MACROECONOMIA: DINÂMICA E EQUILÍBRIO

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "MACROECONOMIA: DINÂMICA E EQUILÍBRIO"

Transcrição

1 Revista Eletrônica Novo Enfoque, ano 2011, v. 13, n. 13, p MACROECONOMIA: DINÂMICA E EQUILÍBRIO BIELSCHOWSKY, Pablo 1 CUSTÓDIO, Marcos da Cunha 2 1 Doutorando em Economia UFF, Prof. da ESGT - UCB 2 Mestrado em Economia Empresarial UCAM, Prof. da ESGT - UCB 1 INTRODUÇÃO A partir da contribuição de Keynes, a macroeconomia se orienta por duas grandes controvérsias: o debate sobre a dinâmica econômica e sobre o equilíbrio de curto prazo. O debate sobre a dinâmica se inicia com as contribuições de Harrod e Kalecki, que atribuem a instabilidade do capitalismo ao efeito dual do investimento. O problema do efeito dual do investimento de Harrod será incorporado pela síntese neoclássica através dos modelos de acelerador-multiplicador de Samuelson e Hicks. Harrod aponta também para o problema da excepcionalidade do crescimento com pleno emprego. Kaldor responde que a distribuição de renda ajusta o nível de poupança para permitir o crescimento de pleno emprego, enquanto Solow argumenta que a relação capital/produto se ajusta para permitir o pleno emprego incorporando o problema do crescimento de pleno emprego na teoria neoclássica. O debate sobre o equilíbrio de curto prazo se inicia com as contribuições de Hicks, que reduz o problema da determinação do emprego ao problema do equilíbrio de curto prazo, e interpreta a análise de Keynes como um caso especial da macroeconomia neoclássica. Em seguida, Modigliani analisa as situações que podem resultar em desemprego involuntário. Contrapondo-se à sintese neoclássica, Friedman defende a teoria quantitativa da moeda e atribui o desvio do desemprego ante seu nível natural aos erros na expectativa de inflação dos trabalhadores. Lucas desenvolve esta análise, argumentando que as oscilações da oferta agregada em relação ao nível natural decorrem da dificuldade de distinguir as mudanças de preços relativos e absoluta. Este artigo pretende recuperar a evolução da macroeconomia a partir de suas principais controvérsias. A segunda seção resgata a contribuição independente de Kalecki. A terceira seção apresenta a controvérsia sobre a dinâmica macroeconômica. A seção quatro analisa a controvérsia sobre o equilíbrio macroeconômico de curto prazo.

2 2 A CONTRIBUIÇÃO DE KALECKI Embora as contribuições de Kalecki sejam independentes das contribuições de Keynes, a análise do ciclo de Kalecki influenciou a controvérsia sobre a dinâmica econômica travada durante a era de ouro do capitalismo. Kalecki dá quatro contribuições ao pensamento econômico: a conclusão que os capitalistas ganham o que gastam, o multiplicador do investimento, análise dos determinantes do investimento e a análise dos ciclos de sobreacumulação. A partir da equação renda nacional no livro Teoria da dinâmica econômica de 1954, e dos esquemas reprodução no texto as equações marxistas de reprodução e a economia moderna de 1968, Kalecki conclui que os capitalistas ganham o que gastam, e que o nível da produção nos departamentos de bens de capital e bens de consumo dos capitalistas determina o nível da produção no setor de bens de consumo dos trabalhadores. Deste modo, chega num resultado semelhante ao princípio da demanda efetiva de Keynes. Kalecki (1968) modifica os esquemas de reprodução de Marx. Seja DI o departamento de bens de capital, DII o de bens de consumo dos capitalistas, e DIII o de bens de consumo dos trabalhadores. Supondo que: cada insumo é incluido no respectivo departamento, que os três departamentos produzem bens finais, e os trabalhadores consomem toda a renda, Kalecki obtém então os esquemas: DI L1 S1 I DII L2 S2 Cc DIII L3 S3 Cw Total L S Y Uma vez que os trabalhadores não poupam: Cw = S. Segue-se que L3 + S3 = S1 + S2 + S3 Portanto: L3 = S1 + S2 Deste modo: L = L1 + L2 + L3 = L1 + S1 + L2 + S2. Logo L = I + Cc No capítulo 3 da Teoria da Dinâmica Econômia, Kaleki (1954) obtem resultados semelhantes. Partindo da equação da renda nacional: Y= L + S = I + Cc + Cw Uma vez que os trabalhadores não poupam: S = Cw Segue que: L = I + Cc. Portanto: L1 + L2 + L3 = L1 + S1 + L2 + S2 Portanto: L3 = S1 + S2 30

3 Partindo destes caminhos distintos, Kalecki (1954, 1968) conclui que: Uma vez que os capitalistas não podem decidir o que ganham, mas apenas o que gastam, a igualdade L = I + Cc significa que os capitalistas ganham o que gastam, ou seja, os gastos com Investimento I e consumo capitalista Cc determinam o lucro L. A condição equilíbrio L3 = S1 + S2 indica que a produção em D3 aumenta até L3 = S1 + S2. Portanto, a produção nos departamentos I e II determina a produção no departamento III. Deste modo, a decisões de gasto dos capitalistas determinam a renda. A segunda contribuição de Kalecki (1954), o Multiplicador do Investimento, mostra que os gastos em investimento determinam os gastos em consumo e a renda 1. Y = I/(1- )(1-q). A terceira contribuição de Kalecki (1954), sua análise dos determinantes do Investimento, pode ser resumida pela equação: I = as + b L - c K + d Nesta equação: ast reflete as condições de financiamento sujeitas ao princípio do risco crescente, indicando que um aumento da poupança amplia o acesso ao financiamento interno e externo. L e K refletem a necessidade de ajuste da capacidade produtiva: o L indica que o aumento da demanda resulta em aumento do uso da capacidade, estimulando o investimento o K indica que o aumento do estoque capital resulta em queda do uso da capacidade, desestimulando o investimento d reflete o componente autônomo do investimento: gastos públicos, inovações... 1 No capítulo 2, Kalecki (1954) supõe que: (i) o grau de monopólio afeta a distribuição renda, de modo que o salário S flutua menos renda Y, e (ii) os trabalhadores consomem todo salário. Obtém então a relação entre o consumo dos trabalhadores e a renda real: S = Y+. No capitulo 4 supõe que o consumo dos capitalistas Cc é proporcional (q) ao lucro L no período anterior. Uma vez que os capitalistas ganham o que gastam L = I + Cc, Kalecki conclui que o lucro segue o investimento: Lt = (It- + A)/1-q. Então, no capítulo 5, dado que S = Y L, Kalecki obtém o multiplicador do investimento: Yt = It- /(1- )(1-q) 31

4 Sua quarta contruição é análise dos ciclos de sobreacumulação. Kalecki (1954) combina o multiplicador com os determinantes do investimento, obtendo: i t+1 = a i t + it + g 1+c t Onde: O termo (a/1+c)i t : indica o efeito defasado do investimento na capacidade, que desestimula os novos investimentos O termo ( it/ t); <1: reflete o efeito imediato do investimento na demanda efetiva, que estimula os novos investimentos Analisando o impacto destes termos nas quatro fases do ciclo: (a/1+c)i t ( i t / t) Ascenção: i>0, i>0 Reduz i t+1 Aumenta i t+1 Queda: i>0, i<0 Reduz i t+1 Reduz i t+1 Recessão: i<0, i<0 Aumenta i t+1 Reduz i t+1 Retomada: i<0, i>0 Aumenta i t+1 Aumenta i t+1 Deste modo: Na ascensão o crescimento dos investimentos amplia imediatamente a demanda, estimulando os novos investimentos. De outro lado, o investimento positivo amplia a capacidade, desestimulando de modo defasado os novos investimentos até provocar a reversão do ciclo para baixo. Na queda, a diminuição dos investimentos reduz demanda, e o investimento positivo aumenta capacidade. Ambos os efeitos contribuem para reduzir o investimento, que cruza a linha de depreciação vinda de cima. Na recessão: a queda investimentos contrai imediatamente a demanda, desestimulando os novos investimentos. No entanto, o investimento negativo reduz a capacidade, estimulando de modo defasado os investimentos até provocar a reversão do ciclo para cima. Na retomada, o crescimento do investimento amplia demanda, e o investimento negativo reduz capacidade. Ambos os efeitos estimulam o investimento, que cruza a linha de depreciação vinda debaixo. 32

