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Economia Carlos Nemer 3ª Ed. Fundamentos de Teoria e Política Macroeconômica Capítulo 11: Macroeconomia Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 1 de 45/2005.1 Programa Parte I Introdução à Economia 1.1 Introdução à Economia Parte II Microeconomia 2.1 Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 2.2 Elasticidades 2.3 Aplicações: Incidência de Imposto sobre Vendas e Fixação de Preços Mínimos 2.4 Produção 2.5 Custos de Produção 2.6 Estruturas de Mercado Parte III Macroeconomia 3.1 Fundamentos de Teoria e Política Macroeconômica 3.2 Contabilidade Social 3.3 Determinação do Nível de Renda e bem Nacionais. O mercado de Bens e Serviços 3.4 O Lado Monetário da Economia 3.5 Interligação entre o Lado Real e o Monetário - Análise IS-LM 3.6 Inflação 3.7 O Setor Externo 3.8 Política Fiscal e Déficit Público 3.9 Noções de Crescimento e Desenvolvimento Econômico Parte IV Avaliação Econômico-Financeira de Projetos de Investimento Parte V Gestão Financeira de Investimentos Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 2 de 45/2005.1 Sumário 1. Introdução Aspectos Históricos; 2. Metas de Política Econômica; 1. Alto Nível de Emprego 2. Estabilidade de Preços 3. Distribuição de Renda 4. Crescimento Econômico 3. Estrutura da Análise Macroeconômica; 4. Instrumentos de Política Macroeconômica; 1. Política Fiscal 2. Política Monetária 3. Política Cambial e Comercial 4. Política de Rendas 5. Contabilidade Social; Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 3 de 45/2005.1 j20@momentus.com.br 1

Introdução A Grande Depressão representou o fracasso intelectual dos economistas que trabalhavam na teoria dos ciclos econômicos (como a macroeconomia era então denominada). Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 4 de 45/2005.1 Introdução Histórico Durante a Grande Depressão a produção caiu por volta de 30% e o desemprego chegou a 25% nos EUA. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 5 de 45/2005.1 A macroeconomia moderna começa em 1936, com a publicação do livro de John Maynard Keynes, Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda ( The General Theory of Employment, Interest and Money ). Keynes Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 6 de 45/2005.1 j20@momentus.com.br 2

Keynes se concentrou no curto prazo, em oposição aos economistas neoclássicos que preferiam uma abordagem de longo prazo. No longo prazo estaremos todos mortos J.M.Keynes Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 7 de 45/2005.1 Empresas diminuem a produção Queda no Consumo Queda nos Investimentos Desemprego Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 8 de 45/2005.1 Keynes argumentava que, em época de recessão a compra de mercadorias (gasto, consumo) é algo que beneficia a todos. O governo deve intervir controlando o nível de demanda agregada em uma economia. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 9 de 45/2005.1 j20@momentus.com.br 3

A renda não é fixa e varia no longo prazo; Para Keynes existe uma diferença entre renda no equilíbrio e renda potencial ; Renda no equilíbrio: nível no qual a economia se posiciona devido às flutuações cíclicas; Renda Potencial: nível que a renda pode atingir sem gerar inflação. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 10 de 45/2005.1 Keynes considerava que a economia em determinadas ocasiões necessitava de uma ajuda para chegar à sua renda potencial ; Ele acreditava que as forças de mercado sozinhas não seriam suficientemente rápidas nem fortes para provocar tal mudança e tirar a economia da recessão ; Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 11 de 45/2005.1 Paradoxo de Thrift Se um grande número de pessoas de repente decide consumir menos e economizar esperando aumentar o investimento, o gasto total cairia e a economia entraria em recessão e o desemprego subiria; Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 12 de 45/2005.1 j20@momentus.com.br 4

