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Agroindústria Alimentos Bebidas Têxtil e Vestuários Comércio Materiais de Construção Energia Petroquímica e Plásticos Química Mineração e Alumínio Siderurgia Materiais de Transporte Tecnologia da Informação Telecomunicações Imobiliário e Construção Transportes e Logística Financeiro Educação Diversos

Ambiente Macroeconômico e de Investimentos Mesmo com a recente reavaliação de preços nas bolsas mundiais, é consenso que a macroeconomia brasileira apresenta hoje uma significativa melhora em seu cenário. A combinação de crédito, renda e juros tem sido propícia à atividade produtiva e, a despeito da atenção ao nível da taxa de câmbio, o fato é que nossas contas externas nunca estiveram tão favoráveis. O crescimento econômico no primeiro semestre ficou acima do esperado e há muita confiança quanto à manutenção do forte ritmo também na segunda metade do ano. Este ambiente, é claro, favorece as decisões de investimentos físicos que, se ainda não estão no patamar ideal, pelo menos já se encontrame em expansão. E para isso também contribui a grande oferta de fontes de financiamento, sejam elas de origem local ou de origem externa. Como reflexo deste macroambiente, nas últimas semanas houve um substancial aumento no volume de negócios divulgados, sendo que o grande destaque continuam sendo as aberturas de capital em bolsa. Setorialmente, deve-se realçar a participação das empresas de construção civil as quais, todavia, já dividem as atenções dos agentes com instituições bancárias de médio porte e com empresas de alimentos. Além destas, dentre os novos negócios recentemente anunciados também merecem destaques os movimentos percebidos nos setores sucroalcooleiro, têxtil, mínero-siderúrgico e logístico. CENÁRIO ECONÔMICO 2004 2005 2006 2007* 2008* PIB (PM) - Var % 5.7 2.9 3.7 4.5 4.2 Inflação IPCA - Var % 7.6 5.7 3.1 3.7 4.0 Tx de Câmbio - R$/US$ Fim Ano 2.654 2.341 2.138 1.89 1.95 Tx de Juros Nominal - % Acum. Ano 16.2 19.0 15.1 11.8 10.2 Dívida Pública - % PIB 47.0 46.5 44.9 43.8 41.8 Saldo Comercial - US$ Bilhões 33.6 44.7 46.1 43.8 37.2 Trans. Corrente - US$ Bilhões 11.7 14.0 13.3 11.6 5.3 Investimentos Diretos - US$ Bilhões 18.1 15.1 18.8 25.0 20.0 * Fonte: Relatório de Mercado - Banco Central do Brasil - 27/07/2007 Agroindústria A Zancaner Participações adquiriu 25,4% das ações da Unialco que estavam em poder de 15 acionistas minoritários. Com isto, a Zancaner passa a deter 80% do capital da empresa sucroalcooleira, que tem sede em Guararapes (SP). A operação foi assessorada pela Brasilpar. Com a reestruturação acionária, o Grupo Unialco prepara-se para incrementar sua produção e já prevê investimentos de R$ 440 m em duas novas usinas de açúcar e álcool. Atualmente ela conta com duas unidades, sendo uma em SP e outra no MS.

A Adecoagro, empresa de agroenergia e alimentos, iniciou a construção da primeira de suas três usinas de álcool previstas no MS. A unidade fica em Ivinhema e começará a operar em 2008, com expansão programada até 2013. No total, as três usinas envolverão investimentos de US$ 900 m nos próximos cinco anos. Nascida na Argentina, a Adecoagro chegou ao Brasil em 2004, com a compra de três fazendas na BA e no TO. Em 2005 o grupo entrou no setor de agroenergia com a compra da Usina Monte Alegre (MG). A oferta pública de ações ordinárias da SLC Agrícola na bolsa movimentou um total de R$ 490 m, dos quais cerca de R$ 300 m decorrentes da emissão primária de papéis. No total, foram distribuídos 34% do capital da SLC Agrícola em mercado. As ações relacionadas à oferta secundária não pertenciam à controladora direta, a SLC Participações, mas à coligada Ferramentas Gerais (FG). Os recursos obtidos pela SLC serão empregados em capital de giro, expansão de área cultivada, aquisição de máquinas e correção de solo. A SLC Agrícola produz algodão, milho e soja. A Cosan, maior empresa sucroalcooleira do mundo, prepara uma emissão primária de ações no Brasil e nos EUA com o objetivo de captar pelo menos US$ 2 bilhões. Os recursos serão utilizados para ampliar sua capacidade de moagem, com a construção de novas usinas, expansão das atuais e, possivelmente, com compra de concorrentes. A operação também envolve um plano de blindagem contra ofertas hostis de compra, o que será feito por meio da criação de uma holding com sede nas Bermudas e da diferenciação no poder de voto dos papéis vendidos. O Grupo Odebrecht está entrando no setor sucroalcooleiro e comprou sua primeira usina, a Alcídia, localizada em Teodoro Sampaio (SP). A Odebrecht irá investir R$ 264 m na compra e mais R$ 20 m na ampliação da unidade, devendo ficar com 85% de seu controle acionário. O plano de investimentos na Alcídia estende-se até 2012, quando sua produção terá mais do que triplicado. O banco de investimentos Goldman Sachs pagou R$ 400 m para ficar com uma fatia de aproximadamente 15% do capital da Santelisa Vale. A Santelisa Vale é o novo nome da empresa resultante da fusão entre a Cia. Energética Santa Elisa, a Cia. Açucareira Vale do Rosário e outras três usinas paulistas. A empresa é controlada pela holding B5 e é a segunda maior do setor sucroalcooleiro no País, atrás apenas da Cosan. O grupo francês Ceva está assumindo a Vetbrands Saúde Animal, fabricante de medicamentos e vacinas veterinárias. Na transação, a Ceva pagou cerca de US$ 100 m ao fundo de private equity brasileiro Axxon. A Ceva é a décima maior farmacêutica veterinária do mundo e no Brasil atua focada nos segmentos de aves e suínos, enquanto a Vetbrands especializou-se em bovinos e animais domésticos. A Vetbrands surgiu em 2002 como cisão dos negócios da Purina. Atualmente ela conta com duas fábricas em Paulínia, SP. Alimentos A BNDESPar vai entrar no capital da JBS, controladora do Frigorífico Friboi. Serão injetados US$ 750 m na empresa, recursos a serem utilizados no pagamento da compra e na quitação de dívidas da norte-americana Swift Foods Company. A JBS incorporou a Swift por US$ 1,459 bilhão, sendo US$ 225 m pagos em dinheiro à HM Capital Partners. Mais US$ 200 m

