RASTREABILIDADE. Rastreabilidade Classificação e Tipificação de Carcaça. Qualidade da carne. Como assegurar essa qualidade?

Documentos relacionados
CARCAÇAS BOVINAS E QUALIDADE DA CARNE

CLASSIFICAÇÃO E TIPICAÇÃO DE CARCAÇAS OBJETIVOS OBJETIVOS

CLASSIFICAÇÃO E TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS

Porcentagem de carne magra Década de a a a ,5 a ,5 a 57,5 Atual Mais de 59

CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS DA CARCAÇA

Aproveitamento de cortes da carcaça bovina e formação de preços ao produtor e na indústria

CARCAÇA BOVINA E CORTES COMERCIAIS

AVALIAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS

DEFINIÇÃO MATÉRIA DOS ANIMAIS UTILIZADA COMO ALIMENTO

Classificação de Carcaças de Bovinos

ANEXO AO COMUNICADO: PAUTA PARA CÁLCULO DO ICMS DE GADO E CARNE ORIGINADAS DE SÃO PAULO

BEZERRO HILTON INSTRUÇÕES AO CRIADOR DE BEZERROS PARA COTA HILTON. VEJA COMO AGREGAR VALOR À SUA PRODUÇÃO!

BEZERRO HILTON. Instruções ao criador de bezerros para COTA HILTON

Tipificação e Classificação de Carcaças Bovinas (2/3)

Melhoramento da qualidade da carcaça e da carne de bovinos no Brasil

Site: 2. Relação de Produtos Fabricados

TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇA E SEUS BENEFÍCIOS

Relatório de Abate Técnico CV Fazenda Campina Caiuá - SP

BOI EUROPA MANUAL DO PRODUTOR SISBOV COTA HILTON. Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina

Institui Lista de Preços Mínimos para os produtos oriundos da pecuária matogrossense, e dá outras providências.

Ultrassonografia como suporte para a seleção de características de carcaça e de qualidade da carne

USDA Yield Grade. André Mendes Jorge. Professor Adjunto Livre Docente Departamento de Produção Animal. Departamento de Produção Animal

PROCESSO DE QUALIDADE NO ABATE

Ultrassonografia como suporte para a seleção de características de carcaça e de qualidade da carne

PEDRO EDUARDO DE FELÍCIO Professor titular Faculdade de Engenharia de Alimentos CLASSIFICAÇÃO E TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS

MANUAL DE QUALIDADE DO FRIGORÍFICO. Módulo I Qualidade da Carne 1. INTRODUÇÃO

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Disponível em: <

QUALIDADE DA CARCAÇA E RENDIMENTO DE CORTES CÁRNEOS DE MACHOS INTEIROS E CASTRADOS DE DIFERENTES GRUPOS GENÉTICOS TERMINADOS EM CONFINAMENTO 1

CLASSIFICAÇÃO DE CARCAÇA BOVINA PELO ACABAMENTO

Linha do Tempo. Uma história de sucesso. Início da história do Grupo Supremo, com a. Belo Horizonte/MG. A Supremo é uma das pioneiras no estado

fmvz-unesp FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA - BOTUCATU Curso de Pós-Graduação em Zootecnia Nutrição e Produção Animal

Carcaças: qual o padrão adequado ao Brasil?

AVALIAÇÃO DE CARCAÇAS DA RAÇA ABERDEEN ANGUS

Sistema Neozelandês de Classificação de Carcaça Bovina

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Disponível em: < Trabalho de pesquisa

"Altera itens na Lista de Preços Mínimos divulgados pela Portaria nº 175/2014- SEFAZ."