5 3 O DEBATE SOBRE A DINÂMICA ECONÔMICA O modelo de Harrod (1939) busca conciliar a análise clássica da acumulação de capital com o principio da demanda efetiva de Keynes. Harrod opõe três taxas de crescimento: efetiva, garantida e natural. Sejam (g) a taxa de crescimento (g = Y/Y) e (s) a propensão a poupar constante (s = 1-c). Supondo dadas (i) a poupança ex-post S = sy (ii) a relação capital-produto incremental ex-post v = I/ Y. Então, o equilíbrio ex-post entre poupança e investimento S =I determina a taxa de crescimento efetiva g a = s/v. Supondo que (i) a poupança ex-post S=sY está dada, (ii) o investimento ex-ante I ex-ante busca manter uma relação capitalproduto estável: I ante = v d Y. Então o equilíbrio entre a poupança ex-post e o investimento ex-ante, S = I ante, determina a taxa de crescimento garantida: g w = s/v d. Seja n a taxa de crescimento da força de trabalho, supondo que o progresso técnico é neutro, segue que a taxa de crescimento natural é g n = n. A partir desta análise, Harrod destaca dois problemas para o crescimento com pleno emprego: 1. O equilíbrio de pleno emprego exige que: n = s/v d. No entanto n, s, v d são variáveis exógenas e independentes. Deste modo, o crescimento com equilibrio de pleno emprego é uma coincidencia excepcional. 2. O Fio da Navalha: não há porque I ex ante e S ex post se igualarem. Se a taxa de crescimento efetiva for maior que taxa de crescimento garantida (g a >g w ), então o equilibrio ex-post resulta em sobre uso da capacidade (v<v d ). As tentativas de aumentar o investimento aumentam Y, agravando o desequilíbrio. Se g a <g w ocorre o inverso. Deste modo, Harrod (1939) mostra que o investimento: cria uma capacidade produtiva para um nível de renda esperada (ex-ante), e determina através do multiplicador uma renda efetiva (ex-post). Se renda efetiva for superior a renda esperada, a sobreutilização da 33

6 capacidade estimula uma ampliação ainda maior do investimento (acelerador), que aumenta novamente a renda efetiva (multiplicador)... O inverso ocorre quando a renda verificada expost é inferior a renda esperada ex-ante. Kalecki (1954) acrescenta que o efeito do investimento sobre a renda é imediato, enquanto que seu efeito sobre a capacidade é retardado, o que resulta em ciclos de sobreacumulação. Na ascensão, os investimentos ampliam a renda (multiplicador), que estimula os investimentos (acelerador), que amplia a renda... A onda de investimentos prossegue até que a capacidade produtiva entrar em operação. Então, o nível de investimento começa a cair frustrando as expectativas de renda (multiplicador), o que contrai ainda mais o investimento (acelerador)... Em uma espiral recessiva que se estende até o estoque de capital se depreciar e ter de ser reposto. Então, o nível de investimento volta a subir, estimulando a renda, que amplia o investimento... Resultando em uma nova onda de investimento. Tanto Harrod quanto Kalecki argumentam que o efeito dual do investimento resulta em um sistema inerentemente instável, que não tende a nenhum equilíbrio. O problema do fio da navalha de Harrod será incorporado pela síntese neoclássica através dos modelos de acelerador-multiplicador de Samuelson (1939) e Hicks (1949), que reduzem o problema da instabilidade ao problema dos valores dos parâmetros v e c necessários para a flutuação amortecida. Seja v = o coeficiente do acelerador e I = o investimento, I o =o investimento autônomo, C o consumo, c o =o consumo autônomo, c = a propensão marginal a consumir, Y = renda. No modelo de Samuelson (1939), o acelerador é dado por I t = I 0 + v(c t C t-1 ). O multiplicador é determinado pela função consumo C t = c o + cy t-1 e pela equação do produto Y t = C t + I t. A combinação do acelerador com o multiplicador resulta em uma equação em diferenças, de onde se conclui que as flutuações são constantes se c=1/v, amortecidas se c<1/v, e explosivas se c>1/v. No modelo de Hicks (1949), o acelerador é dado por I t = I 0 + v(y t-1 Y t-2 ). O multiplicador é semelhante ao de Samuelson. A combinação do acelerador com o multiplicador resulta em uma equação em diferenças, de onde se conclui que: se v = 1 as flutuações são constantes, se v>1 as oscilações as explosivas, e se v<1 as oscilações são amortecidas. Kaldor ( ) parte do 1º problema de Harrod, para mostrar que s se ajusta para igualar n=s/v, permitindo o crescimento de pleno emprego. Para Kaldor: Sendo s p a propensão a poupar dos capitalistas, supondo que os trabalhadores não poupam, segue que: s=s p (P/Y). 34

7 O crescimento de pleno emprego exige que: s=v d n, portanto: s p (P/Y) = v d n. Kaldor argumenta que a distribuição de renda ajusta S a I, através da compressão do consumo C. Quando a poupança S é inferior ao investimento I, o aumento dos preços aumenta s, elevando a poupança S até que S=I. Inversamente, quando a poupança S é superior ao investimento I, a queda dos preços reduz s, resultando na queda da poupança S até que S=I. Deste modo, a taxa de investimento (vn) e a taxa de poupança dos capitalistas (s p ) determinam a distribuição de renda (P/Y). Solow (1956) também parte do 1º problema de Harrod, mas argumenta que a relação capital/produto v se ajusta para igualar n=s/v. Admitindo para simplificar que a depreciação é zero. Supondo que (i) I = K, (ii) S = sy, (ii) I = S, (iii) a função produção Y=F(K, L) tem retornos constantes escala, Sendo k=k/l, e y=y/l, segue que: y = F(K/L, 1) = f(k). Portanto: k = sf(k) nk. Logo: k/k = (s/v) n. Deste modo, se k<k*, então sf(k) >nk, o que resulta no aumento de k. O inverso ocorre se k>k*. Solow conclui que a tendência ao estado estácionário sf(k*)= nk* resulta na tendência ao equilibrio s/v = n. Deste modo, Solow incorpora o problema do crescimento de pleno emprego de Harrod ao pensamento neoclássico. 4 A CONTROVÉRSIA SOBRE O EQUILÍBRIO NO CURTO PRAZO A análise da determinação do emprego no curto prazo realizada por Keynes será rapidamente incorporada pelo pensamento neoclássico nos trabalhos de Hicks e Modigliani. No entanto, esta incorporação só se completa com a difusão das teses de Friedman e Lucas na década de 1970, quando o problema da dinâmica é eclipsado pelo problema da instabilidade macroeconômica nos paises centrais. Hicks (1937) constroi as curvas SI e LL, para enquadrar a análise de Keynes no modelo de equilíbrio geral Walrasiano. Supondo que a oferta de moeda é exógena (definida pela autoridade monetária), e que a demanda por moeda decorre dos motivos transação que depende da renda e especulação que depende da taxa de juros. Então a curva LL indica as combinações de r e Y compatíveis com o equilíbrio no mercado de moeda 35

8 M D (r,y) = M S. Uma vez que Y D = C+ I, e que Y S = C+S, em equilíbrio I=S. Supondo que a demanda por investimento é determinada pela taxa de juros, que é a oferta de poupança é determinada pela renda via multiplicador. Então a curva SI indica as combinações de taxa de juros r e renda Y compativeis com o equilíbrio no mercado de bens I(r) =S(Y) O cruzamento entre as curvas de SI e LL indica os niveis de r e Y compatíveis com o equilibrio no mercado de Moeda e de Bens. A partir desta análise, Hicks opõe o caso clássico e caso Keynesiano como casos especiais de uma teoria macroeconomica neoclássica mais geral. No caso clássico, a TQM implica que M D = ky, resultando em uma curva LL vertical, que torna política monetária (os deslocamentos da curva LL) eficiente e a política fiscal (deslocamentos da SI) ineficiente para afetar o produto. No caso Keynesiano, a curva LL é horizontal, o que torna a política monetária (deslocamentos da LL) ineficiente e a política fiscal (deslocamento da SI) eficiente para afetar o produto. Pigou (1943) defende o modelo clássico argumentando que, se os salários são flexíveis, quando a economia está abaixo do pleno emprego, a queda dos salários nominais resulta em queda dos preços, ampliando a riqueza real, o que estimula os gastos com consumo, restaurando o pleno emprego. Segundo Modigliani (1944), sem a rigidez dos salários nominais, a armadilha da liquidez e a insensibilidade juros-investimento não ocorrem. Então, o desemprego involuntário resulta em queda dos salários nominais, que resulta em queda dos preços, ampliando os saldos reais M/P, o que resulta na queda da taxa de juros, elevando o investimento, e assim do produto até que o aumento do emprego restaure o pleno emprego. Modigliani conclui que, mesmo se os salários forem flexíveis, existem duas situações que podem resultar em desemprego involuntário no longo prazo: (i) a armadilha da liquidez (LM horizontal), quando a ampliação dos saldos monetários reais não reduz a taxa de juros, e (ii) a insensibilidade juros-investimento (IS vertical), quando a queda da taxa de juros não resulta em ampliação do investimento. Nestas condições, a política monetária se revela ineficaz, enquanto que a política fiscal se revela eficaz para afetar o produto. Friedman (1956) critica a substituição exclusiva entre moeda e títulos da síntese neoclássica, argumentando que a moeda tem diversos substitutos possíveis na carteira ativos. Para Friedman, a demanda por saldos monetários reais depende da renda permanente, dos salários, do retorno esperado dos títulos, da inflação esperada e da utilidade da moeda. A partir desta crítica, Friedman restaura a teoria quantitativa da moeda argumentando que, o 36

