POSTERS PROJECTO PRODUÇÃO DE SUÍNOS AO AR LIVRE UNIDADE DE DEMONSTRAÇÃO PROGRAMA AGRO; MEDIDA 8.1

Documentos relacionados
Avaliação técnico-económica de uma suinicultura em extensivo

Análise dos Resultados Reprodutivos e Produtivos de dois Núcleos de Porcas Alentejanas e Bísaras

PLANO DE PRODUÇÃO PARA UMA EXPLORAÇÃO DE SUINICULTURA PERTENCENTE A QUERIDO TINTA SILVA E VICENTE PAÇOS DO CONCELHO COIMBRÃO MARCA PTRB3G1.

Feira Nacional de Agricultura Junho de 2011

QUINTA DO GAIO. Apresentação no TOPIGS TEAM

PLANIFICAÇÃO MODULAR ANO LECTIVO 2012 / 2013

ALIMENTAÇÃO DA PORCA EM LACTAÇÃO

Workshop Produção Ecoeficiente na Fileira da Carne Castelo Branco 24 Julho 2014

AVALIAÇÃO GENÉTICA DA RAÇA BOVINA CHAROLESA

AULA 03 SISTEMA E REGIME DE CRIAÇÃO

Valor das vendas dos principais produtos Agropecuários em 2008

Sistemas de produção de suínos

AVALIAÇÃO GENÉTICA DA RAÇA CAPRINA SERPENTINA 2011

Factores condicionadores da produção

Eficiência in vivo e in vitro, de Três Diluidores de Sémen de Coelho Refrigerado

Valorização da pecuária extensiva

Melhoramento Genético de Suínos

III SEMINÁRIO CRUZAMENTO ANGUS

REPETIBILIDADE. O termo repetibilidade refere-se a expressão de um mesmo caráter em épocas distintas na vida do animal.

ZOOTECNIA I (Suínos)

MELHORAMENTO GENÉTICO E CRUZAMENTOS DE OVINOS

Introdução. Seleção de Reprodutores. Importância das Fêmeas. Importância dos Machos. O que selecionar. Como selecionar

Eco new farmers. Módulo 4 Produção animal. Sessão 2 Origem e conversão em produção animal

A PESQUISA EM MELHORAMENTO GENÉTICO ANIMAL DA EMBRAPA PECUÁRIA SUDESTE

MELHORAMENTO GENÉTICO DE SUÍNOS

SISTEMAS DE PRODUÇÃO ANIMAL E IMPACTOS AMBIENTAIS

Viabilidade de uma Exploração de Carne no Contexto da Realidade Açoriana

Enquadramento. Multifuncionalidade - Integração de várias funções no mesmo espaço e tempo, numa determinada escala >>> conceito analítico

Cândida Jerónimo 1 & Ana Pereira 1

SUINOCULTURA DINÂMICA Ano I N o 3 Junho/1992 Periódico técnico-informativo elaborado pela EMBRAPA CNPSA

Título: Mercantilização do gado bovino no Distrito de Chicualacuala. António Júnior

AVALIAÇÃO GENÉTICA DA RAÇA CAPRINA SERPENTINA

Manutenção da Actividade Agrícola em Zonas Desfavorecidas. Agro-Ambientais e Silvo-Ambientais

Título do sub-projecto. Produção de suínos ao ar livre: avaliação de efeitos ambientais

gestão e informação na suinocultura moderna você está convidado a entrar neste mundo

CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO ACTUAL DOS OVINOS DA RAÇA OVINA CHURRA DO CAMPO (Portugal): Efeitos ambientais fixos, consanguinidade e variabilidade

Maneio reprodutivo de caprinos. Carlos M.V. Bettencourt CEBA/DRAPAL - Herdade da Abóbada

ZOOTECNIA I (Suínos) Sistemas de produção de suínos. Sistemas de produção de suínos 01/04/2014

Qual a importância da Glutamina e do Ácido Glutâmico para o leitão?

