UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE - UNIVALE FACULDADE DE CIÊNCIAS, EDUCAÇÃO E LETRAS -FACE CURSO DE PEDAGOGIA. Daniela Boechat Pinto

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Transcrição:

UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE - UNIVALE FACULDADE DE CIÊNCIAS, EDUCAÇÃO E LETRAS -FACE CURSO DE PEDAGOGIA Daniela Boechat Pinto Turma da Mônica: o que nos revela Maurício de Souza sobre educação ambiental Governador Valadares - MG 2014

Daniela Boechat Pinto Turma da Mônica: o que nos revela Maurício de Souza sobre educação ambiental Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Pedagogia como requisito parcial para obtenção do grau de licenciada em Pedagogia, sob orientação da Professora Dra. Maria Cecília Pinto Diniz. Governador Valadares 2014

Daniela Boechat Pinto Turma da Mônica: o que nos conta Maurício de Souza sobre educação ambiental Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Pedagogia como requisito parcial para obtenção do grau de licenciada em Pedagogia, sob orientação da Professora Dra. Maria Cecília Pinto Diniz. Governador Valadares, de de 2014. Banca examinadora: Profª Drª Maria Cecília Pinto Diniz Orientadora Universidade Vale do Rio Doce Profª Drª Renata Bernardes Faria Campos Universidade Vale do Rio Doce Profº Thiago Martins Santos Universidade Presidente Antônio Carlos/ Governador Valadares

Dedico ao meu pai e ao meu marido que me apoiaram nessa caminhada e me compreenderam diante das minhas angústias no decorrer da construção deste trabalho, tornando possível a realização desse sonho.

AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter me sustentado até aqui e me feito forte, diante das dificuldades. A minha família pelo apoio, carinho, dedicação e incentivo. difíceis. As minhas amigas pelo companheirismo e compreensão nos momentos Aos nossos professores que contribuíram de forma significativa com nosso aprendizado. A minha orientadora Maria Cecília Pinto Diniz, pelo seu conhecimento, carinho, atenção e paciência. Que não media esforços em nos orientar e foi fundamental no esclarecimento de nossas dúvidas e angústias. A Laura que me emprestou suas revistinhas. A banca examinadora por ter aceitado o convite de avaliar o meu conhecimento. Finalizo mais uma importante etapa da minha vida, enfrentei muitas dificuldades para chegar até aqui, mas fui forte para superar tudo. Esse é apenas o primeiro passo para alcançar meus sonhos, sei que ainda tenho muito a ousar.

Se quisermos ter menos lixo, precisamos rever nosso paradigma de felicidade humana. Ter menos lixo significa ter mais qualidade, menos quantidade; mais cultura, menos símbolos de status; mais esporte, menos material esportivo; mais tempo para as crianças, menos dinheiro trocado; mais animação, menos tecnologia de diversão; mais carinho, menos presente! Gilnreiner (s/d)

Este Trabalho de Conclusão de Curso está apresentado em forma de manuscrito a ser encaminhado à revista Ensaio - Pesquisa em Educação em Ciências

7 Turma da Mônica: o que nos conta Maurício de Souza sobre a educação ambiental Resumo A Educação Ambiental (EA) busca caminhos para relação homem-natureza, despertando o indivíduo para uma nova relação com o meio ambiente. Utiliza de vários instrumentos, dentre eles as histórias em quadrinhos (HQ). Neste estudo verificou-se as HQ's como mediadora da EA, identificando as correntes conceituais de (2005) presentes na Turma da Mônica. Percebeu-se desde as correntes mais tradicionais até as mais recentes, mostrando distintas formas de entender o meio ambiente. Concluiu-se que as HQ's podem ser um veículo de aprendizagem capaz de atingir um objetivo pedagógico, pela apresentação de diversos assuntos, como também uma função educativa. O emprego das HQ's no processo de EA é um poderoso recurso, mediando conhecimentos, atitudes críticas, aptidões artísticas, discussões de ideias, conceitos e sensibilizando o leitor. Palavras-chave: educação ambiental, meio ambiente, histórias em quadrinhos. Abstract The Environmental Education (EE) search paths for man-nature relationship, awakening the individual to a new relationship with the environment. Uses a variety of instruments, including the comics (HQ). In this study it was found the comics as a mediator of EA, identifying the conceptual currents (2005) present in Monica. It was noticed from the most traditional to the latest currents, showing different ways of understanding the environment. It was concluded that comics can be a learning vehicle able to achieve an educational goal, by presenting various subjects, but also an educational function. The use of comics in the EA process is a powerful feature, mediating knowledge, critical attitudes, artistic skills, ideas, discussions, concepts and sensitizing the reader. Keywords: environmental education, environmental, comics.

