Parte 2 Fundamentos macroeconômicos Sessão 2
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- Célia Van Der Vinne Brezinski
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1 Parte 2 Fundamentos macroeconômicos Sessão 2 Reinaldo Gonçalves
2 Sumário 1. Demanda efetiva 2. Pensamento Keynesiano 3. Pensamento Kaleckiano 4. Monetarismo 5. Economia Novo-clássica 6. Modelos de ciclos reais de negócios 7. Economia Novo-keynesiana 8. Economia Pós-keynesiana 9. Economia do Lado da Oferta 10. Equivalência Ricardiana 11. Síntese Bibliografia 2
3 3. Pensamento Kaleckiano Precursor (1933, 1935): ideia demanda efetiva Principais temas Distribuição da renda Formação de preços (concorrência imperfeita) Determinantes do investimento Flutuações cíclicas Crescimento econômico Conclusões semelhantes a Keynes Tradição marxista 3
4 Formação de preços e distribuição Preço = custo variável (insumos + salários) + lucro (f (grau de monopólio)) Distribuição de renda: duas classes Trabalhadores e capitalistas Investimento e consumo dos capitalistas determinam PIB e distribuição (lucros e salários) Os capitalistas ganham o que gastam, os trabalhadores gastam o que ganham 4
5 Dinâmica econômica Questão-chave: determinação do nível de investimento Flutuações crescimento 5
6 Demanda efetiva Y = C + I (renda nacional) Duas classes sociais: capitalistas (K) e trabalhadores (L) C = C k + C L C L = W (W = salários) (c L = 1) C K = c K P (P = lucros) c K = propensão a consumir do K 6
7 Equação básica Y = W + c K P + I Visto que W = Y P Y = Y P + c K P + I Y = Y P(1 c K ) + I 1 P = I (1 c K ) 7
8 Lucro é função do investimento Lucro é função decisões de investimento e consumo dos capitalistas 1 P = (1 c K ) I Semelhança com o multiplicador keynesiano Y= K I Lucro: fonte de financiamento da acumulação de K Lucro = f (I) 8
9 Financiamento do investimento e consumo dos capitalistas Na hipótese de participação constante do lucro na renda q = P/Y e dividindo equação básica por P 1 1 = I / P (1 c K ) 1 Y = (1 c K ) I / q Dado I e q, quanto menor c K menor é a renda necessária para gera poupança para financiar investimentos 9
10 Determinação de q (profit share) Três hipóteses Concorrência perfeita não existe Custo variável constante até nível de pleno emprego de fatores (K e L) Preços são determinados pelos custos variáveis e a média dos preços prevalecentes no mercado Poder de mercado das grandes empresas 10
11 Grau de monopólio Preço da empresa i (p i ) e preço médio ponderado das outras empresas (p a ) u = custo (direto) variável médio p i = βu + αp a Em termos agregados p i = p a β p a = u (1 α) 11
12 Margem média de lucro (p a /u) Grau de monopólio : β / (1 - α) β p a = u (1 α) Portanto margem média de lucro depende do Grau médio de monopólio Não varia com o nível de produção 12
13 Relação lucro/salário Preço = custo variável (insumos + salários) + lucro (f (grau de monopólio)) [p a = u + lucro)] Dado a margem de lucro média para toda a economia (p a /u) = β / (1 - α) Relação lucro/salário é dada Distribuição: função do grau de monopólio 13
14 Distribuição de renda I => Y => C Sem pleno emprego, Y não gera aumenta preços Não impacta na distribuição de renda Distribuição depende da estrutura dos mercados Quanto menor a concorrência (maior o grau de monopólio), maior é a relação entre preços e custo variável e, portanto, maior a relação lucros/salários Em trabalhos posteriores MK introduziu a luta de classes, disputas salariais, na determinação da distribuição de renda 14
15 Flutuações econômicas Hip. A: Demanda efetiva Questão central: flutuações econômicas dependem das variações do investimento Investimento é função Expectativa de lucros Taxa de juros (custo do finaciamento) 15
16 Taxa de juros de curto prazo Variações das taxas de juros de CP ignoradas Taxa de juro de LP são determinantes do investimento supõe constante Se taxa de lucro é maior do que taxa de juro de longo prazo O que impede crescimento contínuo do investimento? 16
17 Investimento NÃO cresce continuamente Versão Keynes: EMC decrescente devido ao custo crescente dos bens de capital Kalecki: risco crescente (quebra) Relação investimento / riqueza total Relação dívida / investimento 17
18 Flutuações Hip. B: Processo de ajuste de K e flutuações Investimento: função Crescente da renda (poupança) Decrescente do estoque de capital I = f (Y, K) Princípio do ajuste do estoque de capital + I => K (estoque) => sobreacumulação => - I 18