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO RURAL PDR 2020

Círculo de Inovação. Visitas de estudo a explorações caprinas

APRESENTAÇÃO PPT OIPORC 2011

PECUÁRIA BIOLÓGICA. (Reg. 2082/91, modificado)

XVIII Jornadas APB. 27 e 28 de maio de 2016, Figueira da Foz, Portugal. Sandra Branco Leonor Orge Ana Rita Simões

2. RESULTADOS DE CRUZAMENTOS ENTRE RAÇAS DE BOVINOS NO BRASIL

Raça Serrana. Introdução. Características produtivas e reprodutivas. Parâmetros reprodutivos

Suinocultura. Luciano Hauschild Departamento de Zootecnia Jaboticabal, Evolução da produção mundial de suínos;

Conceito: produtor rural x indústria x empresa técnica

Gestão da empresa pecuária

A agricultura portuguesa e o futuro da PAC pós 2013

TERMINAÇÃO. Sistemas de produção de carne no Brasil Sistema de 2010 (x 1000) 2010 (%) Sistemas de Produção 11/03/2015

BovMais Nuno Carolino

Recursos Genéticos para Alimentação e Agricultura:

VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA E MERCADOLÓGICA DA PRODUÇÃO DE SUÍNOS NOS MOLDES DO IFC CÂMPUS ARAQUARI

NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO. Recria - Gestação Lactação. Cachaço 08/06/2014. Levar em consideração: Exigências nutricionais de fêmeas suínas

Suinocultura. Revisão. Luciano Hauschild Departamento de Zootecnia Sistemas de produção; Modelos de produção;

Programa Analítico de Disciplina ZOO416 Caprinocultura

Manejo e controle de dados de produção

MANEJO DAS PLANTAS INFESTANTES EM PLANTIOS DE ABACAXI EM PRESIDENTE TANCREDO NEVES, MESORREGIÃO DO SUL BAIANO

CRIAÇÃO DE NOVILHAS DESMAMA AO PRIMEIRO PARTO 34) TAXA DE CRESCIMENTO Michel A. Wattiaux Babcock Institute

NECESSIDADE ENERGÉTICA DAS MATRIZES SUÍNAS NA FASE DE GESTAÇÃO

ANÁLISE ECONÔMICA: ESTUDO DE CASO DE QUATRO SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE NO MATO GROSSO DO SUL

Programa Analítico de Disciplina AGF473 Produção de Ruminantes

Aspectos econômicos da aplicação de técnicas reprodutivas: MN, IA e IATF. Thaís Basso Amaral Fernando Paim Costa

Flushing. Flushing 07/04/2014. Aspectos reprodutivos dos suínos. Aspectos reprodutivos dos suínos

fmvz Prof. Dr. André Mendes Jorge UNESP - FMVZ - Botucatu - SP- Brasil Pesquisador do CNPq

Exterior do Suíno. Exterior do Suíno

A Agricultura e o Desenvolvimento Territorial Integrado Sistemas de Agricultura e Atractividade dos Territórios Rurais

Gestão da Empresa Pecuária Princípios para uma exploração lucrativa

BOVINOS RAÇAS PURAS, NOVAS RAÇAS, CRUZAMENTOS E COMPOSTOS DE GADO DE CORTE. Moderador: Prof. José Aurélio Garcia Bergmann UFMG

A Dinamização das Zonas Rurais Oportunidades de Financiamento de projetos complementares EEC PROVERE MINHO IN"

INOVAÇÃO NA AGRICULTURA, AGRO-INDÚSTRIA E FLORESTA SEMINÁRIOS REGIONAIS 2014 AIM CIALA. Organização: Apoio Institucional:

Criação de Novilhas Leiteiras

Congresso de Estudos Rurais, Faro, 1-3 Novembro 2007

Avaliação da produção de leite e da porcentagem de gordura em um rebanho Gir leiteiro

ABSI e a organização de criadores de ovinos Santa Inês. Contexto de Fundação: Com a explosão da ovinocultura nacional 2013/2014

CONFERÊNCIA NACIONAL ESTATUTO DA AGRICULTURA FAMILIAR PORTUGUESA. ESAC - Escola Superior Agrária de Coimbra 23 e 24 de Junho 2017

ESTUDO DA ENDOGAMIA NA RAÇA MARONESA

ALIMENTOS COMPOSTOS PARA ANIMAIS DE EXPLORAÇÃO ANO DE

TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA PECUÁRIA INTENSIVA. Cleandro Pazinato Dias

Início Atividade Empresarial em 1981 Sede São José dos Campos

Manejo de suínos do nascimento ao abate.

Experiência da parceria Embrapa, Emater e Produtor Rural em inovações tecnológicas na produção animal no DF e Entorno

Desempenho de leitões em fase de creche alimentados com soro de leite.