9 aumento na oferta de moeda resulta em saldos monetários reais (M/P) superiores aos desejados, levando os agentes a comprar outros ativos para ajustar suas carteiras. Friedman critica a síntese neoclássica afirmando que, no curto prazo, o excesso de saldos monetários reais é absorvido diretamente pelo crescimento da renda, tendo pouco efeito sobre a taxa de juros. No longo prazo, o aumento dos preços absorve o aumento da oferta de moeda. Friedman (1968) adota a curva de demanda macroecômica por trabalho do modelo clássico, N D (w, p), onde as firmas conhecem os salários e os preços. Mas argumenta que a curva de oferta macroeconômica de trabalho depende das expectativas dos preços, pois os trabalhadores conhecem apenas os salários. E acrescenta que estas expectativas são adaptativas, o que significa que a inflação esperada no período atual é igual à inflação observada no período anterior. Uma vez que o emprego N e o desemprego U estão inversamente relacionados, a curva de oferta de trabalho N S (w,p e ) pode ser aproximada pela curva de Phillips com espectativa adaptativa: w = f(u) + P e. Partindo de um equilíbrio com inflação zero, a teoria quantitativa da moeda implica que, no curto prazo, um aumento da oferta de moeda resulta em um aumento dos preços e, em menor grau, dos salários. Esta inflação não esperada, combinada com o aumento do salário nominal, leva os trabalhadores a acreditar que o salário real aumentou, quando de fato o salário real se reduziu. Os trabalhadores reagem ampliando a oferta de trabalho. No outro lado do mercado de trabalho, as firmas, que conhecem os preços e os salários, percebem que o salário real se reduziu, e ampliam a demanda por trabalho. O que resulta na queda do desemprego. No longo prazo, os trabalhadores percebem que estão sendo enganados, pois o salário real se reduziu, e contraem a oferta de trabalho, trazendo o emprego e o salário real de volta para seu nível natural - os trabalhadores incorporam a inflação observada em suas expectativas deslocando a curva de Phillips para w 1 = f(u N ) + P e 1. Portanto, no longo prazo, a curva de Phillips é vertical, e a moeda é neutra. Friedman (1968) conclui que a política monetária é ineficiente no longo prazo e só reduz o desemprego no curto prazo porque engana o trabalhador. Isto significa que o desemprego só pode ficar abaixo do natural durante um período longo de tempo porque o governo engana continuamente o trabalhador, provocando uma inflação crescente. A partir desta análise, Friedman critica as políticas monetárias discricionárias (ativas), e defende uma política monetária orientada por metas de crescimento da oferta de moeda, associada a políticas de redução do desemprego natural (voluntário-friccional) conhecidas como suply side. 37

10 Lucas (1972, 1993) adota o equilíbrio geral neowalrasiano 2, que implica na Lei de Say, para sustentar que a oferta agregada determina a renda nacional. E adota a Hipótese de Expectativas Racionais (HER) 3 para argumentar que a informação limitada resulta em oscilações da oferta agregada, explicando as oscilações da renda. Deste modo, Lucas desenvolve o argumento iniciado por Friedman, de que o desequilíbrio decorre de um erro na formação das expectativas. No entanto, apaga a diferença entre capitalistas e trabalhadores, e afirma que o erro de expectativa é corrigido durante o curto prazo. Para Lucas, cada agente isolado observa o preço no mercado em que participa, mas não sabe qual será o nível geral dos preços ao final do período. Esta informação limitada resulta no problema de extração do sinal: a partir dos preços observados em seu mercado, o agente deve decidir se a mudança dos preços que ele observa decorre de mudanças do nível geral dos preços ou de mudanças dos preços relativos, ou seja, deve formular uma previsão da inflação conforme a HER. A partir desta análise, Lucas formula sua função de oferta: Y-Y N = a(p - P e ). Uma vez que o produto e o desemprego estão inversamente relacionados, segue-se que: U-U N = ψ(p e -P). Então, se a inflação efetiva é superior a inflação esperada (P-P e > 0), cada agente interpreta a equivocadamente a variação dos preços em seu mercado como uma mudança dos preços relativos, e reage ampliando a oferta, o que resulta em um nível de produto e emprego superior ao nível natural de pleno emprego (Y-Y N >0). No entanto, antes que o curto prazo 2 A construção dos modelos de equilíbrio geral neowalrasianos decorre de uma longa controvérsia sobre a inclinação das curvas de oferta e demanda. Na década de 1920 diversos autores criticaram as curvas de oferta e demanda de Marshall, afirmando que os retornos crescentes podem gerar uma curva de oferta decrescente, e que a diferenciação de produtos afeta as curvas de oferta e demanda das firmas. Na década de 1930, Hicks e Sammuelson buscam analisar as condições suficientes para que a curva de oferta seja crescente e a curva de demanda seja decrescente, assegurando o equilibrio parcial. Na década de 1950, o modelo de Arrow e Debreu (1954) estende esta análise para o equilíbrio geral. Admitindo por simplificação uma economia de troca. Se o conjunto consumo é fechado e convexo, a dotação está no interior do conjunto consumo, e as preferências são completas, transitivas, contínuas, monotônicas forte e estritamente convexas. Então a função excesso de demanda é contínua, homogênea de grau zero, e satisfaz a Lei de Walras. Nestas condições, é possivel provar que existe um equilíbrio geral para uma economia de troca. Então, pode-se mostrar que (i) um equilíbrio competitivo é eficiente de Pareto, portanto, o mercado privado resulta em uma alocação eficiente, e (ii) se as preferências são convexas, existe sempre um conjunto de preços para o qual uma alocação eficiente de Pareto é um equilíbrio, para uma distribuição apropriada de dotações. 3 Segundo Snowdon e Vane (1994), a Hipótese de Expectativas Racionais (HER), formulada por John Muth em 1961, pode ser expressa em quatro proposições: as expectativas estão em média corretas, a informação é incompleta, os agentes fazem o melhor uso das informações, e aprendem com os erros anteriores. O argumento da HER é que, uma vez que os agentes fazem o melhor uso das informações e aprendem com os erros passados, os motivos que levaram ao erro de previsão no passado são incorporados no método de previsão. Segue-se que os agentes não podem ser repetidamente enganados pelo mesmo motivo. Mas o que explica então os erros no presente? Segundo a HER os novos erros decorrem da falta de informação sobre o presente combinada com novos motivos que resultam em erro que não ocorreram no passado. Deste modo, as expectativas são nãoviesadas. Portanto, em média, as expectativas são corretas. 38

11 termine, os agentes percebem o erro na formação da expectativa, e reduzem a oferta de produto e trabalho, trazendo o produto e o emprego de volta para o nível de equilibrio natural. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Kalecki (1954, 1968) dá quatro contribuições à teoria econômica: 1. Mostra que os capitalistas ganham o que gastam, e o nível da produção nos departamentos de bens de capital e bens de consumo dos capitalistas determina o nível da produção no setor de bens de consumo dos trabalhadores. 2. Endogeniza o consumo capitalista através do multiplicador, concluindo que os gastos em investimento determinam os gastos em consumo e a renda. 3. Mostra que o investimento é determinado pela relação entre o nível da demanda e a capacidade instalada. 4. Argumenta que o investimento tem efeito imediato na renda, e defasado na capacidade, o que resulta em ciclos de sobreacumulação. A partir da contribuição de Keynes, a macroeconomia se orienta por duas grandes controvérsias: o debate sobre a dinâmica econômica e a controvérsia sobre o equilíbrio de curto prazo. O modelo de Harrod (1939) busca conciliar a análise clássica da acumulação de capital com o principio da demanda efetiva, dinamizando a análise de Keynes. Harrod destaca dois problemas para o crescimento com pleno emprego: (i) O equilíbrio de pleno emprego exige que n = s/v d. No entanto n, s, v d são variáveis exógenas e independentes. (ii) Se a taxa de crescimento efetiva for maior que taxa de crescimento garantida, as tentativas de aumentar o investimento aumentam ainda mais a taxa de crescimento efetiva, agravando o desequilíbrio. Tanto Harrod quanto Kalecki argumentam que o efeito dual do investimento resulta em um sistema inerentemente instavel. O 2º problema de Harrod será incorporado pela síntese neoclássica através dos modelos de acelerador-multiplicador de Samuelson (1939) e Hicks (1949), que reduzem o problema da instabilidade ao problema dos valores dos parâmetros v e c necessários para a flutuação amortecida. Kaldor (1956) parte do 1º problema de Harrod, para mostrar que a distribuição de renda ajusta s até igualar n=s/v, permitindo o crescimento de pleno emprego. Solow (1956) 39

