejam quem forem os sujeitos que compõem um grupo, por mais parecidos que sejam ou não seu modo de vida, caráter ou inteligência, quando transformados em grupo colocam-se em uma espécie de mente coletiva, que os faz sentir, pensar e agir diferentemente de como agiriam sentiriam e pensariam isoladamente. Algumas ideias e sentimentos só se concretizam em grupo. AS TESES DE LE BON SOBRE A MENTE COLETIVA: Le Bon pensa que os dotes particulares dos indivíduos se apagam num grupo. A estrutura mental de cada indivíduo, que difere um do outro é removida, e as funções inconscientes são semelhantes em todos, ficam expostas. Assim os indivíduos de um grupo mostrariam um caráter médio. Acredita também que eles passam a apresentar novas características, talvez por três fatores: Primeiro, o individuo num grupo adquire um sentimento de poder invencível que lhe permite render-se a instintos. Segundo pelo contágio, cuja presença é fácil estabelecer e difícil de explicar. Num grupo todo sentimento e todo ato são contagiosos e o individuo sacrifica seu interesse pessoal ao interesse coletivo, e o terceiro determina nos indivíduos de um grupo características especiais que são as vezes contrarias as apresentadas pelo individuo isolado. AS IDEIAS DE MC DOUGALL SOBRE GRUPO ORGANIZADO: Para ele, no caso mais simples o grupo não possui organização, descreve como sendo uma multidão. Admite, porém que uma multidão dificilmente pode se reunir sem pelo menos possuir os rudimentos de uma organização, e que nesses grupos simples certos fatos fundamentais

da psicologia coletiva podem ser observados com facilidade. Aqui, uma condição deve ser satisfeita: os indivíduos devem ter algo em comum. O resultado mais notável e mais importante é a exaltação ou intensificação de emoção. A maneira pela qual os indivíduos são arrastados para um impulso comum seria através do contagio emocional. Os indivíduos sabem que é mais perigoso colocar-se em oposição ao grupo do que seguir o exemplo dos que o cercam. Não discute a tese relativa à inibição coletiva da inteligência nos grupos, diz que as mentes de inteligência inferior fazem com que as de ordem mais elevada desçam ao seu próprio nível. O grupo não organizado, simples, é excessivamente emocional, impulsivo, violento, inconstante, contraditório, agindo com emoções rudes e sentimentos não refinados, extremamente sugestionável. Ele fala que é preciso cinco condições principais para um grupo organizado: Que haja certo grau de continuidade de existência no grupo; Que se forme alguma ideia definida da natureza; Ser colocado em interação com outros grupos semelhantes, mas diferentes em muitos aspectos; Que possua tradições, costumes, que determine a relação dos membros uns com os outros; Estrutura definida. O PAPEL DA LIBIDO NAS RELAÇOES ENTRE OS ELEMENTOS DO GRUPO E COM O GRUPO: Damos o nome de libido a energia daqueles instintos que têm a ver com tudo o que pode ser abrangido sob a palavra amor, que consiste naturalmente no amor sexual, com a união sexual como único objetivo. Mas não isolamos disso, por um lado, o amor próprio, e por outro o amor pelos pais, filhos, amizade, o amor pela humanidade em geral, bem como a devoção a objetos concretos e ideias abstratas. Tentaremos a nossa sorte com a suposição de que as relações amorosas, os laços emocionais, constituem também a essência da mente grupal. Encontramos apoio em duas reflexões de rotina para a hipótese: Primeiro a de que um grupo é claramente mantido unido por um poder de alguma espécie, segundo, a de que se um individuo abandona a sua distintividade num grupo e permite que os outros membros o influenciem por sugestão, isso nos dá a impressão de que faz por sentir necessidade de estar em harmonia com eles. A IGREJA E O EXERCITO COMO MODELO DE GRUPOS ARTIFICIAIS: Temos muitos diferentes tipos de grupos: efêmeros, duradouros, homogêneos (mesmo tipo de indivíduo), não homogêneos, naturais e artificiais (que exige uma força externa para

