DIVERTÍCULO DE ZENKER. R1 Jean Versari - HAC

Documentos relacionados
DIVERTÍCULOS DO ESÔFAGO

Imagem da Semana: Radiografia contrastada

ASSISTÊNCIA E FUNCIONAMENTO NA SÍNDROME ESOFÁGICA

GASTROENTEROLOGIA ESÔFAGO DOENÇAS QUE SE MANIFESTAM COM DISFAGIA

Questões comentadas - Disfagia

Gaudencio Barbosa R3 CCP HUWC 10/2011

GASTROENTEROLOGIA ESÔFAGO DOENÇAS QUE SE MANIFESTAM COM DISFAGIA

PROCESSO SELETIVO PARA INGRESSO NO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA 2015 EDITAL N. 001/2014 CRITÉRIOS DA AVALIAÇÃO DE HABILIDADES E COMPETÊNCIAS

DISCIPLINA DE OTORRINOLARINOGOLOGIA UNESP- BOTUCATU

Esôfago e Estômago. Anatomia Aplicada à Medicina IV Prof. Sérvulo Luiz Borges

DIVERTÍCULO HIPOFARÍNGEO: CLASSIFICAÇÃO PELA TOMOGRAFIA E TRATAMENTO CIRÚRGICO DA RECIDIVA

19º Imagem da Semana: Radiografia de Tórax

TRAUMA CERVICAL - IMPORTÂNCIA. área restrita. vários sistemas. experiência individual pequena FCMSCSP - AJG

Câncer do Laringe. Revisão Anatômica Dados Epidemiológicos Etiologia Fatores de Risco Diagnóstico Estadiamento Tratamento Rehabilitação

AVALIAÇÃO DAS COMPLICAÇÕES DA SUTURA MECÂNICA E MANUAL DO TRATAMENTO CIRÚRGICO DO DIVERTÍCULA FARINGO-ESOFÁGICO

Residente em Cirurgia de Cabeça e Pescoço

Formadora: M.ª João Marques. Trabalho Realizado por: Andreia Sampaio Cristina Seixas Paula Fernandes Rosa Macedo Susana Santos

Serviço de Radiologia FMUP HSJ

Parede abdominal Ântero-lateral. Anatomia Aplicada a Medicina IV Prof. Sérvulo Luiz Borges

Estudo por imagem do trauma.

Divertículo de Zenker: tratamento cirúrgico versus endoscópico Revisão da literatura

DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO

Anatomia da Cabeça e do Pescoço. Gaudencio Barbosa Residente Cirurgia de Cabeça e Pescoço Hospital Universitário Walter Cantídio

Sistema respiratório. Profa. Mirelle Saes

MARCO AURELIO VAMONDES KULCSAR CHEFE DE CLINICA ICESP

DIVERTÍCULO ESOFÁGICO EM EQUINOS REVISÃO DE LITERATURA. HAMZE, Abdul Latif Acadêmico do curso de Medicina Veterinária da FAMED-Garça

Jobert Mitson Silva dos Santos

Prof.Dr. José Roberto Kfoury Jr. Setor de Anatomia VCI FMVZ-USP

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA LIGA DE CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO ACESSO CIRÚRGICO ÀS VIAS AÉREAS SUPERIORES

CÂNCER LARINGE. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ Hospital Walter Cantídio Residência em Cirurgia de Cabeça e Pescoço CÂNCER DE LARINGE

DISPNÉIA José Américo de Sousa Júnior

CIRURGIA DE ADENOAMIGDALECTOMIA. Informações sobre a cirurgia

Gaudencio Barbosa R3 CCP Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço Hospital Universitário Walter Cantído UFC

Entendendo a DRGE. & a Terapia com Stretta. GERD (gerd): Doença do Refluxo Gastroesofágico

