O leite de búfala. The buffalo milk. Summary. Resumo. 14 mv&z crmvsp.gov.br. das búfalas e é considerada de grande importância em vários países.

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Transcrição:

Ricci G. D.; Domingues P. F. O leite de búfala / Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP / Journal of Continuing Education in Animal Science of CRMV-SP. São Paulo: Conselho Regional de Medicina Veterinária, v. 10, n. 1 (2012), p. 14 19, 2012. O leite de búfala The buffalo milk Resumo Summary A produção de leite se destaca como uma das principais aptidões Milk production stands out as one of the main skills of buffaloes, das búfalas e é considerada de grande importância em vários países. O mercado para os derivados do leite de búfala está em franca market for buffalo milk products is fast growing in Brazil. These and is considered to be very important in several countries. The expansão no Brasil. Esses produtos, principalmente a muçarela e products, specially the Mozzarella and the Ricotta cheese, are a ricota, são procurados não só por seu sabor característico, mas acquired not only because of their particular taste, but also for também por suas qualidades nutricionais. As búfalas são consideradas menos susceptíveis à mastite do que as vacas, embora os ceptible to mastitis than cows, even though the microorganisms their nutritional qualities. The buffaloes are considered less sus- microrganismos envolvidos na infecção sejam semelhantes. Este involved in the infection are similar. This article describes several artigo aborda aspectos relacionados ao leite de búfala, destacandose produção, características físico-químicas e microbiológicas. and microbiological aspects of buffalo milk, particularly production, physico-chemical characteristics. 14 mv&z crmvsp.gov.br

Gisele Dela Ricci 1 Paulo Francisco Domingues 2 Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP, Campus de Botucatu. Botucatu, Brasil 18618-970. giseledelaricci@hotmail.com Palavras-chave Búfalas. Leite. Produção. Keywords Buffaloes. Milk. Production. Introdução Os búfalos, como os bovinos, são classificados zoologicamente como família Bovidae e subfamília bovinae. Os bovinos pertencem à espécie Bos taurus e os búfalos a Bubalus. Dentro desta, encontram-se três subespécies, Bubalis, Kerebau ou Carabao e Fulvus. A espécie Bubalus também é classificada como Búfalo de água (Bubalus bubalis bubalis) e de pântano (Bubalus bubalis karebau). Atualmente, o búfalo é encontrado em todos os continentes (JORGE et al., 2011). A produção leiteira destaca-se como uma das principais aptidões das búfalas, e é considerada de grande importância em vários países. Na Ásia, o búfalo tem papel fundamental na agricultura, podendo ser criado em pequenas propriedades, onde é considerado provedor de alimentos (NASCIMENTO e CARVALHO, 1993; AMARAL et al., 2005). Os principais países asiáticos produtores de leite bubalino em ordem de importância são: Índia, Paquistão, China, Nepal, Iran, Mianmar (ex Birmânia) e Vietnã (FAO, 2007 apud JORGE et al., 2011). Na Índia, embora o rebanho bubalino seja somente 24% do rebanho total de bovinos e bubalinos, cerca de 60% do leite produzido nesse país é de búfala. No Brasil, sua contribuição também é de grande importância em pequenas e médias propriedades rurais (NASCIMENTO e CARVALHO, 1993; AMARAL et al., 2005). A búfala tem grande potencial como animal para produção de leite, apresentando o teor de seus constituintes com maior valor 1 Acadêmica do 4º ano do Curso de Zootecnia - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP, Campus de Botucatu. 2 Professor Adjunto do Departamento de Higiene Veterinária e Saúde Pública - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP, Campus de Botucatu. crmvsp.gov.br mv&z 15