mantê-los reunidos, primitivos e organizados). Os mais interessantes exemplos de grupos organizados, permanentes e artificiais são as igrejas e os exércitos. São grupos artificiais, ou seja, uma força externa é empregada para impedi-los de desagregar-se, via de regra o individuo não é consultado nem tem escolha sobre se deseja ou não participar e qualquer tentativa de abandonar se defronta com a perseguição ou punição. Nele prevalece a ilusão de que há um cabeça, na Igreja o Cristo, no exercito o comandante chefe, que ama a todos os indivíduos do grupo igualmente. Tudo depende dessa ilusão, se for abandonada, Igreja e exercito se dissolvem. Esse não é mais um laco grupal simples. Nota-se que nesses dois grupos artificiais cada individuo está ligado por laços libidinais ao líder, e por outro lado aos demais membros. Se um grupo desse tipo se desintegra surge o pânico. O PÂNICO E A ANSIEDADE: Se um grupo como o artificial se desintegra surge o pânico. Suas características são a de que as ordens dadas pelos superiores não são mais atendidas e cada individuo age por si. Os laços mútuos deixam de existir e libera-se um medo gigantesco e insensato. No individuo o medo é provocado seja pela magnitude de um perigo, seja pela cessação dos laços emocionais esse ultimo é o caso do medo neurótico ou ansiedade. A AVERSÃO, HOSTILIDADE, INVEJA E CIÚME NOS GRUPOS: A psicanálise nos demonstra que quase toda relação emocional intima entre duas pessoas que perdura por certo tempo contém um sedimento de sentimentos de aversão e hostilidade, o qual só escapa à percepção em consequência da repressão. A mesma coisa acontece quando os indivíduos se reúnem em unidades maiores. De duas cidades vizinhas, por ex., cada uma é a mais ciumenta e rival da outra, etc. Diferenças maiores conduzem a uma repugnância quase insuperável. Nas antipatias e aversões disfarçadas que as pessoas sentem por estranhos com quem têm de tratar, podemos identificar a expressão do amor a si mesmo, do narcisismo. Mas quando um grupo se forma, a totalidade dessa intolerância se desvanece, temporária ou permanentemente, dentro do grupo. O LIMITE AO AMOR NARCISISTA: Uma limitação do narcisismo, de acordo com nossas conceituações teóricas, só pode ser produzida por um determinado fator, um laço libidinal

com outras pessoas. O amor por si mesmo só conhece uma barreira: O amor pelos outros e pelos objetos. A IDENTIFICAÇÃO COMO FORMA ORIGINAL DE VÍNCULO AMOROSO: A identificação é conhecida pela psicanálise como a mais remota expressão de um laço emocional com outra pessoa. Ela desempenha um papel na história primitiva do complexo de Édipo. Um menino mostrará interesse especial pelo pai, quer crescer com ele, ser como ele e toma seu lugar em tudo. Toma o pai como seu ideal. A IDENTIFICAÇÃO E A ESCOLHA OBJETAL: Ao mesmo tempo que essa identificação com o pai, pouco depois o menino começa a desenvolver uma catexia de objeto verdadeira em relação à mãe. Apresenta então, dois laços psicologicamente distintos: Uma catexia de objeto sexual e direta com a mãe e uma identificação com o pai que o toma como modelo. A IDENTIFICAÇÃO NOS GRUPOS: No grupo pode surgir a simpatia por identificação, e assim as pessoas tomam como seu o sintoma de um integrante, pela percepção de uma qualidade comum. Quanto mais importante essa qualidade comum é, mais bem sucedida pode tornar-se essa identificação, podendo representar assim, o início de um novo laço. A TAREFA IMPLÍCITA E EXPLÍCITA: A tarefa explícita corresponde à aprendizagem, diagnóstico ou tratamento. A tarefa implícita corresponde ao modo como cada integrante vivencia o grupo. No trabalho com os grupos temos que caminhar no sentido da explicitação do implícito em que predominam as resistências à mudança. A explicitação do implícito que faz o grupo caminhar em direção à tarefa. COMO O COORDENADOR (OU COPENSOR) CONDUZ O GRUPO, QUE TIPO DE MATERIAL ELE PRIVILEGIA E COMO ELE INTERVÉM: A técnica de grupo operativo propõe a presença e intervenção de um coordenador que indaga e problematiza, sempre direcionando o grupo para a tarefa comum e um observador que registra o que ocorre na reunião.

