Contas Nacionais e Finanças Públicas. Economia para jornalistas 16/3/2017 FGV/EPGE Estêvão Kopschitz Xavier Bastos
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1 Contas Nacionais e Finanças Públicas Economia para jornalistas 16/3/2017 FGV/EPGE Estêvão Kopschitz Xavier Bastos
2 Contas Nacionais O resultado mais conhecido das contas nacionais é o Produto Interno Bruto, o PIB A Contabilidade Nacional é também chamada de Contabilidade Social, pois pode ser aplicada a regiões, estados, municípios... É uma criação do Século XX, assim como a macroeconomia. As primeiras Contas Nacionais oficiais foram divulgadas em 1947 nos Estados Unidos. Mas, afinal, o que elas medem?
3 Fluxo e estoque Em assuntos não econômicos, a palavra crescimento é usada geralmente para significar o aumento de algo que, em economia, classificaríamos como um estoque. Fonte das ilustrações: crescersim.wordpress.com e R.L. Viana. Oscilações de relaxação e suas aplicações I. Rev. Bras. Ensino Fís. vol.33 no.3 São Paulo July/Sept. 2011
4 Fluxo e estoque Crescimento econômico: crescimento de um fluxo. Vivemos do consumo, que é um fluxo, consumimos a partir de nossa renda, que é um fluxo, que obtemos ao trabalhar, gerando o produto da economia, que é um fluxo. Tudo isso é fluxo porque só pode ser medido considerando-se um período de tempo.
5 Fluxo e estoque Quanto ganhei em um ano: fluxo O faturamento de uma empresa em um trimestre: fluxo Quanto se comprou ou vendeu em um mês: fluxo Se as vendas do último Natal foram piores do que as do ano anterior, houve a redução de um fluxo. Se a renda anual de uma família cresceu, houve o crescimento de um fluxo. Quando se calcula que PIB brasileiro caiu 3,6% em 2016, está-se falando da queda de um fluxo.
6 Fluxo e estoque E o que é estoque em economia? Em oposição à renda, existe a riqueza. Assim, o saldo de uma aplicação financeira é um estoque. O conjunto de máquinas, equipamentos e edifícios é estoque, o estoque de capital. Já o crescimento do estoque de capital, o investimento, é um fluxo.
7 Fatores de produção Terra Renda da propriedade (aluguel) Trabalho Renda do trabalho (salário, honorários, parte da renda dos autônomos) Capital Renda do capital (lucros, juros, parte da renda dos autônomos)
8 Quanto vale o que se produz? Solução prática: algo vale o quanto se pagou para que fosse produzido; o que se pagou sob a forma de salários, lucros, juros e aluguéis; isto é, em quanto se remuneraram os fatores de produção. No preço de um bem estão incluídas as remunerações de todos os fatores de produção que concorreram para a sua fabricação: trabalho e capital (incluindo em capital máquinas e equipamentos, edificações e terra).
9 Igualdade entre renda e produto O valor de todo bem ou serviço pode ser desagregado nos pagamentos de rendas que foram feitos no seu processo produtivo. Se o valor de um bem é igual à soma das rendas pagas para que ele existisse, temos uma igualdade entre renda e produto. Para a economia como um todo, o valor de tudo o que foi produzido é igual à renda total.