Sistema Respiratório. Profª Karin

1, 3, 8, 12, 16, 17, 18, 20, 21, 23, 24, 31, 34, 38, 42, 43, 44, 46, 49, 54, 60, 64, 66, 68, 70, 71, 72, 73, 79, 80, 82, 88, 97, 99, INDEFERIDOS

- Descrito na década de 70, mas com aumento constante na incidência desde os anos 90

Disseção da Aorta. A entidade esquecida. Hugo Rodrigues Cirurgião Vascular HPA

INFECÇÕES CERVICAIS PROFUNDAS ESTUDO RETROSPECTIVO

6º Imagem da Semana: Cintilografia e tomografia de Tórax

SISTEMA RESPIRATÓRIO RIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO

Adenocarcinoma da cárdia. ELIAS JIRJOSS ILIAS Departamento de Cirurgia Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paul0

SISTEMA RESPIRATÓRIO. Raduan

Atuação do pediatra no paciente disfágico com anomalia craniofacial

DYSPHAGIA SINTOMA Deglutição & Presbifagia 2013

Oncologia Gastrintestinal

18/12/2007. Traqueíte Úlceras rasas Cartilagem exposta Cartilagem destruída

1 a ETAPA - PROVA C/ER

Humberto Brito R3 CCP

Esofagograma. Esofagograma ESÔFAGO E ESTÔMAGO 07/03/2018. Preparo do animal: Profa. Dra. Juliana PeloiVides 07/03/2018.

Curso Continuado de Cirurgia Geral

Nervos Cranianos. Prof. Gerardo Cristino. Nervios Craneanos - Anatomía y clínica - Pauwels, Akesson, Stewart

Resposta reparadora decorrente da exposição progressiva da mucosa do esôfago ao conteúdo gástrico (refluxo ácido, alcalino ou misto).

SISTEMA RESPIRATÓRIO. Prof. Sérvulo Luiz Borges UFJF

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE BIOMEDICINA E FARMÁCIA SISTEMA RESPIRATÓRIO

ANATOMIA E HISTOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO

PROCESSO SELETIVO UNIFICADO DE RESIDÊNCIA MÉDICA 2018 PADRÃO DE RESPOSTAS PRELIMINAR PROVA PARA ESPECIALIDADES CIRURGICAS

CORPOS ESTRANHOS ESOFÁGICO: NOSSA EXPERIÊNCIA EM 5 ANOS NO HOSPITAL CENTRAL DA BEIRA. Dr. Pedro R. Machava Otorrinolaringologista HCB

Palavras-chave: osso; regurgitação; toracotomia intercostal. Keywords: bone; regurgitation; intercostal thoracotomy.

SISTEMA RESPIRATÓRIO. Prof. Dr. Thiago Cabral

Complicações na Doença Inflamatória Intestinal

PADRÃO DE RESPOSTA Residência Saúde 2013

ANEXO PT/SAS/MS Nº 143 DE 13 DE MAIO DE 2009 GRUPO II GRUPO III

23/08/2016 HÉRNIAS HÉRNIAS EM PEQUENOS ANIMAIS HÉRNIAS HÉRNIAS PARTES DE UMA HÉRNIA: CLASSIFICAÇÃO PARTES DE UMA HÉRNIA: DEFINIÇÃO:

Ingestão de corpo estranho

ESTOU DE OLHO EM VOCÊS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ SERVIÇO DE CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO LARINGECTOMIAS PARCIAIS: INDICAÇÕES E TÉCNICAS

Gastroenterologia vol. 1

Trauma torácico ATLS A airway (vias aéreas pérvias) B breathing (avaliação manutenção resp e mecânica resp) C circulation D disability (avaliação esta

Diagnóstico por Imagem em Oncologia

CIRURGIAS RESPIRATÓRIO CICATRIZAÇÃO RESPIRATORIO CRIPTORQUIDECTOMIA

Opções endoscópicas no tratamento das complicações do anel de restrição em pacientes pós by-pass gástrico. Série Endoscopia Bariátrica - junho 2018