8 Introdução As histórias em quadrinhos (HQ) são definidas por Cagnin (1975) como um sistema narrativo formado por dois signos gráficos: a imagem, originada dos desenhos, e a linguagem escrita, que se articulam estruturando uma narrativa. Elas são um dos veículos constituintes da arte sequencial, definida por Eisner (2010) como forma artística ou método de expressão no qual as imagens e as palavras são utilizadas para narrar uma história ou dramatizar uma ideia. Apesar de muito antigas, as HQs constituem um mundo de encantamento para as diversas faixas etárias, em especial para o segmento infanto-juvenil, que vê, nesta linguagem, uma forma muito interessante para identificar seus sentimentos e emoções (LISBÔA; BOTTENTUIT JUNIOR; COUTINHO, 2009). Estudos desenvolvidos sobre o uso de quadrinhos como recurso para o ensino de Ciências, incluindo o ensino do meio ambiente (por exemplo: CORDEIRO, 2006; GIESTA, 2002; GONÇALVES; MACHADO, 2005; GONZÁLEZ-ESPADA, 2003; KAMEL, 2006; KAWAMOTO; CAMPOS, 2014; LISBÔA, 2008; LISBÔA; BOTTENTUIT JUNIOR; COUTINHO, 2009; PERALEZ-PALACIOS, 2006; SANTOS; GANZAROLLI, 2011; SILVA, 2013; TESTONI, 2004; WORNER; ROMERO, 1998) apresentam discussões sobre diferentes aspectos da utilização deste recurso, tais como: atividades realizadas (leitura, construção de HQs por parte dos alunos, análise de conteúdos científicos presentes em gibis comerciais); limitações (como a imagem distorcida da Ciência presente em seus enredos) e potencialidades (contribuição para a divulgação científica e o ensino de conteúdos conceituais de forma bem humorada), entre outros. Reconhece-se que os quadrinhos podem ser utilizados nas aulas. Contudo, sendo um material disponível, dentro e fora da escola, é importante que o professor esteja inserido no contexto dos quadrinhos. Os quadrinhos podem ser o fator desencadeador de uma discussão ou o principal meio para levar o educando a adquirir novos conhecimentos. Os quadrinhos auxiliam na transmissão de mensagens, constroem sentido e produzem informações de maneira singular se comparados a outros recursos informacionais. Vale lembrar que por interagir com dois códigos, o linguístico (que usa as palavras para narrar) e o pictórico (imagens), potencializando a capacidade de expressão e comunicação (VERGUEIRO, 2010). Vergueiro cita vários motivos para o uso das HQs na escola. Entre eles estão o fato de que:

9 [...] os estudantes querem ler quadrinhos; as palavras e imagens juntas, ensinam de forma mais eficiente; existe um alto nível de informação nos quadrinhos; os quadrinhos auxiliam no desenvolvimento do hábito de leitura, enriquece o vocabulário dos estudantes; podem ser usados em qualquer nível escolar e com qualquer tema. (VERGUEIRO, 2010 p. 21-25). Com todas essas possibilidades os quadrinhos se apresentam como mais uma opção para aos alunos, mas a utilização desse mecanismo em sala de aula deve ser um ponto de reflexão àqueles que se dispõe a ensinar (CARVALHO, 2010, p. 24). Que as HQs ajudam o educador a tornar as aulas mais estimulantes e contribuem para despertar o interesse dos alunos pelas leituras já está mostrado. Também sabemos que elas estão disponíveis, não apenas em casa, mas também nas escolas. Mas quais mensagens e discursos de Educação Ambiental/ Meio Ambiente são apresentados nas HQs da Turma da Mônica? Essa é a questão que tentaremos responder com nossa pesquisa. A Educação Ambiental, suas corrente e a Turma da Mônica A Educação Ambiental (EA) como campo teórico em construção e como motivação para práticas cotidianas diversificadas é apropriada de formas diferenciadas pelos grupos e pessoas que atuam na área e pela população em geral. Aos que se dedicam à EA torna-se essencial que não sejam pessoas preocupadas exclusivamente com a "natureza", incapazes de enxergar as complexidades, dificuldades e crises do mundo, o amplo meio ambiente à sua volta. Segundo Leroy (2010): A verdadeira educação ambiental deve ter como preocupação proteger não só as águas, o ar, as florestas, a flora e a fauna, mas também os homens e as mulheres que são, ao mesmo tempo, vítimas e algozes de seu entorno exatamente por viverem numa atmosfera na qual se reúnem todas as condições que os tornam mais suscetíveis à injustiça ambiental: miséria, pobreza, situações de risco em todos os sentidos, principalmente falta de (in)formação e ignorância (LEROY, 2010, p. 66). Diversos autores têm se dedicado a identificar e diferenciar os diversos processos de EA, construindo, neste universo de ações e reflexões, diferentes formas de categorização. Lucie Sauvé, no capítulo "Uma cartografia das correntes de Educação Ambiental (2005), realizou uma pesquisa procurando identificar diferentes tipologias de ações e concepções de EA, analisando cada corrente a partir de algumas características escolhidas: concepção de meio ambiente, objetivos da EA (das correntes analisadas), enfoque dominante e exemplos de estratégias. Com essa forma de trabalho, Sauvé identificou 15 correntes de Educação Ambiental que, segundo a