Tipificação de Carcaça Bovina usando Redes Neurais Convolucionais

AVALIAÇÃO DE CARCAÇAS DE 52 NOVILHOS F1 DE TOUROS ANGUS E BLONDE COM VACAS NELORE E TABAPUÃ, REALIZADA NO FRIGORÍFICO MINERVA, EM BARRETOS SP

Características da carcaça e da carne de tourinhos terminados em confinamento com dietas contendo grão de milheto e inclusão de glicerina bruta

A ULTRASSONOGRAFIA COMO CRITÉRIO DE ABATE EM BOVINOS DE CORTE

Sistema Canadense de Avaliação de

Responsável: Prof. Adjunto André Mendes Jorge. Botucatu SP - Brasil

Sistema Japonês de Classificação de Carcaça Bovina

Tipificação e Rastreabilidade de Carcaças Pedro Bertin Beloto 1. I. Introdução

Impactos do aumento de peso e acabamento da carcaça sobre os custos de processamento e valor comercial da carne de bovinos.

ANEXO I - ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

ANEXO VII NOMENCLATURA DE BOVINO E BUBALINO

CARCAÇABOVINA Assessment of yield on swine carcass compared with bovine carcass

Avaliação e Tipificação de Carcaças PRÉ/CO/REQUISITOS EXERCÍCI O NÚMERO MÁXIMO DE ALUNOS POR TURMA AULAS DE EXERCÍCIO

ABATE, CARCAÇA E CORTES DE CARNE OVINA. 2º semestre 2013 Profa. Alda Monteiro

Mapa do boi: saiba qual é o melhor preparo para cada tipo de corte. Confira!

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO GABINETE DO MINISTRO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 9, DE 4 DE MAIO DE 2004

Voltar. PALAVRAS-CHAVE:animais cruzados, aparas de gordura, Nelore, ossos, porção comestível

COMPARAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE BOVINO ATRAVÉS DE SOFTWARE

Fernando Henrique de Oliveira

ANEXO I - ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

ANEXO I - ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

Profª Tatiane da Silva Poló Disciplina: Certificação e Rastreabilidade

COMPOSIÇÃO CORPORAL DE TOURINHOS NELORE, ALIMENTADOS COM FARINHA AMILÁCEA DE BABAÇU, NA REGIÃO NORTE DO BRASIL

Cortes de Carne Suína. Rendimento de carcaça Cortes de carne padronizado Cortes de carne especiais Rendimento de cortes

fmvz-unesp FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA - BOTUCATU Curso de Pós-Graduação em Zootecnia Nutrição e Produção Animal

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde Curso De Medicina Veterinária

REGULAMENTO II CONCURSO DE CARCAÇAS ANGUS CENTRO OESTE

CLASSIFICAÇÃO E CORTES DA CARNE BOVINA ANA BEATRIZ MESSAS RODRIGUES PINTO TÉCNICA DE LINHAS ESPECIAIS MARFRIG GROUP

Sa- Mono- Poli- Número do Descrição do Alimento Lipídeos turados insaturados insaturados 12:0 14:0 16:0 18:0 20:0 22:0 24:0 Alimento (g) (g) (g) (g)

Recomendações dos cortes bovinos ideais para cada tipo de preparo

ANEXO I - ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA DO ABASTECIMENTO E DA REFORMA AGRÁRIA EMBRAPA. Bovinos em confinamento ENERGIA NA DIETA

FICHAS TÉCNICAS CORTES BOVINO

Extrato de Volume entregue de até 100 litros/dia

RASTREABILIDADE. Keni Eduardo Zanoni Nubiato

PRODUÇÃO NACIONAL DO COMPLEXO DE CARNES: ATUALIDADES DO SETOR NO BRASIL E REGIÕES

REGULAMENTO CONCURSO DE CARCAÇAS ANGUS RS

Conceito: produtor rural x indústria x empresa técnica

EFEITOS DA ESPESSURA DE GORDURA, CONFORMAÇÃO, PESO DE CARCAÇA E IDADE SOBRE A QUALIDADE DA CARCAÇA E DA CARNE DE VACAS DE DESCARTE

Traz ao Brasil com exclusividade os produtos

YIELD OF COMMERCIAL CUTS OF CARCASS OF CULL COWS AND INTACT NELORE FINISHED Brachiaria decumbens

Departamento de Produção Animal. Avaliação de Ovinos.

