Cenário Macroeconômico para o Agronegócio. Geraldo Barros

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Transcrição:

Cenário Macroeconômico para o Agronegócio Geraldo Barros

PIB do Agronegócio: 1994/2010 R$ bilhões (de 2010) +37% 597 22(%) (28%) Fonte:Cepea

Pib e Shares dos segmentos do Agronegócio 32% 33% 33% 30% 26% 24% 9% 11% Fonte:Cepea

PIB de lavouras e pecuária (dentro da porteira) 84 60 +45% +60% 122 96 Fonte:Cepea

De 1994 A 2010: Produto do Agronegócio Cresceu 67%, Pib 37% : Transferência: R$1.736 bi (15%) 950 820 137 100 Aumento de produtividade Queda de preços reais Fonte:Cepea Previsão 2011: Produto:+2%; PIB:+5,8%

De 1975 a 2006, preços reais agropecuários caíram de 60% a 75% ao produtor no Brasil e no mundo. No Brasil o preço ao consumidor caiu quase 80% FGV, FIPE, IMF

Causas da queda de preços Juros mundiais muito altos Protecionismo dos países desenvolvidos Concentração no setor comercial e industrial Menos recursos para política agrícola Aumentos de produtividade permitiram suportar tudo isso e crescer

1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Desde 1975, a produtividade agropecuária (PTF) no Brasil cresceu 267%; 104% desde 1994 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 PTF PRODUÇÃO INSUMOS GASQUES et al

No mundo, desde a 2ª. Guerra, a produção cresce devido à produtividade USDA

Consumo interno e exportação 2009

Exportações do Agronegócio 1,78 SOJA 4,43 BOVINO AVES 3,12 CAFÉ 1996: Total : US$13,3 bi 1,70 1,72 0,84 0,20 SUCRO MAD PAPEL CEL OUTROS 3,63 2010: Total : US$58,4 bi 7,88 19,80 12,78 4,10 4,50 5,66 MDIC

Exportações: Volumes e Preços 2011:US$85 bilhões em 12 meses (+34%) Fonte:Cepea

Fonte: MAPA Destinos das exportações agrícolas brasileiras 2004 2010

Fonte: MAPA Exportações para UE - 2010

Fonte: MAPA Exportações para China - 2010

Fonte: MAPA Exportações para EUA - 2010

Fonte: MAPA Exportações para Rússia - 2010

Exportar é importante porque Permite colocar no exterior parte do aumento de produção, reduzindo a queda de preços que haveria se toda produção fosse ao mercado interno Consumo de alimentos cresce mais depressa no exterior, assegurando um preço médio mais alto do que se não houvesse exportação No curto prazo, preço em dólares e o câmbio andam em direções opostas, dando certa estabilidade aos preços em reais Obs.: Os preços das commodities agropecuárias são formados no exterior. São negociadas em bloco com outras (metais, minérios, petróleo)

Preços reais do açúcar nos mercados externo e interno interno externo Fonte:Cepea

Preços reais da carne no mercado externo e do boi no interno interno externo Fonte:Cepea

Preços reais do café nos mercados externo e interno interno externo Fonte:Cepea

Preços reais da soja nos mercados externo e interno Fonte:Cepea

140 Preços reais de commodities em geral movemse em conjunto por ação dos investidores 120 100 80 60 40 20 0 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1990 1989 1988 1987 1986 1985 1984 1983 1982 1981 1980 Fonte:CRB CRB SPOT ALIM METAL PETROL

Estoque mundial de grãos chega ao máximo em 2000 e depois começa a cair

Renda mundial vem crescendo mais rapidamente que as produções agrícola e de petróleo Fonte:WB

A partir dos anos 2000, os países emergentes aceleram o crescimento 10 8 6 4 2 0 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1990 1989 1988 1987 1986 1985 1984 1983 1982 1981 1980-2 -4 MUNDO EMERGENTES

Taxas de juros internacionais vem caindo desde 1980 e despencaram depois de 2000 http://www.federalreserve.gov/releases/h15/data.htm - treasury bills 3 meses

Anos 2000: Liquidez mundial dobrou ou triplicou

Crescimento de preços internacionais passam o mercado interno afetando o IPCA (inflação)

Inflação no Brasil está muito acima da meta

Perspectivas 2012 Inflação no Brasil pode escapar do controle Banco Central acha que dá até para reduzir os juros por causa do menor crescimento mundial, com risco de paradeira do corte fiscal? Mas se o pior não acontecer, o crescimento dos emergentes ainda vai continuar (mais moderado) e as commodities podem continuar firmes, há reajustes salariais muito altos, dólar pode subir Podemos ter baixo crescimento e inflação alta

Perspectivas 2012 Crise nos EUA e Europa vai continuar por vários anos: falta de governança e propostas inadequadas China, Brasil e demais emergentes vão crescer, mas mais lentamente Demanda de alimentos é a última a sofrer e estoques estão baixos Dólar em alta no mundo segura os preços internacionais Dólar em alta no Brasil suaviza o efeito no mercado interno Na Europa pode haver um colapso financeiro e político com consequências ainda mais sérias, mas imprevisíveis Recomendação: sem pânico, mas com cautela e moderação ao tomar decisões de financiamento e investimento

Riscos de a crise perdurar A solução tanto nos EUA como na Zona do Euro é a formulação de um plano fiscal de longo prazo que não comprima a economia no curto prazo Falta de governança nos EUA e na Zona do Euro trava as negociações EUA: batalha política partidária, eleições; EU: não tem estruturação fiscal, banco central tem atuação limitada.