10 pesquisadora, ainda são um resultado preliminar, dado o universo restrito até então pesquisado (Quadro 1). Mesmo assim, a diversidade é clara e nos permite, mais que posicionamentos do tipo contra ou a favor, uma interessante percepção de diversidade e complementaridade entre as diversas correntes. Na tentativa de sistematização, a autora divide as correntes em dois grupos: de um lado, as correntes naturalista, conservacionista/ recursista, resolutiva, sistêmica, científica, humanista, moral/ética, como sendo as mais tradicionais e produzidas nas décadas de 1970 e 1980. No segundo grupo, inclui as mais recentes, a saber, as correntes holística, biorregionalista, práxica, crítica, feminista, etnográfica, da ecoeducação e da sustentabilidade. Conforme descreve Sauvé (2005): Quando se aborda o campo da educação ambiental, podemos nos dar conta de que apesar de sua preocupação comum com o meio ambiente e do reconhecimento do papel central da educação para a melhoria da relação com este último, os diferentes autores (pesquisadores, professores, pedagogos, animadores, associações, organismos, etc.) adotam diferentes discursos sobre a EA e propõem diversas maneiras de conceber e de praticar a ação educativa neste campo (SAUVÉ, 2005, p. 17). Quadro 1 - Diversidade de correntes em educação ambiental Correntes Corrente naturalista Corrente conservacionista/recursista Corrente resolutiva Corrente sistêmica Corrente científica Corrente humanista Corrente moral/ética Corrente holística Corrente biorregionalista Corrente prática Corrente crítica Corrente feminista Corrente etnográfica Corrente a ecoeducação Projeto de desenvolvimento sustentável Fonte: SAÙVÉ, Lucie. 2002: p.40-42 Concepções de Meio Ambiente Natureza Recurso Problema Sistema Objeto de estudos Meio de vida Objeto de valores Total, Todo. O Ser Lugar de pertença Projeto Comunitário Um pouco de ação/reflexão Objeto de transformação Lugar de emancipação Objeto de solicitude Território, Lugar de identidade, Natureza/cultura Pólo de interação para a transformação pessoal / Um pouco de identidade Recursos para o desenvolvimento econômico / Recursos compartilhados A autora ainda destaca que a noção de corrente "se refere a uma maneira geral de conceber e de praticar a educação ambiental". Alerta também que uma mesma