nutritivo e rendimento industrial quando comparados com o leite de vacas; além da sua maior rusticidade, o que permite a criação em regiões alagadas, que são inadequadas para bovinos (AMARAL et al., 2005). O objetivo deste artigo é discorrer sobre produção, características físico-químicas e microbiológicas do leite de búfalas. Produção e características do leite de búfala Atualmente, o búfalo pode ser encontrado em todos os países do continente americano, sendo o Canadá e o Chile os últimos a incorporar esta espécie. Os principais países, em quantidade de cabeças são: Brasil, Venezuela, Colômbia e Argentina (JORGE et al., 2011). Os dados publicados em 2010 pelo MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRA- SIL, 2010) apresentam valores de um efetivo de 1.207.461 búfalos, sendo estes distribuídos pelas cinco regiões do país, respectivamente nas seguintes quantidades e proporções: Norte: 820.295 (67,93%); Sudeste: 115.404 (9,55%); Nordeste: 112.053 (9,28%); Sul: 105.264 (8,71%) e Centro-Oeste: 54.445 (4,50%); destacando-se as seguintes raças: Murrah; Jafarabadi e suas cruzas; Mediterrâneo; e Carabao. Entretanto, Jorge et al. (2011) citam que o Brasil possui o maior rebanho de búfalos da América, com cerca de 4 milhões de cabeças, um número superior ao descrito pelo MAPA. Sua produção vai desde a venda de carne e de leite até seus subprodutos, além disso, é utilizado na região do Amazonas para trabalho. Teixeira et al. (2005) relatam que a Itália é o país mais desenvolvido em produção leiteira de búfalos e seus derivados. Silva et al. (2003) destacam que neste país, se encontra a maior produção de leite de búfala da Europa e que sua quase totalidade é destinada à elaboração de muçarela. Segundo a FAO (2007), a produção mundial de leite de todas as espécies no ano de 2005 alcançou 629,2 milhões de toneladas, das quais 12,2% foram de búfala (JORGE et al., 2011). No Brasil ocorre um aumento crescente na criação de búfalos, principalmente para a produção leiteira, em decorrência das características físico-químicas peculiares do leite (MESQUITA et al., 2002). O mercado para os derivados do leite de búfala está em franca expansão no Brasil. Estes produtos, em especial a muçarela e a ricota, são procurados não só por seu sabor característico, mas também por suas qualidades nutricionais (TEIXEIRA et al., 2005). Nos últimos cinquenta anos, o crescimento da produção de leite de búfala foi de 301,0%, ao contrário do leite de vaca que nesse mesmo período alcançou apenas 59,3%, o de leite de cabra 85,0% e o de ovelha 54,5%, o que sinaliza indiscutivelmente a importância da evolução da bubalinocultura leiteira (JORGE et al., 2011). Atualmente, em relação ao volume de leite produzido, o leite de búfala ocupa o segundo lugar em importância, depois do leite de vaca, seguido pelo de cabra e o de ovelha, que ocupam o terceiro e quarto lugares respectivamente (Tabela 1). De acordo com Silva et al. (2003) o leite de búfala é cerca de 40-50% mais produtivo na elaboração de derivados (queijos, iogurte, doce de leite, entre outros) que o leite bovino. Por conter um teor de gordura maior, são necessários apenas 14 litros de leite de búfala para produzir 1 Kg de manteiga, ao passo que para obter a mesma quantidade de manteiga com leite de vaca, são necessários mais de 20 litros. Por outro lado, com apenas 5,0 litros de leite de búfalas pode-se obter 1 Kg de queijo muçarela de alta qualidade. O leite de búfala apresenta características que o diferenciam de qualquer outro tipo de leite. Seus valores de lipídeos, proteínas, lactose, sólidos totais e resíduo mineral fixo são de grande importância nutricional. A ausência de β-caroteno na composição química do leite Anos Animal 1965 1975 1985 1995 2005 Crescimento no período (%) Bovino 332,5 387,7 458,0 464,4 529,8 59,3 Bubalino 19,2 23,2 37,0 54,4 77,0 301,0 Caprino 6,7 6,6 8,3 11,7 12,4 85,0 Ovino 5,5 5,8 7,2 7,9 8,5 54,5 Outros 0,9 1,2 1,4 1,4 1,5 66,6 Total 364,8 424,5 511,9 539,8 629,2 72,4 Fonte: FAO (2007), citado por JORGE et al., 2011. Tabela 1 Produção mundial de leite por espécie (milhões de toneladas). 16 mv&z crmvsp.gov.br

de búfala é uma das principais características, conferindo-lhe coloração branca. É mais concentrado que o leite bovino, apresentando assim menos água e mais matéria seca. Outra característica é possuir um sabor bem adocicado, apesar de não possuir mais lactose que o leite bovino. Seu alto teor de cálcio faz com que seja recomendado contra a osteoporose. É vital no processo de recuperação de pacientes em luta contra doenças de todos os tipos, que precisam ingerir alimentos de qualidade em pequenas doses ao longo do dia (DUBEY, 1997; MACEDO et al., 2001). A lactose é o principal açúcar do leite, servindo de base para a obtenção dos derivados por meio da fermentação. Em bubalinos, os teores de lactose apresentam valores entre 4,83 e 5,48% (SINDHU e SINGHAL 1988; DUARTE et al., 2001). A gordura é o constituinte do leite que apresenta maior valor econômico, sendo utilizada na produção de