ainda serão aportados na JBS pelos controladores J&F e ZMF por emissão de ações, perfazendo uma capitalização total de US$ 950 m na empresa. Após a operação, a BNDESPar poderá ficar com uma participação entre 13% e 18% do capital da JBS-Friboi, que com a incorporação da Swift tornou-se líder mundial no abate de bovinos. O Marfrig, terceiro maior frigorífico de carne bovina do Brasil, foi a segunda empresa do setor a abrir capital em bolsa. Na operação, o Marfrig conseguiu vender R$ 1,02 bilhão, entre emissão primária e oferta secundária. Esta última foi feita principalmente pela controladora MMS Participações, que ainda ficou com 68% do capital do frigorífico. Os novos recursos deverão ser utilizados pelo Marfrig na compra de outros frigoríficos (30%), em equipamentos e centros de distribuição (30%) e em capital de giro, amortização de dívidas e sistemas. O Marfrig hoje conta com 12 plantas de abate, processadoras e industrializadoras no Brasil, Argentina e Uruguai. Já considerando a colocação de um lote suplementar, a oferta pública inicial de ações ordinárias do frigorífico Minerva movimentou R$ 511 m. Do total da oferta, R$ 436 m referem-se à colocação primária e R$ 74 m à distribuição secundária de papéis. O Minerva foi o terceiro frigorífico a lançar ações na bolsa, depois do Friboi e do Marfrig. A empresa é a quarta maior do País em abates bovinos e conta com unidades em SP, GO e MS. Em 2006 suas receitas líquidas somaram R$ 1,19 bilhão. O grupo Bertin analisa a viabilidade de construir um abatedouro de gado bovino em Rio Branco, AC. O investimento é avaliado em R$ 75 m e seria em parceria com pecuaristas e empresários locais. O Bertin deve arcar com 70% a 80% do montante. A expectativa é de que a nova planta comece a operar num prazo de 18 meses, sendo que, numa segunda fase, ela também deverá produzir carne cozida e couro. O Bertin também anunciou que está promovendo a reestruturação de seus negócios e até o final do ano pretende abrir seu capital. Atualmente o grupo é formado por mais de 30 empresas, que serão agrupadas em sub-holdings: agroindústria, infra-estrutura e energia. Em agroindústria serão incluídos os negócios com alimentos, couro, higiene e beleza, equipamentos de proteção individual e dog toy. Em infra-estrutura entrarão atividades de construção, rodovias e saneamento. Na área de energia ficarão suas atividades com biodiesel, PCHs e álcool. A Perdigão adquiriu por R$ 100 m um abatedouro bovino em Mirassol D'Oeste (MT), que pertencia à Valore Participações e Empreendimentos e estava sendo operado pela Unifrigo. Apesar da compra, porém, a Perdigão mantém seus planos de construir uma nova unidade de abate e processamento de bovinos na Região Centro-Oeste, o que deverá representar aporte de aproximadamente R$ 150 m. Já na área de margarinas, a Perdigão vai pagar R$ 77 m à Unilever para ficar com as marcas e ativos relacionados à Doriana, Delicata e Claybom, que juntas representam 14% do setor. A transação ainda envolve as marcas Becel e Becel ProActiv (6% do mercado), que, todavia, serão geridas e exploradas em joint venture pelas duas empresas. A fabricação das três marcas vendidas continuará na unidade da Unilever em Valinhos (SP), onde também são fabricados sabonetes e sorvetes. O acordo de utilização da planta tem prazo de 15 anos. Para amparar toda sua expansão e diversificação, a Perdigão pretende investir R$ 206 m até 2011 na expansão de seus centros de distribuição no País. A Sadia divulgou um plano de investimentos da ordem de R$ 2 bilhões para os próximos 18 meses visando dobrar seu

faturamento obtido em 2006 num prazo de cinco anos. A produção de industrializados deverá absorver R$ 720 m. Já o complexo que está sendo erguido em Lucas do Rio Verde (MT), que inclui a produção de frangos, suínos e talvez bovinos, consumirá outros R$ 640 m. Outros investimentos na área de bovinos receberão um aporte de R$ 130 m e mais R$ 510 m estão previstos para novas expansões da empresa. No geral, o foco da Sadia é ampliar o valor agregado de seu mix de produtos, com crescente participação da área de bovinos e dos negócios externos. A Açúcar Guarani, uma das maiores produtoras nacionais de açúcar e controlada pelo grupo francês Tereos, se desfez de seus 6,2% de participação na Cosan. A operação teve valor estimado de US$ 230 m. Parte dos recursos obtidos está sendo destinada ao pagamento da compra da Usina Andrade, em Pitangueiras (SP), realizada em maio. A venda de participação na Cosan visou evitar conflitos de interesse, demonstrando transparência para os investidores diante da abertura de capital da Guarani, finalizada em julho. Sua oferta de ações foi totalmente primária e composta apenas de papéis ordinários. Os recursos captados pela empresa, estimados em R$ 731 m, serão destinados à ampliação da Usina São José, também ao pagamento da Usina Andrade e à construção das Usinas Tanabi e Cardoso. A Tereos, controladora da Açúcar Guarani, é a quarta maior produtora de açúcar do mundo. A Laticínios Bom Gosto, de Tapejara (RS), adquiriu o controle da mineira DaMatta, fabricante de leite longa vida e queijos especiais. A DaMatta possui fábricas em Miradouro, Muriaé e Aiuruoca, todas MG. O valor da compra não foi divulgado. Com a DaMatta, a Bom Gosto pretende ingressar principalmente no mercado do RJ, para onde a empresa direciona mais de 70% de suas vendas. Já a própria Bom Gosto concentra seus negócios na Região Sul (45%) e em São Paulo (55%). As operações brasileiras da Parmalat, assumidas pelo fundo Latin America Equity Partners (Laep), receberão investimentos neste ano de R$ 30 m. A empresa já não possui ligação com a Parmalat italiana e hoje conta com fábricas em Garanhuns (PE), Santa Helena de Goiás (GO), Carazinho (RS) e Itaperuna (RJ), tendo esta última sido recuperada de intervenção governamental. A Parmalat retomou a liderança no mercado nacional de leite, que durante sua crise foi ocupada pela gaúcha Elegê. Seu plano de investimentos nos próximos quatro anos envolve R$ 80 m e contempla a construção e a aquisição de plantas, atualização tecnológica e fomento à bacia produtora de leite. A gaúcha Avipal vai instalar uma unidade de processamento de leite em MG, na região da Zona da Mata. Os investimentos chegam a R$ 80 m e envolvem a produção de leite longa vida, manteiga, creme, requeijão, leites aromatizados, bebidas e iogurtes. A previsão é de que a fábrica inicie suas operações até setembro de 2008. O Grupo Avipal também anunciou a venda do controle da Granóleo para o Fundo de Investimento em Participações Tríade. Com isso, o Tríade passará a deter 92,93% do capital da Granóleo e já antecipou que pretende mantê-la como companhia de capital aberto. A Granóleo atua na comercialização de grãos, farelo e óleo degomado de soja, com foco no abastecimento da indústria de rações. E concentrada cada vez mais em segmentos de consumo, a Avipal ainda anunciou a alteração de seu nome para Eleva. A empresa hoje atua com a própria marca Avipal no mercado de carnes e com a marca Elegê no setor de lácteos.