11 teoria pode corresponder a mais de uma corrente diferente, compartilhando características. Assim, o objetivo deste estudo é verificar os limites e possibilidades das HQ's como mediadora da EA, identificando as correntes conceituais de Sauvé (2005) presentes na Turma da Mônica. A questão ambiental sempre esteve presente nas Histórias em Quadrinhos desde seu início, mesmo antes da questão ambiental se tornar tema amplamente divulgado pela mídia. Maurício de Sousa já lançou diversas HQs da Turma da Mônica, dedicadas ao meio ambiente (SILVA, 2013). A Turma da Mônica foi criada por Maurício ainda na década de 1960, surgindo primeiro como tirinha de jornal e como revista nos anos seguintes. Hoje a Turma da Mônica é produzida pela Editora Panini e muitas dessas tirinhas são divulgadas pelo próprio Maurício de Sousa via redes sociais. Nas HQs, como seus principais personagens são as crianças, eles são sempre os responsáveis por salvar o mundo. Em entrevista a uma revista, o criador da Turma da Mônica afirma: A gente trabalha com milhões de pessoas e milhões de crianças, então temos que contar as histórias muito direitinho, muito certinho, com carinho e, de preferência, botando no meio do lazer algum tipo de mensagem. E logicamente, nos dias de hoje, nós temos que falar da necessidade de cuidar do meio ambiente. (AGUAPÉ, 2004). Com essa afirmação, de que é colocada no meio do lazer alguma informação, Maurício de Sousa afirmativa que não tem a intenção de ser educativo, mas que sempre que possível deixa uma mensagem as crianças, o que então justificativa nosso estudo. Metodologia Este estudo adotou uma abordagem quali-quantitativa em que no processo de coleta de informações buscou-se a pesquisa documental. O delineamento da pesquisa documental realizada neste estudo seguiu etapas sugeridas por Gil (2002). Utilizamos como método a análise de conteúdo (Bardin, 2009), que sugere 3 (três) etapas: (1) a pré-análise, (2) a exploração do material e (3) o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação. A pré-análise constituiu uma fase de organização, em que foi realizada uma leitura flutuante de todos os documentos obtidos, para posterior definição da constituição do corpus de estudo, que é o

12 conjunto dos documentos tidos em conta para serem submetidos aos procedimentos analíticos (BARDIN, 2009, p.122). A partir da determinação do objetivo da pesquisa, foram selecionadas 12 edições da Turma da Mônica, o que corresponde a um ano de publicações, com cinco revistas cada, delimitando o corpus do estudo. As revistas foram as de número 80 a 91, correspondendo aos meses de agosto de 2013 a agosto de 2014. A Turma da Mônica é um conjunto das principais produções dos Estúdios Maurício de Sousa (Cascão, Cebolinha, Chico Bento, Magali e Mônica), em que os personagens têm suas próprias revistas. Apesar de não haver uma indicação de público clara, ao usar diferentes personagens para nomear seus gibis, Maurício de Sousa parece preocupado em atingir públicos diferentes. Nas revistas de Cascão e Cebolinha os meninos são sempre os personagens principais das histórias. Em Magali e Mônica as duas meninas são suas heroínas. Já a revista de Chico Bento destaca a vida no campo. Contudo, numa mesma revista, por exemplo da Mônica, histórias de outros personagens (Tina, Penadinho, Do Contra, entre outros vários) são lançadas. Nas revistas são publicadas entre 10 e 14 HQs, sendo sempre as de maior volume as da Mônica. Na tentativa de observar rigorosamente o quanto de cada corrente está presente em cada uma das HQs os registros foram realizados pelas páginas nas quais estavam presentes De acordo com Bardin (2009), a exploração do material, aplicada na segunda etapa da pesquisa, é a fase de análise propriamente dita, em que as decisões tomadas durante a etapa de pré-análise são aplicadas sistematicamente. O tratamento, a inferência e a interpretação dos resultados, envolvem tratar o material e codificá-lo, de forma que os dados brutos sejam transformados sistematicamente e agregados em unidades (BARDIN, 2009). Esta última etapa da análise de conteúdo também permite estabelecer comparações entre os resultados obtidos, fazer inferências e interpretações a respeito dos documentos analisados. Para efeito de exemplificação, algumas histórias (ou parte delas) foram digitalizadas, e são utilizadas a seguir, ilustrando as correntes em análises. Resultados e discussões Percebemos que duas correntes não foram contempladas nas revistas da Turma da Mônica: a resolutiva e a crítica. A corrente resolutiva surgiu na década de 1970, buscando a solução para os problemas ambientais que são causados e amplificados

