ANÁLISE SOBRE A VISÃO DE CORPO DOS PEDAGOGOS DE CAMBORIÚ Célia Cristina Carvalho Libanio 1 ; Leisi Fernanda Moya 2 RESUMO
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- João Vítor Carlos Benevides
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1 ANÁLISE SOBRE A VISÃO DE CORPO DOS PEDAGOGOS DE CAMBORIÚ Célia Cristina Carvalho Libanio 1 ; Leisi Fernanda Moya 2 RESUMO O homem vive e depende de um corpo, mas muitas vezes o esquece ou não lhe dá o devido valor e atenção. Por tanto, nossa grande inquietação foi: "Qual a visão de corpo dos pedagogos que atuam nas escolas do ensino fundamental, primeiro ciclo, do município de Camboriú?". Para responder esse questionamento realizamos uma pesquisa de cunho bibliográfico e exploratório, na qual utilizamos como recurso para coleta de dados a entrevista semiestruturada. O estudo bibliográfico nos possibilitou compreender o papel do corpo ao longo da história, perpassando pela compreensão vinda de várias áreas de saber, que vêm se dedicando a esse estudo, investigamos também como a visão de corpo pode influenciar o processo de ensino aprendizagem na sala de aula. - PALAVRAS CHAVES: CORPO, CONCEPÇÃO DE CORPO, ATUAÇÃO DOCENTE. INTRODUÇÃO O objetivo dessa pesquisa foi compreender e perceber o corpo no contexto da escola, levantando uma reflexão sobre qual a concepção de corpo dos Professores da Rede Municipal de Camboriú, com o intuito de se fazer um levantamento sobre essa concepção corporal. Pois de acordo com Gama, as concepções e vivências de corpo são essenciais, necessitando serem refletidas e discutidas, pois ajudam a favorecer uma visão de cada um como sujeito ativo corporal, que se relaciona e se descobre a partir de sua corporeidade, tendo também uma melhor compreensão do outro e da prática em sala de aula. E para saber qual a compreensão do assunto foi feito um levantamento de dados através de questionário semiestruturado, buscando através de a pesquisa saber qual a importância do corpo na escola para os professores. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A pesquisa foi desenvolvida por meio de um levantamento bibliográfico sobre o assunto, a discussão do mesmo, o que enquadra a pesquisa como sendo esta de cunho bibliográfico/descritiva. Utilizou-se como recurso para coleta de dados a aplicação de questionário semiestruturado. De acordo com Gil (2002), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído 1 Acadêmica do curso de Licenciatura em Pedagogia - IFC Camboriú Célia_libanio@hotmail.com2 Professora orientadora do IFC Camboriú lasinha2@gmail.com
2 principalmente de livros e artigos científicos. E a pesquisa descritiva possui o objetivo primordial que é a descrição das características de determinadas populações ou fenômenos, sendo uma de suas características a utilização de técnicas padronizadas para coleta de dados. Esta pesquisa teve como objetivo a compreensão e levantamento de dados sobre como os professores, tanto da área de educação física como pedagogos compreendem o corpo no âmbito escolar. A mesma tinha a finalidade de lançar um olhar sobre como o professor vê e lida com o corpo de seus alunos, que em sua maioria das vezes são obrigados a permanecerem sentados por horas em uma cadeira durante todo o período das aulas. Dessa maneira percebeu-se a necessidade de se fazer um levantamento sobre o conhecimento destes profissionais sobre corpo na escola e também de sua prática pedagógica. Adotou-se a pesquisa qualitativa, que de acordo com Triviños (2011), tem o ambiente como fonte dos dados e como instrumento o pesquisador. Para a realização dessa pesquisa foi utilizado e aplicado um questionário com perguntas abertas, que conforme Vergara (2012), é um método para buscar informações, conforme as variáveis e situações a serem investigadas. Ainda segundo Barros e Lehfeld (2007), são perguntas que levam o informante a responder de maneira livre em suas respostas. Este tipo de pesquisa evidencia o que o informante pensa, possibilitando um recolhimento de informações variadas. Também há a possibilidade de se inferir, por meio das respostas do entrevistado o que realmente o mesmo entende e sabe sobre o mesmo. RESULTADOS E DISCUSSÕES Através do uso de questionário buscou-se analisar como os professores consideram o nível de coordenação motora de seus alunos e quais eram as estratégias usadas para desenvolver e trabalhar essas habilidades. Um assunto muito importante e de grande relevância, foi a questão sobre as crianças permanecerem sentadas por grandes períodos em uma cadeira dentro do ambiente da sala de aula, enquanto seu professores lecionavam. Questionou-se também quais eram as atividades corporais promovidas no dia a dia da rotina escolar, fora as atividades da educação física. Se estas atividades eram incentivadas pelas instituições escolares através de projetos ou outros meios. Levantando-se também quais os desafios e dificuldades encontradas em sala de aula para que este trabalho com os alunos fosse desenvolvido, como a promoção das atividades corporais, a abordagem de temas relacionados ao corpo e a exploração da mídia sobre o mesmo. Procurando saber se os professores consideravam relevante o tema e o que indicavam como ação pra melhorar e ampliar esse conhecimento.