APENDICITE AGUDA O QUE É APÊNCIDE CECAL? O QUE É APENDICITE E PORQUE OCORRE

Câncer Medular de Tireóide Diagnóstico e Tratamento

Esvaziamento Cervical Seletivo em Pescoço Clinicamente Positivo

É a resultante final de várias doenças caracterizadas por inflamação persistente que leva à dilatação irreversível de um

Anatomia do Sistema Respiratório. Prof.Gabriel Villas-Bôas

DERRAME PLEURAL MARIANA VIANA- R1 DE CLÍNICA MÉDICA ORIENTADORES: FLÁVIO PACHECO MIRLA DE SÁ

DOENÇAS NEUROLÓGICAS COMO CAUSAS DE DISFAGIA EM ADULTOS

METODOS DE IMAGEM PARA DIAGNÓSTICO

Pneumonia intersticial. Ana Paula Sartori

ANATOMIA HUMANA. Faculdade Anísio Teixeira Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto

Universidade Federal do Ceará Faculdade de Medicina. Jônatas Catunda de Freitas

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Carlos Walter Sobrado Mestre e Doutor pela FMUSP TSBCP

02/06/2010. Derrame Pleural. Sarcoidose

A deglutição é definida como processo que resulta no transporte do alimento da boca ao estômago. Preparatória

Anatomia da orelha media e interna

HybridKnife. para a ressecção em bloco 4 etapas de trabalho 1 instrumento

ENFERMAGEM DOENÇAS GASTROINTESTINAIS. Parte 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

Importância do Estadiamento. Cirurgia Cabeça e Pescoço - HMCP Cirurgia Torácica - HMCP. J. L. Aquino

DERIVADOS ENDODÉRMICOS DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO. Prof. Dr. Wellerson Rodrigo Scarano. Componentes do Sistema Respiratório

Hermann Blumenau Complexo Educacional Curso: Técnico em Saúde Bucal Anatomia e Fisiologia Geral. Sistema Respiratório. Professor: Bruno Aleixo Venturi

ANATOMIA HUMANA. Faculdade Anísio Teixeira Curso de Férias Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto

É A TROCA ENTRE O AR E O SANGUE AS TROCAS DE GASES ENTRE O SANGUE E OUTROS TECIDOS DO CORPO DO CORPO

Parede Torácica, Diafragma, Mamas e Mediastino. Anatomia Aplicada à Medicina IV Prof. Sérvulo Luiz Borges

DESAFIO DE IMAGEM Nathália Denise Nogueira Sales 7º semestre

DATA HORA AULA PROGRAMADA MÓDULO PROFESSOR 26/01/18 17:00 Apresentação do internato Fernanda + Joao Marcos + Denny

Definição. Refere-se ao deslocamento das vísceras pélvicas no sentido caudal, em direção ao hiato genital;

Transcrição:

DIVERTÍCULO DE ZENKER R1 Jean Versari - HAC

Divertículo de Zenker Evaginação da mucosa e submucosa do esôfago posterior por área de fraqueza entre as partes tireofaríngea e cricofarínega do músculo constritor inferior da faringe. M. Constritor superior da faringe M. Constritor médio da faringe M. Constritor inferior da faringe Parte Tireofaríngea Parte Cricofaríngea

Triângulo/deiscência de Killian: área de fraqueza natural local mais comum do DZ. Outro locais: Área de Killian-Jamieson: Fibras oblíquas e transversais do m. cricofaríngeo. Triângulo de Laimer: Cricofarínego e mm. circulares da parede superior do esôfago.

Pseudo divertículo: mucosa e submucosa do esôfago ( sem camada muscular).

Patogênese: motilidade anormal do esôfago; disfunção do esfíncter esofágico superior; encurtamento do esôfago. aumento crônico da pressão sobre área de fraqueza do esôfago. herniação triang. Killian.

