LOJAS QUE REAGEM COM OS CLIENTES!



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Transcrição:

O novo marketing no varejo: lojas que reagem com os clientes! O NOVO MARKETING NO VAREJO: LOJAS QUE REAGEM COM OS CLIENTES! Bettmann/Corbis/Stock Photos 110 REVISTA DA ESPM M A R Ç O/ A B R I L DE 2006

Ricardo Pastore MARÇO/ ABRIL DE 2006 REVISTA DA ESPM 111

O novo marketing no varejo: lojas que reagem com os clientes! Há pouco mais de dois anos, foi apresentado o filme em realidade virtual sobre a loja do futuro, projeto liderado pela Metro na Alemanha¹. Nele víamos uma loja totalmente diferente, coisa bem futurista. Tudo ancorado na idéia de uma nova tecnologia que substitui a etiqueta tradicional que conhecemos, com códigos de barra, por outra contendo uma antena e um pequeno chip a chamada etiqueta inteligente. Até aí nenhuma novidade. Esse assunto aos poucos vem ganhando espaço e muitos profissionais da indústria e do varejo já viram apresentações a respeito. Aliás, temos aqui no Brasil Tudo ancorado na idéia de uma nova tecnologia que substitui a etiqueta tradicional que conhecemos, com códigos de barra, por outra contendo uma antena e um pequeno chip a chamada etiqueta inteligente. Aliás, temos aqui no Brasil empresas bem avançadas no tema, como o Pão de Açúcar e o Wal-Mart, que vêm desenvolvendo testes junto com fornecedores de produtos, de tecnologia da informação e das próprias etiquetas inteligentes. empresas bem avançadas no tema, como o Pão de Açúcar e o Wal- Mart, que vêm desenvolvendo testes entre os fornecedores de produtos, de tecnologia da informação e das próprias etiquetas inteligentes. O detalhe é que essa mudança traz à realidade algo que até então habitava apenas o campo dos sonhos dos homens de marketing: conhecer os clientes. Só que dessa vez quero dizer conhecer mesmo! Quem são, o que compram, quando compram, com que freqüência compram e quais outros produtos formam sua cesta de compras mensal, tudo de forma sistemática, sem pesquisas. Se algo faltava para uma revolução no marketing de varejo e, por conseqüência, em toda a cadeia de abastecimento, agora não falta mais. DE Produto Ponto-de-venda Promoção Preço Digo revolução, pois entendemos que o impacto de tais mudanças influenciará o marketing até o mais básico de seus conceitos e estes são os conhecidos 4 P s. Sem mudanças nos 4 P s, não haveria uma nova teoria de marketing e sim extensões da teoria atual. Kevin Lane Keller, co-autor com Phillip Kotler da 12 a edição do livro Administração de Marketing ², confirma a existência de um novo marketing ao qual denomina de PARA PESSOAS PROCESSOS PROGRAMAS PERFORMANCE Figura 1 112 REVISTA DA ESPM M A R Ç O/ A B R I L DE 2006