Bem-estar, comportamento e desempenho de porcas lactantes por 28 dias alojadas em diferentes tipos de maternidades no verão

Agricultura II 1 AGRICULTURA II ICBAS/FCUP - UP, SVA. Luís Pinho 2016/2017

INFLUÊNCIA DA CONDUÇÃO CORPORAL AO DESMAME DO PRIMEIRO PARTO SOBRE O DESEMPENHO SUBSEQUENTE DE PRIMÍPARAS SUÍNAS

Aprimoramento da Seleção Genética com Uso de CLARIFIDE Nelore 2.0. Michel Caro Proprietário

IMPORTÂNCIA DO COLOSTRO

Cruzamento em gado de corte

Ganho de Peso de Coelhos de Diferentes Grupos Genéticos

ENAAC - Grupo Sectorial Agricultura, Floresta e Pescas. Estratégia de Adaptação da Agricultura e das Florestas às Alterações Climáticas

Cenários da evolução futura da agricultura em Portugal

BOVINICULTURA DE CARNE EM PORTUGAL

Sistema de produção, instalações e manejo de Suinocultura

Manejo Reprodutivo em Suínos. Rafael Ulguim

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE GOIAS Curso de Zootecnia Plano de Ensino Suinocultura

CLASSIFICAÇÃO E CORTES DA CARNE BOVINA ANA BEATRIZ MESSAS RODRIGUES PINTO TÉCNICA DE LINHAS ESPECIAIS MARFRIG GROUP

Aula 02. Variáveis. Organização e Apresentação dos Dados

Transcrição:

POSTERS PROJECTO 254 - PRODUÇÃO DE SUÍNOS AO AR LIVRE UNIDADE DE DEMOTRAÇÃO PROGRAMA AGRO; MEDIDA 8.1 M. C. Marinho, S. Duarte, J. P. Várzea Rodrigues Escola Superior Agrária de Castelo Branco, Quinta de Nossa Senhora de Mércules, Apartado 119, 6001-909 CASTELO BRANCO RESUMO A produção de suínos ao ar livre pode contribuir para a preservação e valorização das raças autóctones e dos produtos delas derivados, evitando, assim, a sua extinção. Pode ser um factor determinante de desenvolvimento local, regional e nacional, pela possibilidade de acréscimos económicos dos produtores de regiões desfavorecidas e pelo uso de solos de fraca aptidão agrícola e florestal. É um sistema com reduzidos efeitos deletéricos sobre o meio ambiente, e que permite responder às normas de bem estar animal, com pouco investimento e menor preocupação dos criadores. O projecto, Produção de suínos a o ar livre Unidade de demonstração, cujo período de execução vai de Setembro de 2004 a Dezembro de 2006, tem como principal objectivo demonstrar a tecnologia de produção de leitões ao ar livre. O efectivo é constituído por porcas da Raça Alentejana (n=14) e Bísara (n=13) e varrascos das Raças Alentejana (n=2) e Bísara (n=2). 7 fêmeas alentejanas e 6 bísaras estão em produção em linha pura, enquanto que as restantes de cada raça foram inseminadas com sémen de Duroc. Todo o ciclo de produção decorre ao ar livre em parques com a área mínima de 750 m2 por animal, distribuídos da seguinte forma: 1 parque para varrascos, 2 parques de lactação, 2 parques de gestação e 1 parque de recria de leitões. Os partos ocorrem em 227

duas épocas: Março e Setembro. A lactação prolonga-se por 45 dias e os leitões permanecem na exploração até atingirem cerca de 12 a 14 kg de peso vivo. Os resultados produtivos são indicadores da necessidade de corrigir algumas operações de maneio, em especial no que refere à maior concentração dos partos nos meses de Março e Setembro, a fim de diminuir a mortalidade dos leitões entre o nascimento e o desmame. Palavras-chave: Produção ao ar livre, leitões, Porco Alentejano, Porco Bísaro INTRODUÇÃO A produção de suínos ao ar livre, designada pelos Anglo-saxónicos Camping system apresenta vantagens comparativamente ao sistema de produção em confinamento. O investimento em construções e equipamentos é reduzido, sendo necessários abrigos individuais para fêmeas em lactação e colectivos para os restantes animais. A utilização de factores de produção (mão de obra e energia) é reduzida: não há qualquer tipo de aquecimento durante a fase de cria dos leitões e os animais são alimentados apenas uma vez por dia. Este sistema permite baixar os custos de produção e ocupar espaços agrícolas marginais, sem agredir o ambiente (PAMAF, Projecto 7173, 2001). Permite, ainda, responder às normas de bem estar animal, com reduzido investimento e menor preocupação dos criadores, assim como às solicitações de algumas fatias de mercado, exigentes de um produto mais natural, em que os animais são explorados de uma forma mais livre (Santos e Pires da Costa, 2001). A estrutura da exploração e os limitados índices de crescimento dos porcos de raça Bísara, fazem com que haja apenas duas alternativas produtivas: porcos destinados à produção de carcaças para produtos de salsicharia dita de qualidade, ou produção de leitões para assar (Mestre et al., 2000). Afastada, assim, a possibilidade de competição dos porcos Bísaros com os porcos de outras raças em sistemas intensivos, destinados ao fornecimento dos mercados em massa, e sendo os Bísaros mais adaptados a ambientes próximos do natural, a sua exploração ao ar livre, apresenta a vantagem económica do baixo investimento inicial e o desenvolvimento de produtos de qualidade 228