BOVINOCULTURA DE CORTE

Tipificação e Classificação de Carcaças Bovinas (1/3) Será feita uma revisão bibliográfica seguindo o cronograma abaixo:

REGULAMENTO GERAL DO CIRCUITO NELORE DE QUALIDADE Campeonato 2019

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

Aquisição de gêneros alimentícios (carnes, salgados e frios).

15 de janeiro de 2016/ nº 386

OBJETIVOS. O PROGRAMA PRECOCE GRILL tem como objetivo:

MELHORAMENTO GENÉTICO DE SUÍNOS

SisAtak - Sistema de Administração Integrada de Negócios

S TO DU O E PR D O G LO TÁ A C 1

Programa Carne Angus. Marcia Dutra de Barcellos Ex-Coordenadora e Diretora do Programa Carne Angus Membro do Comitê Carne Angus

Anexo I Especificação de carne completa

RECEITA DOS CORTES SECUNDÁRIOS DA CARCAÇA DE MACHOS NELORE NÃO CASTRADOS ABATIDOS COM DIFERENTES PESOS E DENTIÇÕES

ANEXO I NOMENCLATURA DE CARNES E DERIVADOS DE AVES E COELHOS

Rastreabilidade. Camila Magalhães da Cunha Zootecnista Mestranda do PPGZ - UFGD

Carne Bovina: comportamento dos preços em 2010

~~Jraê5r

Catálogo Digital (51) (51) (51) (51)

17 de julho de 2015/ nº 362

27 de junho de 2014/ nº 309

ESCORE DE CONDIÇÃO CORPORAL EM BUBALINOS

Características de carcaça e cortes comerciais de tourinhos Red Norte e Nelore terminados em confinamento

Transcrição:

Rastreabilidade Classificação e Tipificação de Carcaça Ana Maria Bridi ambridi@uel.br Professora do Departamento de Zootecnia da UEL Qualidade da carne Qualidade Nutricional Palatabilidade - Maciez - Suculência - Flavor Segurança Microbiológica Qualidade da carne Segurança Química Aparência - Cor - Textura - Marmoreio Como assegurar essa qualidade? Características Tecnológicas -ph -Capacidade de retenção de água -Cor Segurança Sanitária Qualidade Ética RASTREABILIDADE Capacidade de rastrear, ou seja, identificar a origem e acompanhar o trajeto dos animais RASTREABILIDADE Iniciada na Europa (BSA e Dioxina) Brasil: Normativa N. 1 de 10 de janeiro de 2002 alterada Normativa N. 21 de 2 de abril de 2004 SISBOV : Sistema de identificação e certificação de origem bovina e bubalina 1

INSUMOS OBJETIVO Identificar, registrar e monitorar individualmente todos os bovinos e bubalinos nascidos no Brasil ou importados. CRIAÇÃO DOS ANIMAIS COMERCIALIZAÇÃO E ENGORDA É um conjunto de ações, medidas e procedimentos adotados para caracterizar a origem, o estado sanitário, a produção e a produtividade da pecuária nacional e a segurança dos alimentos provenientes dessa exploração econômica FRIGORÍFICOS MERCADO VAREJISTA CONSUMIDOR FINAL Objetivos da rastreabilidade A rastreabilidade não é garantia da qualidade do produto Entretanto permite ter um histórico do produto desde o campo até o consumidor É um complemento no gerenciamento da qualidade (APPCC, Boas práticas de produção, Boas Práticas de fabricação, EUREPGAP, ISSOS) FINALIDADES DO RASTREAMENTO 1. Controlar o deslocamento de animais e seus produtos com o objetivo da sanidade animal; 2. Gestionar os processos empresariais; 3. Gestionar riscos em crises alimentares, permitindo a rápida retirada de produtos e a determinar responsabilidades; 4. Controlar a qualidade dos alimentos evitando práticas fraudulentas; 5. Garante a segurança e a qualidade comercial do alimento Competência Secretaria de Defesa Agropecuária (MAPA): responsável pela normalização, regulamentação, implementação, promoção e supervisão Entidades Certificadoras: Organizações governamentais ou privadas credenciadas, responsáveis pela certificação Etapas da rastreabilidade Processo de identificação Procedimento que utiliza a marcação permanente no corpo do animal ou aplicação de dispositivo interno ou externo, que permitam a identificação e o monitoramento individual dos animais 2

