ICMS OPERAÇÕES COM CONSUMIDOR FINAL Perguntas & Respostas
EMENDA CONSTITUCIONAL 87/2015 PRINCIPAIS CARACTERÍSITCAS PERGUNTAS E RESPOSTAS 1) O que é? A EC 87/2015 altera a sistemática de cobrança do ICMS nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, não contribuinte do imposto, localizado em outro Estado. 2) Qual é o objetivo da EC 87/2015? A mudança na cobrança do ICMS tem o objetivo de equilibrar as contas dos Estados, talvez iniciar uma trégua na famosa Guerra Fiscal, ou, até mesmo, iniciar a tão sonhada Reforma Tributária. 3) A quem se destina? Destina-se à todas as empresas, físicas ou virtuais, que vendam produtos/serviços interestaduais para consumidores finais, inclusive as empresas inscritas no sistema de tributação do Simples Nacional. 4) O que muda? Antes da EC 87/2015, nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, o ICMS era devido integralmente ao Estado de origem. Após a emenda, o ICMS devido nessas operações e prestações será partilhado: O Estado de origem terá direito ao imposto correspondente à alíquota interestadual; e O Estado de destino terá direito a parte do imposto correspondente à diferença entre a sua alíquota interna e a alíquota interestadual. 5) Quem tem a obrigação de recolher o diferencial de alíquotas nas operações e prestações interestaduais destinadas a consumidor final? Recolhimento da Diferença de Alíquotas Destinatário Contribuinte Destinatário deve Recolher Destinatário Não Contribuinte Remetente deve Recolher A responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual será atribuída: a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto (mesma regra, ou seja, não mudou); ou b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do ICMS. Consideramos não contribuinte do ICMS, a pessoa física ou jurídica sem inscrição estadual.
6) Como será calculada a diferença entre as alíquotas nas operações interestaduais destinadas ao consumidor final não contribuinte do imposto? O valor da diferença entre as alíquotas devido nas operações a consumidor final, não contribuinte do imposto, não caberá integralmente ao Estado destinatário de imediato, devendo, portanto, seguir à seguinte regra de repartição: Início da vigência ANO ICMS apurado pela diferença entre alíquotas Interna e Interestadual UF de Origem UF de Destino 2016 60% 40% 2017 40% 60% 2018 20% 80% 2019 0% 100% Importante lembrar que a partilha só ocorrerá quando o destinatário for não contribuinte do ICMS. 7) Aplica-se às empresas do Simples Nacional? Para as empresas no regime de tributação do Simples Nacional, a regra continua a mesma para o Estado de Origem, porém estarão obrigadas a emitir a GNRE para o Estado Destino, ou seja, aplica-se normalmente, sendo que, no Estado de Origem, não recolhem-se os 60% do diferencial entre as alíquotas, sendo recolhidos apenas os 40% do Estado Destino, através de GNRE. 8) Quais são as formas de recolhimentos para os Estados de Origem e Destino? Em Pernambuco, como Estado de Origem, o valor do ICMS Consumidor Final deverá ser registrado como Outros Débitos no Livro de Apuração do ICMS, compondo, assim, o montante do ICMS Normal a ser recolhido no período fiscal. Quanto a parcela do Estado de Destino (Outras UF), o recolhimento do ICMS Consumidor Final, para tais operações e prestações, darse-á através de GNRE, utilizando-se os seguintes códigos: 10010-2 ICMS consumidor final não contribuinte outra UF por operação; ou 10011-0 ICMS consumidor final não contribuinte outra UF por apuração (caso o remetente possua inscrição de contribuinte substituto no Estado de Destino). 9) Qual CFOP deve ser utilizado na venda para não contribuinte do ICMS? Os Códigos Fiscais de Operação (CFOP) utilizados nas operações de venda são: 6.107 (produção própria); ou 6.108 (mercadoria adquirida de terceiros). 6.107: Venda de produção do estabelecimento, destinada a não contribuinte. 6.108: Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros, destinada a não contribuinte. 10) Como o comprador, consumidor final contribuinte do ICMS, estabelecido em Pernambuco, recolherá a guia a favor do Estado do remetente da mercadoria? Neste caso, por ser o comprador um contribuinte do ICMS, não haverá recolhimento para o Estado de Origem. O recolhimento do ICMS Consumidor Final será recolhido apenas para o Estado de Pernambuco, através de DAE especifico (códigos 057-4 e/ou 058-2). Não houveram modificações.