O QUE SÃO PRÉ-TAREFA, TAREFA E PROJETO: Na pré-tarefa os integrantes estão resistentes ao contato com os outros e consigo mesmo, na medida em que o novo, o grupo, gera ansiedade e medo. A tarefa se dá a partir do momento em que é possível elaborar as ansiedades básicas, romper com as estereotipias, abrir-se para o novo e o desconhecido. No projeto o grupo planeja suas ações futuras. O QUE SÃO VERTICALIDADE E HORIZONTALIDADE: Verticalidade é a história pessoal, consciente e inconsciente de cada integrante. Horizontalidade é a nova história criada dentro do grupo, quando passam a compartilhar necessidades em função de objetivos comuns. GRUPO OPERATIVO: Sua técnica consiste em um trabalho com grupos, cujo objetivo é promover um processo de aprendizagem para os sujeitos envolvidos. Coordenador: Indaga e problematiza. Observador: Registra o que ocorre na reunião. Porta-voz: Explicita o que está implícito. Bode-expiatório: Aparece quando explicita algo que não tem a aceitação do grupo. Líder de mudança: Surge no momento em que o que foi explicitado pelo porta-voz é aceito pelo grupo. AS TRÊS SUPOSIÇÕES BÁSICAS: DEPENDÊNCIA; LUTA E FUGA; ACASALAMENTO. AS CARACTERÍSTICAS DO GRUPO DE DEPENDÊNCIA: O grupo fica na dependência de um líder que é responsável pela estabilidade no grupo. O líder é idealizado, visto como um Deus. É uma pessoa mágica. O grupo é incapaz de enfrentar as emoções dentro dele sem a crença nessa espécie de Deus. Pode gerar regressão e anulação dos indivíduos (ex. grupos religiosos). SUPOSIÇÃO BÁSICA DE LUTA E FUGA: O grupo possui uma suposição inconsciente quanto a existência de um perigo real ou imaginário e devem estar prontos para lutar e fugir de alguém ou algo. A solução é evitar a dor e rejeitam-se ideias que possam gerar desconforto ou confrontação. Líder invencível. (ex. grupos militares). SUPOSIÇÃO BÁSICA DE ACASALAMENTO: Um grupo que se entusiasma pela ideia de apoiar dois membros que produzirão uma nova figura de líder que assumirá a

responsabilidade sobre o grupo. O desejo, em fantasia inconsciente, é que o par produzirá um messias, um salvador, ou na forma de uma pessoa ou na de uma ideia que eles possam aderir. O ponto crucial é o sentimento de esperança no presente imediato. (ex. sociedades políticas). Importante atentar-se ao fato de que nesta suposição não existe um líder. GRUPO DE TRABALHO: É chamado de grupo de trabalho a faceta da atividade mental em um grupo. Em qualquer grupo podem ser discernidas tendências de atividade mental, todo grupo, por casual que seja, encontra-se para fazer algo, nesta atividade, de acordo com as capacidades do indivíduo eles cooperam. A CONTRATRANSFERÊNCIA NA ANÁLISE DE GRUPO: Permite ao analista diferenciar a ocasião em que é objeto de uma identificação projetiva daquela em que não o é. FORMAS ABERRANTES DE MUDANÇA DE UMA SUPOSIÇÃO BÁSICA PARA A OUTRA: A mudança na mentalidade do grupo não precisa ser devida ao deslocamento de uma suposição básica por outra e pode assumir certas formas aberrantes que despendem de qual seja a suposição básica que se encontra ativa quando a tensão aumenta. GRUPO DE TRABALHO: Sua função consiste essencialmente na tradução de pensamentos e sentimentos em comportamentos adaptados à realidade. RELAÇÕES ENTRE ESTAR APAIXONADO, HIPNOSE E FORMAÇÃO DE GRUPOS: Na paixão há a escolha de objeto, a libido é investida em algum objeto de desejo, há a supervalorização. Libido objetal e narcísica. Uma parte do amor próprio é diminuída. A pessoa/objeto desejado passa a ser vista com aspectos idealizados e sendo assim atrai para ela esse amor excessivo. O processo que está na base da idealização é o ideal do ego. No grupo tem mais gente. A relação com o hipnotizador é transferencial (a autoridade do hipnotizador remete a autoridade dos pais para com o paciente).