19 Flutuações Hip. C: Interação acelerador-multiplicador e flutuações Também trabalhou com a hipótese I = f (Y, Y, K) 19
20 Flutuações Hip. C: Ciclo político de negócios e flutuações Pleno emprego aumenta poder de barganha dos trabalhadores - luta de classes - e afeta disciplina nas fábricas estabilidade política relação lucro/salário Capitalistas forçam governo a abandonar políticas de pleno emprego Flutuações recessão => políticas expansionistas => pleno emprego => políticas restritivas => recessão 20
21 Keynes e Kalecki: semelhanças e diferenças Influência: Keynes e Kalecki Papel-chave da DA Não há ajuste automático via mercado que garanta pleno emprego Investimento: determinante principal da DA 21
22 Keynes vs Kalecki: I e Y Keynes I = f (EMC, i) Kalecki I = f (Y, Y, P) Y = K I P = K I K = 1 / (1 c) K = 1 / (1 c K ) 22
23 Keynes vs Kalecki: Moeda Keynes (moeda exógena) M: dado Interação entre Ms e Md na determinação de i Kalecki (moeda endógena) M: fundamental para expansão do crédito bancário 23
24 Keynes vs Kalecki: estrutura de mercado Keynes Kalecki Concorrência perfeira Tradição marshaliana: preços = Cmg Estruturas oligopólicas 24
25 Macroeconomia pós-keynesiana com influência kaleckiana Preço: f (custo direto de produção margem de lucro) Margem de lucro: f (grau de monopólio - poder de mercado) I : f (Y, Y e taxa de lucro) Distribuição de renda: f (grau de monopólio - poder de mercado) Lucro: f (Investimentos) Lucro = f (propensão a poupar dos K) 25
26 4. Monetarismo Teoria dos ciclos econômicos segundo a qual o PIB crescerá constantemente se a oferta de moeda crescer constantemente, e que tentativas de políticas fiscais expansionistas são frequentemente contraproducentes 26
27 Monetarismo, cont... Argumento-central: políticas fiscais expansionistas são inócuas para o crescimento Crítica ao Keynesianismo Políticas fiscais expansionistas => elevação do nível geral de preços 27
28 Curva de Phillips, 1958 Razão inversa entre taxa de desemprego e taxa de variação dos salários nominais 28
29 Trade-off inflação e desemprego (Lipsey, 1960) Políticas expansionistas => queda da taxa de desemprego => aumento dos salários nominais => inflação 29
30 Desemprego, inflação e expectativas (Phelps, 1968; Friedman, 1968) Dilema: desemprego versus inflação acima das expectativas Questão-chave: salários reais Taxa natural de desemprego Não há desemprego involuntário Desemprego voluntário e friccional Pleno equilíbrio: mercado de fatores (L) 30
31 Curva de Phillips e a Taxa Natural de Desemprego (NRU = U* = 4%) 31
32 Formação de expectativas Expectativas adaptativas Ilusão monetária Inflação esperada em t = média das inflações em t-1, t-2,... Agrega-se correção do erro de expectativa em t-1 (adaptação das expectativas) 32
33 Expectativas e ineficácia da política monetária expansionista 33
34 Monetarismo: síntese Política expansionista => Y => queda taxa de desemprego no CP LP: P => ajuste de expectativas => queda S trabalho => retorno natural desemprego LP: P t acelera inflação futura Implicação evitar política expansionista fiscal déficit público controle sobre oferta de moeda 34
35 Bibliografia Screpanti, E., Zamagni, S. An Outline of the History of Economic Thought. Oxford: OUP, Blaug, M. Economic Theory in Retrospect. Cambridge: Cambridge University Press, 4ª edição, Snowdon, B, Vane, H. R. Moderno Macroeconomics. Its Origins, Development and Current State. Chletenham, UK: Edward Elgar,
36 Bibliografia, cont... Froyen, Richard T. Macroeconomia. São Paulo: Editora Saraiva, McConnell, C. R., Brue, S. L. Macroeconomia. São Paulo: LTC, Stiglitz, J. E., Walsh, C. E. Economics. New York: W. W. Norton & Company, Inc., Mankiw, N. G. Macroeconomics. New York: Worth Publishers,
37 Bibliografia, cont... Além, A. C. Macroeconomia. Teoria e Prática no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Campus, Krugman, P., Wells, R. Introdução à Economia. Rio de Janeiro: Chiliatto-Leite, M. V. Teorias da demanda efetiva. Keynes, Kalecki e algumas implicações. III Encontro da Associação Keynesiana Brasileira, Kalecki, M. Teoria da Dinâmica Econômica. São Paulo: Ed. Nova Cultural, 1977 (1956). 37
38 Obrigado! 38
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