Bebidas A Norsa, produtora e distribuidora da Coca-Cola na Região Nordeste, anunciou a compra da fábrica da RC Cola em Macaíba (RN) por R$ 20 m. A RC Cola era controlada pelo Grupo VDL (90%) e pelo Banco Rural (10%). Foi inaugurada em 2003 com investimentos de US$ 10 m. A aquisição abrange apenas a unidade fabril, sendo que a marca RC Cola pertence à norteamericana Royal Crown. A Norsa já possui outras quatro fábricas no Ceará, Piauí e Bahia, além de seis centros de distribuição e dois centros de vendas. A mexicana Femsa fechou acordo com a Coca-Cola Company para ficar com a Refrigerantes Minas Gerais (Remil). O sistema Coca-Cola no Brasil é formado por 17 empresas, que produzem, vendem e distribuem os produtos, sendo que a própria Coca-Cola Company é dona de duas: a Remil e a Refrigerantes Guararapes (em Recife-PE). O negócio ainda não foi concluído, mas é avaliado em US$ 380 m e abrange uma engarrafadora e doze centros de distribuição. A Femsa já é a maior distribuidora da Coca-Cola no Brasil, sendo que a transação consolida sua atuação no mercado. Têxtil e Vestuários A Textília, empresa controladora da Vicunha Têxtil, vai investir aproximadamente US$ 30 m na incorporação da fabricante equatoriana de índigo La Internacional. O valor abrange a compra de ações (64% do capital) e investimentos em modernização e ampliação da fábrica de Quito. A Vicunha é a segunda maior fabricante mundial de índigo e pretende tornar a La Internacional sua base de produção para a Comunidade Andina (Peru, Equador, Colômbia e Venezuela) e para o México. A centenária Cia. Hering, empresa têxtil de capital aberto desde 1966 e com forte atuação no segmento de camisetas de algodão e malharia em geral, migrou para o Novo Mercado em maio e concluiu sua oferta pública de ações, cujo valor somou R$ 358 m. Do total, R$ 82,5 m representam ações que pertenciam à suíça Socinvest Finance, a qual está reduzindo sua participação direta na empresa de 28,6% para 3,6%. A Springs Global, empresa resultante da fusão entre a Coteminas e a norte-americana Springs, abriu seu capital na bolsa em uma operação que movimentou R$ 570 m, entre emissão primária e distribuição secundária. A Coteminas, por meio da CTNM, possui 61,65% do capital da Springs Global e não esteve entre os vendedores, mas entre os compradores. A Springs Global atua na fabricação de produtos têxteis de cama e banho. A Vulcabrás anunciou a compra e a modernização da argentina Indular Manufacturas, projeto que representa investimentos de US$ 25 m da empresa brasileira. A aquisição foi realizada por meio da subsidiária VDA Calzados y Artículos Desportivos e seu valor não foi divulgado. A Indular pertencia ao grupo Gatic e, com ela, a Vulcabrás também assume a marca local de calçados esportivos Signia. Na fábrica argentina, a empresa passará a produzir tênis da marca Reebok, a serem distribuídos em todo o Mercosul. E aqui no Brasil a Vulcabrás anunciou a compra da Calçados Azaléia, do Rio Grande do Sul, por meio de sua subsidiária Vulcabrás do Nordeste. Foram incorporados 99,7% das ações ordinárias da Azaléia, quase tudo da Pilar Empreendimentos. No total, a Vulcabrás agora detém 51,28% do capital da empresa gaúcha. O valor da transação também não foi divulgado. Juntas, Vulcabrás e Azaléia formam a maior

empresa do setor de calçados e material esportivo da América Latina e suas linhas de produtos são consideradas complementares. Comércio A rede Ponto Frio firmou acordo comercial com a Nexcom e vai entrar na Bahia por meio de suas 54 lojas. A parceria marca a chegada do Ponto Frio à Região Nordeste. Atualmente sua rede estende-se por dez Estados com 380 lojas próprias, sendo que a empresa é vice-líder no varejo do País, atrás da Casas Bahia. A Nexcom atua na distribuição de aparelhos de telefonia celular e suas lojas serão todas ampliadas para amparar as atividades do Ponto Frio, que inicialmente irá focar o perfil digital (informática, telefonia, fotografia e aparelhos de TV) e a venda por catálogos. A rede varejista mineira Ricardo Eletro incorporou sua concorrente regional Mig, que possui 86 lojas em MG, GO, DF e SP. Com isso, a Ricardo Eletro amplia sua rede própria para 240 lojas e almeja tornar-se a quarta maior varejista do País. Seus planos visam especialmente ampliar a atuação na Região Nordeste, sendo que na BA ela já ocupa a vice-liderança. O valor da transação não foi divulgado, mas é estimado em R$ 85 m. Com ações em bolsa desde 1977, a Drogasil realizou sua colocação de papéis ordinários no mercado, a qual somou R$ 392 m. A empresa atua no varejo de medicamentos e cosméticos, sendo que, do montante da oferta, ela ficará com R$ 230 m. Os recursos obtidos serão primordialmente (80%) dirigidos a investimentos em lojas, que hoje somam 179 unidades. Com a operação, o free float da Drogasil saltou de 16% para 49%. Materiais de Construção A Deca, líder no segmento de louças e metais sanitários, vai iniciar a expansão de sua linha de metais acabados. O empreendimento envolve a construção de uma terceira fábrica de metais sanitários (torneiras, misturadores, suportes e outros) em Jundiaí-SP, que receberá aporte de R$ 120 m. A expectativa é de que a nova unidade entre em operação no início de 2008. Outros R$ 80 m serão aplicados ao longo dos próximos dois anos na linha de louças sanitárias, concentrada em São Leopoldo (RS). A Deca é controlada pelo Grupo Itaúsa. Com vistas ao aquecimento da construção civil, a Votorantim Cimentos (VC) pretende investir cerca de R$ 160 m em uma fábrica no RN, entre Mossoró e Baraúnas. O objetivo é atender os mercados do RN, PB e CE, sendo que estes dois últimos já possuem unidades de produção da empresa. A previsão é de que as operações da nova fábrica sejam inauguradas no início de 2009. Atualmente a VC possui 23 plantas industriais no País. A Satipel, maior fornecedora de painéis de MDP para a indústria moveleira e de construção no País, deve erguer sua terceira fábrica no RS. O investimento é previsto em R$ 120 m e será realizado em Taquari, onde a empresa já possui uma planta industrial. O início das operações está previsto para 2009. Os painéis de MDP são utilizados principalmente na fabricação de móveis populares. Além da unidade em Taquari, a Satipel, que pertence ao grupo Ligna (Leroy Merlin e Leo Madeiras), também possui fábrica em Uberaba (MG). A Tubos e Conexões Tigre vai implantar uma nova unidade em Pouso Alegre (MG) para a fabricação de tubos de PVC,

válvulas, armários de plástico e assentos de vasos sanitários. O projeto compreende duas fases, devendo ser iniciado em janeiro de 2008 e concluído em 2011, quando também serão produzidos colas, solventes, pastas lubrificantes e anéis de borracha. Os investimentos previstos são de R$ 27 m, sendo R$ 19 m na primeira etapa. Energia A Energisa, holding do setor elétrico que sucedeu a Cataguazes-Leopoldina, fechou a venda de boa parte de seu parque gerador. O comprador foi a canadense Brascan que pagou R$ 292,9 m por onze pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e quatro projetos hidrelétricos (duas usinas e duas PCHs). Com a operação, ficaram na Energisa algumas PCHs e a usina termelétrica de Juiz de Fora (MG). Antes, a Brascan atuava no Brasil com 13 PCHs e cinco projetos distribuídos nos Estados de RS, MG, GO e MT. A Energisa visa concentrar-se no segmento de distribuição, onde controla a Energipe, a Saelpa, a Celb, a CEE Nova Friburgo e a Companhia Força e Luz Cataguazes Leopoldina. A australiana Pacific Hydro e a brasileira Bioenergy encerraram a sociedade que mantinham no país. As duas empresas, focadas em geração de energia renovável, mantinham projetos eólicos na Paraíba. Pelo acordo, a Bioenergy venderá por US$ 5 m seus 10% no empreendimento Millenninum e seus 20% no Vale dos Ventos. O Millennium receberá investimentos de R$ 54 m por parte da Pacific Hydro e o Vale dos Ventos só deverá sair do papel em 2008. A Bioenergy ainda detém 11 empreendimentos de PCHs no Estado do MT. A Petrobras Energía, subsidiária argentina da petroleira brasileira, vendeu sua participação na Transener, maior empresa de transmissão de energia elétrica da Argentina por US$ 54 m. Os compradores foram a estatal Energía Argentina (Enarsa) e a empresa privada Electroingeniería. Atualmente a Argentina passa por uma de suas piores crises de abastecimento de energia (elétrica, gás e petróleo). A Petrobras detinha 50% da Citelec, que por sua vez controla 52,7% da Transener. O grupo Dolphin detém a segunda metade da empresa controladora. A holding Energias do Brasil (do grupo português EDP) e a MPX Mineração e Energia (Grupo MMX), tornaram-se sócias em dois projetos de usinas térmicas a carvão. Os empreendimentos exigirão investimentos de US$ 1,9 bilhão e terão cinco anos para serem operacionalizados. Cada sócio terá 50% do negócio, que se baseia em uma unidade em São Luís (MA) e outra em Pecém (CE). Petroquímica e Plásticos A Fitesa, empresa do grupo Petropar, decidiu instalar sua nova linha de não-tecidos de polipropileno junto à sua atual unidade de Gravataí, RS. O investimento será de R$ 85 m e deverá ser concluído em meados de 2008. Os não-tecidos são utilizados pelas indústrias de fradas descartáveis, absorventes higiênicos, colchões, carpetes, móveis, isolantes e outros. A Fitesa também possui fábrica em Horizonte (CE). E a paranaense Providência Indústria e Comércio, empresa líder no segmento de não-tecido e que também atua com tubos e conexões, levantou R$ 468 m com sua oferta primária de ações. Após a colocação, aproximadamente 36% do capital da empresa