Incidência 2:100.000 (EUA). 7 a e 8 a decadas de vida. 2-3H:M Fatores de risco Aumento da idade; Sexo masculino Hérnia hiatal DRGE 94% dos paciente com bolsas faríngeas tem hérnia hiatal e/ou DRGE.

Clínica Disfagia progressiva; Inicialmente: Irritação na garganta; Sensação de corpo estranho; Tosse. Piora dos sintomas com alargamento do divertículo acúmulo de alimentos, saliva, medicamentos. Regurgitação de alimentos várias horas após alimentação; Perda de peso; Medo de comer.

Diagnóstico Radiografia contrastada com bário. 2/3 linha média; 1/3 a esquerda.

Complicações Pneumonia por aspiração (30%); Compressão da traquéia e obstrução esofágica (grandes divertículos); Ulceração por aspirina retida; Desenvolvimento de carcinoma de células escamosas do divertículo (0,3-0,5%).

Diagnóstico diferenciais Constrição esofágica; Acalásia; Câncer de esôfago;

Tratamento Intervenção cirúrgica: base do tratamento. Tratamento padrão: excisão do divertículo + miotomia do cricofaríngeo, incluindo os 3cm superiores da parede posterior do esôfago. Divertículos: <2cm: miotomia do cricofaríngeo somente é suficiente. 3-6cm: procedimento endoscópico ou aberto. >6cm: abordagem aberta.

Procedimentos Miotomia do cricofaríngeo Técnicas endoscópicas: Diverticulostomia endoscópica com grampo Laser de CO2 Eletrocautério Técnicas externas: Miotomia do cricofaríngeo com diverticulectomia Miotomia do cricofaríngeo com diverticulopexia

Miotomia do cricofaríngeo Incisão cervical anterior do lado esquerdo, sobre cartilagem cricóide. Afastar: para se alcançar espaço retrofaríngeo. EMC e bainha carotídea lateralmente faringe, laringe e tireóide medialmente. Omo-hióide superiormente. Miotomia 4-5cm do músculo. Coloca-se dreno. Fecha-se por camadas: platisma e pele.

k Técnicas endoscópicas: Diverticulostomia endoscópica com grampo

Técnicas endoscópicas: Lase de CO 2 Laringoscópio Weerda. Avaliação do septo muscular entre esôfago e divertículo. Microscópio com manipulador e lase de CO 2 colocados a distância de trabalho de 400mm. Dissecção da ponte de tecido. Fig 6. Endoscopic Laser Technique Cummings Otolaryngology: Head and Neck Surgery

Técnicas endoscópicas: Eletrocautério Eletrocautério é inserido para prender a parede comum. Parede comum é cauterizada até se afinar perto da base do divertículo.

Técnicas externas: Miotomia do cricofaríngeo com diverticulectomia Técnica inicial é a mesma da miotomia. Divertículo é excisado. Fecha-se abertura do divertículo com sutura ou grampeador.

Técnicas externas: Miotomia do cricofaríngeo com diverticulopexia Fixação do divertículo com sutura com fio de seda 2-0 superiormente à fáscia prévertebral. Ideal para divertículos de 1-4 cm.

Complicações do manejo cirúrgico do DZ Perfuração do esôfago: Ausência de camada serosa maior risco de perfurar. Jejum e atb de amplo espectro. Radiografia contrastada avaliar nível da perfuração. Perfuração esôfago cervical: Obervação próxima; Exploração e drenagem. Perfuração esôfago torácico: exploração precoce.

Mediastinite: Dispnéia intensa, dor torácica e febre. Rx tórax ou TC alargamento do mediastino. Terapia agressiva drenagem e atb. Mortalidade: 14-40% Lesão do nervo laringeo: Nn. laringeo recorrentes cursam abaixo do m. constritor inferior e inervam os mm. da laringe (exceto o cricotireóideo n. laringeo superior). Rouquidão no pós-operatório.