13 pela ação antrópica de forma informativa e formativa, adotando a pedagogia para o desenvolvimento de habilidades resolutivas no sujeito. Já a corrente crítica baseia-se na teoria crítica das ciências sociais (emancipadora e libertadora da alienação da ideologia dominante), com que analisa as dinâmicas socioambientais e seus problemas, de forma a buscar indagações e respostas nas mudanças de concepções e atitudes (pedagogia de projetos). Acreditamos que nas HQs tais correntes não foram contempladas porque ou se revelariam a "amplitude, a gravidade e aceleração crescente dos problemas ambientais" ou como "componente necessariamente político", promoveria a transformação da realidade (SAUVÉ, 2005, p. 21 e 35). A personagem com maior diversidade de correntes é a Mônica. O maior número de publicações mostra seu papel de carro chefe nas HQs, levando inclusive seu nome ao conjunto de revistas. Contudo é interessante observar que duas correntes não aparecem em nenhuma HQ da Mônica: a biorregionalista e a feminista. A corrente biorregionalista enfatiza os aspectos geográficos (naturais e humanos), com ênfase no convívio harmonioso com o ambiente, buscando desenvolver o ecocentrismo e o sentimento de pertencimento à região. Percebe-se que esta teria muito mais a se ligar com as características do personagem Chico Bento, mas do contrário as publicações analisadas encontram os personagens Cascão e Cebolinha com os de maior montante de HQs desta referida corrente. Já a corrente feminista nasce dos movimentos feministas ou ecofeministas, visando a análise e denúncia das relações de poder nos grupos sociais, políticos e econômicos. Busca a igualdade de direitos e deveres nos gêneros, rompendo os preconceitos. O pouco encontro desta corrente nas HQs da Mônica revelam um contrassenso com o personagem mais conhecido de Mauricio de Sousa. Esperávamos, tal como a Figura 1 (A e B), mais cenas em que ela, que sempre representa uma menina forte, decidida, que não leva desaforo pra casa mas, ao mesmo tempo, tem momentos de feminilidade e poesia, estaria diretamente ligada à violência. Foram muito mais comuns as HQs da Magali nesta corrente. As correntes com maiores HQs da Mônica foram a moral/ética, a práxica, e a ecoeducação. A corrente moral/ética defende a valorização dos princípios éticos para melhor relação com o meio ambiente, atuando sobre os valores e a consciência na busca de uma moral ambiental e comportamentos ambientalmente corretos. A corrente práxica enfatiza a aprendizagem da reflexão na ação e feedbacks positivos, caráter de pesquisa-ação, visando mudanças no meio (socioambientais e/ou educacionais). E a

14 ecoeducação dá ênfase na parte educacional da EA, buscando a ecoformação e todo o processo evolutivo acerca das alterações biológicas sofridas pelo indivíduo, desde o seu nascimento, até seu desenvolvimento pessoal final (eco-ontogênese) de forma responsável com o meio ambiente e na solução de seus problemas (Figura 2 A e B). O personagem Cebolinha, parceiro de aventuras ou seria melhor dizer vítima? da Mônica, a quem vive tentando derrotar com seus planos infalíveis, também divide com ela, em nossas observações, os maiores números de HQs que utiliza da corrente práxica, moral/ética e conservacionista. Nesta última corrente, centrada na conservação da natureza-recurso, quanto à sua qualidade e quantidade, encontramos o coelho Sansão como ligação dos personagens. Por conta deste coelho e em seu cuidado inúmeras HQs são contadas. O melhor representante da corrente sistêmica é o Cascão. Seu medo de água o faz chegar a compreensões globais sobre suas questões e esta visão de conjunto lhe permite identificar soluções mais apropriadas (Figura 3). A corrente sistêmica, assim como ilustrado, baseia-se nas interações e conexões entre as relações dos sistemas vivos e não vivos, com desenvolvimento cognitivo de habilidades para análise e síntese, com observação da realidade e dos seus fenômenos. Estas mesmas características do Cascão o faz também aparecer em várias HQs que relacionam-se com a corrente humanista, enfatizando a dimensão humana do meio ambiente, diversidade cultural e natural, aos símbolos e à leitura da paisagem como meio para entendimento do paradigma ambiental, para melhor intervir sobre os problemas detectados. Entre os cinco personagens que dão título à Turma da Mônica, para com a corrente científica a que mais apresenta HQs é a Magali (Figura 4 A e B). Esta corrente, de caráter cognitivo, dá ênfase ao processo científico de Educação Ambiental em sua relação causa e efeito (observação dos problemas, elaboração de hipóteses, execução de experimentações para confirmação/negação da hipóteses). O pensamento constante da personagem em o quê comer, como e quanto comer e suas ações nesse sentido promovem várias HQs relacionadas ao assunto da alimentação, e mesmo cometendo exageros de quantidade, deixa mensagens que confirmam essa corrente. Pensando nos outros vários personagens, dois que certamente encontram-se nesta corrente são o Franjinha e a Marina. O maior representante das correntes naturalista, holística e etnográfica é o Chico Bento. Com relação a corrente naturalista, definida como a educação para o