ficaram no mercado. Cerca de 50% dos recursos serão destinados à amortização de dívidas e o restante em investimentos, capital de giro e possíveis aquisições. Antes da operação, a Providência anunciou a incorporação da Isofilme, terceira maior fabricante do setor e ex-controlada pela norte-americana Clopay. A transação custou R$ 97 m à Providência (R$ 73,6 m em dívidas) e dará à empresa 51% do mercado. A Isofilme possui fábrica em Pouso Alegre (MG). O fundo Buffalo Investimentos liderou a compra da Vetorpel, transformadora paulista de plásticos e de papel em embalagens. A transação envolveu R$ 45 m, incluindo dívidas da empresa. A Vetorpel possui fábrica em Guarulhos (SP) e está nos planos da Buffalo agregar novas linhas à empresa. Recentemente a Buffalo também assumiu o controle da Babylandia, rede varejista de móveis e artigos infantis. O grupo Itavema, conhecido por suas concessionárias de veículos em São Paulo e Rio de Janeiro, adquiriu a Globalpack, fabricante de embalagens plásticas que pertencia à britânica Filtrona. A aquisição agrega uma linha de produtos complementar à da Sinimplast, empresa de transformação de plásticos da Itavema, que pretende atuar com plásticos injetáveis, bisnagas e esferas. A Globalpack possui duas fábricas em São Paulo (SP) e a Sinimplast conta com cinco unidades no País. A transação foi fechada por US$ 56 m e no Brasil o grupo Filtrona continuará produzindo filtros para cigarros. A Unipar deu mais um passo em seu plano de criar uma grande petroquímica no Sudeste para fazer frente à Braskem, que atua no Sul e no Nordeste. Por R$ 210 m, ela comprou os 13% do capital votante da Petroquímica União (PqU) que pertenciam à norte-americana Dow Chemical, além da fábrica de polietilenos que a Dow possuía em Cubatão (SP). A aquisição se segue à compra dos 7% de ações ordinárias que o fundo de funcionários SEP detinha na central paulista de matérias-primas, realizada em fins de maio. Com as operações a Unipar amplia para 78,93% sua participação no bloco de controle da PqU (52,72% das ações ordinárias), o qual também conta com a Suzano, a Oxiteno (Ultra) e a CBE (Unigel). Química A Carbocloro, fabricante de cloro e soda cáustica, vai investir R$ 250 m para ampliar a capacidade da sua unidade em Cubatão (SP). A expansão está prevista para ser concluída em abril de 2008. A Carbocloro é controlada pela brasileira Unipar (50%) e pela norte-americana Occidental Chemical (50%). A empresa também estuda investir US$ 25 m para desenvolver um sistema de transporte hidroviário entre sua fábrica e o Porto de Santos. O cloro e a soda cáustica são utilizados nos processos produtivos da siderurgia e da indústria química. E o grupo Votorantim vendeu a Igarassu, fabricante de soda e derivados, para a Celera, empresa do grupo Produquímica. O valor da transação não foi divulgado. Este é o segundo ativo do setor químico vendido pela Votorantim nos últimos tempos. No início de 2006 o grupo se desfez por R$ 37 m das ações que detinha na Nordesclor, joint venture com a americana Arch Chemical, que passou a controlá-la integralmente. Agora, resta ao grupo Votorantim apenas mais uma empresa no setor químico, a Nitro Química, que possui fábrica em São Miguel Paulista (SP). Mineração e Alumínio

A Nippon Steel ampliou sua participação na Nippon Usiminas de 52% para 82%. A Nippon Usiminas detém 21,6% das ações ordinárias da Usiminas (33,8% do bloco de controle da siderúrgica mineira). Com a operação, a Nippon Steel, a maior siderúrgica do Japão, se tornará a maior investidora nipônica na companhia brasileira. Os 30% absorvidos na Nippon Usiminas pertenciam ao banco estatal Japan Bank for International Cooperation (JBIC). A Nippon Steel tem ainda a intenção de A MMX Mineração e Metálicos adquiriu a AVG Mineração, que faz extração de minério de ferro em MG, por US$ 274 m. A aquisição é estratégica para a MMX, cuja subsidiária MMX Minas-Rio ainda luta por licenças ambientais para seu projeto de exploração de ferro em MG. A Vale é a principal cliente da AVG Mineração, que está investindo R$ 50 m em sua expansão. O grupo AVG ainda conta com a AVG Siderurgia, fabricante de ferro-gusa em Sete Lagoas. A trading Noble Group, de Hong Kong, fechou a compra de 30% da mineradora brasileira Mhag, do RN. O investimento foi de R$ 112 m, sendo que os recursos ficarão no caixa da Mhag para financiar projetos de mineração de ferro e de logística. Uma vez deslanchados os empreendimentos da Mhag, sua controladora, a Campina Grande Participações, pretende abrir seu capital. Em fevereiro a Noble já havia comprado por US$ 70 m a usina de açúcar e álcool Petribu Paulista e, em janeiro, pagou US$ 18 m por cinco armazéns de grãos no MT e PR. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), quarta maior siderúrgica do País, formalizou a compra da Companhia de Fomento Mineral e Participações (CFM), com sede em Ouro Preto (MG). O valor do negócio foi de US$ 440 m. A CFM atua na região do Quadrilátero Ferrífero mineiro e sua incorporação será realizada por meio da subsidiária Nacional Minérios S/A (Namisa) criada pela CSN no final de 2006. A Namisa já conta com os ativos da Casa de Pedra, uma das maiores minas de ferro do País. A mineradora anglo-australiana Rio Tinto fez uma oferta de US$ 38,1 bilhões pela canadense Alcan, terceira maior empresa mundial de alumínio. Se concretizada, a operação tornará a Rio Tinto, que já é a terceira maior mineradora do mundo, na maior produtora global de alumínio e alumina (matéria-prima usada na fabricação de alumínio) e também na mineração de bauxita. Há pouco tempo, a Alcan já havia recebido uma proposta de US$ 27 bilhões por parte da norte-americana Alcoa e também era cotejada pela brasileira Vale do Rio Doce. A intenção da Rio Tinto é formar uma nova divisão, a Rio Tinto Alcan, que deverá desfazer-se dos negócios de embalagem da Alcan. Atualmente, a maior empresa mundial do setor de alumínio é a russa Rusal. Com o desinteresse da chinesa Chalco, a Vale do Rio Doce fechou com a norueguesa Norsk Hydro acordo para erguer em Bacarena (PA) a maior refinaria de alumina do mundo. A unidade ficará junto ao complexo de alumínio Albrás/Alunorte da CVRD. O investimento total é estimado em US$ 1,5 bilhão, sendo que a Vale será responsável por 80% do montante. A construção está programada para ser iniciada em meados de 2008 e sua primeira fase deverá ser inaugurada no primeiro semestre de 2011. A bauxita, insumo mineral da alumina, será fornecida pela Vale através do mineroduto de sua mina de Paragominas. Atualmente a Norsk Hydro já é parceira da Vale na Alunorte, com 34% de seu capital. Siderurgia