Transponder intra-ruminal Transponder Subcutâneo Brinco Eletrônico O Sistema de Identificação para bovinos é individual, deve conter 15 dígitos e é solicitado pela empresa certificadora à Coordenação do SISBOV (MAPA) a)três dígitos iniciais caracterizando o país de nascimento b) Dois representando a Unidade Federativa de origem c) Nove identificando o animal Cadeia de DNA d) Um verificados 3

Documento de Identificação Animal PASSAPORTE Deve acompanhar o animal do nascimento até o abate ou morte acidental ou natural, registrando as movimentações ocorridas Número do animal no SISBOV Número do animal na certificadora País de origem Raça Sexo Propriedade de nascimento Município e Unidade Federativa da propriedade de nascimento e da propriedade de identificação Data de identificação do animal Logotipo da certificadora Logotipo do MAPA Base Nacional de Dados Cabe a Secretaria de Defesa Agropecuária (DAS/MAPA) a gerencia da Base Nacional de dados TIPICAÇÃO DE CARCAÇAS DE BOVINOS Cabe as certificadoras e estabelecimentos de abate coletarem e alimentarem a Base Nacional de dados CLASSIFICAÇÃO Agrupar por classe produtos que tem características semelhantes. Classifica os animais em raça, sexo, maturidade, acabamento e conformação. TIPIFICAÇÃO Uma diferenciação das classes em tipos hierarquizados segundo critérios que incluem as categorias da classificação já mencionadas e outras como gordura de cobertura, conformação e marmoreio Sistema Brasileiro de Classificação Regularizado pela Lei da Portaria Ministerial 612 de 05/10/1969 publicada no Diário Oficial da União de 10/10/1989 MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) através da normativa N. 9 de 4 de maio de 2004 4

CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA CLASSIFICAR E TIPIFICAR CARCAÇAS BOVINAS EUA CAN AUST NZ GB BRA ARG URU CHI IDADE X X X X X X X X X SEXO X X X X X X X X X PESO X X X X X CONFORMAÇÃO X X X X X X X X GORDURA X X X X X X X X X GORDURA CAVITÁRIA X X AOL X X MARMORIZAÇÃO X X ESPESSURA DA GORDURA DORSAL X X X X COR DO MÚSCULO X X X COR DA GORDURA X X X Parâmetros (B.R.A.S.I.L.) 1) Sexo Macho = M Macho castrado = C Fêmea = F Vaca de descarte = FV RENDIMENTO X Presença do ligamento suspensor do pênis 2) Maturidade É verificada pelo exame dos DENTES INCISIVOS Seta 1: Dentes incisivos Seta 2: Dentes pré-molare Seta 3: Dentes molares 1 = Pinças 2 = Primeiros médios 3 = Segundos médios 4 = Cantos 5

Dentes (pinças) de leite Dentes (pinças) permanentes As pinças decíduas já foram substituídas pelas pinças permanentes 6