derivados, contribuindo para o sabor característico e melhorando a textura dos mesmos. Sob o ponto de vista nutricional, os lipídeos apresentam níveis apreciáveis de ácidos graxos essenciais ao organismo (OLIVEIRA, 2004). É o mais variável e um dos mais importantes componentes do leite, oscilando em média, entre 5,5 e 8,5 % nos bubalinos (TONHATI et al., 2000; DUARTE et al., 2001; ROSATI e VAN VLECK, 2002), valores estes, mais elevados que os encontrados no leite de vaca. A acidez titulável do leite da búfala apresenta valores ligeiramente superiores à acidez titulável do leite da vaca, isto provavelmente ocorre em função da maior quantidade, diâmetro e número das micelas de caseína do leite da búfala em relação ao leite da vaca (MACEDO et al., 2001). A densidade encontrada para o leite bubalino é similar à encontrada no bovino. Comparando a densidade do leite de diferentes raças, Tonhati et al. (1998) obtiveram uma variação de densidade entre 1,0320 e 1,0374 g/ml. Em relação ao ponto de crioscopia encontraram variações, para diferentes raças, com valores entre -0,552ºC e -0,512ºC. A composição do leite de búfala apresenta características físico-químicas próprias, que variam conforme o período de lactação, a raça e a alimentação, entre outros fatores (TEIXEIRA et al., 2005). Na composição do leite de búfala são encontrados muitos nutrientes essenciais para a dieta humana, sua microbiota natural o torna um excelente meio para o crescimento de microrganismos, o que faz com que seja perecível, necessitando de processos tecnológicos adequados, capazes de garantir sua integridade e proteger sua capacidade como matéria-prima essencial para produção de derivados (FREITAS, 2001; GON- ÇALVES e VIEIRA, 2002; AMARAL et al.,2005). O estado de saúde e a alimentação exercem grande influência sobre a produção e a qualidade do leite, pois, se o animal for acometido de alguma doença ou se a dieta fornecida não lhe atender às exigências nutricionais necessárias, todo o metabolismo do animal fica comprometido, acarretando em diminuição na produção e principalmente, nos níveis de gordura e proteína do leite. Santa Rosa (2011) destaca que falta uma legislação federal específica para determinar o padrão de identidade e qualidade do leite de búfala. Entretanto, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) do Estado de São Paulo publicou uma resolução válida para o estado de São Paulo, que estabeleceu valores de ph (entre 6,40 e 6,90), acidez Dornic (14 a 23 ºD), gordura (mínimo de 4,5%), extrato seco desengordurado (mínimo de 8,57%), densidade a 15ºC (de 1,028 a 1,034) e índice crioscópico (-0,520 a -0,570 ºC) para caracterização de leite bubalino normal (SÃO PAULO, 1994). A SAA não fez referências aos teores de lactose, proteína, sólidos totais, porém, estabeleceu a proibição de adição de leite de outras espécies de animais ao leite de búfala. Para a utilização do leite bubalino e derivados na alimentação humana é necessário que estes apresentem boas condições higiênico-sanitárias em todas as etapas de produção, visando evitar a presença de microrganismos patogênicos e/ou deteriorantes nos produtos finais. Também é importante que as características sensoriais e físico-químicas sejam avaliadas para garantir produtos com alto valor nutricional, qualidade e alta aceitabilidade pelo mercado consumidor (CUNHA NETO et al., 2005; FARIA et al., 2006). Microbiologia do leite Um alto conteúdo microbiológico diminui a vida útil do leite e causa perdas em produtos derivados, além de riscos elevado à saúde pública. Essa microbiologia característica é o fator mais importante para o sucesso da industrialização e fabricação de seus derivados, interessando tanto aos laticínios, o que gera aumento significativo no preço do leite, quanto aos consumidores, que por sua vez, adquirem produtos de melhor qualidade. Microbiologicamente, a qualidade do leite de búfala está intimamente relacionada aos hábitos do animal e ao manejo da ordenha. Um fator de relevância é o comportamento do animal de imergir em coleções de água à procura de conforto térmico. Tal hábito dificulta a higienização do úbere da búfala (TEIXEIRA et al., 2005). Cunha Neto (2003) cita a presença de microrganismos crmvsp.gov.br mv&z 17