(Santos e Pires da Costa, 2001). Nos anos noventa ao privilegiar-se a integração das componentes agrícola, ambiental e rural nos sistemas de produção e ao incentivar-se a valorização das produções locais de elevada qualidade, assistiu-se a um renovado interesse pela suinicultura extensiva e, em particular, pelo porco Alentejano (Freitas, 2000). A valorização da produção tradicional de porcos da raça Alentejana, torna-se, assim, factor determinante na conservação do património natural e social, pelo contributo para a fixação das populações locais de zonas desfavorecidas (Freitas et al., 1993). As estratégias empreendidas para melhorar os sistemas de maneio e aumentar a produtividade das raças autóctones, sem diminuir a qualidade do produto final, têm sido objecto de vários estudos, tendo-se obtido resultados animadores, com a utilização de cruzamentos com a Raça Duroc, como registou Nunes (1992) em porcos da raça Alentejana e Mestre et al. (2000) em porcos Bísaros. Com o presente Projecto pretende-se demonstrar a tecnologia de produção de leitões ao ar livre, até atingirem um peso vivo de 12 a 14 kg de peso vivo. MATERIAL E MÉTODOS O período de execução do projecto Produção de suínos ao ar livre Unidade de demonstração, vai de Setembro de 2004 a Dezembro de 2006. O efectivo é constituído por porcas da Raça Alentejana (n=14) e Bísara (n=13) e varrascos das Raças Alentejana (n=2) e Bísara (n=2). Todo o ciclo de produção decorre ao ar livre em parques com a área mínima de 750 m 2 por animal, distribuídos da seguinte forma: 1 parque para varrascos, 2 parques de lactação, 2 parques de gestação e 1 parque de recria de leitões. Os partos ocorrem preferencialmente em duas épocas: Março e Setembro. A lactação prolonga-se por 45 dias e os leitões permanecem na exploração até atingirem cerca de 12 a 14 kg de peso vivo. Os resultados apresentados referem-se apenas ao primeiro parto das porcas, exploradas em linha pura. Os parâmetros avaliados são: tamanho da ninhada ao nascimento (TNN), taxa de mortalidade ao nascimento (tx MN), peso da ninhada ao nascimento (PNN), peso médio dos leitões ao nascimento (PLN), número de leitões desmamados por parto (LDP), taxa de mortalidade entre o nascimento e o desmame 229

(tx MND), peso da ninhada ao desmame (PND), peso médio dos leitões ao desmame (PLD) e idade ao desmame (ID). Os dados foram sujeitos a uma análise estatística, tendo-se testado a homogeneidade de variâncias, seguida de aplicação do teste t-student, para a comparação de médias independentes, de acordo com os procedimentos do programa SPSS. São considerados valores significativos aqueles que satisfaçam o nível de probabilidade P<0.05. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos mostram, globalmente, desempenhos superiores nos animais da Raça Bísara (Tabela 1), o que reflecte a boa capacidade de adaptação às condições de produção ao ar livre, referidas por Santos e Pires da Costa (2001). As diferenças mais expressivas verificam-se no peso da ninhada ao nascimento (P<0.001), com 13.2 kg e 6.0 kg, para as Bísaras e Alentejanas, respectivamente. Por seu lado, o peso médio dos leitões ao nascimento, superior em 0.4 kg nas Bísaras (P<0.01), é um factor determinante para a menor mortalidade registada nos leitões desta raça, durante o período de cria (P<0.05). O número de leitões desmamados por parto, superior nas Bísaras (P<0.05), é consequência directa da menor taxa de mortalidade ao nascimento e entre o nascimento e o desmame (P<0.05), registada nesta raça. 230