11) Qual é a base de cálculo do ICMS nas operações destinadas a consumidor final não contribuinte do ICMS em outro Estado? A base de cálculo do imposto é única e corresponde ao valor da operação ou o preço do serviço. Dispositivo legal: 1º do Art. 13 da Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996. 12) Supondo que uma pessoa física, residente em PE, adquira um Jet-Ski de um fornecedor localizado em SP, qual seria a tratativa do ICMS da diferença entre as alíquotas? Neste caso, o fornecedor deverá observar que este produto está relacionado na Lei 12.523/2003, referente ao FECEP Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza e, consequentemente, fazer o cálculo do ICMS de forma separada, excluindo da alíquota interna o percentual do FECEP (2%). Vejamos: ICMS UF de Origem = BC x alíquota interestadual ICMS Consumidor Final = [BC x (alíquota interna em PE - 2%)] - ICMS UF de Origem Adicional do FECEP para Pernambuco = BC x 2% PRODUTOS RELACIONADOS NA LEI Nº 12.523/2003 - FECEP DESCRIÇÃO DO PRODUTO CLASSIFICAÇÃO NBM/SH ALÍQUOTA Charutos, cigarrilhas e cigarros, de tabaco ou dos seus sucedâneos. 2402 Gasolina. 8711 Armas. 9302, 9303 e 9304 Partes e acessórios de revólveres e pistolas. 9305 Bombas, granadas, torpedos, minas, mísseis, cartuchos e outras munições e projéteis e suas partes, incluídos os zagalotes, chumbos de caça e buchas para cartuchos. Bebidas alcoólicas, exceto aguardente de cana-de-açúcar ou de melaço. Balões, dirigíveis, planadores, asas voadoras e outros veículos aéreos, não concebidos para propulsão com motor. 9306 2203 a 2208 8801.00.00 Veículo aéreo para propulsão com motor, do tipo ultraleve. 8802 Iates e outros barcos e embarcações de recreio ou de esporte, barcos a remo, canoas e jet-skis. 8903 29% 27% 13) Como ficará o cálculo do ICMS Consumidor Final com as mercadorias sujeitas ao regime de substituição tributária, na condição de contribuinte substituído (que pagou o ICMS ST pelas entradas) nas vendas interestaduais para consumidor final não contribuinte? Para fins de cálculo de mercadorias sujeitas ao Regime de Substituição Tributária, somente será recolhida a partilha do ICMS do Estado Destinatário da mercadoria. 14) Qual seria o tratamento do ICMS Consumidor Final caso um turista, residente em SP, de férias em PE, adquirisse um eletrodoméstico numa empresa comercial varejista em Recife? Considerando que o turista estaria presencialmente na loja e que ele estaria levando consigo a mercadoria, a operação seria considerada interna, ou seja, seria tributada a 18% de ICMS, não havendo diferencial de alíquota para a UF de SP. Todavia, caso o mesmo solicitasse a entrega do produto em sua residência, em SP, aí sim, a operação seria tratada como interestadual, havendo, logicamente, a partilha do ICMS Consumidor Final entre os Estados de PE e SP.
CASO PRÁTICO Valor da operação: R$ 10.000,00 UF Origem: PE UF Destino: SP Em operações que destinem bens a consumidor final, localizado em outra Unidade da Federação, contribuinte ou não do imposto, será adotada a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do Destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado Destino e a alíquota interestadual. A responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual será atribuída: a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto; ou b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte. Estado Alíquota Interna Alíquota Interestadual Pernambuco (Remetente) 18% São Paulo (Destinatário) 18% 12% Diferença entre as alíquotas Alíquota interna do Destinatário (SP) = 18% Alíquota interestadual do Remetente (PE) = 12% Diferença = 6% Quando o Destinatário não for contribuinte do ICMS, a diferença (6%) será recolhida pelo Remetente, em favor da Unidade da Federação de Destino (neste caso, São Paulo). Para os anos de 2016 a 2018, nos casos de operações com não contribuintes, existe a previsão de partilha desses valores entre os Estados de Origem e de Destino, nos termos da cláusula décima do Convênio ICMS nº 93/2015. ICMS Consumidor Final Alíquota interna da UF de Destino (SP): 18% (R$ 10.000,00 x 18% = R$ 1.800,00) Alíquota interestadual da UF de Origem (PE): 12% (R$10.000,00 x 12% = R$ 1.200,00) ICMS: (R$ 1.800,00 - R$ 1.200,00 = R$ 600,00) Partilha do ICMS Consumidor Final Para o ano de 2016, a partilha do valor do ICMS entre a diferença das alíquotas é: ICMS apurado pela diferença de alíquotas Interna e Interestadual ANO UF de Origem UF de Destino 2016 60% 40% Logo, serão recolhidos os seguintes valores para os Estados: Estado Origem (PE): R$ 600,00 x 60% = R$ 360,00 Computar a parcela do ICMS Consumidor Final, que cabe a Pernambuco, nos livros fiscais do SEF II, no campo de outros débitos. Estado Destino (SP): R$ 600,00 x 40% = R$ 240,00 Recolher, através de GNRE, no momento da saída da mercadoria (hipótese em que a empresa estabelecida em Pernambuco não possui inscrição como contribuinte substituto no Estado Destino). Código: 10010-2 ICMS Consumidor Final não contribuinte outra UF por operação.
ALÍQUOTAS INTERNAS DE ICMS NOS ESTADOS BRASILEIROS REGRA GERAL ANO 2016 www.acenecontabilidade.com.br