10 Igualdade entre renda, produto e despesa O que se faz com a renda? Compra-se, gasta-se. E compra-se o quê? O que foi produzido. Daí, podemos estender a igualdade entre renda e produto nacionais à despesa nacional. Então, em termos agregados e macroeconômicos: Produto = renda = despesa
11 Componentes do Produto Interno Bruto RS 2013 valor corrente (R$ MILHÕES) 2014 Variação em volume (%) 2014 valor constante 2014 Variação de preço (%) 2014 valor corrente (R$ MILHÕES) 2014 Variação em valor (%) A - Ótica da produção Total , , ,4 Produção , , ,6 Impostos sobre produtos , , ,0 Subsídios aos produtos (-) (-) ,7 (-) ,8 (-) ,1 Consumo intermediário (-) (-) ,1 (-) ,9 (-) ,0 B - Ótica da despesa Total , , ,4 Despesa de consumo final , , ,4 Despesa de consumo das famílias , , ,6 Despesa de consumo das Instituições sem fins de lucro a serviço das famílias , , ,4 Despesa de consumo do governo , , ,9 Formação bruta de capital (-) 5, , ,7 Formação bruta de capital fixo (-) 4, , ,0 Variação de estoque (-) 37, , (-) 6,4 Exportação de bens e serviços (-) 1, , ,6 Importação de bens e serviços (-) (-) (-) 1,9 (-) ,5 (-) ,4 C - Ótica da renda (1) Total ,4 Remuneração dos empregados ,1 Salários ,8 Contribuições sociais efetivas ,7 Contribuições sociais imputadas ,7 Rendimento misto bruto ,1 Excedente operacional bruto ,1 Impostos sobre a produção e importação ,3 Subsídios a produção e importação (-) (-) (-) ,5 Fonte: IBGE. (1) As operações pela ótica da renda não são estimadas em valores constantes.
12 Contas Nacionais Trimestrais De cálculo mais rápido, permitem conhecer o comportamento da economia com antecedência, em relação às contas anuais Surge a questão da sazonalidade
13 I 2011.II 2011.III 2011.IV 2012.I 2012.II 2012.III 2012.IV 2013.I 2013.II PIB (1995 = 100) 2013.III 2013.IV 2014.I 2014.II 2014.III 2014.IV 2015.I 2015.II 2015.III 2015.IV 2016.I 2016.II 2016.III 2016.IV 155
14 III 2012.IV 2013.II PIB (1995 = 100) 2013.III 2013.IV 2014.I 2014.II 2014.III 2014.IV III 2011.IV 2011.II 2012.II 2013.I 2015.I 2015.II 2015.III 2015.IV I 2012.I 2016.III 2016.II 2016.IV 2016.I PIB Com ajuste para a sazonalidade
15 Taxa sobre trim. Imediatamente anterior, dessaz I 2016.II 2016.III 2016.IV % -0,6-0,3-0,7-0,9 /100-0,006-0,003-0,007-0, ,994 0,997 0,993 0,991 0,975-2,5% A B C D AxBxCxD -1; x100
16 Finanças públicas Fluxo e estoque de novo Fluxo Receitas Despesas Resultado (receitas despesas) Estoque Patrimônio Dívida
17 Relação entre resultado (superávit ou déficit) e dívida Período (mês, ano...) Receita (A) Despesa (B) Resultado (C = A B) Superávit: +, déficit: - Patrimônio (+) ou dívida (-) Ponto de partida
18 Relação entre resultado (superávit ou déficit) e dívida Período (mês, ano...) Receita (A) Despesa (B) Resultado (C = A B) Patrimônio (+) ou dívida (-) Ponto de partida Variação do patrimônio ou dívida Contabilidade acima da linha Contabilidade abaixo da linha
19 A dinâmica da razão dívida/pib Dív (t) = Dív (t-1) + Desp (t) Rec (t) Dív (t) = Dív (t-1) + Desp com juros (t) + Desp primária (t) Rec (t) Dív (t-1) x taxa de juros j (t) Dív (t) = Dív (t-1) + Dív (t-1) x j (t) + Desp prim (t) Rec (t) Dív (t) = Dív (t-1) x [1+ j (t)] + Desp prim (t) Rec (t) Em % do PIB: d t = d t 1 1+j 1+g + déficit primário (t)