absorver as participações das também japonesas JFE Steel e Mitsubishi. A italiana Iveco, fabricante de caminhões controlada pelo Grupo Fiat, tem planos de dobrar sua participação no mercado A ArcelorMittal pagou R$ 10,3 bilhões na oferta pública de aquisição de ações (OPA) da Arcelor Brasil, que contou com maciça adesão dos acionistas minoritários. Com a operação, a Arcelor Brasil passará a ter capital fechado e deixará de ser listada na Bovespa. Dentre os minoritários, os principais vendedores foram a Previ e o BNDES, que se desfizeram da totalidade de suas ações. A adesão chegou a 89,7% do total de ações em leilão e a ArcelorMittal ampliou sua participação no capital da Arcelor Brasil de 66% para 98%. As ações da ArcelorMittal serão negociadas apenas nos EUA e na Europa. E em sua área produtiva, a ArcelorMittal concluiu investimentos de US$ 1 bilhão para aumentar a capacidade da ArcelorMilttal Tubarão, antiga CST. A operação foi finalizada com um atraso de sete meses e consiste na introdução de um terceiro alto-forno na empresa capixaba, assim como um terceiro convertedor em sua aciaria, uma segunda unidade de desgaseificação e uma terceira máquina de lingotamento contínuo. Já a Sol Coqueria Tubarão, empresa criada para implantar uma unidade de coque metalúrgico, exigiu investimentos de mais US$ 500 m, o que também abrange uma central termelétrica. Os sócios da Sol Coqueria são a CST, a Belgo e outras das empresas da ArcelorMittal Brasil. A Gerdau fechou contrato para assumir a totalidade das ações da Siderúrgica Zuliana CA (Sizuca), terceira maior produtora de aço da Venezuela. O valor desembolsado pela Gerdau foi de US$ 92,5 m. A Sizuca é uma mini-mill produtora de aço bruto e vergalhões. A operação vem na sequência da recente aquisição de 30,45% do capital da Multisteel Business Holdings, holding controladora da Industrias Nacionales (INCA), produtora de aços longos da República Dominicana, na qual foram desembolsados US$ 42 m. Com as duas transações, mais a compra da mexicana Tultitlán fechada em março, a Gerdau avança no mercado siderúrgico da América Central e Caribe. E no continente asiático, a Gerdau também deu mais um importante passo em sua internacionalização ao adquirir 45% da siderúrgica SJK Steel Plant, do grupo indiano Kalyani. A transação foi fechada pelo valor provável de US$ 71 m, devendo ser finalizada até o final do ano. A joint venture Kalyani Gerdau focará o próprio mercado indiano, sendo que a empresa brasileira ainda tem planos de ampliar sua atuação na Ásia com uma fábrica na China. Os ativos da siderúrgica indiana somam US$ 170 m e incluem alto-forno, aciaria, um lingotamento contínuo e uma unidade para a produção de ferro-gusa. Mas a maior tacada internacional do Grupo Gerdau foi dada no mercado dos EUA, por meio de sua subsidiária Gerdau Ameristeel. A empresa anunciou a aquisição da Chaparral Steel, do Texas, por US$ 4,22 bilhões a serem pagos em dinheiro. A Chaparral fabrica produtos de maior valor agregado, como estruturas de ferros e de barras de ferro. Ela conta com usinas em dois Estados e fará com que a produção do grupo gaúcho seja maior nos EUA do que no Brasil. A incorporação da Chaparral também reafirma a atuação global da Gerdau no mercado de aço, sendo que nos EUA ela ocupará a quarta posição no ranking, sendo vice-líder no segmento de aços longos, atrás apenas da Nucor. Materiais de Transporte

brasileiro até 2010. Aqui a empresa disputa o mercado com quatro modelos, sendo três na categoria leve e um no segmento pesado. Para ampliar seu mix de produtos, a Iveco programa investimentos de R$ 150 m em sua fábrica de Sete Lagoas (MG) para lançar quatro novos modelos, sendo dois em 2007 e dois em 2008. O investimento abrange um centro de desenvolvimento de produtos na unidade, que custará R$ 30 m até o final deste ano. A General Motors (GM), maior montadora de veículos do mundo, tem planos de investir US$ 500 m em suas operações no Brasil e Argentina. Deste montante, US$ 100 m serão destinados a um centro de engenharia em São Caetano do Sul (SP) e a melhorias no campo de provas em Indaiatuba (SP). Os US$ 400 m restantes serão destinados às fábricas de Rosário (Argentina) e São Caetano do Sul para o desenvolvimento de uma nova família de automóveis pequenos, que utilizará motores fabricados em São José dos Campos (SP). No Brasil, a GM também conta com unidade de montagem em Gravataí (RS). A Marcopolo, fabricante de carrocerias de ônibus com sede em Caxias do Sul (RS), está iniciando as operações de sua nova unidade na Colômbia, a Superpolo (joint venture com a Fanalca). Ela irá substituir as instalações inauguradas em 2001 e recebeu investimentos de US$ 12,5 m. No final do ano a Marcopolo prevê também o início de sua produção na Índia, em fábrica na qual terá sociedade com a Tata Motors. Tecnologia da Informação A Sonda IT, empresa chilena de tecnologia, anunciou a compra de 100% da brasileira Procwork por US$ 118 m. A Procwork presta serviços de consultoria e integração de sistemas de gestão empresarial. A fusão dá origem à Sonda Procwork, a maior empresa de TI da América Latina. Esta foi a segunda aquisição do grupo Sonda no Brasil, sendo que antes dela a empresa havia adquirido o provedor Imarés. Depois de assumir 100% da distribuidora de produtos de informática Officer por R$ 42,5 m, a IdeiasNet, empresa de investimento em tecnologia, elevou sua participação em mais quatro empresas. Na Softcorp, que revende equipamentos e softwares empresariais, aumentou sua fatia de 42% para 97%; na Bolsa de Mulher, que administra uma agência de notícias para o público feminino, aumentou de 27% para 93%; na AddComm, agência de marketing digital, sua participação subiu de 23% para 54%. Na imusica, empresa de download de arquivos musicais, a IdeiasNet já detinha o controle, mas aumentou sua fatia de 75% para 90%. As aquisições foram pagas com ações da IdeiasNet. A Tivit, empresa do Grupo Votorantim no setor de TI, anunciou a aquisição da Softway Contact Center, uma das maiores em teleatendimento no País. Com a aquisição, a Tivit, que é controlada pela Votorantim Novos Negócios (VNN), assume a terceira posição no ranking local das operadoras de call center, ficando atrás apenas da Atento e da Contax. A Softway conta com quatro unidades: São Paulo (SP), Jundiaí (SP) e duas em Florianópolis (SC). Telecomunicações Os fundos de pensão Previ, Telos, Petros e Funcef e o norteamericano Citigroup adquiriram os 19% de participação que a Telecom Italia (TI) detinha no capital da operadora Brasil Telecom (BrT). A operação foi efetivada por US$ 515 m. A BrT