3 A análise desse questionário feito com os professores das escolas mostrou que a grande maioria dos mesmos ainda não percebeu que é preciso explorar o corpo em movimento. Ou seja, precisam sair de uma educação corporal que dita o corpo parado, imóvel e estático por horas, por exemplo, em uma cadeira de sala de aula. Pois através do levantamento das respostas obtidas, os professores disseram que não promoviam muitas atividades corporais, devido à falta de recursos existentes nas escolas públicas e que as poucas atividades promovidas eram em aulas específicas, como é o caso da educação física. Que na maioria das vezes tratavam do assunto ou através de temas, como higiene, saúde e outros. Entre tantos pontos citados, o primordial e necessário, é haver um entendimento mais amplo a respeito de corpo e corporeidade dentro dos espaços escolares. Pois estudos e reflexões acerca do assunto corpo e movimento, já poderia ser um meio para a construção de uma nova prática pedagógica. Para tanto é necessário haver novas reflexões sobre a prática pedagógica desenvolvida em sala de aula, tanto por pedagogos como por professores de educação física. Nossas crianças precisam de liberdade para desenvolver novas habilidades e também a própria autonomia, e não de controle imposto pelo adulto. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados desta pesquisa apontaram que a grande maioria dos professores ainda não percebeu que seus alunos precisam ter o corpo em movimento. Ou seja, precisam sair de uma educação corporal que dita o corpo parado, imóvel e estático por horas, por exemplo, em uma cadeira de sala de aula. É necessário haver novas reflexões sobre a prática pedagógica desenvolvida em sala de aula, tanto por pedagogos como por professores de educação física. Nossas crianças precisam de liberdade para desenvolver novas habilidades e também a própria autonomia, e não de controle imposto pelo adulto. Segundo Vygotsky (1989), o brincar é uma forma da criança se desenvolver, pois através das brincadeiras a mesma pode também sair do mundo real e inventar coisas ao seu redor, criando assim um mundo imaginário, contribuindo de forma significativa para seu próprio desenvolvimento. Essas brincadeiras na infância servem como suporte para auxiliar as estruturas cognitivas superiores, fazendo com que as crianças gostem e adquiram confiança no que estão fazendo. É fundamental para construção de sua identidade, do desenvolvimento de suas habilidades e limites motores. Entretanto brincar, movimentar o corpo e sair do lugar, é uma forma de conseguir com que as crianças explorem os ambientes e seus próprios corpos. E isso pode acontecer em uma simples sala de aula, onde o professor pode estar
4 tentando criar meios e formas para trabalhar além do conteúdo, tentando desenvolver outros potenciais e habilidades. Resgatando e explorando meios que trabalhem atividades corporais como danças, jogos e brincadeiras. Pois a escola precisa resgatar manifestações simples, como o pular, correr, saltar, etc. Tão controlado nos dias atuais, pois o adulto com medo de que a criança se machuque, restringe a liberdade de movimentos. Não se devendo ignorar o corpo durante a prática pedagógica, pois através deste movimento do corpo e do lúdico, a criança expõe sentimentos e diminui conflitos. Por isso deve ser repensada a dicotomia existente entre corpo e mente, porque não deve haver uma separação das atividades corporais e das atividades intelectuais. Mas sim devendo haver uma abordagem global (PINTO, 2010). Entre tantos pontos citados, o primordial e necessário, é haver um entendimento mais amplo a respeito de corpo e corporeidade dentro dos espaços escolares. Pois estudos e reflexões acerca do assunto corpo e movimento, já poderia ser um meio para a construção de uma nova prática pedagógica. Partindo de uma visão mais esclarecida sobre corpo, os professores poderiam adotar novas práticas, mais inovadoras e criativas. REFERÊNCIAS: BARROS, Lehfeld. Aidil J. S.,Neide A. Souza. Fundamentos de metodologia científica. 3 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, GAMA, Fernanda A. S.; SANTOS, Marilena N. dos; ATAÍDE, Sandra P. Concepções e vivências de corpo e corporeidade: um olhar a partir do pedagogo em formação. Disponível em: (acesso em 20 de maio de 2012). GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo, Atlas, PINTO, Valciria O. O corpo em movimento: um estudo sobre uma experiência corporal lúdica no cotidiano de uma escola pública de Belo Horizonte. UFSI, TRIVINOS, Augusto N. Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. 1. Ed. São Paulo: Atlas, VERGARA, Sylvia C. Métodos de coleta de dados no campo. 2. Ed. São Paulo: Atlas, Vygotsky, L. S. (1989). A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores (J. C. Neto, L. S. M. Barreto & S. C. Afeche, Trans.). São Paulo: Martins Fontes.
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