Evolução dentária em Bovinos Primeira dentição Segunda dentição Pinças Antes do 20 meses nascimento Primeiros médios Antes do 30 meses nascimento Segundos médios Antes do 38 meses nascimento Cantos 15 primeiros dias 48 meses após o nascimento Primeiro prémolar Ausentes Ausente Segundo pré-molar Entre 25 a 28 dias 26 a 30 meses Terceiro pré-molar Antes do 26 a 30 meses nascimento Quarto pré-molar Antes do 30 a 34 meses nascimento Primeiro molar 4 a 6 meses Segundo molar 15 a 18 meses Terceiro molar 24 a 30 meses Classificação Brasileira Dentes de leite (d) = animal com apenas a primeira dentição, sem queda das pinças. Dois dentes (2d) = animais com até dois dentes definitivos, sem queda dos primeiros médios da primeira dentição. Quatro dentes (4d) = animais com até quatro dentes definitivos, sem queda dos segundos médios da primeira dentição. Seis dentes (6d) = animais com até seis dentes definitivos, sem queda dos cantos da primeira dentição. Oito dentes (8d) = animais com mais de seis dentes definitivos Idade de erupção dos dentes incisivos permanentes INCISIVOS Idade aproximada de erupção PERMANENTES Zebuínos Taurinos 2 20-24 meses 18-28 meses 4 30-36 meses 24-31 meses 6 42-48 meses 32-43 meses 8 52-60 meses 36-56 meses 3) Peso da carcaça quente (kg) Animal abatido, sangrado, esfolado, eviscerado, desprovido de cabeça (separada entre os ossos occipital e atlas), patas (seccionadas à altura das articulações carpometacarpiana e tarso-metarsiana), rabada, órgãos genitais externos, gordura perirrenal e inguinal, ferida de sangria, medula espinhal, diafragma (fraldinha) e seus pilares (lombinho). 4) Acabamento: avaliação subjetiva da gordura subcutânea ou de acabamento. Verificar a distribuição e quantidade de gordura de cobertura, em locais diferentes da carcaça ( a altura da sexta, nona e décima segunda costelas, na região lombar e no coxão) 7

Acabamento 1 = magra gordura ausente 2 = escassa 1 a 3 mm de espessura 3 = mediana 3 a 6 mm 4 = uniforme 6 a 10mm 5 = excessiva > 10mm GRAUS DE ACABAMENTO Conformação: Avaliação subjetiva de perfis que demonstram o desenvolvimento das massas musculares. As carcaças de melhor conformação tendem a apresentar menor proporção de osso e maior porção comestível. Avaliar na carcaça resfriada. Convexa = C Subconvexa = SC Retilínea = Re Sub-retilínea =SR Côncava = Co 8

TIPIFICAÇÃO BRASILEIRA Tipo SEXO Maturidade Acabamento Conformação Peso carcaça Min (kg) B C e F M 0-4 0 2,3 e 4 2,3 e 4 C,Sc e Re C,Sc e Re C=210, F=180 M= 210 R C e F 0-6 2,3 e 4 C, Sc, Re e Sr C=220, F=180 A C e F M 0-6 0 1 e 5 1 e 5 C, Sc, Re e Sr C, Sc, Re e Sr C=210, F= 180 M= 210 S C e F 0-8 1-5 C, Sc, Re e Sr C=225, F=180 I M, C ef 0-8 1-5 C, Sc, Re e Sr Sem restriçào L M, C e F 0-8 1-5 Co Sem restrição As meias carcaças, quartos, grandes peças e cortes, conforme definidos na padronização de Cortes de Carne Bovina (Portaria SIPA/MA número 05/88) serã identificadas com carimbos com os códigos correspondentes às categorias dos parâmetros de classificação B = padrão cota HILTON é o tipo B sem M e sem acabamento 4 OUTROS PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO DE CARCAÇA NÃO USADOS PELO MAPA Rendimento de carcaça Peso carcaça quente x 100 peso vivo Perda de carcaça no resfriamento 100 peso de carcaça resfriada x 100 peso de carcaça quente Espessura de gordura subcutânea Na carcaça resfriada entre a décima segunda e décima terceira costela a ¾ do comprimento do lombo à partir do osso 9