HIPNOSE PATERNA: Medo de ser castigado, castrado. HIPNOSE MATERNA: Medo da perda do amor, medo do desamparo. O IDEAL DO EGO E O LÍDER: O líder recebe projeção do ideal do ego que é representado pelo traço poderoso, por isso o líder tem tanto poder. IDENTIFICAÇÃO: A identificação com o líder também pode acontecer. O laço que liga os membros do grupo é a identificação e o que liga ao líder do grupo é a escolha do objeto. SELEÇÃO DE PACIENTES: CONTRAINDICAÇÃO: - NÃO QUERER TRABALHO EM GRUPO; - FAIXA ETÁRIA DISCREPANTE NO GRUPO; - GÊNERO: MESCLAR É BOM; UM HOMEM SOZINHO NO MEIO DE MULHERES É RUIM; - NÃO COLOCAR UM HOMOSSEXUAL SOZINHO NO GRUPO; - PACIENTE DEPRIMIDO GRAVE, SUÍCIDA OU EM SURTO (INDICAÇÃO DE PREFERÊNCIA: PSICOTERAPIA INDIVIDUAL); - BORDERLINE SOZINHO DESEQUILIBRA (ATUADOR) - PESSOA Q PELA PROFISSÃO PRECISA GUARDAR SEGREDOS INDICAÇÃO: - ADOLESCENTES (É IMPORTANTE PRA ELES SE CONSTITUÍREM EM OUTRO GRUPO ALÉM DA FAMÍLIA, GRUPO TERAPÊUTICO COMO OBJETO TRANSICIONAL)

FORMAS DE SELECIONAR E ENCAMINHAMENTO: - OUTRO TERAPEUTA ENTREVISTA CANDIDATOS A FAZER PARTE DO GRUPO TERAPÊUTICO ENTREVISTA E ENCAMINHA ISSO PARA O TERAPEUTA DO GRUPO NÃO ARRASTAR LAÇOS TRANSFERENCIAIS COM OS MEMBROS - LABORATÓRIO DE PESSOAS QUE VOCÊ ACHA QUE FARÃO UM BOM TRABALHO EM GRUPO (VERIFICAR POR EXEMPLO O MONOPOLIZADOR CRÔNICO SÓ ELE FALA, TÍMIDO -> MAS AMBOS PODEM SER TRABALHADOS PELO TERAPEUTA DO GRUPO, DEPENDE DELE) GRUPO DE AUTOAJUDA: Não possui um técnico, psicólogo. Pessoas que participam deste grupo possuem o mesmo problema (por ex: abuso de álcool), há pessoas que já passaram pelo mesmo problema e aprenderam a lidar e funcionam como um modelo de identificação. Trabalham 12 passos que ajudam a pessoa a lidar com o problema. As pessoas não se comprometem com nenhum recurso. BENEFÍCIOS/IMPORTANCIA DE COMPARTILHAR EXPERIENCIAS DOLOROSAS: A pessoa percebe que não está sozinha, conhece pessoas que já superaram o mesmo problema e essa experiência traz esperança e aprendizagem social. OS GRUPOS E AS INSTITUIÇÕES NA EXPERIÊNCIA HUMANA: Diz-se que o homem é um ser gregário e, com isso, alude-se à sua inata tendência a agrupar-se para assegurar sua sobrevivência como individuo e espécie. Tudo indica que a família tenha sido o grupo primordial. Desde suas mais remotas origens o homem agrupou-se não só para defender-se dos perigos naturais, mas para instrumentalizar seu domínio e poder sobre grupos rivais. O elemento cimentador das primeiras experiências grupais foi, sem dúvida, a solidariedade.