Ricardo Pastore marketing holístico. Prof. Keller define assim os novos 4P s (vide Figura1). Toda a teoria do Prof. Keller é muito bem sustentada e acho que ele realmente estabeleceu os novos marcos que nortearão as decisões de marketing daqui para frente. A observação do Prof. Keller, entretanto, se detém a observar as mudanças pela ótica do mercado, ou seja, pelo comportamento do consumidor e de como este consumidor vem impondo às empresas seu novo modo de pensar, sentir, agir, viver. Queremos aqui somar a isso as inovações trazidas pela tecnologia e tão bem organizada pela loja do futuro e trazer soluções práticas às novas formulações teóricas. Por isso afirmamos existir uma ruptura de modelos. Não fossem apenas as mudanças de ordem comportamental que observamos na sociedade, a tecnologia está fazendo a sua parte, ou seja, andando mais rápido, antecipando tendências e tornando-as viáveis. As mudanças nunca foram tão dramáticas e tantas ao mesmo tempo. Pior: poucos estão fazendo essa leitura. Por isso é uma verdadeira ruptura nos padrões gerenciais que conhecemos hoje. De um lado vemos o movimento de uma sociedade cada vez mais individualista, atenta àquilo que lhe agrega valor como consumidores e principalmente como pessoas. Sabem selecionar as informações em um número cada vez maior de mídias, por sua vez mais fragmentadas e aprenderam a sobreviver diante da nova De um lado vemos o movimento de uma sociedade cada vez mais individualista, atenta àquilo que lhe agrega valor como consumidores e principalmente como pessoas. economia trazida pela globalização, trabalhando em casa, desenvolvendo novos negócios, criando novas empresas. Os institutos de pesquisa identificaram tribos ou clusters com comportamentos próximos e há muito tempo cerca de 10 anos vêm substituindo o critério de classes socioeconômicas pelas características comportamentais dos consumidores. Nesse modelo, é possível termos um senhor com 60 anos, residente num bairro nobre, dentro de um mesmo cluster de um jovem de 22 que mora numa região mais distante. O detalhe é que freqüentam as mesmas lojas e compram coisas muito parecidas. A comunicação para ambos deve ser a mesma, assim como as decisões que envolvem as demais variáveis do marketing mix, ou, melhor, as novas variáveis de marketing mix. Por outro lado chega essa mudança tecnológica que vai substituir gradativamente o código de barras MARÇO/ ABRIL DE 2006 REVISTA DA ESPM 113

O novo marketing no varejo: lojas que reagem com os clientes! pela etiqueta inteligente (tecnologia de radiofreqüência). Junte os dois movimentos: de um lado os novos perfis de consumo e de outro as novidades tecnológicas. Parece um impacto duplamente qualificado nas redes varejistas. Muitos supermercadistas já sentem no resultado a ineficiência do que já podemos chamar de modelo do velho marketing. É um modelo de comunicação de varejo que vem sendo praticado há decadas. Algumas das práticas típicas desse modelo são: 1. o apelo único e exclusivo a preço baixo, deixando de lado as outras variáveis e levando empresas a resultados ruins por anos e anos. Muitas pesquisas já demonstraram que a influência do preço vem perdendo sua força; 2. o tablóide de ofertas distribuído de forma maciça na área de influência da loja. Isso é cada vez menos eficiente! Os clientes querem um relacionamento personalizado com ofertas coerentes com seu comportamento ou perfil; 3. produtos dispersos no pdv que não estejam acompanhados de seus complementares ou substitutos. Os clientes querem sempre novas experiências de compra. O apelo deve ser por uma oferta de categorias que possibilitem aos clientes uma solução completa à sua necessidade de compra e não uma reposição para um produto As famílias estão menos estruturadas financeira, cultural e emocionalmente; o número de singles cresce mês a mês; as uniões gays estão se tornando uma realidade. que acabou em sua casa. Temos visto cada vez mais as lojas fazendo o crossmechandising como forma de amenizar um método superado de expor produtos. Já é um sinal de mudança mas ainda é pouco. Sabemos que, apesar de muitas pessoas morarem num mesmo condomínio, cada indivíduo tem hábitos diferentes. As famílias estão menos estruturadas financeira, cultural e emocionalmente; o número de singles cresce mês a mês; as uniões gays estão se tornando uma realidade. Portanto para que continuar a distribuir tablóides de 8, 12, 16 páginas coloridas com exatamente os mesmos produtos, os mesmos preços, as mesmas embalagens, as mesmas condições de pagamento para as pessoas se elas são tão diferentes (apesar de morarem em um mesmo condomínio!)? E também para que os fornecedores ainda financiam esses tablóides para os supermercadistas se estes serão distribuidos para clientes que não têm sua cesta de compras conhecida? As respostas para as perguntas acima podem ser dadas assim que os clientes de uma rede de supermercados ou de outros formatos varejistas passarem a receber tablóides taylor made, feitos sob medida, porém sabemos que ainda não é fácil a realização de tal inovação. 114 REVISTA DA ESPM M A R Ç O/ A B R I L DE 2006