12 também parte do 1º problema de Harrod, mas argumenta que a relação capital/produto v se ajusta para igualar n=s/v, incorporando o problema do crescimento de pleno emprego na teoria neoclássica. A análise da determinação do emprego no curto prazo realizada por Keynes será incorporada pelo pensamento neoclássico nos trabalhos de Hicks e Modigliani. Hicks (1937) constroi as curvas SI e LL, para opor o caso clássico e o caso Keynesiano como casos particulares de uma teoria macroeconômica neoclássica mais geral. Modigliani (1944) mostra que, mesmo supondo salários reais flexiveis, a armadilha da liquidez e a insensibilidade jurosinvestimento podem resultar em desemprego involuntário no longo prazo. Friedman (1956) restaura a teoria quantitativa da moeda, afirmando que um aumento da oferta de moeda é absorvido pelo crescimento da renda no curto prazo e dos preços no longo prazo. Friedman (1968) afirma que um aumento da oferta de moeda só reduz o desemprego no curto prazo porque faz o trabalhador subestimar a inflação, e que no longo prazo o trabalhador corrige suas expectativas trazendo o desemprego de volta ao seu nível natural. Lucas (1972, 1973) adota as hipóteses de equilíbrio geral e expectativas racionais para argumentar que, em virtude da informação limitada, a mudança de preço absoluta é confundida com a mudança dos preços relativos, provocando oscilações da oferta agregada em torno de seu nível de equilíbrio natural. No entanto, antes que o curto prazo termine, os agentes corrigem suas expectativas retornando às posições de equilíbrio. REFERÊNCIAS ARROW, K.J.; DEBREU, G. Existence of na equilibrium for a competitive economy. Econometrica, V. 22, n. 3, jul FRIEDMAN, M. A teoria quantitativa da moeda uma reafirmação. Em: Carneiro, R. (org). Os clássicos da economia. V.2. São Paulo: Ática, [1956] FRIEDMAN, M. o papel da política monetária. Em: Carneiro, R. (org). Os clássicos da economia. V.2. São Paulo: Ática, [1968] HARROD, An Essay in Dynamic Theory. The Economic Journal, Vol. 49, No. 193, Mar

13 HICKS, J.R. Keynes e os clássicos : Uma interpretação sugerida. In: SHAPIRO, E. (org.) Análise macroeconômica: Leituras Selecionadas. São Paulo: Atlas, [1937] Mr. Harrod's Dynamic Theory. in: Readings in business cycles. CORDON, R.; KLEIN, L (org). Londres: Allen e Unwin, [1949] KALDOR, N. Alternative theories of distribution. The Review of Economic Studies, V. 23, N. 2, KALECKI, M. Teoria da Dinâmica Econômica. São Paulo: Abril cultural, [1954] As equações marxistas de reprodução e a economia moderna. In: crescimento e ciclo das economias capitalistas. São Paulo: Hucitec, [1968] KEYNES, J.M. A teoria geral do emprego, do juro e do dinheiro. São Paulo, abril cultural, [1936], LUCAS, R.E. Expectations and the neutrality of money. Journal of economic theory, v.4, abr LUCAS, R.E. Some international evidence on output-inflation tradeoffs. The American economic review, v.63, n.3, jun MODIGLIANI, F. Liquidity preference and the theory of interest and money. Econometrica, v.12, n. 1, Jan PIGOU, A.C. The classical stationary state. Economic journal, v.53, n.212, dez SAMUELSON, P. A. Interactions Between the Multiplier Analysis and the Principle of Acceleration. The Review of Economic Statistics, v. 21, SNOWDON, B.; VANE. A modern guide to macroeconomics: an introduction to competing schools of thought. Cheltenham: Edward Elgard, SOLOW, R.M. A contribution to the theory of economic growth. The quarterly Journal of economics, v. 70, n. 1, fev

Parte 2 Fundamentos macroeconômicos Sessão 2

Parte 2 Fundamentos macroeconômicos Sessão 2 Parte 2 Fundamentos macroeconômicos Sessão 2 Reinaldo Gonçalves Sumário 1. Demanda efetiva 2. Pensamento Keynesiano 3. Pensamento Kaleckiano 4. Monetarismo 5. Economia Novo-clássica 6. Modelos de ciclos

Leia mais

EAE 206 Macroeconomia I 1o. semestre de 2016

EAE 206 Macroeconomia I 1o. semestre de 2016 EAE 206 Macroeconomia I 1o. semestre de 2016 Professor Fernando Rugitsky Tópico 2: Demanda agregada, oferta agregada e ciclos econômicos [4 aulas] FEA/USP PLANO 1. O modelo IS-LM 2. Oferta agregada e concorrência

Leia mais

Aula 07 Modelo IS-LM Parte I

Aula 07 Modelo IS-LM Parte I Aula 07 Modelo IS-LM Parte I Contexto n Longo prazo Preços flexíveis Produto determiando pelos fatores de produção e tecnologia Desemprego iguala a taxa natural n Curto Prazo Preços fixos Produto determinado

Leia mais

EAE 206 Macroeconomia I 1o. semestre de 2018

EAE 206 Macroeconomia I 1o. semestre de 2018 EAE 206 Macroeconomia I 1o. semestre de 2018 Professor Fernando Rugitsky Tópico 2: Demanda agregada, oferta agregada e ciclos econômicos [6 aulas] FEA/USP PLANO 1. O modelo IS-LM 2. Oferta agregada e concorrência

Leia mais

EAE 206 Macroeconomia I 1o. semestre de 2017

EAE 206 Macroeconomia I 1o. semestre de 2017 EAE 206 Macroeconomia I 1o. semestre de 2017 Professor Fernando Rugitsky Tópico 2: Demanda agregada, oferta agregada e ciclos econômicos [6 aulas] FEA/USP PLANO 1. O modelo IS-LM 2. Oferta agregada e concorrência

Leia mais

Economia. Modelo Clássico. Professor Jacó Braatz.

Economia. Modelo Clássico. Professor Jacó Braatz. Economia Modelo Clássico Professor Jacó Braatz www.acasadoconcurseiro.com.br Economia MODELO CLÁSSICO Renda e produto de equilíbrio Modelo Clássico x Modelo Keynesiano São duas formas de entender a economia,

Leia mais

Modelos de determinação da renda: o Modelo Clássico

Modelos de determinação da renda: o Modelo Clássico Modelos de determinação da renda: o Modelo Clássico 1 Modelo Clássico x Modelo Keynesiano São duas formas de entender a economia, baseadas em pressupostos diferentes e com resultados diferentes. A contabilidade

Leia mais

Macroeconomia Aberta. CE-571 MACROECONOMIA III Prof. Dr. Fernando Nogueira da Costa Programa 1º semestre.

Macroeconomia Aberta. CE-571 MACROECONOMIA III Prof. Dr. Fernando Nogueira da Costa Programa 1º semestre. Macroeconomia Aberta CE-571 MACROECONOMIA III Prof. Dr. Fernando Nogueira da Costa Programa 1º semestre http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ PARTE I: Determinantes da taxa de câmbio e do balanço

Leia mais

Mr. Keynes and the "Classics", A Suggested Interpretation

Mr. Keynes and the Classics, A Suggested Interpretation Mr. Keynes and the "Classics", A Suggested Interpretation PET-ECO 02 de Setembro de 2013 Mr. Keynes and the "Classics" John Hicks Sobre o autor Sobre o autor Economista Britânico: 1904-1989 Ganhador do

Leia mais

Teoria Econômica II: Macroeconomia. Economia Fechada. Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulos 3 e 4

Teoria Econômica II: Macroeconomia. Economia Fechada. Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulos 3 e 4 Teoria Econômica II: Macroeconomia Economia Fechada Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulos 3 e 4 Clássicos Roupagem macroeconômica atribuída por Keynes às proposições apresentadas pelos

Leia mais

12 Flutuações de Curto Prazo

12 Flutuações de Curto Prazo 12 Flutuações de Curto Prazo Flutuações Econômicas de Curto Prazo A atividade econômica flutua de ano para ano. Em quase todos os anos, a produção aumenta. Nem toda flutuação é causada por variação da

Leia mais

Teoria Econômica II: Macroeconomia. Economia Fechada. Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulos 3 e 4

Teoria Econômica II: Macroeconomia. Economia Fechada. Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulos 3 e 4 Teoria Econômica II: Macroeconomia Economia Fechada Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulos 3 e 4 Clássicos Roupagem macroeconômica atribuída por Keynes às proposições apresentadas pelos

Leia mais

[80] O efeito multiplicador em questão pressupõe que a economia esteja em desemprego.