Mas o que é afinal um grupo? Grupo seria, pois, um conjunto de pessoas em uma ação interativa com objetivos compartilhados. Desta forma, uma fila de pessoas esperando um ônibus ou um elevador não constitui um grupo. Falta a ação interativa para caracterizá-lo como um grupo. Do grupo às instituições: No processo de transformação dos grupos em instituições observa-se um paradoxo: o progressivo afastamento dos objetivos originais do grupo à medida que ocorre o seu processo institucionalizante. Todo grupo institucionaliza-se para a obtenção ou a manutenção de poder para seus membros e, sobretudo, seus dirigentes. Quando um grupo institucionaliza-se, privilegiando a manutenção de estados de poder e a serviço do culto ao narcisismo de seus componentes, além de desviar-se de seus objetivos originais esclerosa-se, perde vitalidade e, mesmo que não venha a desaparecer por inteiro, sofre um lento, insidioso e gradativo processo de degradação. ABORDAGEM INSTITUCIONAL: ENFOQUE INTERDISCIPLINAR: As instituições enquanto grupos têm sua dinâmica própria e as leis inerentes ao seu funcionamento. Não podemos compreendê-las tão somente a partir da dinâmica psíquica de seus membros. A compreensão das motivações inconscientes do comportamento humano, não obstante seu valor intrínseco em qualquer aproximação ao estudo dos grupos é insuficiente para instrumentar o trabalho com agrupamentos institucionais; por isso fomos buscar recursos em outros aportes teórico-técnicos, tais como a dinâmica de grupo, a teoria dos grupos operativos e o psicodrama para entender e atender instituições. A teoria sistêmica e sua parceira, a teoria da comunicação humana, são hoje ferramentas que consideramos imprescindíveis para nossa abordagem institucional. O fenômeno que centraliza a atividade de qualquer grupo institucional é a interação entre seus componentes. Um grupo deixa de cumprir seus objetivos e apresenta um movimento de detenção evolutiva ou regressão sempre que abandona a condição de grupo de trabalho para tomar-se um grupo de supostos básicos, segundo a terminologia bioniana. ATITUDES COLETIVAS: O psicodrama, o jogo do papel, o sociodrama constituem, tanto instrumentos pedagógicos como terapêuticos, conforme sejam utilizados para socializar ou re-socializar o ser humano. Toda dinâmica de grupo é a resultante do conjunto das interações no interior de um espaço psico-social. Estas interações poderão ser tensões,

conflitos, repulsas, atrações, trocas, comunicações ou ainda pressões e coerções. Segundo Lewin, o ambiente social contribui para a formação e transformação das atitudes coletivas favorecendo, ou, ao contrário, inibindo as tendências sociais já adquiridas. As atitudes coletivas encontram-se no inicio e no fim do encadeamento dos fenômenos dinâmicos que produzem os comportamentos de grupo. Quanto à cultura ambiente, ela tende a favorecer, vetores de comportamento que são as direções, as orientações dadas a um comportamento, ou, nos casos opostos, constituem barreiras mais ou menos impermeáveis que dificultam a expressão de si. CAMPO SOCIAL: Três conceitos básicos, tomados de empréstimo à sua psicologia topológica, permitem a Lewin extrapolar as implicações deste teorema sobre a gênese e a dinâmica dos grupos. O mais importante destes conceitos é o do campo social. O primeiro conceito chave a que Lewin apela é o de totalidade dinâmica. Para Lewin todo conjunto de elementos interdependentes constitui uma totalidade dinâmica. Se os grupos são sempre totalidades dinâmicas; as totalidades dinâmicas estão longe de serem exclusivamente grupos. O segundo conceito invocado é o do eu social. Para Lewin, a personalidade revela-se como uma configuração de regiões, tendo uma estrutura que ele chama quase estacionária. Na periferia da personalidade encontra-se situado o eu público, que é a região mais superficial de uma personalidade. O terceiro conceito é o de campo social. Para Lewin o campo social é essencialmente uma totalidade dinâmica, constituída por entidades sociais coexistentes, não necessariamente integradas entre elas. Assim podem coexistir no interior de um mesmo campo social, grupos, sub-grupos, indivíduos separados por barreiras sociais ou ligados por redes de comunicação. O campo social para Lewin é uma Gestalt, isto é, um todo irredutível aos sub-grupos que nele coexistem e aos indivíduos que ele engloba. A partir deste conceito de campo social Lewin elabora suas primeiras hipóteses sobre a dinâmica dos pequenos grupos. Tais hipóteses, neste estágio de seu pensamento, são em numero de quatro. A primeira hipótese é que o grupo constitui o terreno sobre o qual o indivíduo se mantém. O terreno pode ser firme, frágil, móvel, fluido ou elástico. Sempre que uma pessoa não consegue definir claramente sua participação social ou não esta integrada em seu grupo, seu espaço vital ou sua liberdade de movimento no interior do grupo serão caracterizados pela instabilidade e pela ambiguidade. Em segundo lugar, o grupo é para o individuo um