TABELA 1 - INFLUÊNCIA DA RAÇA SOBRE OS DESEMPENHOS PRODUTIVOS AO PRIMEIRO PARTO Raça N Média DP Sig TNN (leitões Alentejana 13 7.0 0.79 nascidos/parto) Bísara 14 7.6 0.67 Tx MN (%) Alentejana 13 30.5 8.17 Bísara 14 11.0 5.02 * PNN (kg) Alentejana 10 6.0 4.00 Bísara 10 13.2 4.00 *** PLN (kg/leitão) Alentejana 10 1.3 0.12 Bísara 10 1.7 0.06 ** LDP (leitões Alentejana 12 2.6 0.78 desmamados/parto) Bísara 14 5.1 0.87 * Tx MND(%) Alentejana 12 65.0 9.32 Bísara 14 34.8 9.22 * PND (kg) Alentejana 12 32.4 8.41 Bísara 14 62.4 13.77 PLD (kg/leitão) Alentejana 12 11.0 2.30 Bísara 14 11.1 1.42 ID (dias) Alentejana 12 53.0 7.37 Bísara 14 52.0 5.14 DP: ERRO PADRÃO; : NÃO SIGNIFICATIVO; * P<0.05; **P<0.01; ***P<0.001; TNN: LEITÕES NASCIDOS POR PARTO; TXMN: TAXA DE MORTALIDADE AO NASCIMENTO; PNN: PESO DA NINHADA AO NASCIMENTO; PLN: PESO MÉDIO DO LEITÃO AO NASCIMENTO; LDP: LEITÕES DESMAMADOS POR PARTO; TXMND: TAXA DE MORTALIDADE ENTRE O NASCIMENTO E O DESMAME; PND: PESO DA NINHADA AO DESMAME; PLD: PESO MÉDIO DO LEITÃO AO DESMAME; ID: IDADE AO DESMAME. Relativamente ao tamanho da ninhada os valores apresentados encontram-se dentro dos referenciados para as duas raças, semelhantes aos observados por PAMAF, Projecto 7173 (2001) e Santos e Pires da Costa (2001). Os valores muito elevados registados nas taxas de mortalidade ao nascimento, e entre o nascimento e o desmame, nas porcas Alentejanas, poderão ser explicados pela ocorrência de grande parte dos partos nos meses mais frios, Fevereiro e Março, das fêmeas que iniciaram o projecto e que foram adquiridas já gestantes. 231

Em conclusão, os animais da raça Bísara apresentam desempenhos, globalmente, superiores aos da raça Alentejana. Contudo, os resultados deverão ser considerados com cuidado porque se trata apenas de primeiros partos, coincidentes, em grande parte, com o período de adaptação dos animais à exploração. Todavia, os resultados deverão ser considerados indicadores da necessidade de corrigir algumas operações de maneio, em especial no que se refere à ocorrência dos partos. Estes deverão concentrar-se nos meses de temperaturas mais amenas, a fim de diminuir a mortalidade dos leitões entre o nascimento e o desmame. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Freitas, A. G. B.; Almeida, J. A. A.; Nunes, J. L. T.; Neves, J. A.; Costa, A. J. M.; Costa, J. P. (1993). The effect of three levels of feeding growing performances and carcass characteristics of Alentejano pigs, slaughtered at the same age. VII World Conference on Animal Production. Edmonton, Canada. Freitas, A.B. (2000). Influência do nível e regime alimentar no crescimento e desenvolvimento do porco Alentejano. 2 as Jornadas Internacionais de Suinicultura. UTAD, 71, Vila Real. Mestre, R. B.; Monteiro, D. O.; Mena, E. G.; Cardoso, A. M. S. (2000). Composição em tecidos da carcaça do leitão da raça Bísara. 2 as Jornadas Internacionais de Suinicultura. UTAD, 73-78, Vila Real. PAMAF, Projecto 7173 (2001).Preservação, recuperação e desenvolvimento do porco Bísaro: Caracterização e valorização dos produtos suinícolas alternativos. Relatório Final. Fonte Boa, Santarém. Santos e Silva, J. e Pires da Costa, J. (2001). Resultados reprodutivos das porcas Bisaras em sistema de ar livre. DRAEDM, Div. Produção Animal, S. Torcato, Guimarães. Estação Zootécnica Nacional, Santarém. 232