Baralho das soluções: Aprendendo e se Divertindo com o PIBID de Química UFPE/CAA. José Ewerton da Silva*, Naira Moraliza Cabral, Emília de O. Gomes e Ana Paula Souza *jose_ewer@hotmail.com/*nayrynha_cabral@hotmail.com Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico do Agreste, Química Licenciatura, Caruaru, PE/Brasil. Palavras-chave: Jogo, Didático, Ensino. Resumo O lúdico é utilizado no ensino como ferramenta didática que além de incentivar os alunos a participarem durante as aulas promove uma maior interação entre os mesmos. No ensino de ciências, em especial de química, o docente deve buscar ferramentas alternativas para motivar o interesse dos alunos durante a aprendizagem. O presente trabalho traz uma proposta de um material didático criado pelos alunos do projeto PIBID de Química UFPE- CAA, para auxiliar na abordagem do conteúdo de soluções. O jogo pode ser utilizado em processos avaliativos, de revisão do conteúdo e para desenvolver o trabalho coletivo e individual nos discentes. Introdução Na elaboração de um plano de ensino é necessário pensar como fazer para que os alunos se tornem participativos, sendo um dos aspectos fundamentais para aquisição do conhecimento (Maldaner 2000, pg. 279). No ensino de ciências, o docente precisa buscar ferramentas alternativas para motivar o interesse dos alunos durante o processo de ensino e aprendizagem, as alternativas mais comumente utilizadas, mas que não são todos os professores que usam são: jogos, experimentos, vídeo-aula, entre outros. No ensino de Química é indispensável o uso de materiais didáticos que vão além de um livro, piloto e quadro branco, pois muitas vezes é necessária a demonstração prática para que o aluno possa visualizar e assim reconstruir o conhecimento que com a teoria não passava de uma imaginação. A utilização de atividades lúdicas em sala de aula como um jogo, pode ter um impacto maior que uma aula tradicional. Segundo SOARES (2008), o jogo possui duas funções: lúdica e a educativa. Elas devem estar em equilíbrio, pois se a função lúdica prevalecer, não passará de um jogo e se a função educativa for predominante será apenas um
material didático. A aplicação de jogos no ensino de química se apresenta como umas das ferramentas auxiliares que podem ser utilizados no processo de ensino-aprendizagem. Por esse motivo o jogo se torna uma peça de fundamental importância quando se quer atrair a atenção do aluno para determinado assunto em que ele oferece resistência. No momento em que ele encara o jogo como uma brincadeira, aprende o conteúdo sem perceber (KISHIMOTO, 1994). O estudo do conteúdo de concentração de soluções é abordado no livro de Química na Abordagem do Cotidiano de Peruzzo & Canto (2006), livro este adotado pela rede de ensino do estado de Pernambuco. O conteúdo é voltado para alunos do 2º ano do ensino médio e vem logo no primeiro capítulo do livro, apesar do conteúdo ser aparentemente simples e fácil de relacionar com o cotidiano, muitos alunos ainda apresentam dificuldade em aprender o assunto, pois devido à falta de prática na hora de realizar as operações necessárias para calcular alguns tipos de concentrações, muitos dos alunos ficam ainda meio que perdido no planejamento e execução da equação. Visando auxiliar a aprendizagem do conceito o PIBID de Química da UFPE-CAA buscou alternativas para que os alunos praticassem essas dificuldades através do lúdico, no caso o jogo baralho das concentrações, visando melhorar a aprendizagem dos alunos de forma mais significativa e dinâmica. O presente trabalho teve como objetivo propor um material didático criado pelos alunos do projeto PIBID de Química UFPE-CAA, para auxiliar na abordagem do conteúdo de soluções, visando ajudar os alunos na compreensão dos conceitos de concentração comum, densidade e molaridade. Materiais e métodos Produção do jogo O formato do baralho foi criado no Word 2013 do sistema operacional Windows 7 na opção: inserir>formas. Nessa ferramenta existi uma vasta opção de formas geométricas, portanto escolheu-se uma opção retangular e preencheu-se com uma tonalidade azul, mostrada na figura 1. Na ferramenta Caixa de Texto colocou-se as informações necessárias nas cartas tais como letras e número na fonte: Calibre (corpo), tamanho 20 em negrito, a cor escolhida foi a amarela e inseriu-se uma imagem na parte inferior para dar uma animação ao baralho como mostrada na figura 2. O verso do baralho foi criado da mesma forma descrita anteriormente só que a tonalidade foi azul claro e colocou-se a logo marca do projeto PIBID-CAPES representada na figura 3.