Rendimento de carne na carcaça Corte da 9, 10 e 11 a costela na meia carcaça esquerda após 24 horas de resfriamento à -2 C. Pesa-se o corte inteiro e realiza a separação visual com faca do músculo, da gordura e dos ossos, que são separados para a realização dos cálculos de porcentagem de cada componente (Hankins e Howe, 1946) Porcentagem de músculo, osso e gordura (Muller et al., 1973) PM = 15,56 +0,81 M PO = 4,30 + 0,61 O PG = 3,06 + 0,82 G Área de olho de lombo Mede a área do músculo Longissimus dorsi na carcaça resfriada na altura da décima segunda costela. Não apresenta alta correlação com a proporção de carne na carcaça, mas usada com outro s parâmetros, auxilia na avaliação do grau de rendimento em cortes desossados da carcaça. Ótima = 78 cm 2 ou mais; Boa = 71 a 77 cm 2 ; Regular = 63 a 76 cm 2 ; Média = 55 a 62 cm 2 ; Inferior = 47 a 54 cm 2 e Deficiente = menos que 46 cm 2 10

Taxa de marmoreio Abundante Intermediário Representa a gordura intramuscular. De modo geral, contribui positivamente no sabor e na maciez da carne Moderado Pequeno Modesto Pouco Comprimento da carcaça Corresponde à distância do bordo anterior do osso púbis ao bordo cranial medial da primeira costela 11

Estimativa de Cortes Brasileiros (CCB) Estimativa de carne aproveitável total (CAT %) CCB = 60,33 0,015 (PCQ, kg) 0,462 (EG,mm) + 0,110 (AOL, cm 2 ) Novilhos CAT = 72,92 0,015 (PCQ, Kg) 0,462 (EG, mm) + 0,110 (AOL, cm 2 ) Tourinhos CAT = 74 0,015 (PCQ, Kg) 0,462 (EG, mm) + 0,110 (AOL, cm 2 ) Cálculo de proporção de osso (Y%) Y = 23,7 3,0 (PCF kg/cc cm) Cálculo de aparas de gordura total (GAT) GAT = 100 CAT (%) Y (%) 12

AVALIAÇÃO DE CARCAÇA NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA Estimativa de carne em carcaças de bovinos YG = 2,5 + (2,5 x EG) + (0,2 x GPP) + (0,0038 x PCQ) - (0,32 x AOL) YG = Grau de rendimento (Yeld Grade) EG = Espessura de gordura, em polegadas GPP = Gordura perirrenal, pélvica e inguinal (% da carcaça) AOL = Área de olho de lombo, em pol. 2 PCQ = Peso de carcaça quente, em libra Correspondência do Yeld Grade com a porcentagem de carne aproveitável da carcaça USDA, 1986 YG % CA 1,0 77,5 1,5 75,0 2,0 72,5 2,5 70,0 3,0 67,5 3,5 65,0 4,0 62,5 Grau de Qualidade (Quality Grades) Moderadamente abundante Intermediário Moderado Modesto Maturidade A=até 30 meses; B= 30 a 42 meses; C=42 a 72 meses; D 72 a 96 meses; E= acima de 96 meses Pequeno Pouco 13

Maturidade fisiológica Observar a cartilagem no processo espinhoso O processo de ossificação inicia-se da região posterior para a anterior e é finalizado em média, aos 8 anos Sacrais Lombares Torácicas Maturidade fisiológica Menos de 2,5 anos = cartilagens presentes nos processos espinhosos das vértebras torácicas e lombares. Vértebras sacrais separadas por cartilagens. De 2,5 a 4,0 anos = Cartilagens dos processos espinhosos apresentam certa ossificação. Separação das vértebras sacrais não é nítida. Maturidade fisiológica De 4,0 a 5,5 anos = Cartilagens dos processos espinosos moderadamente ossificadas. Ausência de cartilagens entre as vértebras sacrais que apresentam-se soldadas. De 5,5 a 8,0 anos = Cartilagens dos processos espinhosos ossificadas, porém ainda pode ser visualizada a linha de separação entre o processo espinhoso e a cartilagem ossificada. Maturidade fisiológica Acima de 8 anos = cartilagens completamente ossificadas sem separação com o processo espinhoso RENDIMENTO DE CARCAÇA E CORTES DE BOVINOS 14