atua com telefonia fixa nas Regiões Norte, Sul e Centro-Oeste e entre seus acionistas também consta o Opportunity. A expectativa, agora, é de que a nova composição acionária viabilize a saída do Citigroup e uma possível fusão com a Telemar, maior operadora de telefonia fixa do País. Já a Telemar realizou uma oferta pública de aquisição (OPA) de ações da Telemar Norte Leste. Um dos objetivos da Telemar é simplificar sua estrutura societária, visando sua entrada no Novo Mercado como Oi Participações. Isso ainda envolve uma segunda fase, que passa por uma oferta públicas pelas ações da blue chip Tele Norte Leste Participações. No leilão já realizado, a Telemar pagou um ágio de 28,5% sobre o preço mínimo inicialmente oferecido, mas só conseguiu adquirir cerca de um quarto das ações em circulação da Telemar Norte Leste. No total, foram desembolsados R$ 681 m pela operadora. No leilão da Tele Norte Leste Participações, o valor de uma eventual aquisição total de papéis em mercado pode superar R$ 5 bilhões. A Telemar é controlada pelos grupos GP Investimentos, La Fonte e Andrade Gutierrez. Imobiliário e Construção A construtora e incorporadora InPar ingressou no Novo Mercado com uma captação de R$ 756 m decorrentes da colocação primária de ações ordinárias, já incluído o lote suplementar previsto. Os investidores estrangeiros tiveram forte participação na oferta, respondendo por 70% do total. A InPar atua com empreendimentos residenciais, comerciais, de turismo e loteamento, sendo que os recursos obtidos serão direcionados ao pagamento de dívidas, aquisição de terrenos e novos projetos. Seu controle é dividido entre a Parizotto Administração de Participações (76%), o Grupo Neves (18%) e o Grupo Chade (6%). A InPar chegou a planejar uma oferta secundária, mas desistiu da operação. No início do ano a empresa adquiriu, com ações próprias, duas incorporadoras: a Plarcon (RJ) e a Rodes (CE). Numa sequência agressiva de incorporações, nos meses de junho e julho a BR Malls Participações, maior empresa integrada de shopping centers do País, adquiriu 35% do TopShopping localizado em Nova Iguaçu (RJ) e composto de 133 lojas. Em seguida, anunciou o aumento de sua participação no Shopping Curitiba, que conta com 148 lojas, de 20% para 35%. Esta operação foi realizada por meio da Ecisa Engenharia e as ações absorvidas pertenciam à Funbep. A BR Malls também adquiriu, por meio da SPE Mônico, mais 9,125% do capital do Natal Shopping, de Natal (RN), elevando para 45% sua participação no empreendimento. E de uma vez só incorporou participações majoritárias em outros quatro empreendimentos no Rio de Janeiro: 100% do Niterói Plaza Shopping; 82,36% do São Conrado Fashion Mall; 82,5% do Ilha Plaza Shopping; e 100% do Rio Plaza Shopping. Esta operação teve o valor de R$ 832 m. Com todas estas operações, a BR Malls, controlada pela GP Investimentos, passou a deter participação em 26 shopping centers no País. A incorporadora Agra firmou duas novas parcerias e fechou a compra de outras duas participações imobiliárias. As operações representam investimentos de aproximadamente R$ 64 m. Com a BKO Engenharia e Comércio foi firmado um acordo operacional para o desenvolvimento de projetos em SP, sendo que a Agra terá participação de 70% nos lançamentos. Acordo semelhante foi firmado com a Wrobel Construtora nos Estados do RJ, MG e ES, sendo que neste caso a Agra terá participação de 60%. A empresa também assumiu 55% do capital da

Extrema Desenvolvimento Urbano, que desenvolve loteamentos residenciais, e 50% da Albacore Participações, que atua no gerenciamento de obras. A Triunfo Participações e Investimentos (TPI) assumiu a totalidade da paranaense Empresa Concessionária de Rodovias do Norte (Econorte) com a compra das participações da Acciona do Brasil (25,01%), Polledo do Brasil (14,4%), Construtora Sanches Tripoloni (8,8%) e Engepasa (1,8%). A operação, porém, ainda depende de autorização oficial. A TPI também realizou uma oferta de ações, cujo valor chegou a R$ 589 m. Desse montante, R$ 208,5 m referem-se à emissão primária de papéis e R$ 381,3 m à distribuição secundária. A Triunfo atua em infra-estrutura com concessões rodoviárias, portuárias e geração de energia. No segmento rodoviário ela é a A Invest Tur, empresa em fase pré-operacional (sem ativos) que irá atuar no desenvolvimento de empreendimentos imobiliários, levantou R$ 840 m no mercado junto a investidores qualificados. A maior parte dos recursos será destinada ao turismo de lazer, mas a empresa também pretende formar um land bank de terrenos para desenvolvimentos no longo prazo. O montante final da operação ainda pode atingir R$ 945 m, com o lote suplementar de ações. A Invest Tur conta com 62 projetos identificados, sendo a BA, RJ, SC e CE os locais preferidos da empresa. A abertura de capital da Multiplan Empreendimentos Imobiliários movimentou R$ 1,062 bilhão na bolsa de valores. Desse montante, R$ 765 m correspondem à emissão primária de papéis ordinários e irão para o caixa da empresa. A Multiplan administra e participa de 13 shopping centers, dentre os quais o Morumbi Shopping, o Barra Shopping e o BH Shopping. A empresa também atua na incorporação imobiliária residencial e comercial. Neste ano, a Multiplan foi a terceira administradora de shoppings a abrir seu capital, seguindo os passos da Iguatemi e da BR Malls. E a General Shopping Brasil, de Guarulhos (SP), captou R$ 273 m em seu IPO e tornou-se a quarta administradora de shoppings na bolsa de valores. A operação foi totalmente primária e com ações ordinárias, sendo que o montante ainda poderá ser acrescido de um lote suplementar. Com os recursos, ela pretende adquirir participações no setor, expandir e desenvolver novos empreendimentos. Atualmente a General Shopping conta com quatro shoppings centers em funcionamento e um em construção. A incorporadora paulista EZ Tec Empreendimentos e Participações captou R$ 542 m com sua oferta de ações ordinárias, o que já inclui o lote suplementar. Foram colocados 33% de seu capital em mercado e os recursos da empresa (R$ 470 m) serão utilizados na aquisição de terrenos, lançamento de novos projetos, liquidação de dívidas e capital de giro. Na oferta, os investidores estrangeiros ficaram com 68% dos papéis e os fundos com 23%. A MRV Engenharia e Participações, construtora mineira focada em imóveis para o público de baixa renda, realizou sua abertura de capital em bolsa numa operação cujo valor total chegou a R$ 1,19 bilhão. A maior parte dos recursos, uma parcela de R$ 1,07 bilhão, refere-se a emissão primária de papéis. Eles serão utilizados na compra de terrenos e incorporação de novos empreendimentos (45%), construção de empreendimentos lançados (35%) e capital de giro (20%). Transportes e Logística

