Aproximação normal para as distribuições binomial e Poisson

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Transcrição:

Aproximação normal para as distribuições binomial e Poisson Distribuição normal: aproximação para uma variável aleatória com um grande número de amostras. Distribuição binomial n Distribuição normal Difícil de calcular quando n

Exemplo com Maple > with(statistics):with(plots): > n:=10:p:=0.5: > for x from 0 to n do od: P[x]:=binomial(n,x)*p^x*(1-p)^(n-x); > xdata:=[seq(x,x=0..n)]: > ydata:=[seq(p[x],x=0..n)]: > PL1:=PointPlot(ydata,xcoords=xdata, color=blue, symbol=circle): > f:=(mu,sigma)->1/(sqrt(2*pi)*sigma)*exp(-(t-mu)^2/(2*sigma^2)); > PL2:=plot(f(5,1.6),t=0..10): > display([pl1,pl2]);

Binomial : n=10, p=0.5 Normal: m = 5, s = 1.6

Se X é uma variável aleatória binomial, então Z = X - np np(1 - p) é aproximadamente uma variável aleatória padrão se np > 5 e n(1 - p) > 5 Note que E(X) = np V(X) = np(1 - p) Portanto, Z = X - E(X) V(X)

Exemplo. Em um canal de comunicação digital, suponha que o número de bits em erro possa ser modelado por uma variável aleatória binomial. Suponha que a probabilidade de que um bit seja recebido com erro seja 1E-5. Se 16E6 bits são recebidos, qual é a probabilidade de que 150 cheguem com erro? P( X 150) 1 P( x 150) 6 150 16 10! 5 x 5 16 10 x 0 6 1 (10 ) (1 10 ) x! 16 10 x! 6 x Tal expressão pode ser difícil de ser calculada. Notemos que np = 160, n(1 - p) 107

Padronização P( X 150) P X 160 150 160 5 5 160(1 10 ) 160(1 10 ) P( Z 0.79) P( Z 0.79) 0.785 > with(stats): > statevalf[cdf,normald[0,1]](0.79); 0.7852361158

Lembremos que a distribuição binomial é uma aproximação satisfatória para a distribuição hipergeométrica quando o tamanho da amostra n é pequeno com relação ao tamanho da população N. Regra geral: a aproximação binomial é efetiva quando n N 0.1 Portanto, quando n N < 0.1, np > 5 e n(1 - p) > 5 a distribuição normal é uma boa aproximação para a distribuição hipergeométrica.

Distribuição de Poisson: aproximação para a distribuição binomial quando o número de amostragens tende a infinito. De fato, Se X é uma variável aleatória de Poisson com então E(X) = l, V(X) = l Z = X - l l é uma boa aproximação para uma variável aleatória normal padrão se l > 5

Exemplo: Suponha que o número de partículas de asbestos em um metro quadrado de poeira sobre uma superfície segue uma distribuição de Poisson com uma média de 1000. Se 1 m 2 de poeira é analisada, qual é a probabilidade de que no máximo 950 partículas sejam encontradas? A distribuição de Poisson é dada por de modo que f(x) = e-l l x x! PX ( 950) 950 1000 0 e 1000 x! x

Embora o Maple realize tal soma sem dificuldades, > f:=x->exp(-1000)*1000^x/x!; f := e (-1000 ) 1000 x x x! > evalf(sum(f(x),x=0..950)); 0.05783629296 Podemos também usar a aproximação normal: P( X 950) P Z 950 1000 1000 PZ ( 1.58) 0.05692314901

Cálculo: > z:=(950-1000)/sqrt(1000.); z :=-1.581138830 > statevalf[cdf,normald[0,1]](z); 0.05692314901

Distribuição Exponencial Exemplo Falhas ocorrem aleatoriamente ao longo de um fio de cobre. Variável aleatória de Poisson: número de falhas em um comprimento L de fio. f(x) = e-l l x x! Variável aleatória de interesse agora : distância entre as falhas. X : comprimento desde qualquer ponto de partida at;e que uma falha seja detectada. A distância até a primeira falha excede x mm se e somente não há qualquer falha em um comprimento de x mm.