Rendimento de Carcaça PESO DO BOI VIVO NA FAZENDA 470 Kg 100% PERDAS DE PESO DURANTE O TRANSPORTE 28 Kg 5,96% do P.V. PERDAS DE PESO DURANTE DESCANSO PARA ABATE 10 Kg 2,13% do P.V. PESO NO MOMENTO DO ABATE 432 Kg 91,92 do P.V. Fatores que afetam o rendimento de carcaça e a composição da carcaça Raças / linhagens / cruzamentos Idade Gênero (macho / Castrado / Fêmea) PESO DO CONTEÚDO GASTRO-INTESTINAL 37 Kg 8,57% do P.A. PERDAS DE PESO POR GOTEJAMENTO E EVAPORAÇÃO DA ÁGUA DA CARCAÇA DURANTE O ABATE 4 Kg 0,93% do P.A. Composição de uma carcaça zebuína de 17 @ (255 kg) Comparação entre Bos taurus e Bos indicus ITENS kg % Carcaça (1) 255,00 100,00 Traseiros (2) 124,95 49,00 Dianteiros (2) 98,18 38,50 Pontas de agulha (2) 31,88 12,50 Peso abate (kg) Rendimento Conformação Carcaça (%) Charolês 462,0 52,2 11,6 Nelore 379,0 54,8 9,4 Comparação entre Bos taurus e Bos indicus Comparação entre Bos taurus e Bos indicus Comprimento carcaça (cm) Espessura de gordura (mm) AOL (cm 2 ) Charolês 125,0 2,3 70,7 Nelore 116,0 3,77 56,7 Dianteiro (%) Serrote (%) Costilhar (%) Charolês 37,2 49,9 13,0 Nelore 38,2 49,5 12,4 15

Comparação entre Bos taurus e Bos indicus Características de carcaça de novilhos Canchim inteiro e castrados (24 meses). Músculo (kg) Gordura (kg) Osso (Kg) Charolês 164,8 39,4 46,4 Nelore 133,7 40,9 40,9 Características Inteiros Castrados P.A. (kg) 459 444 P.C.Q. (kg) 245 243 R.C. (%) 54 55 E.G. (mm) 3 4 Ossos (%) 14 14 Gordura (%) 19 20 MOLETTA & PEROTTO, 1998 Meia carcaça Resulta do corte longitudinal da carcaça abrangendo sinfese Isquio- pubiana, a coluna vertebral e o esterno CORTES Quartos Resulta da subdivisão da meia carcaça em traseiro e o dianteiro, por separação entre a quinta e a sexta costelas. A incisão deverá ser feita a igual distância das referidas costelas, alcançando as regiões esternal (peito) e coluna vertebral, na altura do quinto espaço intervertebral. Quarto Dianteiro É dividido em duas grandes peças: 1) Paleta 2) Dianteiro sem paleta 16

Paleta Cortes da paleta: pá (escápula) e músculo dianteiro Cortes secundários da pá: raquete, peixinho e coração. Dianteiro sem paleta Corte do dianteiro sem paleta: 1) Acém 2) Pescoço 3) Costela 4) Peito 5) Cupim. Quarto Traseiro É dividido em duas grandes peças: 1) traseiro serrote. 2) ponta de agulha. Cortes do traseiro serrote: alcatra, lombo e coxão Corte secundário da alcatra: maminha, centro ou miolo da alcatra e picanha. Corte secundário do lombo: contrafilé, capa do contrafilé, filé mignon. Variações obtidas com osso: T-bone (Contra filé e filé mingnon com vértebras lombares) e bisteca (contrafilé com osso). Cortes secundários ou comerciais do coxão: coxão mole, coxão duro, lagarto, patinho e músculo de traseiro (mole e duro). 17

PONTA DE ALCATRA COXÃO MOLE LAGARTO COXÃO DURO E PICANHA 18

SEPARAÇÃO DO COXÃO DURO E PICANHA ALCATRA ALCATRA PATINHO 19

Corte do traseiro: ponta de agulha Corte da ponta de agulha: costela de traseiro e vazio (flanco). Corte secundário do vazio: bife de vazio, fralda e diafragma. 20