quarta maior do País e, além da Econorte, também detém participações na Concepa, Concer e Ecosul. A maior parte dos recursos captados será empregada na redução de seu endividamento, mas uma parcela também será destinada a investimentos e aquisição de novas concessões. A BRA Transportes Aéreos está encomendando 40 aeronaves à Embraer pelo valor de US$ 728 m. A operação também abrange outras 20 opções de compra que, se efetivadas, elevariam o valor do contrato para US$ 1,45 bilhão. Os jatos têm entrega prevista para a partir do segundo semestre de 2008. As unidades serão fabricadas em São José dos Campos (SP). No ano passado a Brazil Air Partners (BofA, Gávea Investimentos, Development Capital, Goldman Sachs, HBK Investment e Millenium Americas) pagou R$ 180 m para ficar com 72% das ações preferenciais e 20% do controle da BRA. Por R$ 120 m o Grupo Áurea está adquirindo a Empresa de Ônibus Nossa Senhora da Penha, pertencente ao grupo capixaba Itapemirim. O acordo depende de autorização da ANTT para a transferência das linhas. A Penha é a nona maior empresa do setor rodoviário de passageiros, sendo que a Viação Itapemirim lidera o ranking. O Grupo Áurea é o controlador da Gol Linhas Aéreas. E a Gol anunciou uma parceria operacional com a Aerolíneas Argentinas. Pelo acordo, a empresa argentina poderá emitir bilhetes da companhia brasileira para trechos do território brasileiro e outros destinos na América do Sul. A Gol já possui parcerias semelhantes com as empresas norte-americanas Delta Air Lines e Continental Airlines e pretende firmar acordos também com uma companhia européia. A Log-In Logística Intermodal (ex-docenave), subsidiária da Companhia Vale do Rio Doce, concluiu sua abertura de capital com a colocação primária e secundária de papéis ordinários em mercado. A operação somou R$ 848 m, incluído o lote suplementar inicialmente previsto. Cerca de 74% da colocação foi absorvida por investidores estrangeiros e 13,6% por fundações. Do montante obtido pela empresa, R$ 372 m serão utilizados no aumento de capacidade, principalmente na construção de embarcações para navegação costeira. Na Log-In a Vale concentrou suas operações intermodais de cargas conteinerizadas no Mercosul. A CVC, maior operadora de pacotes turísticos do País, comprou 100% da empresa aérea Webjet por aproximadamente R$ 45 m. A transação representa um passo concreto da CVC no sentido de ter vôos próprios, reduzindo sua dependência de vôos das companhias aéreas regulares. Atualmente a principal parceira da empresa é a TAM. A Webjet possui 0,5% do mercado doméstico e opera com dois aviões da Boeing. No passado, a CVC já teve permissão para abrir uma empresa aérea, que chegou a ser denominada Samba, mas o projeto não evoluiu. A Tegma Gestão Logística, empresa dos grupos Coimex e Itavema, realizou sua oferta pública de ações, cujo montante somou R$ 525 m. A colocação envolveu 30% do seu capital e o valor relativo à emissão primária foi de R$ 240 m. O objetivo da Tegma com os novos recursos é realizar aquisições estratégicas, quitar dívidas e modernizar sua estrutura de transporte. Com a operação, a empresa segue o caminho de outras companhias logísticas, como a Log-In (CVRD), a Wilson, Sons e a América Latina Logística (ALL). Focada em logística automotiva, a Tegma assumiu em abril as empresas Boni/GATX e Coimex Logística Integrada (CLI). Atualmente ela conta com 18 filiais no Brasil.

A oferta pública de ações preferenciais do Banco Daycoval atingiu o valor total de R$ 1,09 bilhão, considerando-se o lote suplementar. Desse montante, cerca de R$ 936 m ficarão com a instituição e, com a operação, seu capital em circulação sobe Financeiro Depois de adquirir os ativos de private bank do ABN Amro e do BankBoston na América Latina, o Itaú está consolidando sua atuação na região por meio do Banco Itaú Europa Internacional, com sede em Miami (EUA). O Itaú Europa Internacional nasce com US$ 5,7 bilhões em ativos sob gestão, que ainda se somam a outros US$ 5 bilhões do Banco Itaú Luxemburgo e mais US$ 1 bilhão da subsidiária do Uruguai. O banco mexicano Azteca, do Grupo GBM, recebeu autorização para operar no mercado brasileiro. O Banco Azteca foca sua atuação no segmento de baixa renda e normalmente opera em conjunto com a varejista de móveis e eletrônicos Elektra, vinculada ao mesmo grupo e líder no mercado mexicano. A matriz do Azteca será em Recife (PE) e, num primeiro momento, ele deve abrir agências em Fortaleza (CE) e Belém (PA). A Cetelem, financeira do grupo francês BNP Paribas, adquiriu o banco brasileiro BGN do Grupo Queiroz Galvão. O BGN tem atuação focada em crédito consignado. O valor da operação não foi divulgado, mas é avaliado em quase R$ 1 bilhão. Com ela, o BNP amplia sua ação no consumo, hoje centrada em CDC e cartão de crédito (cartão Aura). O BGN possui sede em Recife (PE), conta com 107 agências e sua marca deverá ser mantida pelo novo controlador. No início do ano, o principal concorrente francês do BNP, o Société Générale, assumiu o Banco Cacique por R$ 850 m. A Redecard levantou R$ 4,07 bilhões na maior oferta pública inicial já realizada no mercado brasileiro. Mas do montante total, apenas R$ 404 m referem-se à colocação primária de papéis, sendo que os acionistas vendedores na distribuição secundária foram o Citibank, a Itaucard e o Unibanco. A Redecard atua no setor de cartões de crédito e meios eletrônicos de pagamentos e conta com direitos sobre as marcas MasterCard e Diners. O valor da transação abrange a colocação de um lote adicional equivalente a 7%, sendo que outro tanto ainda pode elevar o valor final para R$ 4,68 bilhões. Na bolsa, a Redecard iniciou operações valendo R$ 18,2 bilhões, patamar semelhante ao da CPFL e da Embraer. O Banco Patagonia, da Argentina, realizou sua oferta de ações com a venda de papéis nos mercados argentino, brasileiro e norte-americano. A operação foi realizada com BDR's e movimentou R$ 483,8 m, dos quais apenas cerca de 4% na operação brasileira. Do montante obtido, R$ 181 m seguirão para o banco e R$ 302 m para os acionistas vendedores. Está prevista a colocação de um lote extra e o valor final da operação ainda pode ser ampliado para R$ 556 m. O Paraná Banco, especializado no segmento de crédito consignado e controlado pelo Grupo J. Malucelli, realizou sua abertura de capital, operação que rendeu R$ 529 m à instituição. A transação foi toda em papéis primários, sendo que os recursos serão utilizados no reforço das operações de crédito. O banco também realizou uma emissão privada de títulos para trocar a participação de 85% da gestora Advent na seguradora do grupo controlador por 6,6% no capital do banco. O Paraná Banco, com isto, voltou a ser o controlador da seguradora, que é líder no mercado de seguro garantia. A atuação do Paraná Banco hoje baseia-se nos três Estados da Região Sul.