N - número de falhas no em um comprimento x do fio. Média de falhas por mm : l N tem distribuição de Poisson com média E(N) = lx Então, se o fio tem comprimento maior que x, P(X > x) = P(N = 0) = e-lx (lx) 0 0! = e -lx F(x) = P(X x) = 1 - P(X > x) = 1 -e -lx

Função distribuição cumulativa de X F(x) = 1 -e-lx Função densidade de probabilidade de X f(x) = df(x) dx = le -lx Suposição essencial: falhas no fio seguem uma distribuição de Poisson

Definição. Uma variável aleatória X que é igual à distância entre sucessivas contagens de um processo de Poisson com média 0 é uma variável aleatória exponencial com parâmetro densidade de de probabilidade dada por lx f( x) le, 0 x e função

Gráficos no Maple > f:=(lambda,x)->lambda*exp(-lambda*x): > plot([f(2,x),f(1,x),f(0.3,x)],x=0..4,color=[green,black,red]);

Valor esperado e variância E( X ) 1 2 V ( X ) 1 2 > assume(lambda>0): > int(f(lambda,x),x=0..infinity); 1 > E:=int(x*f(lambda,x),x=0..infinity); 1 E := > V:=int((x-E)^2*f(lambda,x),x=0..infinity); 1 V := 2

Exemplo. Em uma rede de computadores, conexões de usuários podem ser modeladas como um processo de Poisson, com uma média de 25 logons/hora. Qual é a probabilidade de que não haja logons num intervalo de 6 min.? X tempo em horas a partir do início do intervalo até o primeiro logon. X tem uma distribuição exponencial com Como 6 min = 0.1 h, desejamos calcular P(X 0.1) 25 logons/hora. Ou seja, 0.1 P( X 0.1) 25e 25x dx e 25x 0.082 0.1 e 2.5

Qual é a probabilidade de que o tempo até o próximo logon esteja entre 2 e 3 min.? P(0.033 X 0.05) 0.148 0.05 25e 25x dx e 25x 0.033 0.033 0.005 No Maple, > a:=2/60: b:=3/60: > evalf(int(f(25,x),x=a..b)); 0.1480934116

Determine o intervalo de tempo tal que a probabilidade de que nenhum logon ocorra no intervalo é 0.9. Devemos achar x tal que x P( X x) 25e 25t dt e 25t Portanto, x e 25x 0.9 25x ln0.9 x 0.00421 h ; 0.25 min

Notas A probabilidade de que não haja logons em um intervalo de 6 min é 0.082, independentemente do ponto de partida do intervalo. Um processo de Poisson supõe que eventos ocorrem uniformemente ao longo do intervalo de observação - não há acumulação de eventos. Nosso ponto de partida para observar o sistema não é importante. Se há horários de alta e baixa demanda de logons, o processo de Poisson não é apropriado. Processo pode ser aplicado em intervalos.

Propriedade de falta de memória Exemplo. Seja X o tempo entre detecções de uma partícula com um contador geiger. Suponhamos que X tem uma distribuição exponencial com 1.4 min A probabilidade se detectarmos uma partícula dentro de 30s a partir do momento em que o contador entra em funcionamento é: 0.5 0 P( X 0.5) 1.4e (1.4)x dx 0.5034146962

Suponhamos agora que ligamos o contador geiger e 3 min se passam sem que a partícula seja detectada. Qual é a probabilidade de que uma partícula seja detectada nos próximos 30 s? Como já esperamos 3 min poderíamos pensar que a probabilidade de uma detecção nos próximos 30s é maior que 0.5. No entanto, os 3 min iniciais não têm qualquer influência. De fato, P(3.0 X 3.5) P( X 3.5 X 3.0) 0.503414 PX ( 3.0) > f:=1.4*exp(-1.4*x): > I1:=int(f,x=3..3.5); I1 := 0.007548993750 > I2:=int(f,x=3..infinity); > I1/I2; I2 := 0.01499557682 0.5034146963

Propriedade da falta de memória P( X t t X t ) P( X t ) 1 2 1 2 P( t X t t ) / P( X t ) P( X t ) 1 1 2 1 2 C C D A

Uso da distribuição exponencial: Estudos de confiabilidade para o tempo até a falha de um dispositivo, por exemplo, vida de um semicondutor. Falta de memória Dispositivo não se desgasta Falha ocorre por choques mecânicos aleatórios, sobrecargas aleatórias de corrente. Desgaste lento Distribuição de Weibull