15 meio natural, centrada na relação entre ser humano e natureza, de enfoque cognitivista, experiencial, afetivo, espiritual ou artístico, o personagem apresenta o maior número de HQs, sendo que em quase todas as suas publicações é possível perceber a presença deste conceito (Figura 5 A e B). Na corrente holística, Chico Bento também representa o personagem que busca analisar de forma racional as realidades ambientais e os sujeitos envolvidos, traçando um perfil da complexidade em suas relações socioambientais e na totalidade individual e coletiva (Figura 6). Também na corrente etnográfica encontramos muitas HQs do Chico, enfatizando o caráter cultural da relação com o meio ambiente, entendendo a sua cultura e suas relações com a natureza e utilizando esses conhecimentos na sensibilização de outras pessoas, com a valorização do pertencimento à região, aos saberes e cultura locais (Figura 5 e 6). Enfim, observamos que a corrente da sustentabilidade não figura em um único personagem, com mais ou menos HQs e sim disperso nas cinco publicações, de forma tão homogênea que impede a escolha deste ou daquele. A corrente se mostra como conceito e condição absorvidos pela EA na promoção do desenvolvimento socioeconômico da humanidade, em condição indissociável da conservação dos recursos naturais, na equidade de sua utilização para estas e as futuras gerações. Imagina-se então que a preocupação dos autores na mensagem deixada ao público por ocasião da escrita das HQs caminhe no sentido de mostrar que a utilização racional dos recursos atuais é o que assegurará seu uso no futuro. Considerações Finais Com este estudo, buscou-se entender um pouco mais sobre as HQs, enquanto veículo de comunicação de massa, capaz de transmitir conceitos relacionados à EA e ao meio ambiente. Analisou-se as mensagens presentes nas histórias, vinculando-as à diversidade de correntes da educação ambiental proposta por Sauvé (2005). Após tal análise, chega-se a constatação da importância que tem as HQs quando vistas como recurso voltado para o trabalho de educação ambiental informal e formal. Segundo Giesta (2002), através de tais artefatos podem ser veiculados importantes informações no que diz respeito ao trabalho de conscientização das pessoas. Percebe-se que mesmo sem a intenção de educar, as HQs sempre trazem em suas histórias algum tema relacionado ao ensino. Usar quadrinhos na escola é então uma ferramenta que pode ser valiosa. Contudo, os professores precisam estar atentos

16 ao que as HQs se propõem e ao que trazem de conteúdo. Se o professor desejar utilizar a HQ na sala de aula ele precisa estar atento a esse conteúdo, para que ele possa promover em seus alunos o olhar crítico e sistemático acerca das informações que eles recebem. Realizado o processo de pesquisa e análise proposto para este trabalho, ficam explícitas alguns achados e contradições nas histórias de Maurício de Souza. O intuito deste estudo não é, porém, afirmar que a leitura realizada é a correta, visto que cada leitura é uma nova descoberta, e cada um interpreta um texto a sua maneira. Contudo, o que se pode afirmar depois de ter entrado em contato com diversos materiais que discorrem sobre HQs é que o emprego das mesmas no processo de EA é um poderoso recurso já que várias são as possibilidades, mediando conhecimentos, fomentando atitudes críticas, desenvolvendo aptidões artísticas, levantando discussões de ideias, criando conceitos e sensibilizando frente aos problemas presentes na sociedade.