20 A dinâmica da razão dívida/pib Em % do PIB: d t = d t 1 1+j 1+g d 2017 = 46% 1+0,1 1+0,05 + 2,3% d 2017 = 46% + 4,4% + 2,3% d 2017 = 52,7% + déficit primário t
21 dez/01 ago/02 abr/03 dez/03 ago/04 abr/05 dez/05 ago/06 abr/07 dez/07 ago/08 abr/09 dez/09 ago/10 abr/11 dez/11 ago/12 abr/13 dez/13 ago/14 abr/15 dez/15 ago/16 abr/17 dez/17 ago/18 65 Dívida Líquida do Setor Público (% PIB) - Total - Setor público consolidado - %
22 Necessidades de financiamento do setor público (NFSP) Fonte: Banco Central R$ bilhões % do PIB Nominal 109 8,9 Governo Central 478 7,6 Governos regionais 78 1,2 Empresas estatais 7 0,1 Juros nominais 407 6,5 Governo Central 318 5,1 Governos regionais 83 1,3 Empresas estatais 6 0,1 Primário 156 2,5 Governo Central 159 2,5 Governos regionais - 5-0,1 Empresas estatais 1 0,0
23 Déficit público nominal (% do PIB): comparação internacional ,0 10,0 10,4 8,0 6,0 4,0 4,7 4,5 4,1 3,9 3,9 3,6 3,5 3,3 3,2 3,0 2,9 2,9 2,0 2,5 2,5 2,5 2,1 0,4 0,4 0,0 Brasil Merc. Emerg. e econ. em desenv. Espanha Estados Unidos Russia África do Sul Principais Ásia economia emerg. e avançadas em desenv (G7) (inclui China) Reino Unido Chile México Colômbia Austrália Canadá Itália Peru União Européia Suécia Nova Zelândia Fonte: FMI World Economic Outlook database, out/2016. Dados para Governo Geral (governos federal, estaduais e municipais; não inclui operações do Banco Central e de empresas estatais)
24 5,0 Resultado primário 1999 a 2016 (em % do PIB) 4,0 3,0 3,4 2,9 2,3 2,0 1,0 0,0-1,0-1,6-2,0-3,0-2, Superávit primário Média Média Média
25 Resultado primário e juros 2002 a 2016 (em % do PIB) 6,0 4,0 2,0 0,0-2,0-4,0-6,0-8,0-10, Superávit primário Juros nominais
26 Resultado primário, juros e resultado nominal 2002 a 2016 (em % do PIB) 6,0 4,0 3,3 2,0 0,0-2,0-4,0-6,0-8,0-10,0-2,0-5,3-2,5-6,5-9,0-12, Superávit primário Juros nominais Resultado nominal
27 Resultado Primário do Governo Central (Banco Central, Previdência Social e Tesouro Nacional) em % do PIB 21% 20% 19% 18% 17% 19,8% 17,3% 16% 15% 14% 13% 14,0% RECEITAS DESPESAS
28 Fonte: STN, Balanço do Setor Público Nacional
29 35% 30% 33,1% Despesa orçamentária por função (exceto "encargos especiais")- consolidado nacional % 20% 15% 15,8% 14,7% 10% 8,8% 5% 5,3% 4,4% 3,9% 3,4% 3,1% 2,9% 2,7% 2,0% 0%
30 INFLAÇÃO SETOR EXTERNO: BALANÇO DE PAGAMENTOS E TAXA DE CÂMBIO FINANÇAS PÚBLICAS NÍVEL DE ATIVIDADE E CRESCIMENTO JUROS, MOEDA E CRÉDITO MERCADOS DE DERIVATIVOS
31 O que é inflação, suas consequências e uma análise do Plano Real até hoje; como trabalhar com índices de preços; a balança comercial brasileira e o mercado de câmbio; a dívida externa e as reservas internacionais; como o crescimento do país é medido e seus indicadores; o que é a taxa de desemprego; o que é dessazonalização; as contas do governo e a dívida pública; como os juros do Banco Central influenciam a economia; o conceito econômico de moeda; os principais mercados de derivativos financeiros.
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