Keynes introduziu conceitos importantes: Demanda Efetiva (hoje denominada de demanda agregada); Efeito Multiplicador: amplificação dos gastos iniciais; Preferência pela Liquidez (demanda por moeda); Espírito animal ( animal spirit ); Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 13 de 45/2005.1 Keynes mostrava que - contrariamente aos resultados apontados pela teoria neoclássica as economias capitalistas não tinham a capacidade de promover automaticamente o pleno emprego (dos fatores de produção). o governo não tinha apenas a oportunidade, mas também a necessidade de orientar sua política econômica no sentido de promover a plena utilização dos recursos disponíveis na economia. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 14 de 45/2005.1 A Escola Neoclássica (déc. 50) Escola Neoclássica refere-se ao amplo consenso surgido no início da década de 1950, baseado na integração de muitas das idéias de Keynes e de seus antecessores; A Escola Neoclássica permaneceria como a visão dominante por mais 20 anos; O período do início da década de 1940 até o início da década de 1970 foi chamado de Era de Ouro da Macroeconomia. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 15 de 45/2005.1 j20@momentus.com.br 5

A Escola Neoclássica (déc. 50) A formalização mais influente foi o modelo IS-LM desenvolvido por John Hicks e Alvin Hansen em fins da década de 1930 e início da década de 1940. As discussões se organizaram em torno das declividades das curvas IS e LM. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 16 de 45/2005.1 A Escola Neoclássica (déc. 50) Na década de 1950, Franco Modigliani e Milton Friedman desenvolveram de maneira independente a teoria do consumo e insistiram na importância das Modigliani expectativas. James Tobin desenvolveu a teoria do investimento baseada na relação entre o valor presente dos lucros e o investimento. Dale Jorgenson aprofundou e testou a teoria. Tobin Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 17 de 45/2005.1 A Escola Neoclássica (déc. 50) Em 1956, Robert Solow desenvolveu o modelo de crescimento uma estrutura para se pensar sobre as determinantes do crescimento. Solow Klein Lawrence Klein desenvolveu o primeiro modelo macroeconométrico norte-americano no início da década de 1950. O modelo era uma relação IS ampliada com 16 equações. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 18 de 45/2005.1 j20@momentus.com.br 6

A Escola Neoclássica (déc. 50) Friedman Milton Friedman ( there s no such a thing as a free lunch ) foi o líder intelectual dos monetaristas e o pai da teoria do consumo. Ele acreditava que a compreensão da economia ainda era muito limitada e questionou as motivações e a capacidade dos governos de melhorar os resultados macroeconômicos. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 19 de 45/2005.1 A Escola Neoclássica (déc. 60) Na década de 1960, os debates entre keynesianos e monetaristas dominaram as manchetes da economia. Os debates concentravam-se em três tópicos principais: Política fiscal versus Política Monetária; A Curva de Phillips; O papel da política econômica; Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 20 de 45/2005.1 Curva de Phillips Baseando-se em dados da economia do Reino Unido no período 1957 a 1961, A.W. Phillips (1914-1975) mostrou haver uma correlação negativa entre inflação e desemprego. Poucos anos depois, Paul Samuelson e Robert Solow (Cambridge-EUA) confirmaram a descoberta ao utilizarem dados da economia dos Estados Unidos e resolveram batizar o modelo como Curva de Phillips. The relation between unemployment and the rate of change of money wage rates in the United Kingdom, 1861-1957" in Economica 1958. % inflação Curva de Phillips % desemprego Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 21 de 45/2005.1 j20@momentus.com.br 7

A Escola Neoclássica (déc. 60) Milton Friedman contestou a visão de que a política fiscal poderia afetar a produção de maneira mais rápida e confiável do que a política monetária. Em 1963 Friedman e Anna Schwartz através da publicação do livro, A Monetary History of the United States, 1867-1960, reviram a história norte-americana sob a óptica do monetarismo e concluíram que a política monetária não só era muito poderosa, mas que o movimento da moeda podia explicar grande parte das flutuações da produção. Eles interpretaram a Grande Depressão como o resultado de um trágico erro de política monetária. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 22 de 45/2005.1 A Escola Neoclássica (déc. 70) Phelps A curva de Phillips tornou-se parte da Escola Neoclássica, mas Milton Friedman e Edmund Phelps argumentaram que a aparente alternância entre inflação e desemprego desapareceria rapidamente se os formuladores de políticas de fato tentassem explorá-la. Em meados da década de 1970, o consenso era o de que realmente não havia alternância no longo prazo entre inflação e desemprego. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 23 de 45/2005.1 A Escola Neoclássica (déc.70) Cético de que os economistas sabiam o suficiente para estabilizar o produto (agregado) e de que era possível confiar em formuladores de políticas econômicas, Friedman defendeu o uso de regras simples, como o crescimento constante da moeda. Friedman acreditava que pressões políticas para "fazer algo" em face aos problemas poderia fazer mais mal do que bem. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 24 de 45/2005.1 j20@momentus.com.br 8