Ricardo Pastore Para dar início, os clientes de um supermercado devem passar a ser cadastrados e identificados todas as vezes que passarem pelos checkouts. Essa rotina formará um banco de dados com todas as compras realizadas por cada um dos clientes, como já acontece em tantas redes. Essa informação permite que conheçamos os hábitos individuais de cada cliente. Trabalhando bem as informações, um dos resultados pode ser a comunicação mais bem direcionada. Imaginem se a mesma rede de lojas que possui o banco de dados com as compras individuais de cada um de seus clientes passar a cruzar tais informações com outro banco de dados formado pelos produtos cadastrados contendo suas imagens. O resultado seria um cadastro individual com a cesta de compras de cada cliente com as imagens dos produtos. Num passo seguinte, assim que um desses produtos entrar em oferta, os clientes que o possuem em seu histórico de compras passam a receber um e-mail marketing comunicando a promoção. E se, em vez de ser um produto, forem vários, então teremos quantidade suficiente para diagramarmos um tablóide. Fica faltando ainda um software específico para realizar essa tarefa (vai aí um desafio ao pessoal de T.I.). Assim será muito mais agradável recebermos um tablóide com as ofertas Para que os fornecedores ainda financiam esses tablóides para os supermercadistas se estes serão distribuidos para clientes que não têm sua cesta de compras conhecida? MARÇO/ ABRIL DE 2006 REVISTA DA ESPM 115

O novo marketing no varejo: lojas que reagem com os clientes! da semana com nosso nome estampado na capa, deixando claro que aquela promoção foi feita pensando na pessoa cujo nome aparece gravado. Tenho certeza que haverá opção para aqueles que preferirem receber o tablóide impresso em papel em vez de recebê-lo por e-mail. Basta escolher essa opção. Com base nessas e outras novidades que estarão por vir é que repensamos os 4 P s no ambiente varejista, tomando como base o marketing holístico do Prof. Keller. prefere a loja que oferece a melhor solução naquilo que pretende comprar dentre as que se localizam próximas de onde reside. Se o produto desejado for um tubo de creme dental, a loja preferida é a que tiver a melhor categoria de higiene oral e não a melhor seção de pastas de dentes. A diferença é que ao apresentar uma categoria e não apenas o produto, a loja propõe uma solução completa, sugerindo produtos complementares, como gel dental, enxaguantes, fios e fitas dentais, branqueadores, escovas, ou seja, explica, educa, informa os clientes como uma maneira de transferir valor. fazer o seu pedido de presunto, queijo fatiado etc. Ao ter o chip de seu cartão de cliente preferencial identificado pelas ondas da radiofreqüência, o balconista imediatamente passa a tratar o cliente pelo nome e ver seu histórico de compras no monitor. Nos casos de seções que operam em auto-serviço, as peças de merchandising é que farão esse papel: displays, cartazes, etiquetas de preço, tudo vai interagir com o cliente conforme seu histórico e potencial gravados no banco de dados. Daí a mudança para PDR ponto de relacionamento e não apenas PDV ponto-de-venda. As influências do novo marketing no varejo em suas variáveis controláveis se refletem da seguinte maneira (vide Figura 2). O cliente de uma loja de supermercado DE Produto Ponto-de-venda (PDV) Promoção Preço Se o produto desejado for um tubo de creme dental, a loja preferida é a que tiver a melhor categoria de higiene oral e não a melhor seção de pastas de dentes. A mudança de ponto-de-venda para ponto de relacionamento tem origem na teoria do CRM. Com a tecnologia de radiofreqüência, será possível identificar o cliente que se aproxima de um balcão de frios por exemplo para PARA CATEGORIA PONTO DE RELACIONAMENTO (PDR) COMUNICAÇÃO PERSONALIZADA RESULTADO Figura 2 O terceiro P de promoção, como já expusemos anteriormente, deixa ou reduz as promoções genéricas e passa a comunicar aquilo que o cliente preferir ou estiver propenso a aceitar. E o preço, o fator mais sensível, deve perder ainda mais seu efeito e influência na imagem do supermercado. Alguns centavos de diferença não serão suficientes para fazer esse cliente devidamente cadastrado, estudado em seus hábitos e rastreado em suas compras a mudar de loja. Se analisarmos as variáveis incontroláveis no ambiente varejista, temos o seguinte (vide Figura 3). Sobre os concorrentes, quero chamar a atenção para a necessidade do posicionamento. Acreditamos em posicionamentos bem definidos a ponto de pouco se sentir efeitos da concorrência direta, dada a variedade de produtos e serviços, fragmentação da mídia, agilidade na identificação de novos hábitos de consumo e perfis comportamentais. 116 REVISTA DA ESPM M A R Ç O/ A B R I L DE 2006