para 28,9%. O aumento de patrimônio permitirá ao Daycoval expandir sua carteira de crédito, voltada para operações de middle market e pessoas físicas nas áreas de crédito consignado e financiamento ao consumo. O Banco Cruzeiro do Sul foi mais uma instituição financeira de médio porte que abriu seu capital em bolsa, movimentando R$ 644 m com a colocação. A oferta do Cruzeiro do Sul foi composta de emissão primária e distribuição secundária, sendo que a primeira foi responsável por cerca de três quartos do volume total. O banco atua em empréstimos pessoais e é um dos pioneiros no segmento de crédito consignado. O IPO do ABC Brasil movimentou R$ 608 m, sendo composto de uma oferta primária e outra secundária de ações. Mais de 98% da colocação foi baseada na colocação primária, sendo que o ABC utilizará os recursos no fortalecimento de sua carteira de crédito, focada em empresas de médio e grande portes. O controle da instituição pertence aos Arab Banking Corporation, por meio da Marsau Uruguay Holdings. Com a oferta, sua participação no capital total da sociedade deve cair de 83,9% para 56%. O Arab Banking Corporation é um dos maiores bancos no Oriente Médio e Norte da África. A oferta primária e secundária de ações do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) movimentou R$ 2,08 bilhões. O montante ofertado ainda pode ser acrescido de um lote suplementar de 15%. A oferta primária é estimada em cerca de R$ 800 m, montante a ser utilizado em operações de crédito e investimentos em TI. A distribuição secundária tem como vendedor o Estado do Rio Grande do Sul, controlador da instituição com 99,4% de seu capital total (57% após a oferta). O Banrisul possui a maior rede bancária do RS, com 416 agências. O Banco Indusval Multistock (BIM) levantou R$ 227,5 m com sua abertura de capital, sendo que a operação teve aproximadamente 86% de ações primárias. Os recursos obtidos pela instituição serão utilizados no reforço de suas operações de crédito, visando, especialmente, a expansão de sua carteira no middle market. A Experian, empresa irlandesa focada em informações analíticas, anunciou a compra de 65% do controle da Serasa, líder no mercado brasileiro de informações de crédito (quarta maior do mundo). A aquisição custou R$ 2,32 bilhões (US$ 1,2 bilhão) e com ela a Experian passa a deter 70% da Serasa, que atende cerca de 60% da demanda brasileira. O consórcio controlador da Serasa era formado por Itaú, Bradesco, Unibanco, Banco Real, Santander e HSBC, que ainda deterá 30% da empresa. Em abril, a Experian já havia adquirido a brasileira Inform@rketing. Educação A Kroton Educacional conseguiu levantar R$ 478,8 m em sua abertura de capital, considerando-se a colocação do lote suplementar de units. A Kroton atua no ensino básico e superior e é detentora da marca Pitágoras. Ela é a segunda empresa de educação a abrir seu capital, seguindo os passos da Anhanguera Educacional. Com os recursos obtidos a Kroton pretende abrir novas unidades de ensino superior, quitar dívidas e incorporar empresas do setor. E a terceira empresa educacional a entrar na bolsa foi o grupo Estácio Participações, maior organização privada de ensino superior no País. A Estácio realizou seu IPO com a colocação de

units e o valor da operação somou R$ 447 m. Deste montante, R$ 268 m referem-se à emissão primária de ações, sendo que os recursos serão utilizados na aquisição de concorrentes, manutenção e expansão dos negócios já existentes. Diversos A Segmenta, empresa formada a partir da fabricante de soros hospitalares Glicolabor, vai investir R$ 50 m em uma nova planta industrial. A unidade será construída dentro de sua atual fábrica em Ribeirão Preto (SP). A Glicolabor pertencia ao grupo Biosintética, mas não foi vendida ao Laboratório Aché em 2005. A intenção da empresa é expandir sua atuação para outros segmentos do setor hospitalar. A Ceras Johnson está investindo R$ 45 m em uma nova fábrica em Manaus (AM), que até 2008 deverá tornar-se pólo de exportação. A empresa tem capital norte-americano e paralelamente irá fechar sua atual fábrica no Rio de Janeiro. A Ceras Johnson atua com as marcas Grand Prix e Carnu (automotivos), Ziploc (armazenagem), Bravo e Optimum (limpeza de pisos e lustra-móveis), Pato Purific (limpeza de banheiro), Glade (purificadores de ar), Raid e Baygon (inseticidas), Off! e Autan (repelentes), dentre outros. Parte de sua produção hoje é terceirizada pela Total Química e pela Totalpac. A IOB, tradicional empresa de informações jurídicas, foi vendida pela norte-americana Thomson por R$ 50 m a um grupo de executivos. A IOB havia sido adquirida pela Thomson em 2000 e vinha se preparando para atuar com serviços eletrônicos de informação jurídica, especialmente de temas tributários e contábeis. Do valor total da operação, R$ 30 m referem-se ao pagamento e R$ 20 m a compromissos herdados. A indiana Pidilite assumiu o controle da brasileira Pulvitec, fabricante de colas, adesivos e selantes de São Paulo (SP). A incorporação abrange a marca e a fábrica da Pulvitec e seu valor não foi divulgado. A Pulvitec atua na área de bricolagem e fornece para empresas dos setores de construção civil, gráfica, moveleira e madeireira, além de também atender a terceiros, como a alemã Henkel e a norte-americana 3M. A aquisição da Pidilite foi assessorada pela Brasilpar, sendo que a empresa ainda mantém interesse em outros ativos no País. A BRASILPAR possui mais de 25 anos de experiência em assessoria a fusões e aquisições, avaliação de projetos e negócios e gestão de capital de risco. Já acumulou transações que somam mais de US$ 3 bilhões. Seus atuais serviços englobam: assessoria em compra, venda e associações entre empresas; atração de sócios e levantamento de capital para projetos e empresas; desenvolvimento de planos de negócios e assessoria estratégica; assessoria em investimentos em novos negócios; aconselhamento financeiro e estratégico em geral. Alberto Ortenblad Filho ortenblad@brasilpar.com.br Daniel Chama Baldin dbaldin@brasilpar.com.br Jorge Troyko jorge@brasilpar.com.br Luis Fernando Amatti Salem salem@brasilpar.com.br

Luiz Eduardo do Amaral Costa lec@brasilpar.com.br Luiz Guerreiro lguerreiro@brasilpar.com.br Luiz Roberto Carvalho Pereira lrcp@brasilpar.com.br Marco Antonio dos Reis Serra mars@brasilpar.com.br Maurício Salton Daniel msd@brasilpar.com.br Paulo Vasquez Varela pvv@brasilpar.com.br Tom Waslander tom@brasilpar.com.br Urgel Esteves uef@brasilpar.com.br Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 28-8 o andar 04543-000 - São Paulo - SP Tel.: (011) 3709-4270 Fax : (011) 3709-4288 www.brasilpar.com.br O boletim NEGÓCIOS E INVESTIMENTOS é editado bimestralmente pela Brasilpar Serviços Financeiros. Diretores Responsáveis: Marco Antonio Serra e Alberto Ortenblad Filho. O cenário econômico contido neste boletim refere-se a consulta de opiniões do Banco Central do Brasil e pode ser modificado sem prévia comunicação. A Brasilpar não se responsabiliza pela utilização comercial ou financeira dessas previsões. Os projetos e valores de investimentos das empresas citadas neste boletim referem-se aos divulgados nos principais meios jornalísticos. A Brasilpar não se responsabiliza pela veracidade das informações. Não é permitida a reprodução sem autorização da Brasilpar. A Brasilpar respeita a sua privacidade e é contra o SPAM.