[80] O efeito multiplicador em questão pressupõe que a economia esteja em desemprego. 1. (EBC, Analista de Empresa de Comunicação Pública Economia, 2011, CESPE) Considerando o fato de que um aumento do gasto governamental provoca um aumento proporcional da renda nacional e sabendo que a

Leia mais

Modelo de Harrod-Domar

Modelo de Harrod-Domar Modelo de Harrod-Domar Adaptação de Keynes para o LP Desejo de realismo, de simplicidade e de aplicação em políticas Objetivo: determinar a taxa de crescimento compatível com o pleno emprego e com preços

Leia mais

Introdução à Macroeconomia. Danilo Igliori

Introdução à Macroeconomia. Danilo Igliori Introdução à Macroeconomia Danilo Igliori (digliori@usp.br) Construindo o modelo IS-LM 1 Contexto No último capítulo introduzimos o modelo de demanda e oferta agregadas. No longo prazo: preços flexíveis

Leia mais

CP Aceleracionista, Regra Monetária e Taxa de Sacrifício

CP Aceleracionista, Regra Monetária e Taxa de Sacrifício 7. Política Monetária no Modelo Monetarista 7.1. Taxa natural de desemprego, expectativas adaptativas, a curva de Phillips aceleracionista e a taxa de sacrifício 7.2. Regra monetária versus discricionariedade

Leia mais

CP Aceleracionista, Regra Monetária e Taxa de Sacrifício

CP Aceleracionista, Regra Monetária e Taxa de Sacrifício 7. Política Monetária no Modelo Monetarista 7.1. Taxa natural de desemprego, expectativas adaptativas e a curva de Phillips aceleracionista 7.2. Regra monetária versus discricionariedade 7.3. Taxa de sacrifício

Leia mais

Demanda Agregada salários e preços rígidos

Demanda Agregada salários e preços rígidos Demanda Agregada salários e preços rígidos Arranjos institucionais salários são periodicamente e não continuamente. revistos (1) comum em suporte para a rigidez de preços: custos associados com mudanças

Leia mais

Teoria Econômica II: Macroeconomia. Economia Fechada. Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulos 3 e 7

Teoria Econômica II: Macroeconomia. Economia Fechada. Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulos 3 e 7 Teoria Econômica II: Macroeconomia Economia Fechada Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulos 3 e 7 Teoria Quantitativa da Moeda (TQM) Friedman e a TQM Revisitada Friedman, influenciado

Leia mais

Demanda por moeda e preferência pela liquidez

Demanda por moeda e preferência pela liquidez 2. Demanda por moeda em Keynes e nos keynesianos 2.1. Keynes, economia monetária de produção, demanda por moeda, preferência pela liquidez e taxa de juros Carvalho et al. (2015: caps. 4, 5.1.3 e 20.1)

Leia mais

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DISCIPLINA: ECONOMIA ALUNOS: LEANDRO SUARES, LUIS FELIPE FRANÇA E ULISSES

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DISCIPLINA: ECONOMIA ALUNOS: LEANDRO SUARES, LUIS FELIPE FRANÇA E ULISSES UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DISCIPLINA: ECONOMIA ALUNOS: LEANDRO SUARES, LUIS FELIPE FRANÇA E ULISSES VALENTIM Demanda agregada e Oferta agregada LEANDRO SUARES

Leia mais

1. Teoria Quantitativa da Moeda 1.2. Modelo Clássico e o Processo Cumulativo de Wicksell

1. Teoria Quantitativa da Moeda 1.2. Modelo Clássico e o Processo Cumulativo de Wicksell 1. Teoria Quantitativa da Moeda 1.2. Modelo Clássico e o Processo Cumulativo de Wicksell Carvalho et al. (2015: cap. 3) Lopes e Rosseti (2009, cap.4.2) 20/10/2017 1 A expressão economistas clássicos foi

Leia mais

1. Teoria Quantitativa da Moeda 1.2. Modelo Clássico e o Processo Cumulativo de Wicksell

1. Teoria Quantitativa da Moeda 1.2. Modelo Clássico e o Processo Cumulativo de Wicksell 1. Teoria Quantitativa da Moeda 1.2. Modelo Clássico e o Processo Cumulativo de Wicksell Carvalho et al. (2015: cap. 3) Lopes e Rosseti (2009, cap.4.2) 06/09/2017 1 A expressão economistas clássicos foi

Leia mais

Teoria Econômica II: Macroeconomia. Economia Fechada. Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulos 3, 4 e 7

Teoria Econômica II: Macroeconomia. Economia Fechada. Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulos 3, 4 e 7 Teoria Econômica II: Macroeconomia Economia Fechada Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulos 3, 4 e 7 Revolução Keynesiana Keynes lança sua principal obra, a Teoria Geral, em 1936, no contexto

Leia mais

3. Qual o significado geral da Análise IS-LM? 4. O que vem a ser a curva IS? Quais os fatores ou variáveis que a deslocam?

3. Qual o significado geral da Análise IS-LM? 4. O que vem a ser a curva IS? Quais os fatores ou variáveis que a deslocam? 1 1. O que define a moeda é sua liquidez, ou seja, a capacidade que possui de ser um ativo prontamente disponível e aceito para as mais diversas transações. Além disso, três outras características a definem:

Leia mais

- Introduzir elementos e conceitos relativos à estrutura e funcionalidade dos sistemas monetários;

- Introduzir elementos e conceitos relativos à estrutura e funcionalidade dos sistemas monetários; MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E CIÊNCIAS ECONÔMICAS CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS PLANO DE ENSINO Disciplina: Economia Monetária Curso:Ciências

Leia mais

IGEPP GESTOR Prof. Eliezer Lopes

IGEPP GESTOR Prof. Eliezer Lopes IGEPP GESTOR - 2013 Política fiscal. Política monetária. Relação entre taxas de juros, inflação, resultado fiscal e nível de atividade. A oferta e a demanda agregadas. Prof. Eliezer Lopes MODELO CLÁSSICO

Leia mais

Macroeconomia. 5. O Mercado de Bens e Serviços. Francisco Lima. 2º ano 1º semestre 2012/2013 Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial

Macroeconomia. 5. O Mercado de Bens e Serviços. Francisco Lima. 2º ano 1º semestre 2012/2013 Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial Macroeconomia 5. O Mercado de Bens e Serviços Francisco Lima 2º ano 1º semestre 2012/2013 Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial Oferta Agregada Nível de preços e custos Produto potencial Capital,

Leia mais

Modelo IS-LM. Exercícios e Questões

Modelo IS-LM. Exercícios e Questões Modelo IS-LM Exercícios e Questões Prof. Waldery Rodrigues Júnior waldery.rodrigues@yahoo.com.br Tópicos: Equilíbrio no Mercado de Bens Demanda por Moeda Oferta de Moeda Equilíbrio no Mercado Monetário

Leia mais

5. Política Monetária Novo-Clássica 5.1. Expectativas racionais, curva de oferta de Lucas e a curva de Phillips vertical

5. Política Monetária Novo-Clássica 5.1. Expectativas racionais, curva de oferta de Lucas e a curva de Phillips vertical 5. Política Monetária Novo-Clássica 5.1. Expectativas racionais, curva de oferta de Lucas e a curva de Phillips vertical Carvalho et al. (2015: cap. 10) Modenesi (2005: cap. 3, ss.1-3.1) 11/06/2019 1 Novo

Leia mais

I MACROECONOMIA BÁSICA: AGREGADOS MACROECONÔMICOS,

I MACROECONOMIA BÁSICA: AGREGADOS MACROECONÔMICOS, Sumário Resumido Ordem dos Economistas do Brasil, xiii Apresentação, xv Introdução Teoria Macroeconômica: Evolução e Situação Atual, 1 Parte I MACROECONOMIA BÁSICA: AGREGADOS MACROECONÔMICOS, 17 Apresentação,

Leia mais

A teoria macroeconômica de John Maynard Keynes

A teoria macroeconômica de John Maynard Keynes A teoria macroeconômica de John Maynard Keynes Dr. Antony P. Mueller Professor de Economia Universidade Federal de Sergipe www.continentaleconomics.com John Maynard Keynes (1883-1946) Teoria Geral do Emprego,

Leia mais

Teoria Econômica II: Macroeconomia. Economia Fechada. Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulos 3, 4 e 7

Teoria Econômica II: Macroeconomia. Economia Fechada. Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulos 3, 4 e 7 Teoria Econômica II: Macroeconomia Economia Fechada Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulos 3, 4 e 7 Revolução Keynesiana Keynes lança sua principal obra, a Teoria Geral, em 1936, no contexto

Leia mais

INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA Exame de 1ª época

INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA Exame de 1ª época NOVA SCHOOL OF BUSINESS AND ECONOMICS INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA Exame de 1ª época Ana Balcão Reis 2 de Junho de 2012 Inácia Pimentel João Miguel Silva Duração Total: 2h15m I ( 9 val) Nos exercícios seguintes

Leia mais

Macroeconomia. 5. O Mercado de Bens e Serviços. Francisco Lima. 2º ano 1º semestre 2013/2014 Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial

Macroeconomia. 5. O Mercado de Bens e Serviços. Francisco Lima. 2º ano 1º semestre 2013/2014 Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial Macroeconomia 5. O Mercado de Bens e Serviços Francisco Lima 2º ano 1º semestre 2013/2014 Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial Modelo Macroeconómico Procura Agregada Políticas macroeconómicas

Leia mais

Aula 3 - Modelo Keynesiano Simples

Aula 3 - Modelo Keynesiano Simples Aula 3 - Modelo Keynesiano Simples 1. (ESAF) Considere: Y = C(Y) + I + G + X - M(Y) C(Y) = Co + 0,7.Y M(Y) = Mo + 0,5.Y I = 700 G = 200 X = 300 Co = 500 Mo = 100 Onde Y = produto; I = investimento; G =