Ricardo Pastore de varejo, integram-se com os fornecedores, disparando pedidos automáticos e informações sobre o desempenho das categorias. Foto: Júnior de Oliveira O terceiro P de promoção, como já expusemos anteriormente, deixa ou reduz as promoções genéricas e passa a comunicar aquilo que o cliente preferir ou estiver propenso a aceitar. A competência no posicionamento vai fazer a diferença. Por isso não adianta copiar um novo modelo de loja que surgiu no exterior. A inteligência do posicionamento é que conta. Sobre os fornecedores que passam a ser colaboradores, também nenhuma novidade. Esse aspecto é um dos pilares do ECR Efficient Consumer Response (veja www.ecrbrasil.com.br) e vem se tornando realidade. A colaboração na cadeia de suprimentos reduz os custos das mercadorias e aumenta a eficiência, reduzindo faltas, quebras e estoques. Hoje os softwares de gestão de varejo, ou ERP Concluindo, com o uso da etiqueta inteligente, o volume de informações vai aumentar enormemente e caberá às empresas varejistas e seus fornecedores o correto tratamento dessa informação, a fim de se evitar desperdícios com as ações de marketing e encontrar um posicionamento preciso para suas marcas, tanto as de produtos quanto as de varejo. Existem soluções inovadoras que em breve estarão sendo utilizadas, e quem as utilizar estará transformando as ameaças dessa ruptura em oportunidades, pois os novos dados apurados abrirão novas áreas de expansão de mercados. Nós do Núcleo de Varejo da ESPM estamos acompanhando tais mudanças e estaremos auxiliando as empresas e a comunidade acadêmica a melhor entender e posicionar-se diante de tantas inovações. DE Consumidor Concorrennte, no aspecto do rival Fornecedor no aspecto perde-ganha PARA CLIENTE DEVIDAMENTE PERSONALIZADO E RASTREADO SEGUNDO NORMAS NO CRM (CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT); BENCHMARKING, NO ASPECTO DE REFERÊNCIA DE OUTRAS PRÁTICAS QUE POSSAM SER APROVEITADAS E NÃO APENAS COPIADAS; COLABORAÇÃO NO ASPECTO DO SCM (SUPPLY CHAIN MANAGEMENT) Bem-vindos ao novo marketing no varejo. ESPM ¹ Metro Group - Future Store Iniciative: www.future-store.org ² KOTLER, Philip e KELLER, Kevin L. - Administração de Marketing 12a. ed. São Paulo: Ed. Prentice Hall, 2005. AUTOR RICARDO PASTORE Coordenador do Núcleo de Varejo da ESPM. Figura 3 MARÇO/ ABRIL DE 2006 REVISTA DA ESPM 117