A Crítica das Expectativas Racionais (70) Lucas Sargent Barro No início da década de 1970, Robert Lucas, Thomas Sargent e Robert Barro lideraram um forte ataque contra a corrente principal da macroeconomia. Eles afirmaram que as previsões da teoria keynesiana estavam absolutamente erradas e que a doutrina na qual se baseavam era falha. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 25 de 45/2005.1 A Crítica das Expectativas Racionais Robert Lucas argumentou que os modelos macroeconômicos não incorporavam as expectativas de maneira explícita; que os modelos refletiam relações entre variáveis econômicas que valiam no passado, sob políticas passadas. Eram guias pobres quanto ao que ocorreria sob as novas políticas. Essa crítica dos modelos macroeconométricos ficou conhecida como a crítica de Lucas. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 26 de 45/2005.1 Implicações das Expectativas Racionais Hall Robert Hall mostrou que, se os consumidores tiverem boas expectativas, as mudanças no consumo serão imprevisíveis. O consumo só mudará quando os consumidores souberem algo novo sobre o futuro. Como essas novidades não podem ser previstas, as mudanças no consumo são altamente aleatórias. Esse comportamento, conhecido como passeio aleatório do consumo, tem servido desde então como referência para as pesquisas sobre o assunto. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 27 de 45/2005.1 j20@momentus.com.br 9

Implicações das Expectativas Racionais (80) Rudiger Dornbusch desenvolveu um modelo que mostra como as grandes oscilações das taxas de câmbio não são resultado da especulação irracional, mas ao contrário, plenamente consistentes com a racionalidade. Dornbusch Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 28 de 45/2005.1 Implicações das Expectativas Racionais (80) Fischer Taylor Stanley Fischer e John Taylor mostraram que o ajuste de preços e salários em resposta a variações no desemprego pode ser lento mesmo sob expectativas racionais. Ressaltaram o escalonamento das decisões de preços e salários e explicaram um retorno lento do produto ao nível natural do produto pode ser consistente com expectativas racionais no mercado de trabalho. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 29 de 45/2005.1 Macroeconomia: Ciência em Evolução O que é? Estudo da economia de um país do ponto de vista de suas variáveis agregadas com o objetivo de entender melhor a relação entre os agentes econômicos. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 30 de 45/2005.1 j20@momentus.com.br 10

Economias do Mundo PIB dos EUA equivale a 17 vezes o PIB Brasileiro; O PIB brasileiro corresponde a 4,5 vezes o PIB argentino; O PIB da Arábia Saudita corresponde em sua quase totalidade à exportação de petróleo; País Mundo 0 União Européia 1 EUA 2 Japão 3 Alemanha 4 Reino Unido 5 França 6 China 7 Itália 8 Espanha 9 Canadá 10 Rússia 11 Índia 12 Brasil 13 Coréia 14 México 15 Austrália 26 Arábia Saudita 37 Argentina 180 São Tomé e Príncipe US$ Milhões (2005) 44,168,157 13,926,873 12,438,873 4,799,061 2,906,658 2,295,039 2,216,273 1,843,117 1,836,407 1,120,312 1,098,446 755,437 749,443 732,078 720,772 714,530 692,436 284,895 172,123 69 Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 31 de 45/2005.1 Macroeconomia: Ciência em Evolução ANO PIB(US$MILHÕES) 1990 469.318 1991 405.679 1992 387.295 1993 429.685 1994 543.087 1995 705.449 1996 775.475 1997 801.662 1998 775.501 1999 558.200 2000 635.000 2001* 654.000 2002* 680.000 MILHÕES DE DOLARES PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) 1.000.000 800.000 600.000 400.000 200.000 0 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002* Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 32 de 45/2005.1 PRODUTO INTERNO BRUTO NO BRASIL (PIB) ANO PIB/CAPITA VARIAÇÃO (%) 1975 1.202 5,1 1976 1.392 10,2 1977 1.566 4,9 1978 1.737 4,9 1979 1.885 6,8 1980 2.005 9,3 1981 2.133-4,3 1982 2.190 0,8 1983 1.497-2,9 1984 1.468 5,4 1985 1.599 7,8 1986 1.915 7,5 1987 2.057 3,5 1988 2.186-0,1 1989 2.923 3,2 1990 3.243-5,05 1991 2.771 1,03 1992 2.605-0,54 1993 2.847 4,92 1994 3.546 5,85 1995 4.542 4,22 1996 4.924 2,66 1997 5.022 3,6 1998 4.793-0,12 1999 ND 0,79 2000* ND 4,46 TAXA MEDIA 6,00% Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 33 de 45/2005.1 Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos j20@momentus.com.br 11