As cartas Coringas ou também chamadas de Melé nos baralhos convencionais estão representadas na figura 4. Figura 1: Formato da carta e imagem do preenchimento da cor. Figura 2: Texto e baralho inserido. Figura 3: Verso da carta. Figura 4: Carta Coringa. Como aplicação do Jogo O jogo é voltado para revisão do assunto e não para iniciar o conteúdo, pois sem os alunos terem conhecimentos prévios sobre a temática abordada o jogo não terá o impacto esperado e assim pode ocasionar o desinteresse do aluno em se envolver na brincadeira. Sugere-se que o professor aborde o conteúdo com a utilização do livro didático adotado, abordando os conceitos de solução, solvente e soluto, concentração comum, densidade,
concentração em quantidade de matéria (molaridade), mostre as diferenças entre esses conceitos, pratique exercícios para que posteriormente utilize-se o baralho, pois assim o discente poderá compreender e aprender com o jogo de uma forma mais significativa e divertida, deixando assim que o jogo se torne realmente um recurso didático. Resultados e discussão Segundo (GRANDO,2001) os jogos lúdicos beneficiam a aprendizagem de conteúdos já ensinados anteriormente e de forma mais motivadora, admitindo assim uma melhor aprendizagem e desenvolvimento de táticas que permitem a resolução de problemas, afirma ainda que os jogos propiciam a interação e participação mais fluente dos alunos, atitude positiva que contribui para seu próprio conhecimento. Com base nesta mesma afirmativa propõe-se que o jogo como ferramenta didática pode ser aplicado de maneira eficaz, sabendo que o conteúdo de soluções exige-se de muitas fórmulas e equações. O lúdico reforça e pode ser usado como exercício, facilitando o processo de ensino-aprendizagem, que por muitas vezes é visto distante da realidade. O presente jogo é um recurso didático para auxiliar no aperfeiçoamento do conteúdo e contribuir como um recurso alternativo, o que deixa o aluno com mais liberdade, promovendo o diálogo e questionamento na hora de sua execução. Além de que, também, pode ser utilizado como um recurso avaliativo a partir do momento em que o professor observa competências que foram desenvolvidas pelos discente na elaboração das estratégias para resolver os problemas do jogo, tais como resolução de cálculos, identificação de um soluto e um solvente, concentração, molaridade e densidade, assim como desenvolver o trabalho coletivo e individual nos discentes. Regras do jogo O jogo é com as mesmas regras do baralho convencional, só que a sequência correta de 3 cartas que o jogador deve fazer nesse jogo será o resultado da razão entre a massa de solução e o volume da solução ser igual a densidade, por exemplo, uma sequência de cartas de Massa de solução = 10 g, Volume = 2 ml e Densidade = 5 g/ml, ou no caso da concentração comum Massa de soluto = 20 g, Volume = 2 ml e Concentração = 10 g/ml ou quantidade em mols de soluto = 20 mol, Volume = 2 L e Molaridade = 10 mol/l, qualquer que seja a sequência tanto de densidade, concentração comum e molaridade, respectivamente. O baralho também tem vários coringas para que os alunos façam a sequência, mas para isso ele terá que chegar ao resultado através dos 2 valores que ele terá nas cartas em
mãos, exemplo, se o jogador tiver em mãos a Massa de solução = 10 g, Volume = 2 ml e um coringa ele poderá formar uma sequências desde que ele diga o resultado correto. Os Jogadores poderão ter lápis e papel para realizar os cálculos necessários e assim praticarem os cálculos necessários ou aqueles que tiverem dúvidas. Nas figuras (5, 6 e 7) a seguir podemos observar melhor a proposta do jogo com características de um jogo de cartas convencional, exemplificando melhor como ferramenta didática: Figura 5:imagens do jogo Figura 6: versos das cartas Figura 7:modelo de um jogo Conclusão Este tipo de jogo permite que os alunos interajam com o assunto e assim o ensino não fique extenso, decorativo e cansativo, pois dessa forma o professor poderá descontrair as suas aulas de modo que ocorra uma aprendizagem significativa do conteúdo de soluções trabalhado em sala de aula. A produção do jogo tem contribuído bastante na formação dos futuros professores de Química, pois a partir da participação em sua confecção o graduando, no caso o aluno do projeto PIBID, tem desenvolvido técnicas e estratégias importantes para a sua formação, dando assim experiência e oportunidade para os mesmo porem em prática suas ideias. Referências GRANDO, R.C.O.O jogo na educação: aspectos didáticos-metodológicos na educação matemática. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2001.Disponivel em:http://www.cempem.fae.unicamp.br/lapemm ec/cursos/el654/2001/jessica_e_paula/jogo.doc KISHIMOTO, T.M. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e Educação. São Paulo: Cortez, 1995.
MALDANER.O. A. A Formação Inicial e Continuada de Professores de Química. Ijuí : Ed. UNIJUÍ, 2000. Peruzzo, F. M.; Canto, E. L. Química na Abordagem do Cotidiano, 4ª edição. Ed. Moderna. v. 2 São Paulo, 2006. SOARES, Márlon. Jogos para o ensino de química: teoria, métodos e aplicações. Guarapari: Libris, 2008.