instrumento. Isto significa que o individuo mais ou menos conscientemente utiliza o grupo e as relações sociais que mantém em seu grupo como instrumentos para satisfazer suas necessidades psíquicas ou suas aspirações sociais. Em terceiro lugar o grupo é uma realidade da qual o individuo faz parte. Deste modo, cada vez que o grupo ou os grupos do qual um individuo faz parte, sofre modificações em suas estruturas ou em sua dinâmica, ele se ressente necessariamente dos contragolpes. A dinâmica de um grupo tem sempre um impacto social sobre os indivíduos que o constituem. E em quarto lugar que o grupo é para o individuo um dos elementos ou dos determinantes de seu espaço vital. A adaptação social, em conclusão, consistiria, segundo Lewin, em concluir esta superação, em atualizar suas aspirações e suas atitudes, em atingir seus objetivos pessoais, sem nunca forçar nem romper os laços funcionais com a realidade coletiva ou o campo social em que o individuo se insere e que constitui o fundamento de sua existência. OS FATORES TERAPEUTICOS: Segundo Irwin D. Yalom, linhas naturais dividem a experiência terapêutica em 11 fatores primários: Instilação de esperança; Universalidade; Compartilhamento de informações; Altruísmo; Recapitulação corretiva do grupo familiar primário; Desenvolvimento de técnicas de socialização; Comportamento imitativo; Aprendizagem interpessoal; Coesão grupal; Catarse e fatores existenciais.

Fontes: -A técnica de grupos-operativos à luz de Pichon-Rivière e Henri Wallon -Psicologia das Massas e a Análise do eu, FREUD -Experiências com grupos: os fundamentos da psicoterapia de grupo, Bion, W. R. -Texto 1 Introdução REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BERTALANFFY, V.L. (1956) Teoria geral dos sistemas. Petrópolis: Vozes, 1968. WHITEHEAD, A.N. & RUSSELL, B. Principia mathematica. Cambridge: Cambridge University Press, 1910-13. BIBLIOGRIA DO TEXTO: OSORIO, Luiz Carlos. Grupos. Porto Alegre, R.S.: Editora Artes Médicas, 2000, p. 9-15. -Texto 3 Abordagem Institucional: Enfoque Interdisciplinar BIBLIOGRAFIA DO TEXTO: OSORIO, Luiz Carlos. Grupos. Porto Alegre, R.S.: Editora Artes Médicas, 2000, p. 156-158. -Texto 2 Da pesquisa à dinâmica de grupos Bibliografia do texto: MAILHIOT, Gérald Bernard. Dinâmica e Gênese dos Grupos. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1991. p. 44 a 88. -Texto 7 Psicoterapia de Grupo Teoria e Prática: YALOM, Irwin D. Psicoterapia de Grupo - Teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 2006, p. 23-36.