mesófilos no leite de búfala in natura, de acordo com a estação do ano, encontrando valores entre 5,0 x 104 a 1,3 x 103 UFC/ml no inverno, e 1,5 x 105 a 3,2 x 107 UFC/ ml no verão, o que caracteriza uma alta contagem microbiológica, apresentando risco potencial para a saúde pública, reduzindo a vida útil do leite, e resultando em perda na qualidade dos produtos. Os microrganismos presentes no leite têm origem em diversas fontes. A primeira contaminação ocorre no úbere do animal e a quantidade de microrganismo depende do estado de saúde do animal e das condições de higiene da ordenha. O leite recém-ordenhado, dentro dos limites, possui propriedades germicidas, devido à presença de lacteninas consideradas inibidoras de bactérias (MACEDO et al. 2001; SÁ, 2004). Análises microbiológicas do leite fornecem informações úteis que refletem condições sob as quais o mesmo foi processado e armazenado. Figueiredo et al. (2010), avaliando a característica microbiológica do leite de búfala no Estado do Pará, observaram que nenhuma das 20 amostras analisadas apresentou-se fora dos padrões exigidos pela legislação vigente, não apresentando contaminação por coliformes a 45 C, nem por Staphylococcus aureus e Salmonella. As búfalas são consideradas menos susceptíveis à mastite do que as vacas (LAU,1994), embora os microrganismos envolvidos na infecção sejam semelhantes (LANGONI et al., 2001). Os bubalinos apresentam os tetos relativamente mais pendulosos e longos, portanto mais sujeitos às injúrias do que os dos bovinos; contudo, nos bubalinos o ductus papilaris (ducto papilar) é mais musculoso, com maior quantidade de fibras e vasos sanguíneos, funcionando como uma barreira mais eficiente contra as infecções (LAU, 1994). Entretanto, Jorge et al., (2011) afirmam que as búfalas de alta produção leiteira são tão suscetíveis em contrair mastite como as vacas leiteiras e que é mais difícil de diagnosticar em búfalas do que em vacas. Na maioria dos casos, a mastite contagiosa é adquirida por falhas no manejo da ordenha. Silva e Silva (1994) relataram que, embora a contagem total de células somáticas do leite normal de búfala fosse semelhante à do leite de vacas, a concentração e a eficiência funcional dos neutrófilos no leite de búfalas é maior, quando comparado com o leite de vacas. Além disso, o leite de búfalas apresenta maior atividade antibacteriana, por conter maior teor de lactoferrina, substância que torna o ferro iônico indisponível para o crescimento bacteriano. Jorge et al. (2005) realizaram a contagem de células somáticas, em aparelho eletrônico Somacount 300 e verificaram que, das 544 amostras de leite de búfalas da raça Murrah, a média de células somáticas foi de 63.380 células/ml. No Brasil, Vianni et al. (1990) determinaram que a prevalência de mastites em búfalas era de 8,81%. Costa (2000) relata que em rebanhos bubalinos leiteiros do estado de São Paulo, a ocorrência de mastites subclínica e clínica representam, respectivamente 1,5% e 18,7%, provocando diminuição na produção e na qualidade do leite. Langoni et al. (2001) estudando a etiologia da mastite em búfalos verificaram que de 154 amostras de leite positivas ao California Mastitis Test (CMT), 83 (53,9%) apresentaram crescimento bacteriano. Os microrganismos isolados foram: Corynebacterium bovis (n=26; 31,3%); Staphylococcus epidermidis (n=25; 30,1(n=4;%); Streptococcus agalactiae (n=22; 26,5%); Staphylococcus aureus (n=4; 4,8%); Acinetobacter calcoaceticus (n=2; 2,4%); Pasteurella multocida (n=2; 2,4%); e Bacillus spp (n=2; 2,4%). Considerações Finais A búfala tem grande potencial como animal para produção de leite, apresentando maior valor nutritivo e rendimento industrial quando comparados com o leite de vaca. A gordura é o constituinte do leite que apresenta maior valor econômico, sendo utilizada na produção de derivados. Mundialmente, em relação ao volume produzido, o leite de búfala ocupa o segundo lugar em importância, depois do leite de vaca, seguido pelo de cabra e de ovelha que ocupam o terceiro e quarto lugares, respectivamente. As búfalas são consideradas menos susceptíveis à mastite do que as vacas, embora os microrganismos envolvidos na infecção sejam semelhantes. Os bubalinos apresentam os tetos relativamente mais pendulosos e longos, portanto mais sujeitos às injúrias do que os dos bovinos; contudo, nos bubalinos o ductus papilaris (ducto papilar) é mais musculoso, com maior quantidade de fibras e vasos sanguíneos, funcionando como uma barreira mais eficiente contra as infecções. & Referências 1. 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