17 Referências Bibliográficas AGUAPÉ - Educação Ambiental para o Pantanal. Campo Grande, 2004. Acessado em set. de 2014. Disponível em: http://www.redeaguape.org.br/revista_artigos.php?id=6&text=368. BARDIN, L. Análise de conteúdo. 5ª Edição. Lisboa: Edições 70, 2009. CAGNIN, A. L. Os quadrinhos. São Paulo: Ática, 1975. CARVALHO, L. S. Quadrinhos nas aulas de ciências: narrando uma história de formação continuada. 2010. 232p. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Feeral do Rio Grande do Norte. Natal, 2010 CORDEIRO, L. R. Limites e Possibilidades das Histórias em Quadrinhos como mediadora de Educação Ambiental. 2006. 53 p. Monografia (Especialização em Ensino de Ciências) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006. EISNER, W. Quadrinhos e arte seqüencial: princípios e práticas do lendário cartunista (Trad. Luís Carlos Borges e Alexandre Boide). 4.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010. GIESTA, N. C.. História em quadrinhos: recursos da educação ambiental formal e informal. In: RUSCHEINSKY, A. Educação Ambiental: abordagens múltiplas. Porto Alegre: Artmed, 2002, Cap. 10, p157-168. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª Edição. São Paulo: Atlas, 2002. GONÇALVES, R.; MACHADO, D. M. Comics: investigación de conceptos y de términos paleontológicos, y uso como recurso didáctico en la educación primaria. Enseñanza de las Ciencias, Barcelona, v. 23, n. 2, p. 263-274, 2005. GONZÁLEZ-ESPADA, W. J. Integrating physical science and the graphic arts with scientifically accurate comic strips: rationale, description, and implementation. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, Vigo, v. 2, n. 1, p. 58-66, 2003. KAMEL, C. R. L. Ciências e quadrinhos: explorando as potencialidades das histórias como materiais instrucionais. 2006. 113 f. Dissertação (Mestrado em Ensino em Biociências e Saúde) Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2006. KAWAMOTO, E. M.; CAMPOS, L. M. L. Histórias em quadrinhos como recurso didático para o ensino do corpo humano em anos iniciais do ensino fundamental. Ciênc. Educ., Bauru, v. 20, n. 1, p. 147-158, 2014. LEROY, J. P. Territórios do futuro: educação, meio ambiente e ação coletiva. Rio de Janeiro: Lamparina, 2010. LISBÔA, E. S; BOTTENTUIT JUNIOR, J. B.; COUTINHO, C. P. Desenho em quadrinhos online: vantagens e possibilidades de utilização em contexto educativo. Revista Paidéi@, Santos, v. 2, n. 1, 2009.

18 LISBÔA, L. L. Histórias em quadrinhos como local de aprendizagens: saberes ambientais e a formação de sujeitos. 2008. 98 p. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. SANTOS, M. O.; GANZAROLLI, M. E. Histórias em quadrinhos: formando leitores. TransInformação, Campinas, 23(1):63-75, jan./abr., 2011. SAUVÉ, N. C. Uma cartografia das correntes em educação ambiental. In: SATO, M.; CARVALHO, I. C. M. (orgs.). Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 17-46. SILVA, L. A. Histórias em quadrinhos na escola contribuições da Turma da Mônica em uma oficina de ciências. 2013. 81 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas/SP, 2013. TESTONI, L. A. Um corpo que cai: as histórias em quadrinhos no ensino de física. 2004. 158 f. Dissertação (Mestrado em Educação) Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. VERGUEIRO, W. O Uso das HQs no Ensino. In: RAMA, A. et al. Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2010. 155 p. (Coleção Como usar na sala de aula). PERALES-PALACIOS, F. J. Image of science in cartoons and its relationship with the image in comics. Physics Education, London, v. 41, n. 3, p. 240-249, 2006. WORNER, C. H. ; ROMERO, A. Una manera diferente de enseñar física: física y humor. Enseñanza de las Ciencias, Barcelona, v. 16, n. 1, p. 187-192. 1998.

Figura 1 A: HQ da Mõnica relacionada a corrente feminista. Nº 91, p. 74-77. 19

Figura 1 B: Continuação HQ da Mônica relacionada a corrente feminista. Nº 78-81 20

Figura 2 A: HQ da Mônica relacionada a corrente de ecoeducação. Nº 91, p.3-5 21

Figura 2 B: Continuação HQ da Mônica relacionada a corrente de ecoeducação. Nº 91, p. 6-8, incompleta. 22

Figura 3: HQ do Cascão relacionada a corrente sistêmica. Nº 88, p.22-23. 23

Figura 4A: HQ da Magali relacionada a corrente científica. Nº 84, p. 38-41. 24

Figura 4B: Continuação da HQ da Magali relacionada a corrente científica. Nº 84, p. 42-43. 25

Figura 5A: HQ do Chico Bento relacionado a corrente naturalista. Nº 89, p. 53-55. 26

27 Figura 5B: Continuação da HQ do Chico Bento relacionada a corrente naturalista. Nº 89, p. 56. Figura 6: HQ do Chico Bento relacionada a corrente holística. Nº 89, p. 22-23.