Leia mais

MODELO DE HARROD-DOMAR

MODELO DE HARROD-DOMAR -DOMAR Modelo pós-keynesiano de crescimento exógeno. O modelo foi desenvolvido independentemente por Harrod em 1939 e Domar em 1946. A premissa é que crescimento depende da quantidade de trabalho e capital,

Leia mais

EAE0111 Fundamentos de Macroeconomia. Lista 3

EAE0111 Fundamentos de Macroeconomia. Lista 3 EAE0111 Fundamentos de Macroeconomia Lista 3 Prof: Danilo Igliori Questão 1 Em sua Teoria Geral, Keynes propôs que, no curto prazo, a renda total da economia era determinada: a) Pela produtividade marginal

Leia mais

é maior (menor) do que zero. Assim, o multiplicador em (c) será maior se b 1 é grande (investimento é sensível à renda),

é maior (menor) do que zero. Assim, o multiplicador em (c) será maior se b 1 é grande (investimento é sensível à renda), EAE-06 Teoria Macroeconômica I Prof. Márcio I. Nakane Lista de Exercícios 3 IS - Gabarito. Blanchard, cap. 5, exercício, (a) O produto de equilíbrio é: = [ ][c c 0 c T + I + G] O multiplicador é [ ]. c

Leia mais

Demanda por moeda e preferência pela liquidez

Demanda por moeda e preferência pela liquidez 2. Demanda por moeda em Keynes e nos keynesianos 2.1. Keynes, economia monetária de produção, demanda por moeda, preferência pela liquidez e taxa de juros Carvalho et al. (2015: caps. 4 e 20.1) 31/08/2018

Leia mais

Universidade de São Paulo - USP Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto Departamento de Economia LISTA 1

Universidade de São Paulo - USP Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto Departamento de Economia LISTA 1 Universidade de São Paulo - USP Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto Departamento de Economia Disciplina: REC2201 - Teoria Macroeconômica I Profa. Dra. Roseli da Silva

Leia mais

EAE-206 Teoria Macroeconômica I Prof. Márcio I. Nakane Lista de Exercícios 3 IS LM. 1. Blanchard, cap. 5, exercício 2,

EAE-206 Teoria Macroeconômica I Prof. Márcio I. Nakane Lista de Exercícios 3 IS LM. 1. Blanchard, cap. 5, exercício 2, EAE-206 Teoria Macroeconômica I Prof. Márcio I. Nakane Lista de Exercícios 3 IS LM 1. Blanchard, cap. 5, exercício 2, Considere inicialmente o modelo do mercado de bens com investimento constante. O consumo

Leia mais

Modelo Clássico de Determinação da Renda. Prof.: Antonio Carlos Assumpção

Modelo Clássico de Determinação da Renda. Prof.: Antonio Carlos Assumpção Modelo Clássico de Determinação da Renda rof.: Antonio Carlos Assumpção Os ilares da Economia Neoclássica (Clássica) Com preços e salários flexíveis e mercados concorrenciais, as forças de mercado tendem

Leia mais

UFRJ CCJE INSTITUTO DE ECONOMIA DISCIPLINA: TEORIAS DA DINÂMICA CAPITALISTA PROFESSORA: ANA CRISTINA REIF TURMA IEE

UFRJ CCJE INSTITUTO DE ECONOMIA DISCIPLINA: TEORIAS DA DINÂMICA CAPITALISTA PROFESSORA: ANA CRISTINA REIF TURMA IEE UFRJ CCJE INSTITUTO DE ECONOMIA DISCIPLINA: TEORIAS DA DINÂMICA CAPITALISTA PROFESSORA: ANA CRISTINA REIF TURMA IEE AVISO É proibida a gravação de áudio ou vídeo das aulas, a não ser que haja autorização

Leia mais

SIMULADO PROVA DE MACROECONOMIA. 19/07/2012 Quinta-Feira HORÁRIO: 08:00h às 10:15h

SIMULADO PROVA DE MACROECONOMIA. 19/07/2012 Quinta-Feira HORÁRIO: 08:00h às 10:15h SIMULADO PROVA DE MACROECONOMIA 19/07/2012 Quinta-Feira HORÁRIO: 08:00h às 10:15h QUESTÃO 01 Sobre as contas nacionais, avalie as proposições: (0) A remessa de dinheiro de brasileiros que residem no exterior

Leia mais

Parte 2 Fundamentos macroeconômicos Sessão 3

Parte 2 Fundamentos macroeconômicos Sessão 3 Parte 2 Fundamentos macroeconômicos Sessão 3 Reinaldo Gonçalves Sumário 1. Demanda efetiva 2. Pensamento Keynesiano 3. Pensamento Kaleckiano 4. Monetarismo 5. Economia Novo-clássica 6. Modelos de ciclos

Leia mais

2. Demanda por Moeda em Keynes 2.1. Keynes e a economia monetária de produção

2. Demanda por Moeda em Keynes 2.1. Keynes e a economia monetária de produção 2. Demanda por Moeda em Keynes 2.1. Keynes e a economia monetária de produção Keynes, TG 13/09/2017 1 2. Demanda por Moeda em Keynes 2.1. Economia monetária de produção D Z = D D = D1 + D2 Z,D Z(N) D(N)

Leia mais

Curva LM. A curva LM: os pontos sobre ela, à sua direita e à sua esquerda

Curva LM. A curva LM: os pontos sobre ela, à sua direita e à sua esquerda Curva LM Introdução Discutiremos algumas questões relacionadas à gestão da política monetária e seu impacto sobre a taxa de juros e a renda dos agentes em uma economia, através do equilíbrio entre oferta

Leia mais

4. Modelo Monetarista

4. Modelo Monetarista 4. Modelo Monetarista 4.2. Taxa natural de desemprego, expectativas adaptativas, curva de Phillips aceleracionista e taxa de sacrifício 4.3. Política Monetária: regra monetária versus discricionariedade

Leia mais

Introdução à Macroeconomia

Introdução à Macroeconomia UFRJ / CCJE / IE / PPED Teoria Econômica II Introdução à Macroeconomia Modelo Keynesiano Simples Froyen (caps.5 e 6.) Vasconcellos (caps.0 e ) Hipótese nível tecnológico, estoque de capital e estoque de

Leia mais

O Modelo de Crescimento de Solow. José Luis Oreiro Professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília Pesquisador Nível IB do CNPq.

O Modelo de Crescimento de Solow. José Luis Oreiro Professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília Pesquisador Nível IB do CNPq. O Modelo de Crescimento de Solow José Luis Oreiro Professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília Pesquisador Nível IB do CNPq. Crescimento Determinado pelas Condições de Oferta Modelos

Leia mais

Introdução à Macroeconomia. Danilo Igliori Ciclos e Flutuações

Introdução à Macroeconomia. Danilo Igliori Ciclos e Flutuações Introdução à Macroeconomia Danilo Igliori (digliori@usp.br) Ciclos e Flutuações 1 P1 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 0 20 40 60 80 100 120 média 7,00625 mediana 7,15 maximo 10 min 0,5 Pessoas com nota abaixo

Leia mais

Adendo Economia para Concursos Luis Vivanco

Adendo Economia para Concursos Luis Vivanco Gabarito Questões estilo Cespe/UnB 1) (F) 2) (F) 3) (V) 4) (V) 5) (F) 6) (F) 7) (V) 8) (V) 9) (V) 10) (F) 11) (F) 12) (F) 13) (V) 14) (F) 15) (F) 16) (V) 17) (F) 18) (F) 19) (F) 20) (V) 21) (F) 22) (F)

Leia mais

Macroeconomia Aplicada - Notas de Aula Professor: Waldery Rodrigues Júnior

Macroeconomia Aplicada - Notas de Aula Professor: Waldery Rodrigues Júnior Macroeconomia Aplicada - Notas de Aula Professor: Waldery Rodrigues Júnior 1. Consumidores ricardianos x não-ricardianos: não ricardianos: C t ; C t+1 T t ricardianos: necessidade de financiamento T t+1

Leia mais

8. Política Monetária no Modelo Novo-Clássico 8.1. Expectativas racionais, curva de oferta de Lucas e a curva de Phillips vertical

8. Política Monetária no Modelo Novo-Clássico 8.1. Expectativas racionais, curva de oferta de Lucas e a curva de Phillips vertical 8. Política Monetária no Modelo Novo-Clássico 8.1. Expectativas racionais, curva de oferta de Lucas e a curva de Phillips vertical Modenesi (2005: cap. 3) Carvalho et al. (2015: cap. 10) 17/11/2017 1 Novo

Leia mais

Renda e produto de equilíbrio

Renda e produto de equilíbrio Modelo Keynesiano 1 Modelo Keynesiano Básico Curva de Demanda Agregada de Bens e Serviços (DA): composta pela demanda de quatroagentesmacroeconômicos: DA = C + I + G + (X M) onde: C = consumo (famílias