VARIAÇÃO DO PIB (%) 15 PERCENTUAL 10 5 0-5 1 4 7 10 13 16 19 22 25-10 PERIODO (1975 A 2000) Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 34 de 45/2005.1 Metas de Política Econômica 1.Alto Nível de Emprego; 2.Estabilidade de Preços; 3.Distribuição de Renda; 4.Crescimento Econômico; Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 35 de 45/2005.1 Alto Nível de Emprego A otimização da utilização dos recursos disponíveis por uma sociedade pressupõe a existência de política que garanta um alto nível de emprego; Um alto nível de emprego possibilita a manutenção de um equilíbrio social mais justo e condizente com a condição humana. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 36 de 45/2005.1 j20@momentus.com.br 12

Estabilidade de Preços A existência de inflação causa a desvalorização dos salários de maneira desigual o que prejudica a distribuição de renda. A conseqüência imediata é o financiamento indireto das classes mais ricas pelas classes mais pobres. A existência de tensões inflacionárias é algo constante em todas as economias do mundo. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 37 de 45/2005.1 Distribuição de Renda Teoria do Bolo; Langoni X Simonsen; Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 38 de 45/2005.1 Crescimento Econômico Curva de Possibilidade de Produção; Aumentam os recursos: Descoberta de Novas Jazidas; Aumento na PEA; Avanço na tecnologia de produção: Novas maneiras de se organizar a produção; Desse modo, o administrador público tem que fazer uma escolha quanto à ênfase a ser dada a diferentes objetivos. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 39 de 45/2005.1 j20@momentus.com.br 13

Estrutura da Análise Macroeconômica Economia Parte Real Parte Monetária Mercados Bens e Serviços Trabalho Financeiro (monetário e de títulos) Divisas Variáveis Determinadas Produto Nacional Nível geral de Preços Nível de Emprego Salários Nominais Taxa de Juros Estoque de Moeda Taxa de Câmbio Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 40 de 45/2005.1 Instrumentos de Política Macroeconômica 1.Política Fiscal 2.Política Monetária 3.Política Cambial e Comercial 4.Política de Rendas Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 41 de 45/2005.1 Política Fiscal Política Tributária; Instrumentos de arrecadação, estrutura de fiscalização e modelos de estabelecimento de tributos (alíquotas, imunidades e isenções); Política de Gastos Públicos; Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n. 101, de 04 de maio de 2000) Relatório Resumido da Execução, Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal, Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 42 de 45/2005.1 j20@momentus.com.br 14

Política Monetária Atuação do Governo sobre a quantidade de moeda em circulação, taxa de juros e crédito: Emissões; Reservas compulsórias; Redescontos; Regulamentação sobre crédito e juros (anatocismo); Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 43 de 45/2005.1 Política Cambial e Comercial Política Cambial; Câmbio fixo, câmbio flutuante, bandas cambiais; Política Comercial; Instrumentos de incentivo à exportação importação (fiscais, creditícios, estabelecimento de zonas exclusivas, cotas etc); Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 44 de 45/2005.1 Política de Rendas Salário (w): remuneração dos serviços do fator trabalho; Aluguel (a): remuneração dos serviços do fator terra; Royalty (r): remunera a tecnologia; Lucro (l): remuneração dos serviços do fator capital físico (instalações); Juro (j): remuneração dos serviços do fator capital monetário. Poli-UFRJ Copyright 2005. Direitos Autorais reservados ao Prof.Carlos NEMER Parte III-1-Slide 45 de 45/2005.1 j20@momentus.com.br 15