Leia mais

ECONOMIA. Macroeconomia. Escola Clássica Parte 04. Prof. Alex Mendes

ECONOMIA. Macroeconomia. Escola Clássica Parte 04. Prof. Alex Mendes ECONOMIA Macroeconomia Escola Clássica Parte 04 Prof. Alex Mendes Equilíbrio entre oferta e demanda no modelo clássico Oferta Agregada = Demanda Agregada Y = DA DA = C + I Y = C + S S (r) = I(r) A taxa

Leia mais

MOEDA E INFLAÇÃO Macro VI

MOEDA E INFLAÇÃO Macro VI MOEDA E INFLAÇÃO Macro VI I INTRODUÇÃO: TEORIA MONETÁRIA Teoria monetária: é a teoria que relaciona mudanças na quantidade de moeda à mudanças na atividade econômica agregada e no nível de preços. Nível

Leia mais

Macroeconomia Alex Mendes

Macroeconomia Alex Mendes Macroeconomia Alex Mendes Introdução Impacto da Política Fiscal Impacto da Politica Monetária Análise do impacto das políticas monetária e fiscal sobre a renda agregada de equilíbrio e sua interação com

Leia mais

CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGOS DA UFF RJ EDITAL N 216/ 2018

CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGOS DA UFF RJ EDITAL N 216/ 2018 CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGOS DA UFF RJ EDITAL N 216/ 2018 RESPOSTAS AOS RECURSOS Disciplina: Parte III: ECONOMISTA Nível: SUPERIOR N da Questão 32 34 35 Opção de Resposta por extenso A -

Leia mais

ECONOMIA. Macroeconomia. Escola Clássica Parte 01. Prof. Alex Mendes

ECONOMIA. Macroeconomia. Escola Clássica Parte 01. Prof. Alex Mendes ECONOMIA Macroeconomia Parte 01 Prof. Alex Mendes Utilizamos aqui o termo Clássico na sentido utilizado por Keynes, ou seja, para designar aquelas correntes de pensamento que admitem como dados os recursos

Leia mais

Introdução à Macroeconomia. Danilo Igliori Um modelo para a renda nacional

Introdução à Macroeconomia. Danilo Igliori Um modelo para a renda nacional Introdução à Macroeconomia Danilo Igliori (digliori@usp.br) Um modelo para a renda nacional 1 Estrutura do modelo Para uma economia de mercado fechada Lado da oferta Mercado de fatores (oferta, demanda,

Leia mais

INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA

INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA NOVA SCHOOL OF BUSINESS AND ECONOMICS INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA Exame 1ª época Ana Balcão Reis 17 de Junho de 2011 Erica Marujo Guilherme Oliveira João Almeida Marques Margarida Rodrigues Duração Total:

Leia mais

O Mercado Monetário, a Taxa de Juros e a Taxa de Câmbio

O Mercado Monetário, a Taxa de Juros e a Taxa de Câmbio O Mercado Monetário, a Taxa de Juros e a Taxa de Câmbio Introdução Os fatores que afetam a oferta ou a demanda de moeda de um país estão entre os principais determinantes da taxa de câmbio. O modelo integra

Leia mais

Universidade de Lisboa. Folha de Resposta

Universidade de Lisboa. Folha de Resposta Universidade de Lisboa Macroeconomia I Teste de Escolha Múltipla Licenciaturas em Economia, Finanças e MAEG 24 de outubro de 2016 Duração da Prova: 60 minutos Atenção: Registe as respostas às perguntas

Leia mais

Exercícios de Macroeconomia

Exercícios de Macroeconomia Exercícios de Macroeconomia 1. Explique porque o PIB é tanto uma variável que mede tanto renda agregada, quanto a despesa agregada e produção. Por que PIB não mede riqueza? Qual a diferença entre PIB real

Leia mais

CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISA EM ECONOMIA E GESTÃO GOVERNAMENTAL (CEPEGG): Curso Regular de Macroeconomia

CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISA EM ECONOMIA E GESTÃO GOVERNAMENTAL (CEPEGG):  Curso Regular de Macroeconomia CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISA EM ECONOMIA E GESTÃO GOVERNAMENTAL (CEPEGG): WWW.CEPEGG.COM.BR Curso Regular de Macroeconomia 12/25/2010 Trata se de coletânea de exercícios sobre crescimento a longo prazo

Leia mais

O Modelo de Solow. Alexandre Nunes de Almeida

O Modelo de Solow. Alexandre Nunes de Almeida Alexandre Nunes de Almeida O modelo de crescimento econômico de SOLOW (1956) explica como a poupança (capital), o aumento da população e o progresso técnico influenciam a taxa de crescimento do produto

Leia mais

1. Primórdios da teoria monetária

1. Primórdios da teoria monetária 1. Primórdios da teoria monetária 1.3. TQM em suas diferentes versões Carvalho et al. (2015: cap. 3) 22/03/2019 1 Os Clássicos A expressão economistas clássicos foi usada por Keynes para denominar aqueles

Leia mais

Parte 4 Integração entre microeconomia e macroeconomia e implicações sobre as políticas econômicas

Parte 4 Integração entre microeconomia e macroeconomia e implicações sobre as políticas econômicas Parte 4 Integração entre microeconomia e macroeconomia e implicações sobre as políticas econômicas Construções mais complexas das funções consumo, investimento, demanda e oferta de moeda, fazendo uso do

Leia mais

INSS Economia Macroeconomia Keynesiana Fábio Lobo

INSS Economia Macroeconomia Keynesiana Fábio Lobo INSS Economia Macroeconomia Keynesiana Fábio Lobo 2012 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. MACROECONOMIA KEYNESIANA Nesta aula, estudaremos que variáveis determinam

Leia mais

4. Modelo Monetarista 4.1. Demanda por moeda em Friedman: o restabelecimento da TQM

4. Modelo Monetarista 4.1. Demanda por moeda em Friedman: o restabelecimento da TQM 4. Modelo Monetarista 4.1. Demanda por moeda em Friedman: o restabelecimento da TQM Carvalho et al. (2015: cap. 6) 06/05/2019 1 Monetaristas Como reação à síntese neoclássica e a crença no trade-off estável

Leia mais

Curso de Teoria Monetária

Curso de Teoria Monetária Abril de 2016 Curso de Teoria Monetária Celso L. Martone Capítulo 6 Variedades de política monetária 6.1 Âncoras nominais A determinação do nível de preços exige que haja uma âncora nominal na economia,

Leia mais

QUESTÕES DE MACROECONOMIA. CONCURSOS BACEN 2005, 2009 e 2003 ÁREA GERAL CESPE

QUESTÕES DE MACROECONOMIA. CONCURSOS BACEN 2005, 2009 e 2003 ÁREA GERAL CESPE QUESTÕES DE MACROECONOMIA CONCURSOS BACEN 2005, 2009 e 2003 ÁREA GERAL 2013 - CESPE Julgue os próximos itens, relativos aos regimes cambiais e seus efeitos sobre a economia. 45 Em um regime com cambio

Leia mais

Introdução à Macroeconomia

Introdução à Macroeconomia UFRJ / CCJE / IE / CEPP Introdução à Política Macroeconômica Introdução à Macroeconomia Modelos Clássico e Keynesiano Simples Froyen (caps.3, 4, 5 e 6.1) Vasconcellos (caps.10 e 11) 20/05/2017 0 20/05/2017

Leia mais

4. Modelo Monetarista 4.1. Demanda por moeda em Friedman: o restabelecimento da TQM

4. Modelo Monetarista 4.1. Demanda por moeda em Friedman: o restabelecimento da TQM 4. Modelo Monetarista 4.1. Demanda por moeda em Friedman: o restabelecimento da TQM Carvalho et al. (2015: cap. 6) 10/10/2018 1 Monetaristas Como reação à síntese neoclássica e a crença no trade-off estável

Leia mais

CURVA DE OFERTA AGREGADA. Prof. Pedro Carvalho de Mello Palestra 5 de Junho de 2017 Curso TEORIA MACROECONÔMICA I ESALQ LES

CURVA DE OFERTA AGREGADA. Prof. Pedro Carvalho de Mello Palestra 5 de Junho de 2017 Curso TEORIA MACROECONÔMICA I ESALQ LES CURVA DE OFERTA AGREGADA Prof. Pedro Carvalho de Mello Palestra 5 de Junho de 2017 Curso TEORIA MACROECONÔMICA I ESALQ LES Fundamentos Microeconômicos da Oferta Agregada Produção Custos Preços Mercados

Leia mais

2. Demanda por Moeda em Keynes 2.2. Demanda por moeda, preferência pela liquidez e a taxa de juros

2. Demanda por Moeda em Keynes 2.2. Demanda por moeda, preferência pela liquidez e a taxa de juros 2. Demanda por Moeda em Keynes 2.2. Demanda por moeda, preferência pela liquidez e a taxa de juros Carvalho et al. (2015: caps. 4 e 20.1) 06/04/2018 1 Demanda por moeda, PPL e a taxa de juros A taxa de

Leia mais

Edital n 860, de 20 de dezembro de Concurso Público para provimento efetivo de vagas no cargo de Professor da Carreira de Magistério Superior

Edital n 860, de 20 de dezembro de Concurso Público para provimento efetivo de vagas no cargo de Professor da Carreira de Magistério Superior Edital n 860, de 20 de dezembro de 2017 Publicado no dou nº 247, de 27 de dezembro de 2017 Concurso Público para provimento efetivo de vagas no cargo de Professor da Carreira de Magistério Superior CCJE

Leia mais

Parte 2 Fundamentos macroeconômicos Sessão 1. Reinaldo Gonçalves

Parte 2 Fundamentos macroeconômicos Sessão 1. Reinaldo Gonçalves Parte 2 Fundamentos macroeconômicos Sessão 1 Reinaldo Gonçalves Sumário 1. Demanda efetiva 2. Pensamento Keynesiano 3. Pensamento Kaleckiano 4. Monetarismo 5. Economia Novo-clássica 6. Modelos de ciclos

Leia mais

2. Demanda por Moeda em Keynes 2.2. Demanda por moeda e preferência pela liquidez 2.3. Alocação de portfólio e a taxa de juros

2. Demanda por Moeda em Keynes 2.2. Demanda por moeda e preferência pela liquidez 2.3. Alocação de portfólio e a taxa de juros 2. Demanda por Moeda em Keynes 2.2. Demanda por moeda e preferência pela liquidez 2.3. Alocação de portfólio e a taxa de juros Carvalho et al. (2015: caps. 4 e 20.1) 20/09/2017 1 Demanda por moeda, PPL

Leia mais

CAPÍTULO 7. Agregando todos os mercados: o modelo OA-DA. Olivier Blanchard Pearson Education

CAPÍTULO 7. Agregando todos os mercados: o modelo OA-DA. Olivier Blanchard Pearson Education Agregando todos os mercados: o modelo OA-DA Olivier Blanchard Pearson Education CAPÍTULO 7 7.1 Oferta agregada A relação de oferta agregada representa os efeitos do produto sobre o nível de preço. Ela

Leia mais

MACROECONOMIA QUESTÕES DA ESAF REVISÃO TEÓRICA COM EXERCÍCIOS MODELO CLÁSSICO/

MACROECONOMIA QUESTÕES DA ESAF REVISÃO TEÓRICA COM EXERCÍCIOS MODELO CLÁSSICO/ MACROECONOMIA QUESTÕES DA ESAF REVISÃO TEÓRICA COM EXERCÍCIOS MODELO CLÁSSICO/ 1- (AFC/STN 2013) De acordo com a Teoria Clássica de determinação da renda, supondo plena flexibilidade de preços e salários,

Leia mais

Economia. Modelo Keynesiano. Professor Jacó Braatz.

Economia. Modelo Keynesiano. Professor Jacó Braatz. Economia Modelo Keynesiano Professor Jacó Braatz www.acasadoconcurseiro.com.br Economia MODELO KENESIANO Modelo Keynesiano Básico Curva de Demanda Agregada de Bens e Serviços (DA): composta pela demanda

Leia mais

4. Modelo Monetarista 4.1. Demanda por moeda em Friedman: o restabelecimento da TQM

4. Modelo Monetarista 4.1. Demanda por moeda em Friedman: o restabelecimento da TQM 4. Modelo Monetarista 4.1. Demanda por moeda em Friedman: o restabelecimento da TQM Carvalho et al. (2015: cap. 6) 07/11/2018 1 Monetaristas Como reação à síntese neoclássica e a crença no trade-off estável

Leia mais

Determinaçaõ da taxa de juros

Determinaçaõ da taxa de juros Determinaçaõ da taxa de juros Jean-Luc Rosinger Universidade Federal de Santa Catarina http://monetaria.wordpress.com/ CNM 7307 2010.2 Resumo da Aula 1 Demanda por ativos 2 Teoria dos fundos emprestáveis

Leia mais

O Pós-Keynesianismo. Antony Mueller UFS Junho 2011

O Pós-Keynesianismo. Antony Mueller UFS Junho 2011 O Pós-Keynesianismo Posições Básicas da Teoria Antony Mueller UFS Junho 2011 Origem 1975 Eichner e Kregelcriam o termo Post Keynesian 1978 Journal of Post Keynesian Economics Diferente de post-keynesian

Leia mais

2. Em um modelo Keynesiano observa-se um aumento exógeno da produtividade do trabalho. Essa mudança apresenta o seguinte corolário:

2. Em um modelo Keynesiano observa-se um aumento exógeno da produtividade do trabalho. Essa mudança apresenta o seguinte corolário: Universidade de Brasília Departamento de Economia Disciplina: Economia do Trabalho Professor: Carlos Alberto Período: 2/2011 Segunda Prova Questões 1. Imaginemos um modelo Keynesiano em economia fechada.

Leia mais

LISTA 5B ANOTAÇÕES. Lista de Exercícios 5B Introdução à Economia 1

LISTA 5B ANOTAÇÕES. Lista de Exercícios 5B Introdução à Economia 1 LISTA 5B Conceitos importantes: 1) Macroeconomia keynesiana 2) Desemprego: modalidades e interpretações 3) Demanda agregada: consumo, poupança e gastos autônomos 4) Propensão Marginal a Consumir (PMgC)

Leia mais

A Política Monetária de Milton Friedman

A Política Monetária de Milton Friedman A Política Monetária de Milton Friedman SE506 Economia Monetária e Financeira Fabiano Abranches Silva Dalto Bibliografia utilizada: FRIEDMAN, M. O Papel da Política Monetária. In Carneiro, Ricardo. Clássicos

Leia mais

3. Política Monetária em Keynes e nos keynesianos 3.1. Operacionalidade e eficácia da política monetária em Keynes

3. Política Monetária em Keynes e nos keynesianos 3.1. Operacionalidade e eficácia da política monetária em Keynes 3. Política Monetária em Keynes e nos keynesianos 3.1. Operacionalidade e eficácia da política monetária em Keynes Carvalho et al. (2015: cap. 7, 14.1 a 14.3) 31/08/2018 1 Política Monetária e a não-neutralidade

Leia mais

6. Quais os fatores ou variáveis que a deslocam? Quais os fatores ou variáveis que alteram sua inclinação?

6. Quais os fatores ou variáveis que a deslocam? Quais os fatores ou variáveis que alteram sua inclinação? 1 1. O que define a moeda é sua liquidez, ou seja, a capacidade que possui de ser um ativo prontamente disponível e aceito para as mais diversas transações. Além disso, três outras características a definem:

Leia mais

MODELOS NEOCLÁSSICOS DE CRESCIMENTO - SOLOW: O MODELO BÁSICO. Profa. Maria Isabel Busato

MODELOS NEOCLÁSSICOS DE CRESCIMENTO - SOLOW: O MODELO BÁSICO. Profa. Maria Isabel Busato MODELOS NEOCLÁSSICOS DE CRESCIMENTO - SOLOW: O MODELO BÁSICO Profa. Maria Isabel Busato SOLOW SEM PROGRESSO TÉCNICO Hipóteses do Modelo Economia fechada e sem governo; Economia produz um único bem que

Leia mais

Conteúdo Programático

Conteúdo Programático Teoria Macroeconômica I Prof. Anderson Litaiff Prof. Salomão eves 1 2 Conteúdo Programático 4ª Avaliação (Final) O lado da oferta e demanda agregada O mercado de trabalho Determinação dos salários e dos

Leia mais

Influência das políticas monetária e fiscal sobre a demanda agregada.

Influência das políticas monetária e fiscal sobre a demanda agregada. Aula 28 07/06/2010 Cap 23 (FINAL) e Cap 24 Mankiw (2007) Continuação aula 23: Deslocamentos da O. A. Imagine que a oferta se deslocou devido a aumentos dos custos de produção causados, devido a mau tempo

Leia mais

Produção e Taxa de Câmbio no Curto Prazo

Produção e Taxa de Câmbio no Curto Prazo Produção e Taxa de Câmbio no Curto Prazo Introdução As mudanças macroeconômicas que afetam a taxa de câmbio, taxas de juros e nível de preços também afetam a produção. A determinação da produção será feita

Leia mais

1E207 - MACROECONOMIA II

1E207 - MACROECONOMIA II LICENCIATURA EM ECONOMIA (2009-0) E207 - MACROECONOMIA II Exame de Recurso (2 de Julho de 200) Duração: h (escolha múltipla) + h30 (exercícios). As respostas às questões de escolha múltipla serão recolhidas

Leia mais

O Monetarismo Petista: Uma análise da economia brasileira com enfoque na poĺıtica monetária

O Monetarismo Petista: Uma análise da economia brasileira com enfoque na poĺıtica monetária O Monetarismo Petista: Uma análise da economia brasileira com enfoque na poĺıtica monetária Marwil Dávila, Thiago Nascimento PET-Economia UnB 18 de Outubro de 2013 Mudanças recorrentes do foco teporico

Leia mais